A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 40
Capítulo 39 - Defensiva.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu quero pedir DESCULPAAAAAAAAAAAAS pelo meu sumiço. Eu estou em período de vestibular e as coisas estavam apertadas pra mim. Vocês sabem que o Enem foi semana passada, então eu dediquei uma semana toda estudando igual uma condenada. Semana passada não postei nada porque precisava descansar meu cérebro (lê-se bloqueio), mas voltei com tudo. ESPERO QUE VOCÊS NÃO TENHAM ME ABANDONADO. /3
É isso, boaaaaaaaa leitura ♥



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Inácio acordou com o barulho do celular. Ainda sonolento, esticou o braço para pegar o aparelho metálico e viu no visor o nome Isaac. O rapaz atendeu a ligação, sentando-se na cama para poder falar melhor.
Alô? - Falou Inácio, com a voz sonolenta.
Oi Inácio. Vai fazer alguma coisa hoje?– Perguntou Isaac.
Eu tinha marcado de ir no cinema com a Yasmim. Por quê?
– Então deixa pra outro dia.
Calma, amanhã ainda é domingo, eu posso ir amanhã. Onde podemos nos encontrar?
– Na praça do metrô.
– Que horas?
– Meio dia.
– Tá bom...– Inácio desligou o celular, e quando olhou para a porta, viu sua mãe encostada no portão, olhando pra ele de forma carinhosa.
– O que foi, mãe? - Perguntou Inácio, olhando para a mulher.
– Você, meu filho... - Denise saiu de trás da porta e sentou ao lado do filho na cama. - Sobramos só eu e você.
– Não vai trabalhar hoje?
– Não... Eu te amo muito, tá bem? - Falou Denise, puxando Inácio para um abraço.
– Eu também, mãe... - Falou Inácio, com uma intensidade menor.
– Vamos ao shopping hoje? Se você quiser, pode até chamar aquela sua namorada...
– Não é aquela minha namorada - Falou Inácio ficando de pé - Ela tem nome, e não merece ser tratada como qualquer coisa.
– Tá desculpa... Pode chamá-la.
– Hoje eu tenho um compromisso.
– Com quem? - Inácio franziu o cenho olhando para a mãe. Pra quê ela queria saber disso, se nunca se importou.
– Pra quê quer saber?
– Ué, vai fazer alguma coisa errada? - Perguntou Denise, erguendo uma sombrancelha.
– Não! - Falou Inácio, de forma rápida. - Só não quero se importunado por você. - Denise arregalou os olhos e ficou de pé.
– Você acha que eu te importuno?
– Não foi isso que eu quis dizer, mãe... - Denise passou por Inácio e entrou em seu quarto, batendo a porta com força suficiente para estremecer a casa.
O rapaz bufou e se jogou na cama. Ele não ia perder o dia dele tentando negociar as pazes com sua mãe, então levantou novamente e foi para cozinha tomar café.
Ao chegar no local, encontrou Cleusa cortando um tablete de queijo, enquanto cantarolova uma música que tocava no rádio.
– Bom dia, Cleusa. - Cumprimentou Inácio.
– Bom dia. - Falou Cleusa, olhando rapidamente para Inácio.
– Você pode me fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate? Eu tô querendo muito. - Falou Inácio, abrindo a geladeira para pegar leite.
– Sim. Vou terminar de cortar esse queijo e já começo a preparar pra você.
– Aline deve dar muita falta né? - Cleusa parou de cortar e sugou as bochechas pra dentro. Ela ainda era lembrada? - Porque você tinha menos trabalho.
– Não me incomoda ter tanto trabalho.
– Não? - Inácio pegou uma colher para dissolver o achocolatado no leite e propositalmente jogou na pia, para que Cleusa pudesse lavá-la.
– Não. - Cleusa terminou de cortar o queijo e pegou a colher em seguida, para lavar.
– Eu sim sinto falta da Aline e do Isaac aqui. Era muito legal. - Inácio tomou um gole do se achocolatado.
– Imagino que sente. Sua mãe me pediu para ir ao mercado. Quer alguma coisa?
– Quero.
– O que quer?
– A Aline de volta. - Falou Inácio, botando o copo com força na pia e saindo da cozinha, logo em seguida. Cleusa ficou enfurecida e pegou o copo com tanta raiva que acabou quebrando-o e cortando sua mão.
– Ai que caralho! - Esbravejou a empregada.


