Death Note, Another Chance escrita por Tio Thi


Capítulo 7
Lábios Vermelhos


Notas iniciais do capítulo

Olá meu amaaaaaaaados leitores, consegui terminar esse capítulo dois dias antes do previsto, olha que demais! HAHAHAHA!
Desculpem-me pela demora, de verdade. Tive uma semana intensa de prova na faculdade, então, já sabem né...
Bom, nesse capítulo Scarlett colocou finalmente sem plano mirabolante em ação.
Quero que vocês prestem bastante atenção em cada detalhe a partir de agora, nós estamos caminhando para o fim da fic. Nada que acontecer de agora em diante será por acaso. Leia com atenção e não esqueçam de comentar, por favor! Boa leitura. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620327/chapter/7

Um arrepio percorreu todo o corpo de Alex no momento em que ouviu as palavras do homem misterioso. Sua mente tornou-se um turbilhão de raciocínios e pensamentos lógicos para tentar entender o motivo daquela inesperada revelação. “Eu já o vi antes. Esses olhos são muito familiares, não tenho dúvidas disso. Mas por que agora ? E por que se apresentar pra mim ? Qual a intenção dele ? O que ele ganha fazendo isso ? Acho melhor esperar por mais informações.” refletiu Alex, calando-se. Ele se recusava a comentar qualquer coisa antes de ter certeza de que aquele homem era mesmo quem dizia ser. L formou um sorriso no canto dos lábios, ele percebeu o nervosismo no olhar do loiro. “Ele provavelmente não vai dizer nada até que eu prove realmente quem eu sou. Hm” ponderou Layout, olhando fixamente nos olhos do garoto.

Como soube das câmeras ? ㅡ Questionou L, abrindo um sorriso desafiador nos lábios. Aquela pergunta, sem dúvidas, sanaria qualquer desconfiança que Alex poderia ter sobre a identidade dele, afinal, quem mais saberia das câmeras ?

Alex engoliu a seco, aos poucos, ele percebia o nível do raciocínio do homem que se dizia ser L. “Ele é realmente inteligente. Essa pergunta já responde a minha dúvida. Ninguém mais sabia das câmeras exceto eu, Curtis e claro, quem as instalou. Preciso tomar cuidado...

O som. Essas câmeras produzem um som agudo que é quase inaudível para quem não conhece sua procedência, então...ㅡ Alex queria testá-lo. Aquilo começava a tornar-se um duelo de gênios. Para ter certeza, o loiro queria que o homem na sua frente concluísse sua linha de raciocínio com exatidão. Se ele conseguisse isso, provaria de uma vez por todas de que é quem diz ser.

Layout deu uma leve gargalhada, ele sabia a real intenção de Alex com aquelas respostas vagas e soltas no ar. “Definitivamente, eu vejo muito de mim nesse garoto quando eu tinha a idade dele. “ pensou L.

Entendo. Não é difícil de imaginar que seu pai possa ter ajudado na criação desse equipamento, estou certo ? ㅡ Layout queria mostrar que ainda tinha controle daquela conversa, mas sua intenção não era amedrontar Alex, muito menos impressioná-lo.

Alex arqueou a sobrancelha, boquiaberto com a resposta do homem. “Como ele sabia disso ? Não! É impossível! Isso só pode ser uma suposição, não tem como ele ter certeza… Bom, isso já me prova ao menos que ele é quem diz ser. Mas eu não me sinto mais calmo sabendo disso...” ㅡ O que você quer ? ㅡ Questionou Alex, tentando decifrar o que se passava na cabeça do detetive.

Eu quero que você me acompanhe. Preciso partilhar informações com você e acho que suas habilidades de dedução serão bem úteis para chegarmos numa conclusão, o que acha ? ㅡ L olhava-o diretamente nos olhos para transmitir confiança e honestidade ao garoto. Alex mordeu o lábio inferior apreensivo com aquela situação. “Ao mesmo tempo que é uma boa ideia, tanto para eu descobrir o que eles sabem, quanto para saber quem está ajudando L. Mas… Se fizerem algo comigo, Curtis correrá sério perigo.” pensava Alex. Ele analisava todos os prós e contras do convite do detetive, porém, não demorou muito para que ele erguesse o olhar e lhe desse uma resposta firme e forte. ㅡ Eu topo. ㅡ Respondeu Alex.

