A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 7
Capítulo 6 - Judas Iscariotes


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaa BOA NOITE!
Eu levei 5 horas para escrever esse capítulo, acreditem! Tentei fazer ele sob medida dos gostos, e espero que tenha conseguido.
LEITORES FANTASMAS, POR FAVOR, APAREÇAM! rs
beeeeeeeeijos!



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– Pois não? - Falou Aline ao abrir a porta.

– Posso entrar? - Perguntou Gilberto, o pai de Inácio. O jovem fumava na varanda de seu quarto, e quando ouviu o pai à porta, jogou o cigarro para o lado de fora.
– O que é? - Inácio sentou-se na cadeira do computador, e pôs os pés sobre a mesa.
– Eu soube que você sofreu uma tentativa de assalto. Sua mãe e eu estavamos cogitando a ideia te contratar um segurança.
– Vocês dois são idiotas! Eu sei me virar sozinho. Além do mais, um morador de rua me defendeu.
– É verdade? - Gilberto fechou a porta e sentou-se na cama do filho. - Não soube dessa parte.
– É verdade. Eu até voltei lá hoje mais cedo, mas ele não estava mais lá. Se puder localizá-lo, pai...
– Que engraçado, Inácio... Você se importando com alguém que te salvou. Não sabia que era tão sensível a esse ponto.
– Vocês sempre me julgam de coisas que não sou. - O rapaz pegou uma folha dentro da gaveta, depois tomou um lápis em mãos e começou a desenhar.
– Você gostaria que o encontrasse... Então vou tentar localizá-lo e ele vai te proteger. Mas por que você está se importando tanto com esse mendigo?
– Ele não me conhecia, e não mediu esforços pra me ajudar quando eu precisei. Se não fosse ele eu poderia ter morrido...
– Então você aceita ter um segurança, contanto que esse seja o tal morador de rua?
– É. - O garoto esboçou um rosto feminino com traços finos olhando para um horizonte através de uma janela.
– Vou pedir ajuda da sua mãe pra achar esse cara. Não quero você correndo perigo. - Inácio suspirou e ascentiu com a cabeça para o que o pai havia falado.
Antes de sair do quarto do filho, Gilberto foi até a mesa onde Inácio desenhava, e jogou 2 notas de 100 em cima do desenho.
– Considere isso como um abraço. - E saiu.
Inácio rasgou o desenho e voltou pra sacada do quarto fumar o último cigarro do maço que tinha escondido dentro da gaveta da mesa do computador.


– Agora é minha vez de brincar do jogo das palavras. - Falou Isaac.
– Tá... Coelho?- Perguntou Fábio, que estava sentando na cadeira antes ocupada por Aline.
– Filhos
– Filhos?
– Mãe.
– Mãe?
– Saudade - A brincadeira foi interrompida quando o telefone de Fábio começou a tocar. O rapaz até cogitou ignorar a ligação, mas ao ver no visor ''Patrick amigo'', sentiu-se obrigado a atender.
– Isaac vou atender essa ligação.
– Quem é? - Fábio ignorou a pergunta do outro rapaz e saiu do quarto indo atender o celular do lado de fora.
– Patrick? Puta que pariu, esqueci que você ia passar aí.
– Puta que pariu digo eu, Fábio - No fundo dava para se ouvir gritos de mulher - Você inconscientemente me ajudou. Agora só falta capturar mais um ratinho.
– Do que você tá falando? - A mesma mulher continuava gritando.
– Dá irmã do filho da puta que fodeu com os meus ''brothers''. Estamos dando um jeito nela, mas eu preciso da peça principal, e acho que você pode me levar até ele. - Fábio sentia-se totalmente sem reação. O que ele devia fazer? A irmã do seu namorado, uma garota que ele nem conhecia agora estava supostamente sendo agredida em seu apartamento, enquanto o irmão da moça agonizava em um leito de hospital. - Responde! Alguém comeu sua língua?
– Você quer que eu vá aí? Solta a garota, ela não tem culpa do que o irmão dela fez.
– Não quero saber. Quem se mistura com porcos, come os farelos. Ela vai ficar bonitinha - mais gritos - Acha esse filho da puta em 2 dias, ou eu faço questão de deixar um pouco das carícias dessa mocinha aqui pra você. Quando achar, um carro zerado vai aparecer na sua porta.
– Pode ser, mas eu quero uma coisa
– Fala...
– Não mate a garota, nem o rapaz. Eu vou te entregá-lo, mas quero que o mantenha vivo. E se for bater, que não o machuque muito.
– Tá exigindo muito. Eu preciso ser severo para que as pessoas aprendam as lições.
– Ele tá internado em um hospital. Quando ele tiver alta, você terá notícias dele. Não será precisamente em dois dias, mas... você não o perderá de vista.
– MA-RA-VI-LHO-SO! - Soletrou o outro pelo telefone.
– Por favor, deixa a moça aí, e resolva isso com o próprio quando ele tiver alta.
– Ah... Ok, como você é meu amigo eu vou atender esse pedido. Tá exigindo muito hein? Olha, o pó e a erva estão em cima da mesa. Eu quero pra depois de amanhã 500 reais vivíssimos e cheirosos na minha mão. Entendeu?
– Sim.
– Passar bem. Fica tranquilo, as coisas aqui ainda estão no lugar. - Patrick desligou o telefone.
Fábio sentiu um nó desgraçado na garganta. No que Isaac tinha se metido? E ele não tinha pra onde correr, se não for Isaac, será ele. Por mais que esse gostasse do rapaz, não iria morrer por ele, tinha suas convicções, e parte delas eram bastante egoístas. Ele olhou rapidamente pela fresta da porta o outro pálido, cochilando tranquilamente. Sabia pouco da história de vida de Isaac, mas tinha certeza do que o rapaz tinha sofrido, ter a certeza do que ele ainda iria vir a sofrer no futuro era uma dorzinha que ele sentia no peito que beirava o desconforto, mas tinha prometido. Que Deus o proteja, e a esperteza o salve.