Gilberto abriu a porta de seu apartamento e encontrou Aline no sofá assistindo TV. Será que Isaac estava em casa? Era uma benção ele ter permanecido naquele apartamento, depois de tantos dias fora.
– Bom dia, Aline. - Cumprimentou Gilberto. A garota acabou se assustando ao ver o homem ali, e desligou a Tv, ficando de pé, rápidamente.
– Bom dia. - Gilberto riu.
– Calma, pode ficar à vontade. Seu irmão tá aí?
– Sim, ele tá lá no quarto. - Gilberto abriu alguns botões de sua blusa social e jogou seu celular em cima da mesa de que ficava localizada atrás do sofá, indo até o quarto onde o moreno estava dormindo.
Isaac estava deitado olhando a foto de sua mãe, e assim como Aline, se assustou ao ver Gilberto entrando.
– Bom dia, tudo bem? - Cumprimentou Gilberto, sentando na cama. O moreno levantou e colocou a foto no bolso da calça que usava.
– Oi, tudo bem. E você?
– Estou cansado demais. Andei trabalhando muito esses dias.
– Eu notei seu sumiço, mas não acho bom te perguntar onde esteve. Não é da minha conta, né? - Falou Isaac, dando uma risadinha, que foi acompanhada por Gilberto.
– Estive trabalhando em um projeto com um amigo meu.
– Posso perguntar sobre o que era? - Gilberto mordeu os lábios e pensou no que falar para Isaac.
– Nós estamos tratando pacientes com problemas psicológicos. - Isaac arregalou os olhos.
– Sério? Você é psicólogo, né? O Inácio me falou uma vez.
– Sou, especializado em perícias.
– O que é isso, exatamente?
– Quando alguém morre de repente, e a polícia investiga a morte da pessoa. No meu caso, eu trato ou investigo os que matam. - Isaac arregalou os olhos de novo. Aquilo era fantástico.
– Vocês conseguem encontrar alguém?
– Claro. Eu tenho amigos que trabalham na área. Até mesmo a Denise trabalha com isso, porque ela é delegada. - Gilberto fez uma careta ao falar da ex-mulher.
– Eu queria encontrar alguém... Pra ser mais direto, meu pai.
– Seu pai? - Gilberto ergueu uma sombrancelha.
– É. Eu não o conheço, mas queria saber se ele tá vivo, ou o quê tá fazendo...
– Muito bem, vou te ajudar. Mas, eu vou precisar de algumas informações.
– Eu dou as informações que quiser, eu só preciso encontrar esse cara. - Gilberto colocou a mão no ombro do moreno e disse:
– Pode deixar, eu vou ajudar você.


Marli havia falecido na madrugada do dia posterior da visita da neta, e no momento, Fábio assinava milhares de papéis no hospital, enquanto Carolina dormia tranquila no colo de Paula, após chorar bastante.
– Eu não quero fazer um funeral ou nada do tipo. Não suporto meus parentes. - Falou Fábio, acendendo um cigarro.
– Quer enterrar direto? - Perguntou Paula.
– Sim. Morreu, morreu. - Fábio queria chorar, mas não ia fazer isso na frente de Paula.
– Nossa, Fábio... - A assistente social ficou de pé e entregou a menina para Fábio, que a segurou de mau jeito.
– Já paguei a funerária e o caixão, pronto só enterra ela e me conta qual é a lápide. Muito bom te conhecer. - Fábio extendeu a mão para apertar a mão de Paula, e saiu com Carolina no colo e lágrima nos olhos castanhos.
O rapaz caminhou até um ponto de ônibus e pegou o primeiro que passasse perto de seu apartamento. Não teria jeito, ele teria que morar com Carolina lá.
Quando chegaram no local, a menina acordou atordoada e percebendo que filha havia acordado, Fábio colocou a garota no chão, para que fosse andando até a nova casa.
– Não... - Resmungou Carolina ao ser colocada no chão.
– Para de reclamar, Carol. - Fábio apertou com força a mão da menina e a levou para dentro de seu cafofo.
– Sua nova casa, filha. - Falou Fábio, jogando-se no sofá surrado. A menina sentou ao lado e começou a chorar. Aquilo era horrível demais para estar acontecendo.
– Eu quero ir embora... - Falou Carolina, choramingando.
– Ir embora pra onde, se sua casa nova é aqui?
– Eu não quero ficar aqui... - Fábio bufou e ficou de pé, indo fumar na janela.
– Arrume uma casa para morar e aí você sai daqui.
– Por que não vamos pra casa da minha mãe?
– Eu vou vender aquela casa... - Falou Fábio, soltando fumaça. Carolina levantou e foi até seu pai.
– Por quê? Não faz isso! Eu quero ir embora... - Falou Carolina, chorando mais alto. Fábio já estava cogitando abrir mão da menina para Jaqueline, mas não ia se separar de sua filha de jeito nenhum.
– Quando sentir fome, me fala. - Falou Fábio, jogando a guimba do cigarro pela janela, indo sentar no sofá surrado para assistir Tv. Carolina chorou até ser dominada pelo cansaço e acabou indo pro sofá dormir no colo do pai.
Fábio precisava conversar com Juk e Ermina para poderem dar um susto em Jaqueline, já que ele havia recorrido à lei para tirar a menina dele, ele recorreria à violência pra mostrar quem é que manda.

