A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 8
Capítulo 7- Retrato Falado


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaa pessoas!
Eu sumi 2 dias, mas aqui estou eu.
Bem, eu estou em ano de vestibular, e não sei se algum de vocês já passou por isso, mas estou acabada. 3º feira e Ontem eu cheguei em casa às 11 horas da noite. Hoje eu consegui escrever esse capítulo porque não fui a escola de manhã e deixei para terminar alguma coisa agora a noite.
Tá, o capítulo não está lá essas coisas, mas considerem que a autora aqui está MUITO CANSADA! eu vou fazer uma prova domingo, então estou estudando bastante. É isso.
AH AMANHÃ É MEU ANIVERSÁRIO!



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Isaac olhou horrorizado para o rapaz que a pouco ele beijou.
Fábio sentou no sofá surrado, e cruzou as pernas, esperando uma reação agressiva de Isaac, mas esse simplesmente passou pelo outro, e pegou as coisas que ele havia trazido.
Aline foi atrás do irmão e pegou suas coisas também. Antes de sair do apartamento Isaac disse a Fábio :- Tente nos entregar se ao menos souber para onde vamos. Se acontecer alguma coisa ruim com a minha irmã, espero que você nunca mais consiga dormir com medo do pior que eu vou mandar fazer com você. - E saiu.
Os dois irmãos caminharam em silêncio e em passos rápidos sem rumo. A cabeça de Isaac doía. Ele preferia ter ficado no hospital do que estar fugindo novamente. Queria tanto um cantinho para dormir e sossegar, um lugar onde ele ficasse seguro.
– Já tem ideia pra onde nós vamos? - Perguntou Aline.
– Pra algum lugar bem longe daqui.
– O que você acha da gente ir pra casa da Madame Ursula? Não vamos conseguir nos manter vivos na rua, Isaac. - O irmão parou de andar e olhou sério para a irmã caçula
– Ótima ideia, Aline. Afinal, enquanto estamos vendendo nosso corpo, eles nunca irão pensar em nos procurar nesses lugares. - Aline sentiu a ironia do irmão, e calou-se diante do mesmo. - Em algum lugar deve ter esses dormitórios para sem teto. Nós só temos que procurar por um.
– Onde você acha que nós podemos achar um? Aqui no centro deve ter algum...
–Deve ter... Infelizmente nós não podemos mais ficar parados de bobeira por aqui. Temos que achar um rápido.


– Mãe? - Chamou Inácio, encostado no batente. Denise resolvia algumas coisas em casa em seu escritório, quando o filho apareceu no mesmo local.
– Sim, querido? - Respondeu Denise, ainda com os olhos vidrados no computador.
– Meu pai falou com você sobre o segurança que eu quero que vocês contratem?
– Hm... não - A mulher finalmente olhou para o filho - Ele não falou nada não. - Inácio revirou os olhos e entrou no escritório, sentando-se em um sofá de couro que havia no local.
– Então eu vou agilizar as coisas. Vou fazer o retrato falado dele. E você, por favor o indentifique rápido.
– Tá bom filho. Você prefere que eu chame o Diego aqui ou você vai na delegacia comigo? - Diego era o cartunista que fazia os desenhos de retratos falados.
– E o programa que dá pra você isso de forma digital? Você não tem?
– Não... Nem sabia que tinha. - Inácio revirou os olhos mais uma vez.
– Eu posso descrevê-lo agora, e você anota e leva pra ele desenhar.
– Não é assim, Inácio. Vou chamar o Diego e vocês se resolvem - A mulher pegou o telefone sem fio que estava próximo dali e ligou para o rapaz mencionado.


