Death Note, Another Chance escrita por Tio Thi


Capítulo 9
Baile de Máscaras - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, meus leitores. Estavam com saudades de mim? Pois eu morri de saudades de vocês! hahahaha
Minha vida(na faculdade) está ficando cada vez mais difícil. Parece que a cada dia que passa e o ano se aproxima do fim, parece que surge mais e mais trabalhos para serem feitos, é horrível isso! HAHAHAHA Eu finalmente adiantei esse capítulo para focar nos meus estudos. Peço desculpas por mantê-los curiosos até o mês que vem, mas também peço a compreensão de vocês. Tio Thi está cheio de tarefas que precisam ser feitas! :(

Minhas férias começam mais ou menos no início de dezembro (lá pra dia 8 ou 9) então depois disso, eu vou poder focar no último capítulo sem peso na consciência olha que demais! HAHAHAHA

Bom, agora sobre esse capítulo... Como eu disse, nada é fácil e bom, eu já havia dito para vocês que personagens morreriam. Eu espero que vocês saibam trabalhar o desapego porque o número de mortes nesse capítulo surpreendeu e vai surpreendeu no próximo também! hahahaha
Espero que apreciem a leitura e curtam do desfecho que estou dando para a história.

Ah e só mais uma coisinha... Caso você encontrem algum errinho de ortografia(vírgulas a mais ou a menos, pontos fora do lugar, etc...) me avisem para eu consertar, combinado? Obrigado! Beijocas ♥



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Olhar cabisbaixo, expressões fúnebres e uma desesperança aguda. Era isso que dizia o rosto de Curtis Prime, depois de quase perder seu irmão num ato louco e insensato da mulher conhecida como Viúva Negra. Kristoff não sabia dizer o que, de fato, aconteceu naquela noite, ele apenas sentiu seu corpo ser lançado para longe do depósito, antes que tivesse a chance de adentrá-lo. Era como se algo ou alguém lhe salvasse da explosão. Madeleine surtou quando soube do ocorrido com seu neto, mas apesar do susto, tudo estava bem... Até o momento!

Depois do incidente no depósito de Harlem, a mídia permaneceu por semanas comentando sobre o caso. Várias matérias sensacionalistas foram comentadas em canais da TV aberta, e em alguns jornais locais. Uma emissora de televisão em particular, foi ainda mais longe, e disse que aquilo era prova de que o fim do mundo estava próximo, e que todos deveriam buscar a luz para se salvar. O atual presidente dos Estados Unidos emitiu uma nota dizendo “A ameaça foi contida. Meus pêsames para as famílias que perderam entes queridos na operação. Que Deus possa confortar seus corações.

No entanto, apesar de semanas terem se passado, Layout acreditava que a assassina não apenas estava viva, mas como planejava algo ainda maior. Depois de analisar e ouvir toda a teoria que L desenvolveu, Alex também parecia crer naquela hipótese.

Zero, onde mesmo você disse que a assassina foi encontrada pela polícia? ㅡ o detetive parecia querer traçar todo o trajeto da mulher, achava que ela poderia ter deixado algo para trás que eles pudessem usar contra ela.

Ela foi encontrada numa pequena cidadela ao lado do corpo de um homem identificado como Joel Johnson. Pelo que consta nos dados da polícia, ele foi baleado. ㅡ informou Zero, tentando descobrir mais informações a respeito daquele fatídico dia, até que ele encontrou algo que L poderia se interessar.

L, pelo que está escrito no boletim da polícia. O senhor Johnson está internado, já não corre mais risco de vida, ele está vivo! ㅡ revelou o hacker, tentando entrar nos computadores centrais da polícia local a fim de descobrir qual o hospital que o homem estava internado.

Layout sentia-se frustrado por ter perdido o apoio dos Estados Unidos. O presidente recusava-se a acreditar que a mulher podia estar viva. Parte daquele pensamento era fruto do medo e dos discursos de ódio que ele receberia de seus eleitores se soubessem que, depois do incidente do depósito, a assassina podia estar viva. Por conta dessa preocupação, o detetive estava sozinho na jornada para descobrir a verdade. Não tendo mais apoio do governo, L se viu obrigado a invadir computadores e sistemas governamentais na intenção de descobrir o paradeiro da mulher o mais rápido possível.

O ano chegava ao fim, e como sempre, o inverno vinha ao encontro dos norte-americanos. O ar gélido invadia as casas, juntamente com uma camada densa de neve que cobria todo o telhado e as calhas. Crianças formavam anjos no chão, que sujavam parcialmente suas roupas. Scarlett trajava um sobretudo rubro igualmente a cor de seus cabelos. Sentada em frente ao Parque Central de Manhattan, ela observava os meninos brincarem em meio a extensa camada de neve que preenchia todo o parque. Uma lúgubre lembrança apoderou-se de sua mente, enquanto assistia os flocos de gelo caírem do céu.

No dia do seu aniversário de dez anos, também estava nevando, e tudo o que ela queria era brincar com as outras crianças no lado de fora da sua casa. Contudo, seu pai lhe trancou em casa, dizendo que tinha um presente inesquecível para ela. Scarlett lembrava-se do momento em que ele fechou a porta atrás de si e a agarrou, retirando toda a sua roupa. A menina gritava constantemente, mas sua mãe ainda não havia chegado em casa, e as pessoas não conseguiam ouvir do lado de fora da casa.

Uma bola de neve acertou sua perna esquerda e fez a morena, -agora ruiva- despertar de suas lembranças sombrias. A criança aproximou-se dela e lhe pediu desculpas com uma expressão de culpa em sua face. Scarlett sorriu para ele e acariciou sua cabeça.