Gilberto e Isaac ficaram conversando sobre a possibilidade do psicólogo encontrar o pai do moreno, e a conversa encheu Isaac de esperanças, mas ele precisava eliminar um inimigo antes de partir para a contemplação de conhecer seu pai. O dono da casa preparou o almoço e saiu antes de comer, porque precisava atender um paciente em domicílio. Isaac e Aline ficaram em casa comendo da comida de Gilberto e assistindo Tv.

Isaac havia marcado de ir se encontrar ao meio dia com Inácio, e comia depressa para não se atrasar.
– Calma, a comida não vai acabar. - Brincou Aline, dando uma garfada.
– Eu tenho um compromisso, Aline.
– Flor da carnificina em ação! - Ironizou Aline, dando um gole no refrigerante.
– Cala a boca. - Respondeu Isaac, terminando de comer, e ficando de pé para colocar o prato na cozinha. Praticou a ação, e assim que estava voltando para a sala, viu um celular tocar na mesa de vidro atrás do sofá onde Aline estava sentada. - Parece que o Gilberto esqueceu o celular dele. - Comentou Isaac. Aline olhou para trás e pegou o aparelho.
– É um homem chamado Erick que está ligando. - Falou Aline. Isaac pegou o aparelho da mão da irmã e colocou-o onde estava anteriormente.
– É feio mexer nas coisas dos outros, Aline.
– Não seria bom a gente atender e falar pro cara que o Gilberto não tá aqui?
– Não! - Isaac recusou a ligação, e a tela do celular mostrou um vídeo que estava pausado. No vídeo, havia uma mulher ruiva que lhe era famíliar. O moreno até relutou em não ver, mas não conseguiu.
– Eu não posso mexer, mas você pode? - Falou Aline, colocando o prato no chão para ver o que o irmão estava vendo. O vídeo era caseiro e mostrava uma moça ruiva amarrada em uma maca, onde dois homens a violentam. Quando a câmera aproxima o foco, dava pra ver nítidamente que aquele rosto era de Ermina. Isaac jogou o celular em cima do sofá e saiu de perto, escorando seu braço na parede. Mas que porra era aquela?
– Essa é a vaca que me bateu né? - Perguntou Aline, continuando a ver o vídeo.
– É. Mas o que é isso? Por que tão fazendo isso com ela? E o que o Gilberto tem a ver com isso?
– Não sei... - Aline tirou do vídeo e colocou o celular no lugar inicial. - Será que tem mais vídeos aí?
– Pega essa merda, vamos procurar por mais. Eu quero saber o que é isso. - Aline pegou o celular e procurou nos arquivos onde estava aquele vídeo, porém, havia dezenas de vídeos como aquele. Ela e seu irmão sentaram no sofá e começaram a ver todos os vídeos.


Inácio estava desenhando no sofá, quando sua mãe desceu as escadas com roupas desleixadas e o cabelo preso em um coque. Denise era muito vaidosa, se ela estava desse jeito, estava realmente mal.
– A Cleusa já voltou? - Perguntou Denise, sentando ao lado do filho.
– Não... - Respondeu Inácio, compenetrado no desenho.
– Filho...
– Que foi mãe? - Perguntou, ainda sem olhar para a mãe.
– Eu fiz alguma coisa que te deixou chateado?
– Não!
– Vamos... eu quero muito ser sua amiga, filho. Eu sei que eu trabalho bastante, e nós não ficamos muito tempo juntos, mas eu quero aproveitar sua companhia. - Inácio soltou o lápis e a prancheta com o desenho e olhou para a mãe.
– Sabe o que você precisa? De um namorado. Ou uma namorada... - Denise franziu o cenho.
– Que história é essa? Desde quando eu me interesso por mulher? - Perguntou Denise, tremendo por estar mentindo.
– Não sei, só falei. Eu tenho minha vida, você tem a sua. Tente aproveitá-la porque ela passa rápido.
– Por que eu não posso aproveitar com você?
– Porque você nunca aproveitou, não vai ser agora que vai começar a fazer isso. Bem, eu vou sair. - Inácio foi até sua mãe e lhe deu um beijo na testa - Eu te amo, Denise, mas por favor, cresça! - E saiu da sala, indo até seu quarto rápidamente antes de se encontrar com Isaac.
Denise já havia decido que ia seguir seu filho para saber onde ele estava indo.


