A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 21
Capítulo 20 - Novo líder


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaaaa!
Boa noite!!
Apreciem a leitura



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Juk que terminava de assistir seu programa favorito na televisão, verificou as horas, e viu que teria que ir ajudar seu chefe. Ele pensou no que Ermina havia dito, mas resolveu acatar os pedidos de Patrick, mal ele sabia que eram seus últimos pedidos.
Jonhy levantou do sofá de pano furado, e acendeu seu último cigarro. Depois, caminhou até a geladeira e abriu a porta da mesma, para poder comer algo antes de sair, a larica que a maconha deixava era a parte mais irritante de consumir a droga.
Porém, notou que só havia garrafas de água, um pedaço de queijo branco, dois iorgutes de morango e uma latinha de cerveja, ele optou ela cerveja. Esticou seu braço tatuado e pegou a latinha, abrindo-a impacientemente. Novamente, ele verificou as horas em seu relógio, e viu que faltavam 10 minutos para a hora prometida para eles se encontrarem. Então, saiu apressado, dando goles rápidos na cerveja, ele não poderia desapontar seu chefe.


– O que eu faço em uma situação dessas?- Perguntou Fábio, olhando friamente para o cadáver com os miolos estourados.
– No caso, você teria que chamar a polícia, e depois eles iriam trazer um perito em crimes para poder avaliar o caso. E o delegado iria encabeçar esse caso. Mas e agora? Eu sou a delegada no momento. - Falou Denise, sentada no sofá, com o cutuvelo apoiado no braço do móvel, e seu queixo apoiado na palma da mão.
–Eu já planejava matar esse cara, Denise - Falou Fábio, sem pensar.
– Quê?! - Perguntou Denise, horrorizada com a confissão.
– É... ele é um traficante influente em uma comunidade, e eu vendia drogas pra ele. - Denise olhava para Fábio sem nenhuma reação.
– Espera... você também vendia drogas? - Fábio despertou por um instante, e logo se deu conta que contou seus delitos para uma delegada.
– Errr - Ele coçou a nuca, e pegou o maço que estava no bolso de sua calça.
– Tudo bem, Fábio, eu não vou dedurar você pra polícia -Eles riram juntos da irônia.
–Tá, mas eu preciso retirar esse corpo antes que... sei lá... alguém veja.
– Quer fatiar e colocar em uma mala? - Perguntou Denise, comprindo seus lábios. Fábio ergueu suas sombrancelhas, porque nunca esperaria ouvir aquilo de uma delegada.
– Deve dar muito trabalho. Mas não temos outra saída. - De repente, Fábio que olhou de relance para a porta, viu Jonhy com uma arma em punho.
– O que tá acontecendo ? - Perguntou Jonhy, relutante.
– O Patrick foi morto, foi isso que aconteceu. - Juk era uma pessoa sentimental. Ele tinha por Patrick um carinho de pai, e ver seu grande líder morto daquela forma, o fez vomitar toda a cerveja que havia tomado no caminho.
– Ah não, eu não vou limpar - Disse Fábio, tragando seu cigarro amado.
– Por que você fez isso com ele? - Perguntou Jonhy, iniciando um choro.
– Porque.... Porque sim! Eu sempre quis o posto dele. Vai me matar? - Perguntou Fábio, cruzando seus braços para olhar Juk que estava desolado pela morte daquele homem.
– Ele... era como meu pai - Juk estava tão frágil, que chegava a ser digno de pena. Denise assistia tudo sem nenhuma reação.
– Perguntei se vai me matar? - Insistiu Fábio, mantendo a voz forte.
– NÃO! -Gritou Juk, que se deleitava em suas lágrimas. Dava para ver que aquele homem era alguém realmente importante para ele.
– Se você gosta tanto dele, nos dê uma solução pra sumir com esse corpo daqui. - Disse Fábio.

Isaac e Inácio estavam sentados em um banco na estação de metrô que dava destino a casa de Inácio.
– Se sente arrependido? - Perguntou Inácio, fumando tranquilamente um cigarro.
– Um pouco. - Falou Isaac, com o olhar perdido nos metrôs que iam e voltavam.
– O que você vai fazer agora? - Isaac olhou para Inácio e sorriu balançando a cabeça.
– Não sei... acho que nós podemos ganhar muito dinheiro vendendo drogas. - Inácio arregalou os olhos - Calma, tô brincando.
– Mas é uma boa ideia, Isaac. Você pode ficar no ponto do Patrick e faturamos uma grana boa.
– Pra quê você quer mais dinheiro? Seus pais já têm bastante.
– Eles têm, mas eu não. Já parou pra pensar, você iria ter a sua própria casa, e seus próprias coisas... E eu ia poder sair daquele inferno que eu chamo de casa.
– Para de reclamar, você tem uma vida muito boa. Bem... vou pensar no seu caso, Inácio.
– Pensa direito. - Havia um metrô chegando na estação - Quer pegar esse para ir pra casa?
– Vamos logo nesse, preciso tomar banho. - Os dois levantaram e caminharam até o transporte, embarcando nele, rumo à casa de Inácio.