Uma lágrima rolou de seu olho esquerdo, e foi suficiente para fazê-la secar seu rosto se levantar do banco. Ela tinha planos para o réveillon e o caderno de prata seria o grande anfitrião da virada do ano.

Então ela ainda está viva? ㅡ Curtis encarava Alex com uma expressão duvidosa, a confusão dominava sua mente. Ele sentia como se o amigo estivesse escondendo coisas dele, como se tivesse agindo por conta própria, e de fato, Alex não contara sobre a aproximação que teve com L.

Sim. ㅡ respondeu friamente sem o menor prazer de confirmar aquela dúvida. O loiro tinha tanto medo quanto o amigo. Alex não conseguia nem pensar na hipótese de ver Curtis, ou qualquer um da família Prime, morto. Ele sorria para o moreno, otimista.

Apesar de ter a sensação de estar sendo enganado, Curtis jamais seria capaz de ser grosso ou rude com Alex. Os dois eram amigos há anos, e assim como toda a amizade que resiste a força do tempo, eles iriam perecer. Era assim que Curtis preferia pensar.

Deitado em sua cama, o moreno estava seminu, vestindo apenas a cueca. Ele não se importava em estar quase desnudo na frente de seu amigo, afinal, ele perdeu a conta de quantas vezes trocou de roupa na frente de Kristoff. Alex, tímido, focava seu olhar nos olhos castanhos dele, ignorando completamente a falta de roupas do amigo.

Tenho a sensação de que tudo está para acabar... Sente isso? ㅡ questionou Curtis, curioso. Ele sentia que algo ia acontecer, mas ainda não sabia definir se era bom ou ruim. Takarashi prestava atenção na conversa, e sempre que o loiro lhe olhava ele mostrava o dedo do meio.

Seja mais educado, Takarashi! E eu também sinto isso, Curtis. ㅡ repreendeu firmemente o shinigami, mas logo voltou a atenção ao amigo e sua voz falhava em alguns momentos. Seu coração parecia bater devagar, a respiração aos poucos ia se cortando. Diferente do amigo, Alex tinha uma sensação horrorosa do que podia acontecer. “Acho que o que está por vir, é algo que ninguém poderá imaginar.” refletiu. Ao contrário de L, ele admitia quando não sabia o que fazer. Tudo o que eles tinham a respeito da mulher já havia sido usado, e depois do incidente do depósito, só lhes mostrou que ela seria capaz de qualquer coisa para eliminá-los “Aquela brincadeira com batons quase levou a vida de Kristoff”, pensou.

Hayako despedia-se da garota que saía de seu apartamento às pressas. Assim que ele fechou a porta e entrou, percebeu que Jeremiah já havia voltado para casa. ㅡ Ainda pegando mulheres casadas? Você não muda mesmo. ㅡ recriminou-o, e antes que o amigo tivesse a chance de se defender, ele pegou o controle e ligou a televisão. Jeremiah assista a todos os noticiários desde o incidente do depósito, ele também achava que a assassina podia estar viva. Afinal, ele viu alguém encapuzado próximo ao local momentos depois da explosão.

Ela também me queria. Foi uma troca de interesses. Ah! Não vai me dizer que você vai assistir isso de novo? ㅡ questionou, olhando para o ruivo. Ele recusava-se a acreditar que o amigo continuaria naquela hipótese de que a assassina podia estar viva. ㅡ Você sabe tanto quanto eu que ela explodiu naque- ㅡ Hayako foi cortado por uma resposta rápida e rude doe Jeremiah.

E você sabe tão bem quanto eu que vimos alguém encapuzado a alguns metros de distância. Não conseguimos ver o rosto, mas foi muito suspeito. ㅡ retrucou, sem respirar. O ruivo teve que normalizar a respiração ofegante depois de falar sem pausa. Incrédulo, o moreno apenas respondeu com a cabeça positiviamente. Se o que ele dizia era verdade, a mulher poderia estar em qualquer lugar do mundo, ou pior, embaixo do nariz deles.

Temos que tomar cuidado. ㅡ alertou Jeremiah.

Caminhando em direção a sua casa, Alex percebeu que o celular dado pelo detetive, tocava dentro da bolsa.

Diga. ㅡ falou

Preciso de você aqui agora! X irá te buscar no local de sempre. ㅡ indagou L, sem nenhuma animação no seu tom de voz.

Estou indo para lá. ㅡ confirmou Alex, desligando o telefone. Ele, Curtis e todos os alunos do Village Community School teriam exames finais na última etapa do ano. Contudo, diferente de Curtis e da maioria dos outros alunos, Alex não precisava estudar dias antes para garantir notas altas. “Eu só queria dar uma revisada na matéria, maldito L.”, pensou. Mas ele teria problemas maiores do que os exames de seu colégio.

Se aproximando do beco –que já era ponto de encontro- Alex aguardava X. A mulher se aproximou calmamente com a caminhonete, mas algo estava diferente. A placa do carro não estava mais tampada, e assim que Alex entrou no carro pediu a venda para que ele cobrisse seus olhos. No entanto, a garota relutou e disse que não era mais necessário. Sem entender, Alex apenas assentiu com um movimentar dos ombros e ambos foram até o apartamento de L.

Assim que chegaram, Vex e Alex desceram do carro em foram em direção ao apartamento. Como o garoto ficou sem as vendas dessa vez, por puro acidente, ele conseguiu memorizar todo o percurso que a mulher dirigiu até chegar no local. Sem bater na porta, eles entraram no apartamento. Zero estava apreensivo, ele digitava rápido nas teclas do computador, como se estivesse procurando algo. L encarava Alex com um semblante sério, sua expressão de imponência e tranquilidade simplesmente desapareceu.

