A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 38
Capítulo 37 - Uma grande ajuda.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Quando Daniel terminou todo o processo, já havia anoitecido. Sua camiseta estava toda suada, porque foi um processo complicado, porém, ele só se certificaria do sucesso daquilo quando a garota acordasse.
– Ufa, terminei! - Falou Daniel, limpando o suor da testa.
– Se ela pudesse acordar logo. Vou ligar para o Erick, e avisar que a cirurgia acabou.
– Minha primeira lobotomia. Nossa, que... Espero que tenha sido um sucesso. - Gilberto colocou a mão em cima do ombro do homem.
– Foi, com certeza foi!
– Obrigado por me ajudar, Gilberto.
– De nada. - Gilberto soltou a mão, e foi para a cozinha preparar algo para ele e o amigo comerem.
Daniel era neurocirurgião, e havia o sonho de lobotomizar alguém para ver os resultados que tanto o fascinava. Um dia, quando comentou com seu amigo Gilberto sobre essa vontade, o homem lhe disse que tinha um outro amigo que queria um novo ramo para investir, e lobotomizar pessoas era uma boa proposta. O outro amigo era Erick, que aceitaria o acordo caso Daniel fizesse o procedimento em alguém e desse tudo certo. No total, foram 3 tentativas com pessoas aleatórias, e só Ermina havia sido lobotomizada.

Jonhy assistia televisão e fumava seu amado baseado. Sua namorada não havia voltado e isso estava deixando-o preocupado, porém, não sabia por onde começar a procura. Ele até tentou ligar para o celular dela, mas este fora esquecido na casa de Fábio. Juk queria não ter se drogado neste dia para não deixar levarem sua Ermina, e agora, ele só rezava para ela estar bem.


Isaac e Fábio caminharam até uma lanchonete que havia ali por perto. Isaac ficou preocupado quando soube que Fábio estava sem comer por muito tempo, e pagou um cachorro-quente para ele. Para Isaac era inevitável não se preocupar com Fábio.
– Me fala, o que tá acontecendo? - Perguntou Isaac.
– Você lembra da minha mãe, né?
– Sim.
– Ela tá morrendo, Isaac, e a minha filha sumiu para piorar a situação.
– Como assim sumiu?
–Sumindo. Eu deixei ela em casa, e ela não estava mais lá quando eu voltei. Eu procurei por todos os lugares, mas não a encontrei. Não quero que ela tenha sido pega por alguém ruim, ainda mais nessa situação. - Isaac escutava o que Fábio dizia com o cutuvelo apoiado na mesa, e o queixo na palma da mão. Ele não conseguia não ajudar as pessoas, mas Fábio era tão bonito que ele se segurava para não beijá-lo e cuidá-lo.
– Já foi até a delegacia dar queixa?
– Claro, Isaac. Eu fui na delegacia onde a Denise trabalha, e fiz o retrato falado dela. Eu tô tão mal... Acho que é conspiração do destino pra mim. Eu deveria ter sido um pai melhor, um filho melhor... - Fábio levantou o olhar para Isaac - Um namorado melhor... - Isaac suspirou.
– As vezes a gente só se da conta quando é tarde demais, infelizmente. - Isaac queria piorar a culpa de Fábio. Ele merecia chorar, já deixou muita gente naquela situação. - O que você pretende fazer agora?
– Não quero ir pro hospital ver se minha mãe ainda está viva. Acho que prefiro procurar pela Carolina. Você pode me ajudar? Ou melhor, quer me ajudar? - Perguntou Fábio, com os olhos baixos.
– Tá bem, eu ajudo você. - Fábio levantou depressa, e Isaac o acompanhou onde quer que ele estivesse indo.