Aline olhava seu reflexo no espelho seu nenhuma expressão aparente. Aquela queimadura ainda doía, e ainda havia a raiva dela por Cleusa, que fez tudo aquilo por inveja. Primeiro perdeu sua mãe, foi para um abrigo, poi para rua, virou prostituta, foi estuprada, apanhou de prostitutas e agora sofrera aquela agressão. O que ela havia feito para a vida tratá-la daquele jeito. Ela retirou sua roupa e foi tomar banho, e assim que abriu a torneira, ouviu a voz de Isaac e Inácio conversando. Ela não se intimidou em deixar a porta do banheiro aberta, pois entre ela e Isaac não haviam intimidades.
– Aline, consegui cumprir minha meta do dia. - Falou Isaac, retirando a camiseta de Fábio que estava usando no momento, e se jogando na cama.
– Eu também - Falou Aline, aparecendo no portal da porta do banheiro, nua e com seu rosto queimado. Isaac olhou atordoado para o rosto da irmã, queria saber como aquilo havia acontecido.
– O que aconteceu? - Perguntou Isaac, ficando de pé para caminhar em direção à irmã.
– A Cleusa jogou água quente na minha cara. -Isaac segurou de leve o rosto da caçula.
– Aquela filha da puta... Hoje eu já descartei quem te desnrou, agora eu vou ter que fazer essa mulher comer capim pela raíz por ter feito isso com você - Ele lançou para a garota um olhar preocupado - Você quer ir ao médico agora?
– O Gilberto me levou assim que ele me viu grunindo com a cara queimada - Ela saiu de perto do irmão e pegou roupas na gaveta para vestir.
– Vocês brigaram?
– Não! Ela é louca! Acha que eu ameaço esse emprego de merda dela.
– Ela vai ter o que merece. Você já comeu?
– Ainda não...
– Acho que a Denise e o Gilberto não estão em casa, eu vou lá dentro pegar alguma coisa pra gente comer. - Isaac caminhou em direção a porta, e assim que ouviu novamente a voz de Aline.
– Isaac?
– Oi?
– Eu te amo! - Falou Aline, olhando fixamente para os olhos castanhos do irmão.
– Eu também, Aline. Caso não tenha suco, você se contenta em comer no seco?
– Ei... eu falo sério!
– Eu sei, Aline. Posso ir lá pegar seu lanche? - Aline ficou de pé e correu para abraçar forte seu irmão.
– Por favor, nunca deixe de se cuidar. Se você morresse... eu não iria continuar vivendo. Eu te amo muito! - Isaac queria retribuir o amor da irmã, mas decidiu ser uma pessoa mais firme, e apenas afagou os cabelos negros e lisos da garota, se soltando do abraço para ir buscar o lanche dela.


Fábio, Denise e Juk decidiram espera madrugar para levarem o resto do corpo de Patrick para um terreno baldio. Jonhy ainda se encontrava em estado de pânico pela morte de seu leal chefe. Ele concordou em desovar o corpo para não quer que continuar olhar aquele corpo que um dia lhe ofereceu ajuda.
– Só eu estou angustiada com esse corpo aqui? - Perguntou Denise, encostada na parede ao lado da janela daquele apartamento.
– Ele não era nenhum ente seu, imagine eu... - Disse Juk, tragando um cigarro.
– Você nem faz ideia do que ele dizia de você, Juk. - Falou Fábio. Ele sabia que Jonhy era inofensivo, e dominá-lo através do medo era uma estratégia inteligente.
– O que ele dizia de mim, Fábio? - Perguntou Juk, torcendo para que fossem coisas boas.
– Que você era um peso nas costas dele. - Fábio ficou de pé para intensificar as mentiras - Ele disse que você as vezes enchia o saco dele. Disse também que se tivesse mais opções de escolha, ele jamais teria colocado você pra trabalhar no ramo. - Juk expressava no rosto uma tristeza impagável. Era difícil ouvir coisas ruins de alguém que se gosta, mesmo que essas fossem mentiras. Denise era a 3º pessoa da história. Pretendia transar a noite inteira, mas terminou seus planos ajudando seu ''ficante'' a sumir com o cadáver de um possível desafeto dele. Ela ainda iria cobrar aquela transa para Fábio assim que as coisas esfriassem.


