Três vidas inteiras escrita por Blue Butterfly


Capítulo 19
Dezenove




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Maura suspirou sentindo os dedos de Jane massagearem em círculos sua lombar. A morena estava sentada atrás dela, e Maura entre suas pernas, na cama. Ela descansou suas mãos em cima da barriga, a ponta quente dos dedos deslizando sobre a pele fina e macia que já estava evidente. Qualquer pessoa que a visse na rua saberia que ela estava grávida, de poucos meses, mas sem dúvida grávida. As mãos subiram para o topo, até a linha do seios, e o dorso de suas mãos roçaram no sutiã preto que estava usando. Ela fechou os olhos quando sentiu as mãos de Jane deslizarem gentilmente pela sua coluna, apertando um ponto ou outro, relaxando os músculos tensos.

Ela não queria admitir em voz alta para a morena, mas ela sabia que a dor se devia ao fato de duas variantes: o salto alto e a gravidez. Porém, se ela dissesse isso, Jane iria escutar apenas 'salto alto', ignorando a segunda questão. Ela passara o dia todo subindo e descendo ao necrotério, levando para Jane e seus colegas informações valiosas de relatórios que chegavam de hora em hora em seu laboratório. A cada vez que Maura aparecia na divisão de homicídios, Jane lançava um olhar reprovador para seus sapatos. Quando Maura mencionou a dor na lombar no caminho de volta para casa, a primeira coisa que a detetive usou contra ela foi a altura dos saltos.

'Vocês deveria passar a usar calçados mais baixos.' Ela disse enquanto levantava uma sobrancelha para Maura.

A loira não ia discutir. Ela rodou os olhos e suspirou, cansada. Jane nunca iria entender sobre a curvatura meticulosamente calculada dos pares de sapatos que ela tinha. Eles tinham sido projetados para serem bonitos e confortáveis.

Maura quase se sobressaltou quando a morena, sem aviso, deslizou as mãos para a frente de seu corpo. Ela sentiu as mãos de Jane acariciando a barriga e em seguida, a morena abraçando seu corpo e puxando-a para si, com cuidado. Maura se ajeitou na cama e encostou suas costas em Jane. O gesto tinha sido íntimo, e Maura não se lembrava de nenhum outro que já fora tão pessoal como esse. Maura jogou seu cabelo para cima do ombro esquerdo, enquanto Jane apoiava seu queixo no ombro direito. A morena a envolveu num abraço carinhoso e beijou o pescoço da loira.

Nos últimos dias ambas falavam menos do que o normal. A morte de Susie pesava sobre elas, mas era um assunto intocável. Maura não tinha chorado, e quanto a Jane... bem, ela lidava com o luto ao seu próprio jeito. Talvez tivesse socado um saco de areia incansavelmente. Talvez tivesse dirigido por algumas horas sem destino algum, apenas para voltar para casa mais aliviada depois de pensar. Maura não saberia dizer como a morena estava lidando com a perda de Susie. Ela própria estava tentando evitar os sentimentos em relação ao acontecido. Quando a nuvem de pensamentos sombrios rodeava sua cabeça, ela logo procurava algo para se distrair e ocupar a mente. E então, como se o destino estivesse atendido seu pedido da maneira mais irônica de todas, uma bela distração tinha lhe aparecido.

Jack mandara uma mensagem dois dias atrás.

Ela se debatara por minutos e minutos, tentando decidir se contaria a Jane ou não. Optando pela honestidade, como sempre tinha feito, ela acabou por informar a morena de que ele iria visitar Boston em alguns dias e que gostaria de se encontrar com ela - um encontro amigável, e nada mais.

Jane pareceu transtornada ao receber a notícia, e a princípio disse ser uma péssima idéia. E foi então que Maura anunciou uma de suas decisões: era de sua vontade contar para Jack que o bebê era dele. Ainda que ela temesse o que ele fosse decidir em relação à criança, ela tomava a decisão como a mais plausível. E justa, afinal de contas.