Jaqueline e César chegaram em casa e encontraram Carolina e Bernardo assistindo um filme de desenho animado junto à Maria. A garota estava tão entretida no filme, que Jaqueline se sentiu culpada por ter voltado naquela hora.
– Vou tomar um banho. - Falou César, passando pela sala para ir ao banheiro. Ao ver o homem passar, Carolina olhou para trás e viu Jaqueline.
– Acho que minha avó já chegou. - Falou Carolina, ficando de pé.
– Você não quer terminar de assistir do filme, Carol? - Perguntou Maria.
– Não posso, minha avó vai ficar preocupada se chegar e não me ver. - Carolina caminhou até Jaqueline e pegou em sua mão - Vamos Jaqueline?
– Você não quer ligar pra casa antes? - Sugeriu Jaqueline.
– Não precisa. Vamos? - Jaqueline acenou com a cabeça. - Tchau seu Bernardo, e Tchau Maria.
– Quer que eu vá com você, Jaque? - Perguntou Bernardo.
– Não precisa, Pai. - Jaqueline pegou a mão de Carolina e a levou para casa. Ela notou uma característica da filha que era muito similar sua: Ansiedade.

Isaac e Fábio saíram perguntando para todo mundo que aparecesse na rua se eles conheciam a menina da foto do celular de Fábio. Mas ninguém a tinha visto. Então, Isaac teve a ideia de irem para a casa da mãe de Fábio ver se a menina estava lá, e o outro topou.
Pegaram um ônibus e depois de 30 minutos chegaram lá. Isaac já havia ido lá uma vez, mas nunca fora apresentado como namorado, apenas um amigo.
Assim que os dois chegaram, viram uma moça loira e a garotinha que era procurada por Fábio, entrando no portão.
– CAROL! - Gritou Fábio. Carolina olhou para o pai e saiu correndo para abraçá-lo, o que deixou Jaqueline com inveja.
–Você demorou tanto. A mãe já tá lá em cima? - Perguntou a menina, subindo no colo do pai. Fábio olhou sério para Jaqueline, era ela quem tinha sumido com sua filha.
– Carol, porque você não mostra pro Isaac sua coleção de figurinhas. - Falou Fábio, colocando a menina no chão. Carolina olhou para Isaac, ele era familiar, mas ela não se recordava quem era.
– Vem, Isaac. - Falou Carolina, indo para a casa de sua avó, sendo seguida por Isaac.
Jaqueline sentiu-se sem graça, Fábio olhava muito sério para ela.
– Ela tinha ficado em casa sozinha, eu resolvi levá-la pra casa da minha mãe. - Falou Jaqueline.
– Por que ainda tenta? - Perguntou Fábio, retirando um cigarro do bolso, acendendo-o depois.
– Porque ela é minha filha também. E eu vejo que vocês não tem o mínimo de cuidado com ela. - Fábio riu, e soprou a fumaça no rosto da loira.
– Você falando de cuidados? Você sumiu, não quis saber dela e agora quer falar de cuidados? Pelo amor de Deus, quem pode falar isso é a minha mãe que está morrendo no hospital, não você. - Jaqueline sentiu sua garganta dar um nó, e seus olhos encherem de água. Qual era o problema em dar a menina pra ela cuidar?
– Como você disse, ela está morrendo no hospital, e eu estou vivíssima. Eu fico com ela, e encerramos isso.
– O que te deu? Sério, o que aconteceu pra você voltar?
– Olha só, quanto você quer por ela? Meu marido é rico, ele pode te dar casa, carro, tudo! O que você quer? Fala...
– O amor da minha filha não tem preço, e vendo que você só pensa em dinheiro, você nunca vai ter esse valor nas suas mãos. Agora, por favor, nos deixe em paz. - Fábio passou por Jaqueline, e entrou na casa, fechando o portão na cara da moça.
A loira pensou em revidar, mas ficou quieta. Ele teria o que merece, e a garota iria ficar com ela no final.
Fábio entrou na casa e viu Isaac e Carolina conversando sobre algum assunto que ele não fazia ideia do que se tratava, e foi interrompido por sua presença. Seria tão bom se ele pudesse viver com os dois.
– Cadê a mãe, Fábio? - Perguntou Carolina. Fábio passou a mão pelos cabelos e ficou de cócoras em frente à filha, segurando nas mãos pequenas dela.
– É o seguinte, Carol. Minha mãe teve uma piora na doença dela e infelizmente Deus achou melhor que ela descansasse. - Carolina arregalou os olhos e fez uma cara de choro. - Ela não morreu, mas não vai demorar muito para que isso aconteça. Por isso, temos que ser fortes juntos, tá? - A garotinha começou a chorar.
– Posso ver ela?
– Eu posso te levar até lá, mas não podemos ficar pertinho dela. Você quer ir? - Carolina balançou a cabeça, triste.
– Amanhã bem cedo vamos até lá. - Isaac observava a cena quieto. Ele passou por aquilo quando sua mãe morreu, mas ao contrário de Carolina, ele não tinha ninguém para cuidar de si, o que triplicou seu sofrimento.