Saiu o resultado da autópsia das cinzas encontradas no depósito. ㅡ seu tom de voz era rígido, o detetive estava visivelmente incomodado. Layout esticou a mão com o resultado do exame e entregou ao loiro. Alex ainda sem entender pegou o papel das mãos dele e ficou boquiaberto com o que via.

Você enviou isso ao presidente? ㅡ questionou, preocupado. Aquela era uma prova irrefutável de que a mulher estava viva.

Eu mostrei para ele. Mas me disse que estou criando teorias porque não consigo admitir o próprio erro. ㅡ e essa era o motivo da irritabilidade de Layout, o exame nas suas mãos comprovavam que o corpo que havia sido carbonizado no depósito era de Louise Fontana, uma milionária que residia em Manhattan. Apesar de um pouco semelhantes, o rosto de Louise e da assassina eram bem distintos, mas o presidente simplesmente ignorava aquilo e tudo para não admitir ao seu povo que a ameaçava ainda rondava a cidade.

Zero conseguiu localizar o hospital onde Joel está internado. Pensei em irmos fazer uma visita a ele.ㅡ intimou o garoto, sorrindo para ele. Alex mordeu o lábio inferior, haviam tantas contradições naquele plano que ele não sabia se o detetive estava brincando ou falando sério.

Antes que ele pudesse começar a questionar, L esclareceu todas as dúvidas.ㅡ Temos identidades falsas, não se preocupe. Seremos primos de primeiro grau dele, Zero já nos inseriu na lista de familiares de Joel nos computadores do hospital. ㅡ explicou calmamente enquanto olhava para o hacker apenas para confirmar.

Alex ficou boquiaberto, ele sabia que L era impressionante, mas aquela rapidez para pensar em planos era quase sobre-humana. Abriu um sorriso no canto de seus lábios e acenou positivamente. O plano de Layout era cobrir seu corpo e de Alex com maquiagem para que eles ficassem da cor morena de Joel. Tímido, Alex pegou o pote de máscara de tom e se dirigiu até o banheiro, ele não pretendia ficar despido na frente de “desconhecidos”. L pediu para que Vex fechasse os olhos por alguns segundos e rapidamente passou a maquiagem nas partes de seu corpo que ficaria expostas; mãos, pernas, braços, rosto, pescoço etc…

Alex saiu do banheiro segurando o riso por entre os lábios. ㅡ Estou horrível. ㅡ comentou, olhando para seu corpo todo manchado de tinta. Layout abriu um pequeno sorriso, ele gostava do bom humor do garoto. Os dois desceram do apartamento e foi direto para a caminhonete de Vex. Layout pediu para que ele continuassem no apartamento e conectados em todas as mídias possíveis, qualquer nova informação seria de extrema importância.

Layout dirigia calmamente a caminhonete, enquanto Alex buscava mais informações a respeito do caso do depósito. Alguns internautas também acreditavam na possibilidade da mulher estar viva e deixavam isso claro em postagens públicas em redes sociais disseminando teorias de conspiração e até que o presidente podia ser um possível aliado da assassina. ㅡ A imaginação dessas pessoas me assusta.ㅡ comentou, Alex, lendo as publicações.

Chegando no hospital, Layout fez um sinal para que Alex colocasse a peruca de uma vez. Assim, os dois saíram da caminhonete indo em direção a recepção da clínica. L mostrou as identidades para as enfermeiras que cuidavam das identificações dos visitantes. Alex fazia expressões nervosas e preocupadas, era mais uma tática para que a falsificação deles parecesse ainda mais verossímil. Depois das enfermeiras finalmente lhes concederem o passe, Layout e Alex entraram na sala privada de Joel. Antes de adentrarem, ele pediu privacidade para as enferimeiras, dizendo que era assunto familiar.

Quem são vocês?ㅡ questionou Joel, forçando sua vista para conseguir ver os rostos com mais clareza.

Somos amigos e precisamos conversar. ㅡ informava Layout, sentand0-se na poltrona de frente para a maca do homem de idade. Alex preferiu ficar de pé, tomando nota de tudo o que era dito.

Desconfiado, Joel pensou em acionar o botão de suas mãos e chamar as enfermeiras e acabar com aquela farsa, mas antes que ele pudesse pensar nessa hipótese, L dizia que não era uma boa ideia. ㅡ É sobre ela. ㅡ revelou o detetive, olhando no fundo dos olhos do homem. Joel arfou preocupado. “Será que ele está falando mesmo da Scarlett? O que aconteceu com ela?” refletia;

Estou ouvindo. ㅡ respondeu seco.

Ela é uma assassina, Joel. Precisamos dete...ㅡ antes que L pudesse continuar a frase, eis que Joel, com muito esforço, se sentou no maca e apontou o dedo indicador na direção do detetive.

Você não sabe nada a respeito dela. Eu pude ver seus olhos. Eu ainda via luz. ㅡ respondeu agressivamente, olhando no fundo dos olhos de Layout. Aparentemente, o detetive não era o único que conseguia definir as pessoas pelos olhares.

Sorrateiramente, Alex se aproximou de L e sussurrou em seu ouvindo, dizendo que Joel possivelmente sabia o nome verdadeiro dela. Antes de tomar uma decisão, o detetive analisou a situação e sorriu na direção do homem que estava na cama.

Você é um bom homem. Vejo isso nos seus olhos. Tem muita honra e respeito, admiro isso. ㅡ comentou, sorrindo na direção de Joel. O homem, apesar de desconhecer a existência de L conseguia sentir que ele era uma pessoa justa e de poder e, aparentemente, estava atrás de Scarlett.

