Algo importante, ou quase. escrita por venus


Capítulo 4
.sábado.


Notas iniciais do capítulo

Gente, queria pedir desculpas pelos erros de ortografia, alguns são meus e outros são o Nyah! (ele que come letras ou palavras). Obrigada e boa leitura!



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Eu tinha lembranças. Era bem simples. Mas existia um problema, eu temia cada uma delas. Todos tínhamos lembranças, só que as minhas eram piores que de algumas pessoas. Eu sorria para meus primos enquanto eles estavam brigando por causa de batata frita. É, isso mesmo. Batata frita. Estavam na faixa de 13 a 19 anos. Cinco primos. Um de 13 - August, dois de 15 - Izac e Luke (gêmeos), um de 16 - o valentão dono da razão protegido pela mamãe, Simon. E o mais velho de 19 - Rush. Meus primos eram completamente pirados. Faziam de tudo um pouco. Os mais velhos, Rush e Simon, influenciavam os outros três. Era algo como um sistema tedioso de criação. Os filhos certamente seriam como os pais e iriam fazer a mesma coisa com os filhos e todo o resto de novo. Vidas desperdiçadas por causa da babaquice, se eles ao menos encontrassem alguma alma bondosa para tirar as asneiras que os pais enfiaram nas cabeças deles e mesmo assim amá-los, aquilo seria ótimo. Pois não teriam um fim tão insignificante para o mundo. Não que eu fosse melhor que eles, mas pelo menos eu sabia da minha insignificancia. Minha mãe costumava dizer que eu era uma garota fria, eu nunca demonstrava carinho ou afeição com as pessoas e era bem raro o meu contato com ela. Minha mãe era uma mulher inteligente e ainda não entendo o porquê dela ter escolhido um cara tão asqueroso como meu pai. Entendo que no começo ele até pode ter sido amável, mas ele a agredia. Tanto verbalmente como fisicamente, e quando não fazia isso nela, fazia em mim. O nome dela era Enrieta. Enrieta Stuart, e meu "pai", Gregory (Greg) Swinh. Ela falava que eu era fria, mas não me ensinava como não ser. Não era uma mãe normal. Fumava o dia inteirinho, às vezes cozinhava (na maioria das vezes a gente comprava comida), odiava televisão e pintava diariamente as unhas de vermelho. Ela raramente me lançava palavras de consolo, na verdade ela raramente me lançava palavras. Ela sim era fria. Mas entendo o caso dela, depois de relatar o comportamento dela aos psicólogos eles tiraram a conclusão de que ela era depressiva. Simplesmente não era feliz ali.

As pessoas gostam de nos dirigir palavras de consolo porque assim elas se sentem melhores, mas o fato que elas não enxergam por trás de tudo isso é que a pessoa que está sofrendo não. Palavras de consolo tem um resultado ruim em mim, são horríveis. Pois o fato de você causar dó é deprimente, e mais deprimente ainda é saber que as palavras que ela falou - na maioria das vezes - não são honestamente sinceras. É como uma válvula de escape para não se sentir mal. "Fale coisas bonitinhas que ficará tudo bem" não, não fica.

O fato de eu estar pensando nessas coisas, as quais me davam um ódio profundo da humanidade e seu teatro, era estar observando pessoas vazias brigarem por comida, enquanto meus primos menores (os bebês, nas faixa de quatro anos) rodeavam a mesa de jantar brincando de pega-pega. Então os adultos dividiam a sala contando piadas estupidas e bebiam "cerveja sem álcool". Tia Lucy saia todos os sábados porque odiava ficar no meio da família quando tudo aquilo estava acontecendo, eu na maioria das vezes ia com ela, mas tinha um trabalho de escola para fazer e minhas tias não lavavam a louça porque eram umas megeras. Então sobrava para mim, o encosto da família. Eu me tocava nessas horas que não fazia diferença nenhuma em nenhum lugar, pra nenhuma pessoa. Talvez para Gabriel Lee, mas certamente a gente iria se distanciar no futuro, pois ele iria para uma faculdade boa e eu provavelmente para a local ou uma meia boca no estado vizinho. Afinal, a média dele era 9,7 enquanto a minha é 6,9. Realemnte é deprimente. Resolvo acabar logo com a tortura dos meus pensamentos e vou para pia, lavar louça.

