A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 2
Capítulo 1 - Noites traiçoeiras


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa Obrigado a todos os meus maravilhosos leitores! Espero que gostem deste capítulo. Beijoxxxx



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O corredor daquela escola estadual já não recebia alunos depois daquele horário. O relógio de pulso apontava com o ponteiro maior no 12 e o menor no 11. Eram 11 horas da noite, e Marli ainda esfregava a vassoura no piso liso e frio.
A mulher era a faxineira do colégio, e havia sido contratada para cuidar da escola durante a noite, quando ninguém mais podia atrapalhar a limpeza. Ela sentia medo do silêncio do prédio, mas precisava ganhar dinheiro. Era necessário.
Marli parou de esfregar o chão, e caminhou lentamente até a torneira que ficava escondida atrás de uma porta de alumínio. Catou o balde de coloração cinza e encheu até a borda. Logo quando ia retornar, viu um vulto, o que a deixou com o coração fora da boca. Respirou fundou e continuou andando, mas uma respiração pesada pousou em seu ouvido e ela não aguentou segurar o grito, que foi silênciado por uma mão pesada em sua boca. Com os olhos temerosos ela viu o rapaz que dela tinha os grandes olhos castanhos escuros, e o cabelo liso.
– Que susto, seu maldito! - Falou a mulher, apoiando a mão na parede que mais próxima.
– Você não tomava tantos sustos assim antes que eu fosse embora... - O rapaz pegou o balde das mãos alvas e manchadas pelo tempo, e o colocou ao lado da mesma porta de alumínio.
– O que te deu pra aparecer assim? Tá querendo dinheiro, é? - A mulher pegou a vassoura e começou a varrer novamente.
– Muito pelo contrário, vim dar dinheiro pra você. - O rapaz puxou a carteira com tecido sintético de couro e jogou na direção da mulher, que desatenta deixou cair no chão, recolhendo depois.
– Onde você arrumou esse dinheiro, Fábio? - O rapaz bufou e pegou a carteira da mão da mãe.
– Se não quer, não pegue. A cavalo dado não se olha os dentes. - A mulher pegou novamente a carteira das mãos do rapaz, abrindo a mesma em seguida para verificar a quantia de dinheiro que havia lá dentro.
– 300 reais. Veio em uma ótima hora. A Carolina está doente, preciso comprar remédios para ela.
– O que ela tem? - Perguntou Fábio, encostando na parede, enquanto ouvia a mãe falar.
Carolina era a filha que Fábio teve aos 15 anos, fruto de um amor inconsequente, que gerou a garota excomungada pela mãe imatura, que na época tinha 14 anos. Sem ter rumo para a menina, a avó resolveu criá-la como se fosse sua própria filha.
– Sinusite. Ela foi internada, mas já recebeu alta. - A mulher jogou um produto químico na água contida no balde, que se diluíu formando uma espuma, onde Marli enfiou um pano de chão no meio das bolhas brancas, e torceu depois, voltando a esfregar o chão, mas desta vez com o pano.
– Quando eu tiver um tempo sobrando, passo lá pra ver ela. - A mãe parou o que estava fazendo, para olhar o rosto do rapaz. Marli sentia uma enorme vontade de avançar no pescoço do filho, e fazê-lo confessar o que ele estava fazendo aí pelas ruas a fora, mas controlou-se e continou o que fazia.
– Faça o que quiser...
– Bem, já vou indo. Tenho um trabalho para fazer daqui a pouco. Espero que seja o suficiente, e caso precise de mais, é só ligar para esse número - O filho entregou um pedaço de papel com alguns número anotados para a mãe, e antes de dar as costas beijou as têmporas da mais velha e foi-se em direção à noite.


Aquela noite estava realmente engraçada. Fábio não usava mais a camisa listrada de botões que trajou ao entregar o dinheiro à mãe, agora seu peito estava despido, exibindo as tatuagens que foram feitas na grande extensão branca de seu tórax e costas.
Um homem que aparentava ter 50 anos aproximou-se do rapaz tatuado e sentou-se na mesa onde o outro estava em pé, dançando.
– Ei, qual é o seu nome? - Perguntou o homem.
– É Fábio. - Respondeu o mais novo. Ele não se envergonhava em revelar seu nome. Era o que era e ponto final.
– Hm... Seu pinto está marcando muito essa calça, sabia? - Insinuou o homem.
– Foi de propósito. - Respondeu Fábio, mordendo o lábio inferior, sem parar de dançar.
– Quando cobra por um boquete?
– Eu te pagou ou você me paga?
– Com esse membro, eu te pago qualquer coisa...
– Cobro 100. - O rapaz tatuado desceu da mesa, e pegou o mais velho pela mão, tomando o rumo que ele já sabia de có. Ele odiava aquela vida. Odiava ter que se vender, e o pior de tudo era saber que só fazia aquilo por puro comodismo. Ele não precisava se prostituir, mas queria ganhar muito e trabalhar pouco, aquele pequeno esforço era necessário para ele.


Inácio Cavasin passou suas últimas 4 horas jogando X-BOX sem parar. Os olhos esverdeados pesavam mais do que barras de ferros, ele queria muito ir dormir, mas não conseguia sair daquele vício.
A empregada terminava de limpar a mesa do jantar, que naquela noite foi apreciado apenas por ele e sua mãe, Denise, que no momento lia uma revista de moda, sentada na poltrona da sala.
– Senhora, posso ir? -Perguntou Cleusa, a empregada.
– Hã? Ah sim, pode sim. Amanhã passe aqui às 9:00, o Inácio não vai para a faculdade amanhã. - A servente balançou a cabeça e saiu.
– Ei, onde seu pai pode estar a esta hora? - Perguntou Denise, roendo as unhas, olhando fixamente para o filho absorto na luminosidade.
– Trabalhando? - Falou Inácio, com tremendo descaso.
– Acredito eu que não. Porque você não tenta ligar para ele? Eu não quero parecer neurótica.
– Caralho mãe, liga você! - O garoto pegou seu Iphone e jogou na direção da mãe, que pegou o aparelho e discou o número do celular o marido.

– Ah... Isso... Tá muito bom! ah... - O som era produzido pelo mesmo homem cinquentão que adentrou a boate escura e pegou o jovem para seus desfrutes sexuais. Enquanto Fábio felava o cliente, o celular do mesmo tocava incessantemente em cima da cama daquele motel barato. O homem, tão absorto no prazer que sentia não preocupou-se em atender, enquanto a mulher do outro lado da linha se descabelava.


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Notas finais do capítulo

comentários? Beijos no coração de quem leu