Layout levantou-se da cadeira e caminhava em direção a porta quando foi interrompido novamente pelo homem.

Ela é inocente. É só uma criança que sofreu demais. Deixe-a em paz. ㅡ suplicou.

Não sou eu que decido isso, sinto muito, Joel. ㅡ respondeu, despedindo do seu do homem com um aceno. Alex acenou simpaticamente e ambos saíram do quarto onde o grisalho estava internado. Sentindo-se um imprestável, tudo o que Joel queria era poder avisar que pessoas estavam atrás dela. “Se cuide.” pensou, desejando que a garota pudesse se safar.

Nós podíamos tê-lo obrigado a falar o que sabia...ㅡ falou Alex, tentando entender porque L desistiu com tanta facilidade.

Eu sabia que iria falar isso. Sabe Alex, algumas pessoas falam apenas com os seus olhares.ㅡ respondeu L, entrando na caminhonete. O loiro subiu no banco do carona, ele tentava entender a frase do detetive.

Vi nos olhos dele que não importava o que fizéssemos, ele jamais entregaria a assassina. ㅡ explicou, pisando no acelerador e voltando para o apartamento. “A única coisa que eu não entendo é; por quê? O que será que aconteceu com essa mulher? Preciso encontrá-la o mais rápido possível”.

Uma estranha sensação de estar sendo observada invadiu a mente de Scarlett, mas ela não se incomodava. ㅡ Consegui fazer o mundo inteiro, até mesmo o presidente dos Estados Unidos, acreditar na minha morte. ㅡ desabafava, olhando seu reflexo no espelho da cabeceira. A mulher escrevia duas cartas especiais e, novamente, selou seus lábios no papel marcando-o com batom. Contudo, dessa vez, a cor era verde, que significava vida, esperança e vitalidade. A morena estava com um ar pesado, como se estivesse arrependida com o que estava prestes a acontecer. Mas ela sentia que era o certo a ser feito, Scarlett já não vislumbrava esperanças, na verdade, a falta de alguém para conversar lhe afetava fortemente.

Seus olhos já não tinham brilho, a razão de matar Fênix já não era tão forte, mas ela sentia que devia terminar o que começou. A morena passou horas escrevendo detalhadamente os acontecimentos da noite mais badalada do ano, a véspera de ano novo.

Será uma noite inesquecível. ㅡ prometeu.

Madeleine ouviu o soar da campainha e caminhou em direção a porta para ver quem chamava. Arregalou os olhos ao vislumbrar Schneider Knight, o primeiro ministro, na porta de seu apartamento. Gentil e educada, ela convidou o homem para entrar e tomar uma xícara de chá quente que era sua especialidade. ㅡ Onde estão os meninos, Curtis e Kristoff? ㅡ perguntou o homem grisalho friamente. Seu tom de voz era mórbido, sem vida, como se não quisesse estar ali.. Apesar da visita inusitada, Madeleine decidiu chamar Curtis no quarto, afinal, Schneider era amigos dos pais dos garotos há anos.

Curtis teve a mesma reação que sua avó ao ver o primeiro ministro sentado na mesa de jantar, ele coçava a cabeça sem entender o que acontecia. ㅡ Olá, Curtis. Sente-se aqui! Preciso conversar com você. ㅡ Schneider tentava impulsionar sua voz, mas ainda sem emoção, parecia apático ao todos ao seu redor. Mesmo estranhando, o garoto decidiu sentar ao lado do grisalho e ouvir o que ele tinha a dizer. O homem encarava o moreno diretamente, ele sequer disfarçava que estava observando-o.

O que o senhor quer? ㅡ questionou Curtis, com uma leve irritabilidade em sua voz. Aquilo fez Schneider soltar uma risada por entre os lábios, afinal, o garoto tinha o mesmo espírito inquieto e impaciente do pai.

Vim trazer um convite VIP para você e toda a sua família. Darei um baile na última noite do ano. Faço questão da presença de vocês. ㅡ revelou oferecendo o convite para Curtis e Madeleine.

O garoto e sua avó se entreolharam, mas decidiram pegar o convite das mãos do homem, a recusa podia ser considerada falta de educação.

Todos os representantes do governo estarão lá. E também... Faremos um tributo a Steve e Cornelia Prime! ㅡ o primeiro ministro soltou a informação, olhando atentamente para o garoto. Curtis engoliu a seco, mas não se intimidou, continuava a ouvir o homem, enquanto Madeleine sentia algo estranho que nem ela sabia explicar. Schneider não sentia um pingo de remorso por ter mandado assassinar os pais dos garotos. Na verdade, para ele, aquele tributo era só mais uma forma de zombar da família Prime.

Será um baile de máscaras. Quero ver todos vocês a caráter. Ah, e claro, eu não podia deixar de comentar...ㅡ explicava o grisalho, se levantando da mesa de jantar.

Todo o evento será filmado e passaremos um caderno prateado por todos os convidados para que assinem seus nomes. É só para desejarmos que todos tenham um excelente e próspero ano. ㅡ revelou, abrindo um sorriso na direção de Curtis.

Vamos pensar a respeito, senhor Knight. Muito obrigada pelos convites! ㅡ agradeceu Madeleine gentilmente. Por um instante, Curtis arrepiou-se ao ouvir a palavra “caderno” sair da boca do primeiro ministro, mas não podia haver conexão com os ‘cadernos da morte’. Pelo menos era isso o que ele achava.

