A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 37
Capítulo 36 - Chantagem


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaaaa!
Espero que gostem. ;D
Sobre a banda(Babylon Zoo) que mencionarão durante a história: https://www.youtube.com/watch?v=aKLWXkeehl8

FORTES EMOÇÕES NESTA RETA FINAL.
bjx ♥



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Denise estacionou seu carro em frente ao restaurante onde combinou com César e sua esposa. Desceu e entregou a chave para o manobrista, depois empurrou a porta de vidro, sentando-se em uma mesa que ficava afastada da entrada. O casal ainda não havia chegado.
A mulher pegou o cardápio e começou a lê-lo, procurando por uma refeição. E nesse intervalo, o casal chegou. Denise conhecia o marido, mas não a esposa. Era uma moça bonita, e se ela não se enganava, havia uma revista com uma foto dela estampada em uma das páginas.
– Oi - Cumprimentou Denise, dando um sorriso para o casal. O marido obviamente mais velho que a garota, que deveria ser da idade de seu filho.
–Olá, essa é a minha esposa, Jaqueline. - A loira abaixou para dar dois beijinhos no rosto da mais velha.
– Prazer. - Depois de se saudarem, os dois sentaram.
– Bem, conversamos para podermos comer depois, ou comemos e conversamos? - Perguntou Denise.
– É melhor comermos e conversarmos. - Respondeu Jaqueline. Denise estendeu o braço e chamou o garçom. Um rapaz baixo, que ainda era adolescente apareceu segurando um caderninho e um pano de prato.
– Pois não, já fizeram seus pedidos?
– Eu quero uma sopa de ervilha e um chá mate. E vocês? - Falou Denise.
– Eu aceito apenas o chá. - Falou Jaqueline.
– Pode trazer uma sopa e um refrigerante pra mim. - Falou César. O rapaz anotou os pedidos e saiu.
– Bem, vamos falar da criança. Seu marido me disse que ela está morando com a avó.
– Sim, está. Eu até estive com ela essa noite. Ela está na casa da minha mãe, porque a avó passou mal e seu pai foi levá-la para o hospital. Deixaram uma criança de 8 anos em casa sozinha.
– Hm, é sério? - Perguntou Denise, cruzando os braços.
– Sim. É um bom argumento para ser usado, né? - Perguntou Jaqueline.
– Ótimo. Na lei existem várias circunstâncias que podem ajudar. Ela mora só com a avó?
– Sim. Ela tem pai, mas ele é muito... sem noção assim por dizer. Ele, e eu também, somos jovens. Quando eu engravidei da Carolina eu era muito nova, tinha apenas 14 anos de idade. Ele tinha 15, e eramos loucos.
– 14 anos? Nossa, muito cedo mesmo.
– Um detalhe, a avó que a cria está com câncer.
– Câncer? - Perguntou Denise, apoiando os cotovelos na mesa e fazendo uma ponte com a mão para apoiar o queixo.
– Sim. O pai dela foi levar a avó no médico, e deixou a garota só. - Denise ligou a palavra filha, e avó com câncer. Depois conectou as palavras sozinha em casa e teve uma semi-certeza.
– Qual é o nome do pai dela, mesmo? - Perguntou Denise.
– Fábio. - Denise deu uma tossezinha de leve, e tinha certeza que era o mesmo Fábio que a usou e depois lhe descartou. E agora, ela tinha a chance perfeita para prejudicá-lo dos pés à cabeça.
– A lei é clara, o juiz irá averiguar onde ela vive e com quem. E caso a avó morra, ela ficaria com o pai, certo?
– Não se depender de mim. - Falou Jaqueline.
– Hipoteticamente. Mas, se mostrarmos ao juiz que o pai é incapaz de criar a criança, ela é sua. Pronto. - Jaqueline sorriu, e o garçom voltou com os pedidos dos clientes.
– Obrigado. - Agradeceu César, que não proferiu nenhuma palavra até o momento.
– Se me permite, irei descobrir sobre tudo que o pai da menina faz. E eu sou uma ótima advogada, modéstia à parte.
– Por favor, faça o que puder para me ajudar com isso. Eu quero muito essa menina. - Jaqueline abriu a bolsa e pegou seu celular, para mostrar a foto da garota para Denise.
– Essa é a Carol, ou melhor, Carolina. - Falou Jaqueline, sorrindo. Denise olhou a foto e viu que havia aspectos na menina que lembravam muito Fábio. Agora ela torcia para que ele tivesse feito o retrato falado.