A detetive não discordou, então. No fundo ela sabia e concordava de que era justo que Jack soubesse. Em contraponto, ela não conseguiu evitar a tensão que sentia desde então. Era como se aquele silêncio entre elas tivesse agravado; não era necessariamente ruim, mas agora haviam dois casos a serem elaborados. A morte de Susie, e Jack voltando para Boston - mesmo que por curto período.

Jane se sentia insegura perante a relação que estavam. Não era apenas ciúmes - embora ela temesse que ele pudesse balançar a relação delas, ela também tinha medo do que ele decidiria em relação ao bebê. E se ele estivesse disposto a cuidar da criança? E se ele oferecesse um casamento? Eles tinham tido uma relação saudável e amorosa, afinal de contas.

'Eu não sei o que ele te prometeu.' Ela sussurrou pensativa, perto do ouvido de Maura.

'Jane...' A loira advertiu. Ela não queria Jane se debatendo por causa de Jack, ela não merecia ficar se perguntando se estava a altura dele, ou se poderia fazê-la tão feliz quanto ele tinha feito. Uma onda de culpa quase a sufocou. Como ela poderia explicar para Jane que Jack estava no passado? Que fora enterrado, perdido em algum lugar entre lembranças e memórias? Que seus abraços e beijos tinham se apagado porque agora era Jane quem lhe entregava amor, que regava seus sorrisos e aquecia seu coração?

'Eu não sei.' Ela repetiu e apertou carinhosamente os braços na cintura da mulher. 'Mas eu quero que você saiba, que... Eu não posso te prometer nada que eu não saiba se vai acontecer ou não, mas Maura, eu tô disposta a fazer tudo por você e pelo bebê. E eu espero que minhas ações valham mais do que qualquer palavra.'

E se Jane soubesse, se ela apenas soubesse... Maura sentiu seu coração acelerar, batendo num ritmo hipnotizante, tão suave. Clínica como era, ela diria que ele estava bombeando seu sangue, entretanto, acomodada hoje nos braços de Jane, ela sabia que o que era bombeado e corria por todo o seu corpo era outra coisa: era vida. Ela se sentia viva, como nunca havia se sentido antes. As palavras da morena vibravam em seu ouvido, arrepiavam sua pele. De uma maneira desconhecida elas conduziam as batidas do coração e pareciam ressoar em cada terminação nervosa, ativando sentidos, criando ondas de energias que corriam em disparada pelo seu corpo. Depois de interpretadas, elas sumiam para algum lugar, mas deixavam uma marca permanente na médica. E quando Jane resolvesse roçar seus lábios em sua pele, ou sua voz aparecesse novamente, ou suas mãos deslizassem pelo seu corpo... tudo começaria de novo. Ela estava viva. Jane a mantinha viva, vibrando, intoxicada de uma energia que a viciava.

Foi com um estalo que ela entendeu o que aquilo significava. Ela amava Jane. É claro, ela já amava Jane desde muito tempo, e já tinha inclusive dito à ela. Mas isso era diferente: ela precisava da morena ao seu lado. Ela precisava das pontas dos dedos roçando seu rosto pela manhã, das longas pernas cruzadas com a sua durante a noite na cama. Ela necessitava do cheiro de lavanda impregnando o lençol, seu travesseiro. E dos lábios beijando gentilmente os seus, colando palavras amorosas em sua barriga, ditas para um bebê que era parte de Jack, um simples fato imutável que poderia machucá-la, mas que Jane ignorava simplesmente porque ele era metade de Maura, e ela amava aquela pequena vida como um dia amara o próprio bebê que perdera.