Descendo pelo elevador do edifício onde Curtis morava, Alex cruzou com Schneider no térreo, o loiro percebeu uma estranha vermelhidão nos olhos do grisalho e um semblante de pura apatia. “O que o primeiro ministro veio fazer aqui?” refletiu, pensativo. Alex não pretendia passar no apartamento de Curtis aquela hora da noite, mas depois de ver o político descendo do prédio, ele precisava conferir para saber se estava tudo bem. Subiu pelo elevador e tocou a campainha, abraçando fortemente Madeleine quando ela abriu a porta.

Curtis está? ㅡ perguntou Alex.

Sim, meu amor. Ele tá no quarto. Vai lá. ㅡ respondeu Madeleine, sorrindo para o loiro. De todas as companhias e amizades que seu neto poderia ter, a senhora Bell acreditava que Alex era o melhor amigo que Curtis poderia encontrar.

Mesmo depois de anos, Alex insistia em bater na porta e não recusar as formalidades da educação. Sorriu para o moreno ao abrir a porta e adentrou no quarto sem demora. ㅡ Schneider esteve aqui? O que ele queria? ㅡ Alex era direto e questionou firmemente. Sentou-se na cadeira do computador encarando Curtis.

Ele veio me oferecer convites VIP’S pro baile de máscaras que vai rolar no final do ano. Tem convite pra todo mundo daqui. Ele também disse que vai fazer um tributo aos meus pais...ㅡ Curtis já não se importava em tocar naquele assunto, sua piromania era seu “refúgio”, o “conforto” de lidar com a morte de seus pais.

Quando Alex parecia estar satisfeito com as informações, Curtis completava falando mais sobre o evento.

Ele também disse que o evento será filmado e que um caderno de prata vai passar pra todos os convidados assinarem os nomes. Acho que é uma dessas orações de fim de ano, sabe? ㅡ Curtis explicava inocentemente, ele parecia não perceber o perigo contido naquela informação. Alex juntou as peças e o resultado foi devastador…”Primeiro os olhos vermelhos e agora, caderno de prata?” O loiro tentava racicionar, mas sua mente estava uma verdadeira loucura. No entanto, mesmo com tudo a se pensar, Alex preferiu não deixar nítido para o amigo, tudo deveria parecer sob controle.

A televisão do quarto de Curtis estava ligada num canal qualquer da TV aberta, contudo, a atenção dos garotos foi roubada por uma chamada do governo. Era Schneider convidando todos os moradores da cidade de Manhattan para se deliciar e se divertir em sua enorme e milionária festa de fim de ano, as pessoas mais importantes da política estariam presentes. “Um caderno prateado que iluminará a sua vida rolará pela festa para que você assine seu nome, e tenha um ano brilhante…” O comercial havia se encerrado com aquela frase, e isso fez Alex começar a tremer, a resposta era óbvia, estava tudo conectado.

Aconteceu alguma coisa? ㅡ questionou Curtis, olhando para o amigo. O moreno não sabia ao certo o que incomodava o loiro, mas tinha a forte impressão de que eram as provas dos exames do colégio.

Alex se for sobre os exames, você sabe que já passou sem nem precisar fazê-los. Não precisa ficar com essa cara.ㅡ tranquilizou o amigo, sorrindo na direção dele. Contudo, Curtis apesar de não parecer, também havia percebido uma sutil inclinação para uma armadilha.

Eu não quero saber nada a respeito disso, Alex. Eu só não abri mão do meu caderno por medo que alguém possa ferir a minha família e a você… Não quero mais me meter nisso. E como prova disso, eu estarei naquela festa e honrarei o tributo aos meus pais! ㅡ Curtis interrompeu o loiro antes mesmo dele começar a falar.

Ele sabia exatamente o que Alex iria sugerir; que tudo aquilo não passava de uma armadilha, que havia grandes chances haver um enorme massacre, mas o moreno parecia não se importar mais consigo. Depois de tudo o que lhe aconteceu, Curtis agia como se estivesse cansado de todos aqueles joguinhos contra L e a assassina, ele só queria que tudo tivesse um fim.

Num ato de loucura e insensatez, Alex se aproximou do amigo e o olhou no fundo dos olhos. Lágrimas rolavam por sua face, ele não conseguia conter o choro, tampouco explicar sua origem. Ele simplesmente aproximou seus lábios aos de Curtis e o beijou apaixonadamente, as línguas se encontraram, mas Alex “comandava” os movimentos do selar dos lábios. O beijo era repleto de volúpia e desejo ardente. As mãos de Alex acariciavam as mãos do amigo que parecia não resistir até o momento. O odor invadia as narinas do moreno, era o perfume adocicado que o loiro sempre usava quando ia visitá-lo. O beijo era delicado, suave e, ao mesmo tempo, feroz e voraz. Era como se os dois estivessem esperando por aquilo há anos. No entanto, numa súbita reação de espasmo -susto- , Curtis se afastou do loiro, enrubescido. Alex sequer olhou para trás, abriu a porta do quarto e correu em direção a saída, descendo todos os andares do edifício pela escada até chegar ao térreo. Curtis tentou correr atrás dele, mas o garoto era rápido demais. ㅡ Alex...ㅡ suspirou Curtis, tocando seus lábios com os dedos.

O garoto chegou em casa com a respiração ofegante, teve que parar alguns segundos em frente a porta para acalmar sua respiração. Ele inspirava e respirava para tranquilizar seus pulmões e assim, restaurar o fôlego. Contudo, o que lhe tirou o ar não foi a corrida que fez até chegar em sua mansão, mas o beijo que roubou de Curtis. “Como pude ser tão estúpido? O que ele vai pensar de mim agora? Tudo bem, se acalme Alex. Você tem problemas maiores agora…” refletiu, pensando no convite que Schneider fez pessoalmente a família Prime. Ele sabia que o primeiro ministro tinha um relação amigável com os pais de Curtis e Kristoff, mas o homem nunca foi de frequentar a casa da família, mesmo depois da morte de Cornelia e Steve. “Tem alguma coisa errada”.