Isaac marcou com Inácio para se encontrarem e conversarem. Quando Inácio ia para a casa de Yasmim, ele a garota ruiva que era namorada do rapaz jurado por Isaac dentro do carro de um homem. A garota estava desacordada no banco de trás e Inácio achou que aquilo poderia ser mencionado com Isaac. Em relação à ele e Yasmim, ela queria mostrá-lo o kit de desenho que havia comprado para o namorado, com um grande caderno e um bloco de lápis com 48 cores. Um excelente presente na opinião de Inácio.
– Vamos finalmente colocar esse plano em prática? - Perguntou Inácio caminhando ao lado de Isaac em direção ao metrô.
– Eu tenho duas pulgas me mordendo. - Falou Isaac, dando uma tragada em seu cigarro.
– Que pulgas?
– A do meu pai e a do cara que eu quero acabar com a raça. - Isaac subiu as escadarias do metrô e foi seguido por Inácio, que pegou o cigarro da mão do amigo.
– Falando nele, eu vi uma cena enigmática um dia desses. - Isaac olhou de relance para o amigo e esperou que ele voltasse a falar.
– Que cena?
– Aquela garota ruiva, a que namora com esse cara que você quer matar. - Isaac olhou novamente para o amigo, mas desta vez com as sobrancelhas cerradas para mostrar para ele que havia dito a palavra ''matar'' alto demais. Inácio entendeu e começou a balbuciar as palavras. - Então, eu vi ela desacordada em um carro. Estava no banco de trás. - Isaac pegou os tickets do metrô e olhou rindo para Inácio. Não sabia que ele era tão fofoqueiro a ponto de falar algo tão banal.
– Ela é prostituta, Inácio. - Respondeu Isaac, rindo.
– Sério? Que tipo de prostituta dorme em serviço? - Isaac suspirou e coçou a cabeça. Era estranho mesmo, ele havia ''trabalhado'' no ramo, e quem desse esse mole de dormir acabava morrendo ou sem alguma parte do corpo.
– Ela é muito gente boa, sabia? Tem problemas como todo mundo, principalmente com a minha irmã, mas é boa. Não merece o crápula do namorado.
– Fez amizade? - Perguntou Inácio, sarcástico.
– Fiz. Espero que esteja tudo bem com ela. Mas então, vamos falar sobre o plano.
– Ah sim, o plano. - Falou Inácio, dando um último trago no cigarro antes de embarcarem no vagão.
– Precisamos de alguém que vá comprar drogas com ele, e aí o matamos.
– Nossa, você faz com que pareça tão fácil.
– Mas é fácil. Eu já fiz isso uma vez, e acredito eu que ninguém saiba que foi eu. - Isaac sabia que Fábio tinha noção de que havia sido ele quem matou Patrick, mas no momento, Fábio era ninguém para ele.
– Quem seria esse ''alguém''? Eu?
– Não, sua namorada. - Inácio olhou sério para Isaac. Não acreditou no que ouviu.
– O quê? Não envolva a Yasmim nisso, por favor.
– Não vai acontecer nada com ela, Inácio.
– E se acontecer?
– Não vai.
–Ela vai me odiar eternamente. Ela nem sonha que eu faço isso. - Isaac riu sarcástico. Ele sabia que esse dia chegaria cedo ou tarde.
– Sempre soube que você não iria até o final.
– Não quando o final é a minha namorada.
– Ótimo, então eu faço sozinho. - Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos. Isaac sabia que Inácio iria falar alguma coisa, e não estava errado.
– Tudo bem. Mas é você quem vai falar isso pra ela.
– Tá. Podemos marcar com ela na praia agora, que tal? - Inácio apenas acenou com a cabeça, ele estava torcendo para que não houvesse nenhum erro.