– PARA! - Gritava Aline, enquanto o mesmo rapaz de braços tatuados a socava fortemente. Ele havia ficado desacordado por algumas horas, mas já se sentia disposto para bater na menina.
– Cala a boca!!
– Solta ela - Falou Patrick.
– Por quê? - A garota que estava no chão com parte do rosto suja de sangue, e cortes nos braços e nas pernas sentia que ia desmaiar a qualquer momento, e quando o rapaz parou de socá-la, foi no céu e voltou.
– Porque já achamos o irmão. É ele quem eu quero que você bata. - A garota começou a chorar. Não queria que ferissem seu irmão.
– Me matem, mas não façam nada com o Isaac - Sem querer Aline revelou o nome do rapaz.
Patrick Pôs o pé em cima do seio esquerdo da garota, e voltou a falar : - É Isaac o nome do filho da puta? Aliás, puta era você né? Eu pensei que já tivesse visto seu rosto de índia barata, mas agora tenho certeza. Você era a puta que eu comi um dia desses - Aline chorava ainda mais, não gostava de quando aquilo era mencionado. Ela queria mais do que um lar fixo,ou uma fámilia, ela queria honra. - Eu pudia relembra os velhos tempos agora né? O que você acha, Juk?
– Por mim...
– NÃAAAO! - Aline gritou, até não aguentar o murro que levou de Juk e desmaiu sem saber o que fizeram com seu corpo.

Quando Aline acordou, viu Fábio sentando em uma cadeira de metal na cozinha, e ela estava deitada no sofá.
– O que aconteceu? - Perguntou Aline, atordoada, sentindo uma forte dor no corpo, principalmente na cabeça.
–Você e seu irmão entraram em uma fria. E não há nada que eu possa fazer. Se lembra do que aconteceu noite passada?
– Não nitidamente.
– Mas você sabe a razão pela qual te surraram né?
– Por causa do meu irmão - Aline colocou as mãos sobre os hematomas que estavam em sua bochecha - e você está metido nisso - Ela falava com a voz mansa, de forma natural.
– Não diretamente.
– Como pode estar envolvido com esse tipo de gente que machuca os outros? E o pior, vão machucar meu irmão, e você está metido nisso.
– Foi ele quem começou com isso - Fábio puxou um maço do bolso, pegou um cigarro e começou a fumar. - eles não vão fazer nada se vocês puderem detê-los.
– Isaac está internado, fraco e doente. Você ainda o joga na cova dos leões? Por quê? Você é um demonio! - Falou Aline, entre dentes. A garota sentia raiva daquele homem, o qual o irmão chamava de namorado, e o tal chamava simplesmente de ''velho amigo''.
– São negócios, Aline, né? É esse o seu nome?
– Negócios? Onde arriscar a vida do seu ''velho amigo'' é negócio? o enganar dizendo que o amava... Ele me disse o quanto queria você por perto enquanto ele esta lá, preso em uma cama, com vírus o devorando por dentro.
– Não se esqueça que você está na minha casa, florzinha - Fábio levantou, e jogou a guimba do cigarro pela janela. - Olha, eu aceito cuidar de vocês financeiramente. Por mim vocês morariam aqui, mas ele pode ferir vocês. Meu medo é esse.
– Você é muito estranho! Suas palavras se contradizem.
– Eu vou ser claro e definitivo. Você e Isaac vão ter que fugir até o inferno para que o Patrick não ache vocês. Está com fome?