O bebê vindo de outra relação. Um que Jane passara a querer antes mesmo de Maura. E isso era o quanto a morena era devota. Jane andaria em cacos de vidro sorrindo, apenas se fosse para fazê-la feliz também. E parecia que ela estava passando justamente por isso: agora ela já não estava andando, mas correndo em disparada num percurso em que havia cacos, e pedras e espinhos. A insegurança sendo responsável por motivá-la a seguir em frente, contemplando entre tropeços e cortes a meta de ser boa o suficiente para Maura. Jane estava machucada? Tentando competir com o fantasma de Jack? O amor Maura não era nítido o suficiente? O que embaçava sua presença, então? Ela estava certa de que já não sentia nada pelo homem, nunca mencionava seu nome, já nem o considerava pai do bebê. Não, ele era apenas a fonte, o doador. O que Jane precisava para enxergar claramente?

Maura teria que descobrir. O bombardeio de questões a deixava triste. Ela não queria chorar, não de novo, então ela usou do humor para espantar as lágrimas.

'Uau, você acabou de dizer as palavras certas para levar qualquer mulher para cama.' E ela riu suavemente.

Jane a acompanhou na risada e encolheu os ombros. 'Eu não quero levar você para cama.' Uma pausa. 'Quer dizer...' Ela se engasgou.

Maura virou o rosto para olhar para ela, numa expressão de choque e diversão enquanto a morena tentava em vão esconder o rosto em seu pescoço. 'Jane!' E ela riu divertida. Depois ficando séria, ela estudou o rosto envergonhado e vermelho de Jane, e beijou sua bochecha. 'Você não precisa ficar me cortejando para me levar para cama. Você já me tem.'

Se Maura tinha achado a expressão vergonhosa de Jane engraçada, ela nem poderia comparar à de agora. Apenas sorrindo, ela estudou o choque estampado no rosto da morena. É claro, Jane já tinha passado da cor vermelha para roxa. Depois de um longo minuto de silêncio constrangedor - para Jane - Maura perguntou quase em dúvida.

'Você me quer?' A voz não era provocante, mas soou sexy aos ouvidos de Jane.

'Eu... Bem, claro. Quero. Mas...' Ela se atropelou nas palavras.

Ocorreu a Maura que talvez fosse aquilo que faltava.

'Quase me esqueci.' A loira sorriu e voltou o corpo de frente para Jane. 'Você diz preferir as ações.' E com um movimento sutil e delicado, ela abriu o sutiã e deixou que ele caísse de seu corpo. Agora já mais confiante com as mudanças que estava passando, a loira segurou com suas mãos as de Jane que ainda estavam em sua barriga, e subiu uma delas para seu seio, deixando a outra sugestivamente perto da bainha da calça. A morena arfou. As mãos dela estavam tremendo, Maura podia sentir, e se ela fosse honesta, as suas também estavam.

'Maura.' A morena sussurrou, parecendo insegura.

'O que você quiser Jane. Apenas não aperte com força. Eles estão doloridos.'

'Deus.' A morena encostou a testa no ombro da loira e depois de respirar, beijou o pescoço exposto. As mãos de Maura ainda estavam sobre as suas e a médica parecia estranhamente calma, sob controle.

'Pegue o que quiser.' Maura sussurrou e sentiu Jane pressionando suas mãos em suas costas, trazendo-a gentilmente para frente.

'Eu não quero tirar nada de você, Maura. Eu só quero acrescentar.' Ela sussurrou no mesmo tom de voz, sentindo seus lábios roçarem com o da loira.

Maura sorriu gentilmente e beijou seus lábios. 'Eu sei. É por isso que invisto minha felicidade em você.' Ela disse enquando Jane a deitava com cuidado na cama.

'E o retorno tá valendo a pena?' Jane brincou enquanto corria as mãos pela cintura da loira, beijado seu queixo em seguida.