Ermina contou toda sua vida para o homem gentil que acabara de conhecer, e assim que terminou de falar, ganhou um bolo de laranja com suco de uva para matar a fome. Tudo não passou de uma estratégia, já que Gilberto colocou sonífero no suco e assim que a ruiva acabou de comer, adormeceu, facilitando os planos de Daniel e Gilberto. Os outros membros haviam acordado nesse intervalo, mas cada um saiu para deixar a casa apenas para o médico e o psicólogo, até mesmo Erick deixou seu apartamento nas mãos dos dois, porque dali ele só queria os resultados.
– Daniel, quanto tempo ela vai ficar dopada? - Perguntou Gilberto.
– 12 horas. Dá pra fazer tudo direitinho. - Daniel e Gilberto tinham o costume de fazer as coisas ao som de alguma banda. Daniel colocou o cd de uma banda chamada Babylon Zoo e logo após, vestiu as luvas e pegou um picador de gelos e um martelo, posicionando o picador em cima da sobrancelha da ruiva, enquanto Gilberto filmava o procedimento.
– Respira, Daniel. - Daniel respirou fundo e deu uma martelada certeira no lugar, abrindo-o instantaneamente. O médico pegou gases e algodões para estancar um pouco o sangue.
– Eu to calmo. - Respondeu Daniel, abrindo aquela região da cabeça da moça e dando cortes precisos em terminações nervosas.
– Eu já preparei o DVD pra ela assistir depois.
– Muito louco? - Perguntou Daniel, super concentrado.
– Eu coloquei Babylon Zoo pra tocar no fundo. - Falou Gilberto, dando um risinho.

Denise não voltou para o trabalho, e sim para casa. Ela decidiu se dar o resto do dia de folga para maquinar algum plano terrível contra Fábio.
Assim que chegou em casa, viu Cleusa varrendo sua varanda.
– Cleusa, você pode ir pra casa assim que terminar. - Falou Denise, se jogando no sofá.
– Eu ia preparar uma torta de morango pro Inácio, ele pediu.
– Deixa pra amanhã. Termina aí e vai pra casa. - Cleusa balançou a cabeça, e continuou seu trabalho, enquanto Denise ligava para Diego, o cartunista da delegacia.
–Alô, Diego?
– Oi Denise. O que houve?
– Dá pra você vir aqui depois expediente?
– Claro. Deseja que eu leve algo?
– Sim. Aquele rapaz que esteve aí mais cedo, e fez o retrato falado da filha dele. Você tem esse retrato falado.
– Sua pergunta ficou meio sem nexo, mas sim, ele fez. Ele estava tão desesperado. Não é pra menos, ficaria assim se estivesse no lugar dele.
– Me trás esse retrato falado, ainda hoje.
– Tá bom. Só isso?
– Sim.
– Tá, quando acabar aqui eu passo aí. - Os dois desligaram a ligação e cogitou ligar para Fábio, mas desistiu. Queria agir em segredo.

Fábio havia passado o dia inteiro na rua, bebendo e fumando. Seu estado era estar abaixo da merda, porque as coisas estavam difíceis para ele. Sua filha, uma das poucas pessoas que ele amava havia sumido. Sua cabeça pensava em tudo. Pensava se alguém havia pegado a menina para fazer maldade, ou se ela havia ido atrás deles e se perdido. Geralmente Fábio não chorava, e sim fazia os outros chorarem, mas desta vez, ele chorou, e muito.
Seu nível de desespero era tanto, que ele cogitou ir atrás de Denise outra vez. Mas, seu orgulho ainda fazia parte de si, e isto o impediu de ir atrás de Denise, para ir procurar por Carolina.
O rapaz sentiu seu celular vibrar várias vezes no bolso, mas ignorou. Poderia ser a notícia que sua mãe havia falecido, e isso não lhe era interessante no momento. Então andou no contorno do bairro para ver se encontrava a menina por aí, perguntando para todo mundo que passasse se havia visto a garota, ou alguém parecida com ela, mas ninguém a tinha visto.
Fábio só se deu conta de que havia andado quando chegou em um bairro caro e sentou na calçada de um prédio. O dia estava anoitecendo, e ele ligou mais uma vez para a casa de sua mãe, mas ninguém atendeu. Aproveitou para olhar de quem eram as ligações, e todas eram de Paula. Ele não queria saber dela, não queria saber de ninguém. E uma das únicas pessoas que ele queria saber estava atravessando a rua, e só o percebeu quando estava bem perto.
– Fábio, o que você tá fazendo aqui? - Era Isaac, segurando uma garrafa de água. Fábio olhou para cima e deu um abraço apertado no outro, e começou a chorar novamente. Isaac assustou-se, pois não era comum ver Fábio chorar, então havia acontecido alguma coisa séria com ele. - O que aconteceu?
– Me ajuda, Isaac. Eu preciso muito de você. - Falou Fábio, soluçando.


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Notas finais do capítulo

Vale à pena shippar Fábio e Isaac de novo? bjz



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