Quando Aline e Isaac terminaram de ver todos os vídeos, Isaac ficou de pé e colocou o aparelho onde tinha tirado. Ermina havia sofrido um dano no cérebro e por causa disso, estava sem a melhor coisa que um ser humano poderia ter: Os sentimentos. Isaac sentia-se mal por ter visto aqueles vídeos e por ter se hospedado na casa de um sádico que se travestia de médico. O pior era o filho dele que não sabia que seu pai era um ser tão asqueroso a ponto de mexer sem permissão no cérebro de uma pessoa.
– Vamos embora daqui? - Perguntou Aline.
– Claro. - Respondeu Isaac. - Primeiro eu vou me encontrar com o Inácio e depois nós vamos embora.
– E se ele quiser fazer alguma coisa comigo?
– Você tem meu número, assim que ele chegar você me liga. Aproveita e arruma nossas coisas. Eu preciso encontrar a Ermina.
– Não demora, tá? - Isaac foi até sua irmã e lhe deu um beijo na testa.
– Tem alguém precisando de nós. - E saiu.
Inácio havia ligado para Isaac para avisar que estava saindo de casa, e Isaac também confirmou estar fazendo o mesmo. Agora, sua cabeça pensava em ajudar Ermina e matar Juk.

Jonhy fumava tranquilamente em sua cama, quando ouviu 3 batidinhas na porta. Ele apagou o cigarro e foi atender. Desde que Ermina sumiu quando ele estava chapado de maconha, ele havia diminuído o consumo da droga. Os olhos de Jonhy quase caíram ao ver sua Ermina na porta, com as roupas rasgadas e vários hematomas no rosto.
– Graças a Deus, caralho! - Falou Juk, agarrando a garota fortemente. Ermina não retribuiu o gesto.
– Demorei? - Perguntou Ermina, séria, sentando-se em um banco.
– Muito, muito... - Jonhy não parava de abraçar a garota. - Onde foi?
– Me levaram pra um apartamento, e mexeram na minha cabeça. - Ermina abriu os cabelos para mostrar a cicatriz no couro cabeludo. Juk avaliou aquilo com cautela.
– Como assim mexeram na sua cabeça, mina? O que eles realmente fizeram? - Perguntou Juk, engrossando a voz para acompanhar seu nervosismo.
– Eu não lembro bem... agora tô aqui...
– Você quer ir pro médico, Mina? Eu tô preocupado. Eu vou matar aquele infeliz... Se ao menos eu lembrasse o rosto dele...
– Vou dormir, tô cansada demais. - Ermina passou por Juk e foi para o quarto, deitou na cama.
– Ei mina, não dorme agora. Precisamos conversar.
– Me deixa... eu vou dormir sim porque tô cansada. - Juk suspirou. Ele queria saber o que havia acontecido com a sua namorada, mas já que ela estava ''cansada'', iria deixar ela descansar e quando acordasse cobraria a verdade.
Jonhy foi para a cozinha preparar algo para Ermina poder dormir, quando seu celular começou a tocar. Fábio não o ligava há bastante tempo, e quando chegava a fazer isso, era porque a coisa estava séria.
Alô?
– Sou eu. - A voz de Fábio estava péssima.
O que foi? Andou sumido, hein?
– Vem aqui em casa, por favor. Você e Ermina.
– Eu vou,porque a Ermina tá passando mal.
– Tanto faz, mas vem aqui.
Agora?
– Sim. - Fábio desligou o telefone e Jonhy fez o mesmo depois.
O rapaz preparou um lanche com uma das poucas comidas que tinha na casa: Um pão, mateiga e suco saquinho sabor manga. Jonhy esquentou o pão com a manteiga e preparou o suco para a namorada. Assim que terminou de fazer, deixou em um prato ao lado da cama dela e lhe deu um beijo na testa antes de sair.