Alex cumprimentou seus pais e se desculpou por demorar tanto para chegar em casa, ele disse que estava na casa de Curtis. Teve que se controlar ao máximo para que sua mãe não percebesse o enrusbecer em sua face, suas mãos ainda tremiam pelo beijo intenso e apaixonante, mas ele não conseguia pensar em nada além do baile de máscara e da possível armadilha naquele evento. Dessa vez sua mente estava um turbilhão de pensamentos, sentimentos e emoções, ele não conseguia racicionar como normalmente fazia. Rapidamente ligou o computador e abriu uma chamada de voz com o computador de Zero, o hacker particular de L.

L você v... ㅡ A voz de Alex estava trêmula e ainda ofegante.

Acalme-se Alex! Sim, eu também vi a transmissão do baile de fim de ano. ㅡ revelou L, interrompendo-o. Ele tocava sua flauta no outro lado da linha.

E então? Vamos ficar parados tocando flauta? O que vamos fazer? Você tem qu...ㅡ sua voz era agressiva, Alex parecia cobrar do detetive mais comprometimento e seriedade com o caso.

Eu já disse pra se acalmar! ㅡ L brandiu um tom de irritabilidade que fez Alex se intimidar.

Acha que eu já não pensei nisso? Não adianta, o governo não está do nosso lado. Não temos como impedir que aconteça essa festa. ㅡ comentou, fechando a mão livre num punho.

Você sabe o que iremos fazer. ㅡ desafiou L, aguardando a resposta do loiro.

Irmos ao baile. ㅡ respondeu com medo de que aquela fosse a única opção.

Exatamente. E o primeiro que tiver a identidade revelada morre. Não é excitante?! ㅡ Ironizou Layout, pensando no que poderia resultar aquela armadilha.

Acho que estamos com a vantagem do nosso lado. Numa parte do comercial promovendo o baile, o ministro diz várias vezes, “se você está atrás de diversão, se você está atrás de agitação…” acredito que nosso alvo estará na parte detrás da mansão dele. ㅡ exemplificou, analisando todas as falas e as mensagens contidas nas entrelinhas de cada uma. “Essa garota é muito esperta, não posso negar. Mas o que ela realmente quer com isso? Ela acha que um contato direto resolve o problema? Acho que tem algo a mais nisso..” refletiu.

Então não tem outro jeito... Tudo bem, te vejo daqui há alguns dias. ㅡ despedia-se Alex com uma desanimação em sua voz. Ele não se sentia bem por estar indo direto para uma armadilha.

Não se preocupe, Alex. Nós vamos ficar bem. Mas me prometa que não importa o que aconteça, não tire a máscara! ㅡ Layout pediu num tom quase obrigatório, estranhamente, ele tinha uma relação fraterna com o garoto, como se fosse seu dever protegê-lo. Alex confirmou, desligando a chamada.

Jeremiah gravou o comercial do primeiro ministro e o assistia repetidas vezes, ele também percebeu uma inclinação para uma armadilha naquele evento. “caderno de prata, assinar nomes… Porque sinto que tudo isso não é por acaso?” questionou-se, tentando imaginar as reais intenções da assassina. Hayako estava deitado no sofá da sala, ele resmungava sempre o que o ruivo repetia aquele comercial, Jeremiah repetiu o vídeo 44 vezes.

Vamos a esse baile. ㅡ informou o palhaço, olhando para o amigo.

Qualquer coisa que faça você parar de repetir isso, mano. Que saco! E lá a comida é de graça né? Minha presença está garantida! ㅡ gargalhava Hayako, ignorando completamente o perigo e a seriedade da situação. Irritado, Jeremiah levantou-se do chão e deu um tapa na cabeça do moreno.

Ai! Qual foi...ㅡ resmungou Hayako, acariciando a região que o amigo bateu.

Pare de brincar! Acha que isso vai ser engraçado? Podemos ser mortos! Não ouviu o comercial? ㅡ pela primeira vez em anos Jeremiah foi tomado pela raiva e nervosismo. Aquilo fez Hayako perceber a seriedade da situação. “Cara, nunca vi o Je desse jeito. A coisa deve ser séria mesmo...” pensou.

Tenho a estranha sensação de que tudo vai ser resolvido se estivermos lá. ㅡ desabafou, sentando-se ao lado do amigo. Normalmente, Jeremiah pensava em, todas as opções para só então tomar uma decisão, no entanto, ele não precisou de muito tempo para se decidir.

Escolha a sua melhor máscara, Hay. Nós também vamos a esse baile. ㅡ indagou Jeremiah.

3 dias depois;

O dia amanheceu e feixes de luz invadiam o quarto de todos os desavisados que esqueceram de fechar as cortinas, Curtis foi um deles e acabou acordando com os raios de sol em seus olhos. O garoto levantou num pulo e fechou a cortina, bloqueando o sol. ㅡ Acorda dorminhoco! ㅡ falou Kristoff, terminando de se vestir. Curtis mesmo sonolento, percebeu que o irmão pretendia sair.

Aonde você vai? ㅡ questionou, coçando os olhos.

Vou no shopping comprar roupas. Eu também vou ao baile, Curtis. Se quiser, compro sua máscara.ㅡ informou Kristoff, calçando os sapatos. Curtis concordou com a cabeça, pensando no que iria vestir, sua mente ainda voava por causa do beijo de Alex.