Fábio fumava inquieto, encostado na janela do seu ''apartamento'', quando o telefone tocou.
O rapaz lembrou-se das drogas que ele iria ter que vender e bateu a mão na testa quando viu no visor o número de Patrick. ''MAS QUE MERDA'' - pensou ele.
– Alô?
– Oi meu brother... Então, queria saber se tem notícias do meu ''procurado''?
– Tenho, mas não são nada boas...
– Fala...
– E eu fiquei de butuca na porta do hospital, mas me avisaram lá que ele tinha sido transferido para outra unidade. Não me falaram onde essa fica - Mentiu Fábio. A merda já tinha sido feita, ele conseguiu afastar Isaac de sua vida, e além da culpa do que tinha feito, ele poderia morrer, caso Patrick descobrisse a mentira, ele não se importava mais, mas iria mentir para proteger os irmãos.
– QUE MERDA! - Gritou Patrick do outro lado da linha. - E as drogas que eu pedi para que você vendesse, já faturou quanto?
– Uns 100 contos - mentiu mais uma vez.
– Está indo bem... Só faltam 400 reais. Amanhã às 7 da noite vou passar aí pra buscar meu lucro e te pagar.
– Combinado.
– Passar bem. - Patrick desligou o telefone.
Fábio cogitou uma ideia, que era muito arriscada, porém necessária. Se ele não arrumasse esse dinheiro logo, iria morrer de uma vez, ele não queria morrer sem o perdão de Isaac.

– Então, você pode me descrever como ele era? - Pediu Diego, o cartunista, sentado na poltrona da sala.
– Ele era magro. Mas aquele magro atlético. Espero que saiba do que eu estou falando. - Diego balançou a cabeça afirmando - tinha cabelos lisos, castanhos e compridos na altura do queixo. Era era moreno.
– Que tipo de moreno?
– Moreno cor de índio. Ele parece um índio. O nariz dele é fino e grande. Meio nariz de tucano, mas ele é bonito.
– Um mendigo bonito - Diego riu - Continue.
– Acho que só. Essas são as características dele que eu me lembro - Diego parou de desenhar e mostrou ao rapaz para ver se era parecido com o ''mendigo bonito'' que salvou Inácio.
– IDÊNTICO! Você pode xerocar essa foto e entregar para as pessoas para ver se elas encontram.
– Infelizmente não. Ele pode se sentir violado com isso. Apenas vou entregar uma cópia para os meus colegas e pros seus pais.
– Espero que consiga achá-lo
– Você é filho de uma delegada. Sua mãe encontra criminosos, porque não iria encontrar um morador de rua? Logo vamos achá-lo.


– Alô?
– Carol? Sou eu, Fábio.
– Fábio! - A garota se entusiasmou.
– Oi linda! A mãe tá por aí? - Fábio sabia que sua mãe não iria estar em casa àquela hora, então era o momento perfeito para fazer o que ele pretendia fazer.
– Não... Olha, ela não quer que eu fale com você. - Falou a menina, com o um tom de voz triste.
– Ela falou isso?
– Sim
– Carol, eu queria que você me fizesse um favor. Não vai custar muito e ela não precisa saber, vai ser um segredo nosso.
– Pode falar. Espero que ela não brigue comigo.
– Ela não vai, não se preocupe. Dentro da primeira gaveta do armário da cozinha tem uma caixa azul caneta. Gostaria que você pegasse a caixa e me entregasse.
– Mas a mamãe pode ficar brava comigo.
– Ela não vai saber, tá? É segredo nosso. Então, pegue essa caixa e me entregue ela. Daqui a 30 minutos eu vou passar aí, tá?
– E se a mamãe chegar?
– Enrola essa caixa em um pano, e diz que é uma blusa minha que eu deixei aí e vou passar pra pegar. Posso contar com você?
– Pode.
– Combinado então. Beijos.
Fábio sabia que a mãe guardava as economias dela dentro dessa caixa. Sim, era desleal o que ele estava fazendo, mas era necessário.
Carolina abriu a gaveta, e achou a caixa azul. Pegou uma blusa velha esquecida por Fábio, enrolou a encaixa com a mesma, e ficou esperando o rapaz vir buscar o que ele havia pedido.


