The New Age escrita por FairyTales


Capítulo 2
Uma escrava diferente.


Notas iniciais do capítulo

Mais um Capítulo dessa história emocionante.



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Chegando ao reino todos olhavam aquela cena do príncipe carregando uma ladra de joias, o rei veio correndo empurrando todos abraçou seu filho e ordenou aos guardas que a bela prisioneira fosse levada ao calabouço. No outro dia o reino de Talorc estava em festa para comemorar a volta daquelas joias tão importantes. Otávio, enquanto se arrumava, ficou se observando no espelho e pensando no que havia acontecido no dia anterior, um gigante, a árvore caída, a bela ladra que não saia de sua cabeça, o jeito como ela o deixava era mágico, ele tinha que achar uma forma de recompensa-la, pois afinal ela salvou a vida dele.

Na manhã do dia seguinte, o Príncipe foi visitar a prisioneira.

– Acorde Plebeia – disse ele batendo nas grades da cela – Já está na hora de levantar.

– O que a vossa majestade quer? - disse ela em tom de deboche levantando aos poucos.

– Eu apenas gostaria de lhe fazer uma única pergunta, posso?

– Fique a vontade eu não tenho aonde ir mesmo.

– Por que você queria as joias do meu pai? Por que nos roubou?

– Bom, ao contrario da sua vidinha esnobe, cercada de regalias, a minha nunca foi assim, sempre tive que lutar para que o alimento viesse a minha mesa.

– E é roubando que você os consegue? Não acha que isso tem que ser feito de outra maneira? Eu poderia lhe oferecer alguma tarefa no castelo, como minha escrava ou serva?

– Você acha que por eu ser uma plebeia eu irei me render aos encantos do tão humilde e belo príncipe – disse ela de forma irônica e estressada – conheço gente da sua corja e acredite, vocês são as piores raças que esse reino poderia ter! Eu prefiro morrer nesta cela ou ter a cabeça arrancada, a ser serva de vocês!

– Bom, se é assim que você quer que seja! – disse ele com ira – MORRA NESSA CELA!

Ele deu as costas e voltou a seus aposentos, deitou-se na cama e começou a pensar naquela garota que era a única no reino que não queria ficar com ele, a única que não via nada demais nele, a única que ele sabia que não merecia estar naquela cela.

“Sabe, ela é bem bonita para uma ladra, é valente, destemida e é a única do reino que me ignora, bom eu acho que ela é bem especi...”

A porta abriu cortando seus pensamentos era sua noiva, Natália.

– Vamos Otávio está na hora de ver aquele povo chato que nos pede tudo e depois se prepare para execução daquela ladra que você capturou.

– Tânia vai morre!? - disse ele levantando assustado.

– Claro tolinho – disse ela sorrindo e estranhando a reação de seu noivo - é o que ela merece, afinal roubou o futuro rei. Porque algum problema?.

– Não, nenhum.

Natália saiu rindo com suas servas puxando a calda de seu vestido preto, como se fossem escravas. O príncipe sabia que teria que fazer algo para tirar Tânia dali, ele teria que pensar em algo e rápido.

Já tinha passado a hora dos pedidos, estava na hora da execução da prisioneira. Otávio estava num nível mais alto que o povo, ao seu lado esquerdo estava o rei e ao lado do rei estava sua noiva. Então o rei começou o discurso:

– Caros cidadãos de Gharnes, venho aqui hoje lhes mostrar essa rata, ladra e insignificante camponesa, que tentou ferir o rei e furtar as minhas tão preciosas joias, que continha o anel da vossa falecida e bondosa rainha – disse ele levantando o anel em sua mão – então o que vocês desejam que eu faça com essa repugnante criatura?

Vários gritaram “MATEM-NA!”, outros ainda “QUEIMEM-NA!!” e ainda se ouvia alguns ao fundo falando “DEIXEM ELA IR, NÃO PRECISAM MATÁ-LA”. Porém uma só voz prevaleceu que foi a de Otávio:

– Soltem-na! - ele ordenou aos guardas que ficaram imóveis – Não ouviram o que eu disse? Soltem a prisioneira!

– Mas meu filho? – disse o rei assustado – Por que não a matamos? Ela tentou roubar as joias de sua mãe.

– Mas meu pai – disse Otavio baixinho apenas para o pai ouvir – ela salvou a minha vida de um gigante, apenas expulse ela do reino.

Talorc estava com raiva daquela camponesa ingrata que quase lhe tirara a única lembrança que tinha da rainha, porem ela salvou a vida de seu filho, então não teve escolha.