Compra uma vermelha, se você achar. ㅡ pediu Curtis, com nenhuma disposição para sair de casa naquela manhã. Kristoff assentiu com a cabeça e saiu do quarto, indo para o shopping.

O primeiro ministro contratou o melhor designer de interior do país, ele cuidava da decoração do baile com excelência e sofisticação. Como pedido por Schneider, o decorador colocou uma enorme tela nas partes externas da mansão, segundo o político, a filmagem se passaria naquelas telas em tempo real, assim, quem estivesse do lado de fora da mansão poderia ver o que acontecia no interior. A introdução, a dança, o tributo ao senhor e a senhora Prime seriam realizados no hall de entrada da enorme mansão de Schneider, porém, ele abriu todo o seu jardim e o espaço nos fundos para que seus convidados se sentissem em casa.

A entrada da mansão foi decorada com várias pilastras de mármores reluzentes e, em cima das pilastras, havia jarros com as flores mais exóticas e caras que conseguiram encontrar. O âmbito do local era a realização da visão chique que Schneider queria que os seus convidados tivessem. Tudo havia sido muito bem calculado, medido e planejado, nada parecia estar fora do lugar. Havia um trono na parte central nos fundos da mansão, o político criou aquele local para que seus convidados pudessem tirar fotos “engraçadas e divertidas” sentados num trono repleto de ouro e diamantes encrustados em seu material.

O alarme do relógio tocou, soando os alto-falantes instalados no interior e no exterior da mansão, o baile havia começado! Aos poucos os convidados iam chegando, todos -a maioria- com traje a rigor do século XIX. Schneider celebrava a vinda de um novo ano, convidando a todos para se aproximarem da entrada da mansão.

Bem vindos, sejam muito bem vindos a minha humilde residência. Espero que se divirtam e não deixem cair as máscaras! ㅡ brincou, acenando para os visitantes que lhe davam atenção. A música era típica da época que era representada pelos trajes, a melodia clássica dava um tom mais vintage para a ocasião.

Uma mulher quebrou os paradigmas dos trajes de época adentrando ao evento com um vestido rubro e um decote exageradamente grande. Seus cabelos ruivos escarlates casavam perfeitamente com a cor intensa que seu vestido transmitia, seu rosto havia sido maquiado com atenção e ternura, seus lábios vermelhos fechavam a sintonia avermelhada de seu look. Por um instante, todos os homens do baile pararam para olhar para ela, porém, antes que seu rosto pudesse ser reconhecido, Scarlett colocou a máscara, escondendo sua face. Sem cumprimentar ninguém, a mulher caminhou em direção aos fundos da mansão, sentando-se no trono. Ela umedecia seus lábios enquanto admirava o céu estrelado, parecia estar esperando alguém...

Como planejado por L, Alex chegou pelo lado direito dos fundos da mansão, o garoto trajava uma roupa típica do século XIX com direito a gola de babado. Layout trajava uma roupa mais moderna e tecnológica, na verdade, sua máscara piscava e brilhava incessantemente, além de cobrir todo o seu rosto. Vex também vestia uma roupa de época, assim como Zero, que não parava de tentar acessar as câmeras de segurança da mansão de Schneider.

As câmeras filmaram o momento exato da entrada de Curtis e Kristoff Prime. Os irmãos eram recebidos com gracejos, abraços e acenos de todos os visitantes. Scarlett ignorava a entrada deles que era exibida na tela frente ao seu trono, ela preferia continuar a admirar o céu. Alex, L, Vex e Zero estavam atrás dos arbustos na parte direita do fundos da mansão do político.

Olhem! ㅡ sussurrou L, apontando para a mulher sentada no trono. Vex sugeriu para que eles atirassem naquele momento, porém Layout a repreendeu dizendo que eles deveriam ter certeza absoluta antes de sair atirando e chamando a atenção de todos os convidados do baile.

Essa é a nossa chance de acabar com tudo isso de uma vez por todas, vamos fazer direito! ㅡ o plano de Layout era apenas um, e apesar de haver vários buracos, ainda era o melhor que eles tinham. A equipe do detetive continuaria instalada atrás dos arbustos até a meia noite.

Depois das apresentações, Curtis e Kristoff foram abraçados em conjunto por Schneider Knight que parecia ter orgulho e mostrar os dois garotos para os convidados de sua festa. A câmera focava no rosto do político e Alex pôde perceber algo que pensou ter visto quando o viu sair do apartamento de Curtis. “Ele realmente está com os olhos vermelhos…” refletiu.

Bom, senhoras e senhores, todos os convidados parecem ter chegado. Vamos dar início ao tributo pelo nosso querido Steve Prime e sua deslumbrante mulher, Cornelia Prime. ㅡ anunciava Schneider dando início ao clipe que homenageava os pais de Curtis. Ele e o irmão estavam sentados nas cadeiras disponibilizadas em mesas no hall de entrada da mansão.

Agora! ㅡ alertou Layout, levantando-se do arbusto e caminhando calmamente na direção do trono de ouro. Alex levantou junto com o detetive e Vex fez o mesmo, Zero foi ordenado a permanecer ali, caso algo saísse do controle.

Scarlett sentia a presença de pessoas se aproximando e não resistiu em se levantar do trono e encará-los por detrás de sua máscara. Layout e os outros pararam diante dela, Vez segurava uma arma escondida em suas costas. “Qualquer movimento brusco e eu prometo que vou perfurar sua cabeça, vadia!” pensava.