Aline e Isaac haviam sido informados de que havia um abrigo noturno perto dali, mas que eles precisariam passar algum tempo na fila para conseguir dormir lá.
– Próximo - Chamou uma mulher que estava atrás de uma tela de vidro dando senhas para os desabrigados que precisavam dormir ali.
– Boa tarde- Cumprimentou Isaac.
– Assine seu nome e o nome da moça. Ela está com você?
– Sim. - Isaac assinou os nomes, e antes de entrar ganhou uma ficha com o número do andar e o quarto onde eles iriam dormir.
O lugar estava caíndo aos pedaços, e algumas partes do corredor tinha cheiro de urina e fezes.
O quarto onde eles teriam que ficar era o de número 50 no 3º andar, onde tinha 2 beliches. Os irmãos entraram e se acomodaram no lugar que tinha uma luz fraca, e bastante mosquitos.
– Então é aqui que vamos passar essa noite. - Falou Aline.
– É... Acabei de notar que estamos sem dinheiro. Deixei minha carteira na casa do Fábio. - Falou Isaac, desapontado.
– E agora? Vamos ter que nos prostituír para conseguir alguma coisa?
– Essa é nossa última opção. Você sabe que se fizermos isso vamos correr um risco desgraçado.
– O que vamos fazer? Aqui tem comida, pelo menos?
– Tem.
– Então fome não iremos passar essa noite. Só precisamos do dinheiro para os outros dias. Se conseguissemos sair do estado... - Pensou Aline. A garota caiu na cama, e tirou os sapatos.
– Eu estou quase reconsiderando me prostituír. - Falou Isaac, tirando a camiseta e sentando na cama.
– Não! Eu vou no seu lugar caso isso seja necessário. - Falou Aline.
– Nunca que eu vou deixar você se vender. Eu sei como você se sente sobre isso. Eu vou, eu coloquei a gente nessa situação. Mas agora eu só quero dormir tranquilamente. Que horas são? - Perguntou Isaac.
– 6 horas. - Respondeu a menina, esticando seu corpo para olhar o relógio que ficava no corredor.
Isaac pegou os remédios que estavam dentro da sacola de plástico branco que ele recebeu, e foi até o banheiro. Tirou uma pílula e tomou, bebendo um pouco da água da torneira do banheiro. Depois ele ajeitou o cabelo em frente ao espelho e voltou para o quarto, deitando na cama.
– Isaac?
– Oi?
– Posso dormir com você essa noite? - Pediu a garota.
– Pode. Só não sei se vai tem espaço para nós dois. - A menina deitou ao lado do irmão e aconchegou-se ao lado dele.
– Eu te amo. - Falou a garota.


– Fábio, não conte pra mamãe que você veio aqui e que eu falei com você - Falou a garotinha entregando ao rapaz que era seu pai a caixa azul
– Não vou contar, já disse que é o nosso segredo. - Fábio beijou a testa da filha e saiu com a caixa azul. Antes de ir disse para a menina.
– Não mexa no fogão. - E deu as costas à mesma, e começou a andar em direção ao metrô de volta a sua casa.
Na estação, Fábio abriu a caixa sorrateiramente e verificou se tinha mesmo dinheiro ali dentro. Para sorte do rapaz havia 500 reais lá, exatamente o que ele precisava. O metrô passou e ele entrou aliviado, porque sabia que não seria aquela noite que ele iria morrer. Agora precisava encontrar Isaac e pedir desculpas para ele.

– Pai? - Chamou Inácio. Gilberto lia jornal sentando na espreguiçadeira que ficava no quintal da casa sofisticada.
– Fala, filho.
– Esse é o tal mendigo que eu te falei. - O garoto entregou o papel impresso com a suposta foto do mendigo ao pai, que olhou crítico àquela foto.
– Realmente, é um rapaz bem apessoado. Amanhã vou ver se consigo rastreá-lo. Será que ele tem identidade?
– Espero que tenha. Se tiver vai ser bem mais fácil, né?
– Com certeza! - Gilberto dobrou a foto e guardou em sua carteira. - Não se preocupe filho, até o final de semana nós iremos encontrá-lo.


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