Inácio saiu de casa e sua mãe o seguiu de carro para saber onde ele estava indo. Denise foi dirigindo até a praça onde seu filho parou e sentou. A mãe ficou observando de longe o que o filho estava fazendo e se chocou ao saber que ele estava fumando. Não demorou muito, e Isaac apareceu, também fumando. O moreno sentou-se ao lado de Inácio e começaram a conversar e gesticular. Inácio não falava muito, mas Isaac colocava muita emoção no que falava, ficando em pé e sentando várias vezes.
Denise até pensou em sair do carro para ver o que o filho estava fazendo ali com Isaac, mas prefiriu ficar ali, escondida.


– É isso, a Yasmim vai comprar as drogas com ele e nós PUM, matamos! - Falou Isaac, fazendo barulho de tiro.
– Quando?
– Amanhã, neste praça.
– Vamos dar a cara à tapa?
– Não, vamos arrumar um carro. - Inácio jogou fora seu cigarro e ficou de pé.
– E sobre seu pai? - Perguntou Inácio, fazendo Isaac ficar calado por alguns segundos.
– Vamos matar o cara primeiro. Eu vou me encontrar com a Aline, tá? Pode ir se encontrar com a Yasmim. Amanhã, 10 horas aqui.
– Tá! - Afirmou Inácio, irritado.
– Beleza. - Isaac deu três batidinhas nas costas de Inácio e foi para o metrô.
Inácio caminhou lentamente até um ponto de ônibus, quando avistou o carro de sua mãe. O rapaz bufou e caminhou furioso até o veículo.
– Fala sério, mãe! - Falou Inácio.
– Entra - Denise abriu a porta do carona para o filho.
– Por que me seguiu?
– Por que você tá se encontrando com o Isaac, hein?
– Porque ele é meu amigo. - Denise riu irônica.
– Seu amigo desde quando? Amigo que apunhalou sua mãe?
– Você pode me deixar na casa da Yasmim?
– Não! Vamos para casa. - Inácio abriu a porta e saiu. Denise ligou o carro e o seguiu.
– Para de me seguir, porra!
– Entra no carro, Inácio!
– Me deixa! - Inácio atravessou a rua e pegou o ônibus qualquer, deixando sua mãe irritada.

Carolina dormia tranquilamente no sofá, enquanto Fábio fumava seu cigarro. Já tinha planos pra casa de sua mãe e para a intrometida Jaqueline. Quando deu sua última tragada, ouviu três batidinhas na porta.
– Entra Juk. - Jonhy empurrou a porta e entrou.
– Aqui estou.
– Sim, está. - Fábio jogou a guimba pela janela e pegou Carolina no colo, levando-a até seu quarto para que ela pudesse dormir sem interrupções. Depois voltou e sentou no sofá. - Tem uma moça que eu quero que você dê um trato nela.
– Quem?
– O nome dela é Jaqueline Luson - Falou Fábio, com deboche na voz - Ela tá me chateando e eu quero assustar ela.
– Já tem planos?
– Sim. Amanhã lá na casa da minha mãe. Vou marcar com ela lá e você vai manter ela lá e fazer tortura psicológica.
– Amanhã, né?
– Sim.
– Tem alguma foto dela?
– Tenho. - Fábio pegou uma foto em seu celular e mostrou para Juk.
– Me passa essa foto pelo bluetooth? - Fábio atendeu o pedido do outro e passou a foto.
– O endereço é na rua das Roseiras, casa 116 no conjunto Almeida
– Você quer que eu chegue que horas lá?
– Bem cedo. Isso vai acontecer de manhã.
– Tá bem, eu faço isso. Mas, quanto ganho? - Fábio sorriu.
– Faça o serviço e cobre depois.
– Tá bem.