– Isaac Mendes?- O médico que atendeu Isaac pela primeira vez abriu a porta do quarto do paciente, e aproximou-se desse, que desta vez encontrava-se sozinho.
– Bom dia. - Respondeu Isaac, Fraco.
– Vim te dar uma boa notícia. Por mais que você não esteja 100%, vou te dar alta. A partir de hoje você vai tomar os coquitéis anti-HIV. O hospital dá esse remédio de graça, você já tem o nome cadastrado, é só vir buscar. Aqui está a receita. - O médico entregou uma folha escrita com letras ilégiveis para Isaac que apertou as vistas para ler o que estava escrito, mas desistiu ao não entender nada de primeira.
–Eu não devia estar bem para receber alta?
– Manter você aqui e não te medicar não seria justo. De acordo com o tempo de uso dos coquitéis, você vai se ajustando e sua imunidade vai aumentar graduativamente. Acredito que daqui há 4 dias você estará muito melhor. Agora preciso que assine aqui para receber sua alta. Eu vou visitar os outros pacientes. Quando acabar, passe na recepção. - O médico saiu deixando Isaac sozinho e deslocado.
Quando terminou de assinar as 3 folhas de documento, Isaac levantou devagar, e se direcionou ao banheiro. Queria tomar banho antes de ir para a casa de Fábio.
Ao se olhar no espelho não aguentou ver que o rapaz bonito, estava se deteriorando. Havia hematomas no rosto, e no corpo. Este último parecia cada vez mais magro, o que deixava Isaac desesperado, já que ele sempre lutou para engordar não iria querer voltar a ser o menino magrelo e judiado da infância. Não aguentou e chorou tudo que nunca havia chorando em 11 anos de sua vida. Lembrou-se da mãe que faleceu de câncer quando ele tinha apenas 10 anos. Foram 6 meses um abrigo sem cuidados, e 1 ano e 6 meses nas ruas sentindo frios, medos, solidão.
Quando entrou embaixo do chuveiro, esperou que a água retirasse todas as coisas ruins que a vida havia empregnado em seu corpo. Ensaboou cada parte com força, força essa que ele fazia quando algum ''cliente'' tentava machucá-lo, e ele a usava para se defender, sobreviver.
Assim que terminou de se banhar, olhou novamente para o espelho e teve um dejavú com a mãe. Queria que ela estivesse viva para cuidar dele e de Aline.


A garotinha de vestidinho azul de bolinhas, e cabelos lisos compridos estava sentada na casa do irmão mais velho que estava doente.
Ruth, a mãe abriu a porta do quarto que era divido pelos 3 e sentou-se ao lado da menina, entregando uma xícara com achocolatado para o menino adoecido.
– Bebe, você vai se sentir melhor quando terminar de tomar - Falou a mulher, acarenciando os cabelos lisos do menino.
– Minha garganta dói muito.
– Você não sabia que isso cura dor de garganta? É uma poção mágica para dor de garganta.
– Posso beber também? - Perguntou a menininha.
– Não, hoje só o Isaac vai tomar da poção mágica. - O menino bebeu um gole e parou quando sentiu o gosto familiar.
– Isso é nescau!
– Não é não! É que a poção é tão boa que tem gosto de nescau.

Como ele sentia vontade de tomar aquela poção e se curar definitivamente. O efeito placebo da ''poção'' o fez melhorar no dia seguinte. Mas infelizmente a mãe não estava mais com ele. E a falta dela o fazia sempre sofrer, sem pausa.
– Como eu queria que você estivesse aqui, mãe... - Ele jogou os cabelos pra trás, e olhou mais uma vez para o reflexo. Depois a apagou a luz e saiu.

Aline tomou banho e passou o dia inteiro deitada na cama de Fábio, acuada. Não sabia se podia confiar nele, mas não queria sair dali. Queria ficar deitavada naquela cama pra sempre. Quando começou a pegar no sono, ouviu a voz do irmão, que mesmo fraca ainda era aguda e resistente. Ela levantou correndo, com medo que fosse alguma armadilha para o irmão, tinha que defendê-lo, mas quando chegou na sala viu ele e Fábio se beijando.
A garota não tinha muita fé em Deus, e religião era uma coisa que ela nem de longe sabia o que era, mas já tinha ouvido falar sobre Jesus e sua tragetória na terra. Lembrou-se de quando uma das meninas mais velhas da casa de Madame Ursula contou a passagem de quando Jesus Cristo foi traído por Judas Iscariotes. Ela não fazia a menor ideia do que era blasfêmea, mas praticou uma ao colocar o irmão no lugar do ''salvador'' que tanto era falado pela menina miais velha. E Fábio, Iscariotes.
– Ei, Precisamos sair daqui - Falou ela, interrompendo o beijo.
– Por quê? - Perguntou Isaac, ingênuo.
– Porque estão nos procurando. - Fábio permaneceu calado. Ele tinha planos para os dois, e pretendia contar quando terminasse o que ele queria, mas infelizmente teve suas ideias massacradas pela garota.
– Quem?
– Os amigos do Fábio estão nos procurando. - Mais uma vez, Iscariotes, Fábio, copiou a passagem, ele também trocou os irmãos por moedas de ouro.
– Quais amigos? Do que ela está falando? - Fábio bufou, e decidiu contar a verdade.
– Querem matar você! E fui eu quem te entreguei, ou melhor, vou entregar.


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Notas finais do capítulo

Entãaaao? bjxxxxxx