Jaqueline e Seji jantavam no restaurante de comida japonesa favorito de Seji. Ela tomava um saquê, quieta. Já Seji, estava com sua boca cheia de sushi e perguntas.
– Eu vou insistir até que você me fale o que quer fazer no Brasil? -Jaquele revirou os olhos e tomou mais um gole do saquê.
– Já te disse que eu não vou falar, Seji. Isso não é da sua conta.
– Ah... mas vai ser. Eu falei com o César sobre uma propósta da Frida pra você desfilar a coleção dela de verão, e ele topou. Traduzindo, você vai ter que voltar pra cá querendo ou não, porque eu sei que seu sonho era desfilar pra Frida. - Jaqueline olhava revoltada para Seji, ele brincou com o sonho dela, fazendo aquela chantagem suja.
– Isso é muita sacanagem, Seji! Você sabe que eu sempre quis desfilar pra Frida. E o César é muito filho da puta! Ele nem me contou nada! Eu vou matar ele - E tomou mais um gole de saquê.
– Pois é, amiga - O fotógrafo ria, causando mais ira na modelo.
– Se você quer saber, eu te conto. Mas se o César ficar sabendo disso, eu nunca mais olho na sua cara, tá ouvindo? - Seji balançou a cabeça, pedindo para que ela falasse mais. - Quando eu tinha 14 anos eu era uma adolescente muito infântil. Eu queria saber muitas coisas que meus pais me proíbiam de saber. Eu conheci um rapaz, e ele era muito legal e com o passar do tempo nós dois começamos a namorar. Eu e ele era virgem e me entreguei pra ele sem pensar em consequencias, até porque eu jamais pensei que estava fazendo o tal sexo que todo mundo falava - Seji olhava muito interessado para a amiga, ele queria mesmo saber sobre aquela viagem - e o que já é previsível : Engravidei - O descendênte de japoneses abriu a boca para expressar o choque - Meus pais assim que souberam me tiraram da escola e eu fiquei presa em casa. Meu namorado na época e sua mãe me ajudaram com bastante coisa. - Jaqueline deu um último gole no saquê - Eu não queria um filho naquela época, e deixei para que a mãe do rapaz criasse. Só que, isso me assombra muito, Seji.
– Você quer voltar pro Brasil pra encontrar esse filho?
– Na verdade é filha.
– Isso. Você quer voltar pra encontrar sua filha?
– Sim.
– E quando encontrar? Já pensou que a avó não queira deixar você ter contato com ela? Ou também, você pode acabar não encontrando com elas por lá. -Jaqueline olhava indignada para Seji.
– Você é bem pessimista, sabia?
– Me desculpe, minha flor. Eu quero tudo de bom pra você, e não quero que isso abale seu emocional a ponto de destruír sua carreira.
– Seji, eu sei o que estou fazendo. Eu pari essa criança, eu tenho direitos sobre ela. E sei lá... algo me diz que ela precisa de mim.
– Então boa sorte, amiga. Mas não demore muito no Brasil, porque o desfile da Frida precisa de você.
–Pode deixar... Seria maravilhoso se a menina pudesse vir pra cá comigo.
– Será que ela se parece com você? Se sim, ela é sortuda. O pai é bonito?
– É sim... pelo que eu lembro.
– Então boa sorte! - Seji abraçou a amiga, que retribuiu o abraço.


Aline comia o sanduíche de presunto faminta. Isaac, que também comia, observava a fome feroz da irmã.
– Calma, ele não vai sair da sua mão.
– Ah, eu nem deixei você comentar sobre a sua meta do dia. - Isaac levantou o olhar para a garota .
– Eu consegui matar o maldito do Patrick, e agora o Inácio sugeriu que a gente vendesse drogas. - A garota riu.
– Esse garoto vê muito seriado policial, não é possível.
– É uma boa ideia, Aline. Eu fiquei de pensar, mas estou quase concordando.
– Ah tá, e depois? Como vai conseguir essas drogas? Pra quem vai vender?
– Fica calma... eu tenho uma saída. - A garota revirou os olhos.
– Não me envolva nessa por enquanto.
– Tudo bem... só... fique segura - Ela sorriu e ele retribuiu o sorriso.


Denise dirigiu o carro que era de Patrick, levando o corpo até um aterro que ficava no bairro. Fábio e Juk acompanharam. Jonhy ainda estava desolado, o que fazia Fábio o pressionar ainda mais.
A mulher parou o carro um pouco distante do aterro, e os dois homens se encarregaram de pegar o cadáver. Fábio não fazia a menor ideia de quem havia matado Patrick, mas se o encontrasse, apertaria sua mão.
– Joga ele aí mesmo. - Gritou Denise.
Os dois soltaram o corpo e voltaram. Jonhy se mantia de cabeça baixa e Fábio maquinava mais coisas para deixá-lo ainda mais cabisbaixo.
– Sabe Juk, antes de morrer o Patrick pediu para que assumisse as coisas dele.
– Sério? Acho que ele nunca iria falar isso. - Falou Juk, Fungando.
– Mas falou. E eu vou manter o último pedido dele, vou continuar o negócio.
– Deveria ser eu quem devia continuar com o serviço.
– Tá, mas não vai ser. Eu vou continuar.
– Você era um péssimo funcionário, e agora quer continuar o trabalho do Patrick? Nem pensar - Juk começou a andar na frente de Fábio, que puxou o outro pela blusa.
– Me escuta que eu vou falar só uma vez: Se você não fizer o que eu estou falando, amanhã vai ser a sua namoradinha quem vai estar jogada nessa vala. Então, você vai fechar negócio comigo namoral, ou eu vou ter que te tirar mais um dedo. - Juk engoliu seu orgulho e balançou a cabeça concordando com ele. - Ótimo, mais tarde eu te procuro. -Fábio passou a frente de Juk e entrou o carro, Denise acelerou e deixou o outro rapaz pra trás na vala.


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