A Flor da Carnificina escrita por Essa conta não existe mais, Niquess


Capítulo 3
Capítulo 2 - Suspeitas


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Espero que gostem! Beijoxxxx



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– Satisfeito? - Perguntou Fábio, enquanto vestia sua cueca.
– Demais... - O cinquentão se esticou para beijar os lábios do rapaz, mas este foi negado pelo jovem.
– Meu trabalho acabou. Meus 100 reais, por favor. - Fábio esticou a mão e o coroa colocou a nota azul, com a imagem de um peixe estampada.
– Obrigado! - Fábio calçou os sapatos e saiu. Ele sentia uma imensa vontade de chorar, era mais um dia naquele trabalho fácil, sem que ninguém o valorizasse, sem sentir o abraço da filha, ou comer a comida que era preparada pela mãe. O jovem foi andando até seu ''apartamento'' que ficava em um cortiço no centro. Agora ele tinha o dinheiro para pagar o aluguel, então não tinha com o que se preocupar aquela noite.
Ao chegar na porta do ''apartamento'', viu um corpo adormecido, que estava sentado no pequeno degrau para entrar no local.
Fábio sorriu rápidamente, e cutucou aquele corpo, que ele sabia que estava imerso nos sonhos, sonhos esses que ele gostaria muito de saber. Isaac era muito sonhador, porém bastante reservado.
– Ei... você não quer morrer de frio, quer? - Isaac acordou atordoado, mas sorriu ao ver aquele homem que ele tanto amava ali de pé, com a mão máscula coberta de veias. Como ele queria aquelas mãos segurando seus cabelos, ou batendo em seu traseiro.
O adormecido levantou e caminhou até o inteiror do ''apartamento''. Entrou, sentou-se no sofá rasgado e apertou uma almofada que estava por ali.
– Você demorou a chegar hoje, sabia? - Falou Isaac.
– Foi um velho que queria que eu fizesse hora extra. Eu estou pensando seriamente em parar com isso. - Fábio abriu a geladeira, e pegou uma latinha de cerveja.
– Eu também... - Isaac falou, e seu olhar se perdeu na parede branca que ficava em frente ao sofá. - Amanhã eu vou fazer o exame.- Fábio colocou a latinha em cima da mesa de dobrável que ficava na cozinha, e sentou-se ao lado do companheiro.
– Estou com muito medo, Fábio. Eu ando adoecendo muito. No mês passado eu fiquei doente 2 vezes, sem falar que eu perdi 2 quilos. - O alvo apertou o companheiro fortemente, e beijou a testa deste, deslizando com os lábios até os de Isaac, iniciando um beijo calmo, que se cessou quando o moreno começou a chorar.
– Ei... - Fábio beijou os olhos de Isaac, e secou as lágrimas do outro com as costas da mão - Já disse que você não vai ter nada, fica calmo. Se isso te tranquiliza, eu vou com você amanhã e faço o teste também. Se você estiver infectado, eu também vou estar.
– Hoje eu não quero transar, eu quero dormir agarradinho com você.
– Nós podemos tomar um banho juntos e dormir, está bem? Vamos? - Fábio levantou e estendeu a mão para que o outro levantasse com a ajuda dela, mas Isaac recusou, e levantou com uma postura um pouco abalada, e caminhou sozinho até o banheiro.


Denise terminava de escovar os dentes, quando o marido abriu a porta do quarto e jogou-se de costas na grande cama do casal.
– Onde você esteve? Já são 1:50 na madrugada. - Falou a mulher, encostada no batente do baheiro.
– Trabalhando. - Respondeu Gilberto, com desaso, enquanto encarava o teto.
– você vai mesmo mentir pra mim?
– Não é mentira, Denise. - O homem levantou o tronco e tirou os sapatos.
– Não quero que você durma na mesma cama que eu. Pode sair - Gilberto olhou descrente para a mulher e saiu dali bufando. Antes pegou um travesseiro e bateu a porta com força quando saiu.
Denise deitou na cama e começou a chorar copiosamente, ela sabia que o marido estava traindo ela com alguém e isso a estava fazendo sofrer muito.
Quando se deitou no sofá, Gilberto assustou-se ao ver o filho saindo da cozinha com um pote de sorvete.
– Tá devendo, pai? - Falou Inácio, sentando-se na poltrona antes ocupada pela mãe.
– Que devendo o quê. Você devia estar dormindo, amanhã você tem aula na faculdade, eu não estou pagando pra você ficar faltando, ouviu?
– Amanhã eu não tenho aula. Você fica tanto tempo fora que nem sabe mais da vida do seu próprio filho. - Gilberto manteve-se calado. Ele sabia que o filho tinha razão, mas não queria retrucar. Ele tinha se relacionado com um homem aquela noite, e ultimamente sentia desejo por eles. Será que ele tinha se tornado gay aquela altura do campeonato? Dúvida, era essa a palavra que o fez dormir naquela madrugada.


Isaac odiava hospitais. Mesmo acompanhado do namorado, aquele lugar branco ilumiado o deixava enjoado. Lembrou-se quando a mãe faleceu em um lugar como aquele, deixando-o sozinho no mundo com uma irmã de 8 anos para cuidar. A rua não foi muito generosa com ele e sua irmã, mas dava pra se virar, e se ele estava com 23 anos, e vivo, era sinal que a rua não mata ninguém, e sim você mesmo se mata, caso escolha o caminho errado.
– Isaac Mendes? - Chamou uma mulher negra, baixinha e gordinha, trajando um jaleco branco.
– Sou eu.
– Me acompanhe por favor. - Isaac olhou para Fábio que lançou uma piscadela para ele antes que esse entrasse na sala para fazer aquele exame. O companheiro iria depois, por preferencia de Isaac que queria ir primeiro.
– Por favor, o senhor pode estender sua mão? - Pediu a mulher.
Isaac estendeu, e logo após foi bombardeado por perguntas que infelizmente pra ele eram todas respondidas com um sim. Perguntas como: É homossexual? Se relaciona sem preservativo? Usa drogas? Se relaciona com mais de um parceiro?
Quando a moça retirou o sangue do dedo no rapaz, este não conseguia se mexer e teve que ser quase chaqualhado para poder sair de cima da maca.
– O exame fica pronto tem 15 minutos, pode mandar seu amigo entrar.
Isaac levantou, e antes de sair, disse: - Ele é meu namorado. - E fechou a porta.
Ao chegar na recepção, viu Fábio lendo uma revista política, e gesticulou com a cabeça, para que esse entrasse, pois era a sua vez de ser examinado.

– Senhor Isaac Mendes? O resultado do exame. - Chamou a mesma mulher, 15 minutos depois. Antes de levantar, Isaac beijou os lábios de Fábio, respirou fundo e entrou na mesma sala.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?