Jaqueline chegou irritada na casa de sua mãe, e encontrou seus pais jantando e sua irmã Maria costurando um vestido no sofá.
– Jaque, já voltou? - Perguntou Bernardo, ao ver a filha, que ignorou a pergunta, indo furiosa até seu quarto.
– César, liga pra Denise agora! Vamos resolver o mais rápido possível essa situação. - Falou Jaqueline, bufando e chorando de raiva.
– O que aconteceu? - Perguntou César, tirando os olhos do livro que estava lendo, para olhar para a mulher.
– O idiota do pai dela. Por que algum dia eu fui me envolver com aquele idiota?! Argh, que ódio!
– O que ele fez?
– Falou merda, César! Falou Merda!
– Eu vou ligar pra ela tá? Ela disse que entraria com a ação semana que vem...
– NÃO! AGORA! Essa semana, César. - O marido suspirou e balançou a cabeça, pegando o celular do bolso para ligar para a advogada.
Alô?– Atendeu Denise do outro lado da linha.
Sou eu, César.
Eu vi pela chamada.– Falou Denise, dando uma risadinha. - Aconteceu alguma coisa?
Sim, precisamos que você entre com o processo urgente.
– Eu ia entrar semana que vem, mas já que tem urgência eu entro amanhã mesmo. Eu posso falar com sua esposa?
Claro.– César passou o celular para a esposa. - Alô? Pode falar.
– Eu tenho ótimas notícias para você, querida.
Por favor, estou precisando.
O pai da garota é envolvido com tráfico de drogas e já matou uma pessoa. Pode comemorar, a guarda já é sua.– Jaqueline sorriu de orelha a orelha. Era uma ótima notícia.
Tem como comprovar?
Tem sim. Ele foi indiciado na delegacia onde eu trabalho.
– Nossa, que ótimo! Você quer que eu vá com você para agir o processo?
Se puder. Eu vou desligar agora, amanhã eu retorno. Beijos.
– Beijos. Obrigada.– Jaqueline desligou sorrindo.
– Ganhamos! - Falou Jaqueline, se jogando na cama.


Carolina chorou durante toda a noite, o que a fez adormecer. Fábio a colocou na cama onde ela dormia com sua mãe, e a fitou dormindo durante alguns minutos, e depois voltou para a sala, onde estava Isaac.
– Obrigado. - Falou Fábio.
– Eu já vou... - Disse Isaac, ficando de pé. Quando o rapaz ia passar por Fábio, o mesmo o puxou pelo braço, trazendo-o para perto, e beijando-o. Isaac tentou resistir, mas acabou se entregando. Era sempre assim, Fábio tinha esse poder sobre ele.
– Você sabe que eu te amo, né? - Falou Fábio.
– Pára...
– Não... volta pra mim, por favor. Me desculpe por tudo o que eu já fiz pra te magoar. Eu posso começar tudo de novo -Isaac olhou dentro dos olhos de Fábio, antes de lhe dar uma resposta.


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