'A maior porcentagem que já obtive desde muito tempo.' Ela devolveu com uma risada e acariciou o cabelo negro da outra. 'Nós não temos que fazer isso hoje, se você não se sentir confortável. Eu só quero que você saiba que -'

'Eu quero.' Jane a interrompeu. 'Eu sempre quis, no fundo.' Ela confessou e sentir o rosto corar depois de revelar um segredo que permaneceu enterrado por tantos anos. 'Eu esperava que... quando eu estava grávida, eu esperava que meu bebê fosse nos unir.' Jane riu consigo mesma, porque agora o pensamento parecia ridículo - primeiro ela machucara Maura ao considerar aceitar o pedido de casamento de Casey, e depois criara a infantil esperança de que, como se num conto de fadas, aquela criança fosse a chave para finalmente transformá-las num casal.

'Ah, Jane...' Maura arfou, segurando carinhosamente o rosto da morena. Ela sabia que a detetive não tinha superado completamente a perde daquele bebê - ainda que não tocasse muito no assunto. Que mulher superaria por completo, de qualquer jeito? Maura mal podia se imaginar sem aquele feto crescendo dentro de si, agora.

'Mas todas essas coisas me levaram à você, no final. Isso é o que importa.' Ela deu de ombros como se aceitasse o destino, contente.

Maura empurrou-a gentilmente e fez com que ela deitasse sob si. Sua barriga, agora evidente, pressionou levemente a de Jane quando ela se inclinou para beijar docemente os lábios. 'Sabe de uma coisa? Não foi esse bebê que nos uniu.' Ela bateu de leve na própria barriga e se apoiou com o braço de novo na cama. 'Não seria o seu também. Sabe por quê, Jane?'

A morena arregalou os olhos, não entendendo muito bem a linha de raciocínio de Maura.

'Porque embora as circunstâncias tenham sido... peculiares, vamos colocar assim, elas não foram duradouras.' Ela colocou uma mecha de cabelo preto atrás da orelha da outra e continuou. 'Tudo o que nos atingia em particular, no seu caso Casey e o bebê, e no meu caso Jack e agora o bebê... Isso já passou. O que me faz querer ficar ao seu lado são essas borboletas no estômago toda vez que vejo você entrar pela porta de casa. Seu cheiro de manhã quando acordo. O modo como você me abraça e me protege. Coisas que você me dá, e ninguém nunca ofereceu. Com bebê ou sem bebê, eu tenho certeza que acabaria ao teu lado.' Ela soriu docemente e passou o polegar sobre os lábios de Jane.

A morena tinha o cenho franzido. Ela inclinou levemente a cabeça para o lado e questionou. 'Você acabou de dizer borboletas no estômago? Ok, quem é você e o que você fez com a minha Maura?' Ela fez uma careta quando sentiu um soquinho atingir-lhe o ombro. 'Ela jamais usaria essa metáfora!' Ela se explicou.

'Jane, sério? Eu acabei de abrir metaforicamente meu coração para você, e é isso que você diz?' Maura riu divertida e beijou a bochecha da mulher.

'Ah, ainda bem. Aí está você de volta.' Ela riu e acariciou o rosto de Maura, mas depois de um tempo sua risada morreu no ar, e a seriedade tomou seu lugar. 'Você acha mesmo que nós precisávamos passar por todas essas situações difíceis para nos encontrar?'

Maura deu de ombros. 'Alguém disse uma vez que às vezes entramos num furacão para que ele possa nos atirar na direção certa.'

'Isso parece frase de livro barato.' Jane provocou, torcendo os lábios para mostrar deboche.

Maura virou os olhos e suspirou, irritada - falsamente - com a provocação da outra. 'O importante é onde nós estamos agora.'

Jane abriu um sorriso e concordou com a cabeça. Em seguida, um olhar brincalhão cruzou seu rosto e ela disse antes de jogar Maura de volta para a cama. 'E o que eu vou fazer com você.'

A gargalhada que escapou dos lábios de Maura foi abafada assim que Jane colou seus lábios no dela.

...