Isaac e Aline pegaram a mesma mochila que trouxeram e saíram do apartamento caríssimo de Gilberto. Não teria jeito, Isaac teria que apelar pro mesmo santo, mas desta vez, estava preparado para as surpresas.
Os dois irmãos pegaram o metrô e desceram no última estação, e foram caminhando até um ponto de ônibus. No total, a viagem demorou 2 horas, e quando chegaram no prédio antigo, Aline pode ouvir a chamada de sua novela favorita, e amaldiçoou seu irmão por estar perdendo-a.
– Não acredito que você nos trouxe aqui de novo. - Falou Aline.
– Eu tenho consciência dessa vez. - Isaac deu três batidinhas na porta, e ouviu a voz masculina gritando um '' Caralho, que foi, merda?'' e depois de xingar, abriu a porta com cara de bobo ao ver quem estava além dela.
– Isaac? - Perguntou Fábio.
– Eu não tive outro lugar pra ir. - Falou Isaac, entrando. Aline o acompanhou no ato.
– Você sabe que minha casa sempre estará aberta pra você. Minha filha tá morando comigo agora. - Falou Fábio, dando um risinho.
– Cadê ela? - Perguntou Isaac, colocando a mochila no chão e se jogando no sofá.
– Tá dormindo lá no quarto.
– Posso assistir a novela? - Perguntou Aline.
– Pode, fique à vontade. Isaac, vem cá. - Falou Fábio, saindo da casa, indo para o lado de fora. Isaac ficou pé e atendeu o chamado de Fábio.
– Por que veio? Não tô bravo, só quero saber mesmo.
– Estou aqui por poucos dias, tá? Logo eu vou embora.
– Por mim você ficava aqui definitivamente. Minha mãe faleceu de madrugada. - Falou Fábio, dando uma bufada antes de desabar em lágrimas. Isaac olhou para o outro sem saber o que fazer. Fábio andava bem frágil esses dias. A única coisa que o moreno teve o ímpetuo de fazer foi abraçar o outro, fortemente.
– Vai ficar tudo bem... - Sussurrou Isaac no ouvido de Fábio.
– Por quê, Isaac?
– Não chora... Eu tô aqui com você, Fábio. Você tem sua filha...
– Eu fiz tantas coisas para envergonhar minha mãe...
– Só resta você mudar e tirar essa imagem que ela tem de você. - Fábio se afastou.
– Não gosto que ninguém me veja chorando, principalmente a Carolina.
– É difícil demonstrar nossa fraqueza. Vai ficar tudo bem, se eu consegui sobreviver, você consegue. - Fábio olhou para Isaac com um olhar de ternura. Como aquele rapaz era especial.
– Você já comeu? - Perguntou Fábio.
– Ainda não... Eu preparo alguma coisa pra você comer. - Falou Isaac, indo abrir a porta.
– Como você ainda me ajuda? - Isaac virou-se.
– Eu tenho uma coisa que você não tem.
– O quê?
– Dignidade. - Isaac entrou e Fábio fez o mesmo.

Isaac dormiu no sofá de um lado e Aline dormiu do outro. Fábio e Carolina dormiram no mesmo quarto. A noite foi desconfortável para os irmãos, mas aquilo iria ser breve. Antes de dormir, Isaac preparou a comida para Fábio, Aline e Carolina. Os dois não conversaram nada além dos ingredientes para a preparação do alimento. Depois foram dormir.
Fábio acordou cedíssimo, quando o sol ainda nem tinha raiado e tomou um banho frio para começar bem o dia, pois esse seria longo.
Depois, saiu para comprar pão e leite e não demorou a voltar, preparando tudo para que Carolina pudesse comer assim que acordasse.
Assim que terminou de fazer tudo sentou no chão e começou assistir Tv. Ao ouvir o barulho do televisor, Isaac acordou, mas não levantou, ficou observando Fábio.
Fábio pegou seu celular e ligou para Jonhy, enquanto Isaac escutava tudo, quieto.
Alô, Juk? Pode entrar na atividade.– Falou Fábio, acendendo um cigarro.
Alô. Já estou indo para a lá.– Falou Juk.
Muito bem. Vou ligar pra ela agora. Você tá com a chave que eu te dei, né? - Falou Fábio, referindo-se à Jaqueline.
– Estou.
Boa sorte.– Falou Fábio, antes de desligar a ligação.
O mesmo rapaz ligou para o número que Jaqueline deu no dia em que se encontraram e foram para o bar. Jaqueline atendeu com a voz super sonolenta.
Alô?
Oi Jaqueline, sou eu, Fábio.
– Fábio? O que foi?
– Precisamos conversar. Que horas você pode ir na casa da minha mãe?
– Qualquer hora. Aconteceu alguma coisa com a Carol?
– Não...– A voz de Fábio estava sádica. Ele estava com muita raiva de Jaqueline.
Vamos nos encontrar lá às 9 horas. Tudo bem se você for sozinha?
– Tá, eu vou sozinha.
– Nos vemos lá.– Fábio desligou a ligação, levantando e indo para o banheiro.
Isaac levantou sem acordar a irmã e sentou no sofá. Ele não iria permitir que acontecesse com Jaqueline o que aconteceu com sua irmã, ele iria lá, defendê-la, pois Fábio ainda era o mesmo imundo de sempre.


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Notas finais do capítulo

OBS: Fábio fuma muito.



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