– Não ouviram o que meu filho disse? Soltem-na agora – Assim que os guardas fizeram o que ele pediu continuou – Tânia agradeça a meu misericordioso filho, o seu príncipe, por ter te livrado de perder a cabeça.

Tânia Valente como sempre gritou:

– ELE NÃO É MEU PRINCIPE!

O rei ficou indignado com aquilo, porem o príncipe fez um sinal de “deixa comigo pai” e logo falou:

– Apenas está tornando as coisas mais difíceis cara Ladra de Joias – disse ele sorrindo – Então eu mudo minha ordem, você será obrigada a me servir por tempo indeterminado!

– NUNCA IREI TE SERVIR - disse ela tentando escapar, porém estava acorrentada.

– Sim irá e será um pior castigo para você, do que ser banida de Gharnes.

– O show acabou – ordenou o rei – voltem para suas casas.

Tânia foi levada ao quarto do príncipe, onde ficaria presa apenas o servindo. Enquanto ele não chegava em seus aposentos ela ficou olhando as fotos dele com a mãe, a pintura que ele tinha da mãe na parede e depois se distraiu sentada na cama, até que ouviu o barulho do príncipe entrando.

– Posso entrar? – disse ele batendo na porta.

– Claro majestade – disse ela se curvando em ironia – fique a vontade, estou a serviço de vossa alteza!

– Calma eu só a mantive viva e comigo por que queria conversa com você – disse ele sentando do lado dela na cama – Porque esse ódio pela realeza?

– Não te interessa - disse ela estressada, cruzando os braços e virando a cara.

– Olha você pode se abrir comigo, sei que você não gosta de mim, mas de todas as garotas do reino, você e a única que não finge gostar de mim por interesse.

– Ok, mas se você tentar dar uma de galã para cima de mim eu pulo dessa janela e me mato!

– Sim senhora chefa – disse ele sorrindo de leve – sou todo ouvidos

– Bom como muitos pensam por ai, nem sempre eu fui uma órfã rejeitada pelo mundo, há alguns anos atrás quando eu ainda tinha oito anos, o rei Talorc mandou o exército do reino destruir a minha vila, porque precisava de espaço para expandir seu reino – disse ela olhando o nada como se estivesse imaginando - O Chefe da vila tentou de tudo para negociar com o seu pai, porém os cavaleiros levaram ele para o centro da vila o amarram em 3 cavalos diferentes e mandaram os cavalos andarem, o corpo do nosso chefe explodiu na frente de todos - ela começou a lacrimejar mas continuou – Então o chefe da vila... – Tânia não se segurou e derramou lágrimas – era meu pai, depois do tal acontecido os cavaleiros tacaram fogo em todas as casas, minha mãe subiu num cavalo comigo e galopou floresta adentro, os soldados nos perseguiram e nosso cavalo pulou e minha mãe caiu, lembro-me das palavras dela como se fossem hoje...

“Tânia, minha querida corra o mais rápido que puder”

“Mas mamãe eu não quero ir sozinha”

“Vá filha, fuja. Eu te amo filha...!”

– Depois disso o soldado que estava atrás de nós, agarrou minha mãe e arrancou a cabeça dela. Ouvi uma voz que vinha de dentro da armadura, foi uma mulher que matou minha mãe. Disse:

“Deixa ela, coitada vai morrer nessa floresta! MUAHAHAHAHAHA...!”

Otávio a abraçou bem forte, ficou um tempo ali em silêncio, até que ele quebrou o silencio e disse:

– Olha Tânia, imagino como isso tudo deve ser doloroso.

– Não, você não imagina! – disse ela o empurrando – você deve ser igual a todos eles, eu odeio todos vocês! – disse ela ainda chorando.

– Tânia, sei que não é a hora mais adequada, porém eu queria lhe dizer que eu não sou igual a eles, meu corpo nasceu aqui, mas meu coração não, eu apenas queria encontrar meu amor verdadeiro mas parece que todas fingem gostar de mim.

Tânia estava calada de braços cruzados de cara para a janela olhando a paisagem, como se aquilo a fizesse esquecer a dor que sentia. O príncipe a virou, ficou perto dela o bastante para olhar em seus olhos e disse:

– Nenhuma garota é igual você! Sabe Tânia, desde o momento que eu te conheci minha cabeça não para de pensar em ti – ele respirou fundo, levantou o queixo dela para que ela olhasse em seus olhos e disse – Eu até que gosto bastante de você...

E a beijou...


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Notas finais do capítulo

Digam para mim: Eu continuo? :)