Maura dançou sobre os pés na cozinha enquanto preparava um sanduíche para o café da manhã. A não-grávida-Maura jamais aprovaria pasta de amendoim e geléia, mas a grávida-Maura... Era sua refeição preferida (pelo menos na última semana). Ela lambeu a gélia doce delicadamente do dedo e sorriu com a lembrança da noite anterior. Doce. Era essa a definição do que tinha acontecido entre ela e Jane na noite anterior. E agora Maura se sentia leve - mais amada do que nunca. Ela riu consigo mesma ao lamber o segundo dedo, lembrando-se de como Jane parecia tão certa de si, e depois tão boba apaixonada; duas facetas da morena que a médica jamais poderia adivinhar.

Ela deu um pulo quando sentiu as mãos da morena deslizar na sua cintura. Um beijo foi plantado em sua nuca assim que Jane segurou seu corpo contra o dela.

'Não era minha intenção te assustar.' Ela sussurrou e riu em seguida. As duas passariam o dia todo sorrindo assim? 'Eu me sinto mal em te deixar aqui.' Ela suspirou e colocou a mão no bolso da calça ao passo de que Maura se virava para ela.

'Por mais que eu aprecie sua preocupação... Não há necessidade, Jane. Eu não sou mais uma adolescente que precisa ser reafirmada depois de uma relação sexual.' Ela se levantou nas pontas dos pés e beijou os lábios da morena.

A morena revirou os olhos e sentiu a bochecha corar. 'Não é apenas por causa disso...' Ela jogou o cabelo para trás e suspirou. 'Eu pensei que eu poderia me beneficiar de alguns sanduíches também.' Ela agilmente pegou o sanduíche que Maura tinha feito - ao mesmo tempo que plantava um beijo na bochecha da outra - e se afastou antes que a médica pudesse perceber o roubo cedo demais.

Jane levantou o braço com seu prêmio - Maura abriu a boca, perplexa.

'Jane!' Ela gritou enquanto a morena pegava a chave do carro, um risinho estampado no rosto.

'Te vejo no almoço. Te amo.' Ela devolveu, convencida demais de que Maura lhe daria o troco mais tarde. E foi isso que manteve o sorriso durante todo o resto do dia: não importava que agora ela e Maura tinham finalmente avançado mais um passo - o mais íntimo de todos. Era realmente um alívio saber que elas continuavam as mesmas; que aquele fluxo de energia que a mantinha sonhando acordada ainda estava lá, agora mais forte do que nunca.

Era bom estar apaixonada e poder viver isso. Era bom notar que o amor era recíproco. Era bom, também, saber que embora tenham ingressado numa relação que exigia o maior comprometimento - afinal de contas, uma criança estava envolvida - a leveza que as rodeava considerando-as como um casal nunca fora tão reconfortante. Era simples estar numa relação uma com a outra; a vida de repente, desde Paris, tinha se tornado mais fácil. Não é como se os problemas tivessem desaparecido - Maura ainda sentia nos ombros o peso a morte de Susie, ela ainda se preocupava com a reação de Jack ao saber da criança - mas ter o apoio e amor de Jane ao seu lado lhe dava a força que ela precisava.

Ela suspirou feliz e correu as mãos pela barriga. Se primeiro ela duvidava que aquele bebê pudesse trazer qualquer outra coisa, menos felicidade, agora ela sabia que uma vez estivera completamente enganada. Ela sentiu aquela sensação dentro da barriga - parecia o bater de asas de uma borboleta - riu deliciada com o bebê que se mexia discretamente e murmurou. 'Não é minha culpa se você tá com fome. Sua outra mãe roubou meu sanduíche!'

Ela se sobressaltou quando a campainha da porta tocou. Revirando os olhos, ela imaginou que Jane tinha esquecido todas suas coisas, a começar pela chave. Ela passou os olhos na mesa de canto procurando por indícios da morena ali, mas não encontrou nem chaves, nem a arma, nem a carteira. Franzindo o cenho, e certa de que encontraria Jane ali, ela abriu a porta pronta para dizer seu nome e tentar uma piada em seguida, mas as palavras se perderam imediatamente quando ela reconheceu uma outra pessoa ali.

'Hope.'


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