É você. ㅡ afirmou L, com seu rosto todo coberto graças a máscara.

Não imaginei que você fosse tão inteligente, mas conseguiu descobrir até onde eu estaria. Parabéns...ㅡ confirmou Scarlett, retirando sua peruca rubra e dando lugar ao seus cabelos negros e brilhosos. A morena também retirou a máscara, olhando nos olhos de todos os presentes. Alex sentiu um arrepio na espinha pela assassina estar finalmente diante de si. Vex segurava-se ao máximo para não atirar na mulher, mas L alertou para que não fizessem isso. O detetive pretendia derrotar a assassina e Fênix de uma vez só.

O que pretende fazer com todo esse joguinho? O que lhe motiva? ㅡ questionou Layout, retirando a máscara de seu rosto. Vex segurou fortemente seu braço para que não removesse a máscara, mas ele acenou com a cabeça, dizendo que estava tudo bem. Scarlett visualizou seu rosto e seu nome no topo de sua cabeça, graças aos olhos de shinigami que lhe permitiam ver o nome de qualquer humano só olhando para ele.

O que me motiva? Essa pergunta é séria? ㅡ indagou Scarlett, rindo do detetive. Ela ergueu o olhar, sua expressão era raivosa, seus olhos pareciam fulminar em fúria.

Por que não pergunta ao meu pai? Você não entenderia... ㅡ desabafou, cruzando os braços. De raivosa e potencialmente perigosa, a mulher se tornou imponente e sentimental.

Você é apenas uma garota mimada. ㅡ comentou L, provocando-a. “Vamos, me dê o seu pior...

Você não sabe nada a meu respeito. Até hoje vocês não sabem o meu nome. Acha mesmo justo? Ele destruiu a minha vida. Homens como você destroem a vida da mulher diariamente. Você merece morrer, todos merecem. ㅡ o tom de voz da morena ia aumentar com o passar do tempo, sua irritabilidade começava a se elevar.

Acha que pode me julgar? Acha mesmo que me conhece o suficiente? Você não sabe de nada, só se acha esperto de mais. Minha mãe não merecia o que ele fez a ela! Eu não merecia o que fez a mim! ㅡ Scarlett começava a gritar e a encarar o detetive diretamente, enquanto que L apenas a observava.

Eu queria me livrar de você e da Fênix para provar a mim mesma que eu era capaz. Pra provar a mim mesma que as mulheres são superiores aos homens em todos os aspectos. ㅡ a voz da mulher começava ser abafada pelo som da voz de Schneider que era emitido pelos alto-falantes atrás dela.

Eu não achei que vocês fossem entender. Exatamente por isso que quis juntar todos os responsáveis aqui, vocês vão ver… Eu derrotei Fênix, eu venci!ㅡ Scarlett apontou para imagem do telão que mostrava o caderno com a lista dos nomes que seriam abençoados no ano que se iniciava. A contagem de fim de ano teve início, todos os convidados começavam a contar;

5… a emoção era inevitável.

4… ㅡ Não precisa acabar assim. ㅡ tentava retrucar L

3… ㅡ Isso tem que acabar. ㅡ respondia Scarlett, decidida.

2… Alex procurava Curtis pelas filmagens, mas o amigo já não estava mais no hall da mansão.

1… ㅡ Feliz Ano Novo!ㅡ todos os convidados gritaram em conjunto e se abraçavam mutuamente. Alex sentia seu coração disparar, algo estava para acontecer. O primeiro ministro mostrava para a câmera que exibia a imagem para o exterior da mansão.

Em homenagem a Steve Prime, os três primeiros nomes escritos no caderno foram…ㅡ Sem delongar, o homem mostrou o caderno para a câmera e nele estava escrito “Madeleine Bell, Kristoff Prime e ‘Kurtis Prime’. Todos os convidados batiam palmas, congratulando os irmãos Prime, porém, algo estava errado… Kristoff estava sentado em uma das mesas, e depois de alguns segundos ele simplesmente caiu no chão, desacordado. Curtis viu seu irmão cair no chão, e a verdade lhe veio a tona, contudo, suas pernas também falhavam e ele caiu no gramado do jardim, inconsciente.

Scarlett abriu um largo sorriso para o detetive e sua equipe que estavam na sua frente. ㅡ Feliz Ano Novo.ㅡ ironizou, gargalhando do ocorrido. Sem se lamentar, a mulher assassinou os dois irmãos Prime e ainda matou a avó deles. ㅡ Eu matei a velha só para que ela não sofresse sozinha né. Coitada...ㅡ sem temer a reação de L e dos outros, Scarlett gargalhava, fazendo graça da morte alheia.

Layout olhou para trás temendo a reação de Alex, e arregalou os olhos quando viu o garoto encarar a morena com ódio em seu olhar,

Eu vou te matar, vadia! ㅡ gritou Alex. O garoto puxou a arma das costas de Vex e apontou para o peito da mulher.

Alex, não! ㅡ berrou Layout, mas a arma já havia sido disparada.


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Notas finais do capítulo

Considerações finais;
Espero que vocês tenham percebido pequenas sutilezas nesse capítulo. Nada foi por acaso! Vou repetir, nada foi por acaso! Quero exercitar a mente de vocês! Só digo que eu não errei em nada... Deixo a cargo de vocês entenderem essa afirmação hahahaha
E pessoal, sobre a imagem: Não achei nenhum gif que fosse do meu agrado para usar, mas eu gostei bastante dessa imagem. Essa mulher de máscara seria Scarlett depois de tirar a peruca rubra, ok? Ok

E aí, pessoal. Quem vocês acham que Alex acertou? Apostas? Me contem nos comentários...