Estava em uma casa desconhecida. Era a da Lara Houg, e usando um dos rótulos da sociedade moderna ela poderia ser identificada como vadia desprovida de carácter. É a vida. Sua irmã gêmea me examinava enquanto gritava para Lara descer logo. Lana e Lara Houg eram gêmeas completamente diferentes. Primeiro, porque Lana era uma lésbica não vadia - tinha uma namorada -, e Lara dava e distribuía aos alunos que ela denominava bonitos. Segundo, o comportamento das duas - Lara fazia o possível e o impossível para ser amável, enquanto Lana apenas falava o que pensava e agia do modo que desejava na frente de quem bem entendesse. Terceiro, Lana era péssima na escola e Lara era uma aluna "exemplar". Quarto, a aparência; as duas era extremamente brancas, mas Lara praticava esportes ao ar livre e ia a praias então tinha um bronzeado bem natural que dava inveja em um fantasma como eu, os cabelos castanhos iam até os ombros e estavam sempre soltos, escorridos e emanavam um cheiro extremamente forte de tutti-fruti; já Lana era mais branca que eu e tinha cabelos roxos claros, encaracolados (se modo natural), alta igualmente a irmã, as duas tinham um corpo fenomenal, mas Lana não usava roupas tão apertadas quanto as de Lara, ela se vestia normal e discretamente. Eu, sinceramente, ostava mais de Lana.
– Louise, ela já vai descer. - diz Lana, séria. Eu assenti com a cabeça e sentei no sofá da sala. A casa era enorme, luxuosa e as primeiras palavras que vieram na
minha mente quando eu olhei para ela são: branco e comercial. Branco: é a cor mais usada aqui (tenho dó da mãe delas - ou da empregada). Comercial: porque a casa parece coisa de comercial. Três minutos depois Lara aparece com uma mini saia jeans desbotada e uma camiseta preta de alguma banda que eu me limitei a só passar os olhos no nome. Simplesmente não me interessava. Também usava um salto fino de 15cm, vermelho alto de couro. Eu realmente odiava as garotas mimadas (blé), grande coisa!

Na verdade o que eu sentia era inveja. Ela nunca teriam um "grande" sofrimento ou uma grande decepção como a maioria das pessoas normais tem. E isso realmente me incomodava. Seu eu sofria todos tinha de sofrer. Mas, eu sei, o mundo não é justo e isso o que eu quero é um desejo estúpido de uma suposta garota que ainda não superou que está sozinha no mundo. Uma grande merda.
– Olá, Louise. Desculpe te fazer esperar - diz ela sorrindo.
– Tudo bem, vamos começar o cartaz...

No final o nosso cartaz tinha ficado legal. Pegamos o assunto tabaco - vida e suas ironias contra a minha pessoa. Lara desenhava bem e eu improvisei qualquer frase, alguma que eu vi nas embalagens. Muita gente não sabia que eu fumava. Gabe sabia, Madison - uma amiga - tia Lucy e Brendan. Só. Eu não me esforçava muito pra esconder, mas nunca ninguém chegou a saber. Eu tinha ficado pê da vida quando soube que a professora tinha me colocado para fazer par com Lara, até porque ela não faz parte do meu círculo de amizades, nariz em pé de mais. Ela falava com os menos entrosados e com toda a certeza já tinha liberado para meus ex namorados. No começo do namoro com Logan nós não nos dávamos muito bem, ela morria de ciúmes e eu só respondia as suas provocações à altura. Mas com o passa do tempo, muito rali e rola, términos e brigas... Nós agora nos dávamos bem.

Eu andava pela cidade. Ela era tão pequena que não existia um metro e sim um trem (para mostrar o quanto ela era antiga), mas tínhamos uma Starbucks - um fato estranho para uma cidade no meio do nada. Também tínhamos um cinema, pequeno, mas mesmo assim um cinema. E era pra lá que eu estava indo. Taylor Carter havia marcado um encontro comigo na aula de educação física. Fazia parte do time de basquete, e já dá pra imaginar o tipo de garoto que ele é. Um pouco trágico a minha situação, mas eu escolhi assim, não havia nada mais a se fazer. Tinha dado um belo fora no quesito relacionamento com Brendan, não estava nenhum pouco inteiressada nos meus ex's. E a cada segundo que se passava eu me arrependia mais e mais por ter dito sim a Taylor. Olhava os lados frenéticamente enquanto atravessava a rua indo em direção a pequena bilheteria do cinema que tinha uma fila média que era basicamente composta por jovens do colegial. Um saco. Fiquei na fila até que chegasse a minha vez e escolhi o óbvio quando se quer estragar um encontro com um garoto. O filme mais meloso possível. Eu ri com a minha escolha e a mandei um mensagem a Taylor avisando que já tinha comprado os ingressos e que a pipoca era com ele.
– Não tinha um filme melhor, Louise? - fiz uma cara de cão abandonado.
– Vamos, vai ser legal...

Na metade do filme Taylor quis ir embora. Passamos no Burguer King e fizemos piadinhas internas de pessoas que passavam por nós, o que foi divertido. Onze e meia ele me deixou em casa e disse que iria me ligar a noite para ver como eu estava. Que exagero. Até parece que eu posso mudar drasticamente de humor com uma hora.

Estava esperando tia Lucy terminar de fazer café para conversarmos.
– Como foi lá, Lou?
– Divertido, ele é... Fofo. - minha tia riu.
– Nenhum garoto quer ser fofo. O encontro não foi bom, não é?
– Parece que todos os caras resolveram vir pra cima de mim. Eu estou cansada... - ri sozinha - de ter que arrumar desculpas para eles. Não é estranho?
– Você é uma ótima garota, inclusive te um gênio bom embora tudo que tenha passado e não é feia. É de se esperar que os garotos fazem fila por você.
– Mas não está certo, tia.
– Garotos gostam de encrenca e dá pra sentir o cheiro de longe vindo de você, Louise.
– Não é pra tanto. - eu disse rindo.
– Claro que é. Você só tem que aproveitar e escolher um cara decente para você. Ou pelo menos mais decente que você. - disse terminando seu café, beijando minha testa e subindo as escadas.


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Notas finais do capítulo

bom diaa, tudo bem? Tchau, até e comentem!
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