Scarlett encontrou um motel precário e sujo no acostamento da estrada que dirigia, no momento, o luxo era a menor de suas preocupações. Colocou a peruca loira antes de sair da picape “dada” por Joel. Reservou um quarto qualquer e se jogou na cama assim que recebeu as chaves. Ela não se importava com o lugar, o que realmente lhe incomodava era dor que dilacerava seu coração. Sentia como se o seu peito estivesse sendo apertado, ficava difícil respirar. Os poucos momentos em que conseguiu conter o choro desabaram de uma vez só. Sentada na cama com as costas apoiadas na parede, Scarlett jogava para longe as almofadas que estavam ao seu redor. Devila evitava fazer perguntas ou iniciar uma conversa, porém, por algum motivo, a shinigami parecia estar curiosa e um tanto ansiosa para saber qual seria o próximo passo da humana.

Eu cansei, Devila. Estou me escondendo não faz nem dois dias e olha tudo o que já aconteceu... ㅡ desabafava Scarlett, olhando para o teto. Ela tinha algo em mente.

Bom, talvez seja hora de desis... ㅡ Devila iria dar um conselho para a morena, mas foi interrompida por uma voz brava e alta. ㅡ Desistir ? Você pirou ? Depois de tudo isso ? Já chega! Eu vou revidar, mas eu vou jogar no estilo do L. ㅡ Os olhos da morena pareciam arder em chamas, o ódio, a frustração, a irritação começavam a consumi-la aos poucos.

Você pretende continuar ? Mesmo depois de tudo o que o Joel lhe disse ? Mesmo depois dele ter se sacrificado por você ? Scar, você vai simplesmente ignorar isso ? ㅡ questionava Devila com um tom de desaprovação, por mais incrível que pudesse parecer, a shinigami não se animou com a resposta da humana.

Ignorar ? Isso será meu incentivo para eliminar L e a Fênix. Eles se acham muito inteligentes, não é ? Vou dar o melhor de mim. Mas e quanto a você Devila, está comigo ou não ? ㅡ Pela primeira vez desde que fugiu de sua kitnet, Scarlett parecia estar confiante e decidida no que iria fazer, nada seria capaz de detê-la.

Sinto muito, Scarlett. Mas você está sozinha, agora é por sua conta. ㅡ Despediu-se Devila, e antes que Scarlett pudesse dar uma resposta a rainha simplesmente desapareceu. Devila ficou triste e abalada com a decisão da humana que tinha posse de seu caderno.

Tudo bem, sua covarde! Pode ir, vá, fuja! Eu não preciso de você. Desde que eu tenha o caderno, o mundo estará nos meus pés! ㅡ A morena gritava e berrava, mas era em vão. Devila já não estava mais no cômodo, na verdade, ela estava a quilômetros de distância.

A cabeça de Scarlett, aos poucos, começava a girar. Ela perdia o controle, não conseguia se conter. Suas mãos tremiam, as lágrimas não paravam de rolar de seu rosto, e ela sentia medo. Cambaleante, ela levantou-se da cama e foi em direção a pequena penteadeira que estava localizada ao lado da porta do banheiro do quarto que alugou, Scarlett sentou-se no banco e aos poucos ergueu a cabeça até encontrar seu próprio olhar pelo reflexo do espelho, Subitamente, a lembrança dos assédios e das agressões cometidas por seu pai lhe veio a mente. Aquilo a fez abraçar a si mesma, como se estivesse procurando refúgio onde não tinha. “O que sobrou ? “ refletia, com os olhos fechados. “O que sobrou ?” abriu os olhos novamente, e voltou a olhar-se pelo espelho. ㅡ O que sobrou ? ㅡ perguntou para si mesma através de seu reflexo.

Minha mãe está debilitada, ela sequer lembra do meu nome. Joel, a única pessoa que viu algo de bom em mim, está morto. E agora eu tenho o mundo contra mim…” A cabeça da morena passava por sérios transtornos. “Ninguém sabe como é estar no meu lugar. Ninguém tem o direito de me julgar. Eles não entendem… Ninguém sabe o que eu tive que aguentar, ninguém sabe o que eu senti por todos aqueles anos, ninguém sabe….” A morena repetia aquele mantra várias vezes em sua mente, enquanto se ajeitava no banco de frente para a penteadeira.

Scarlett ergueu a cabeça e olhou novamente para seu reflexo no espelho, seu semblante mudou repentinamente. Sua cabeça já não estava uma bagunça, ela concentrou todo o resto de suas energias num único sentimento; o ódio. Ela se analisava com uma certa admiração e gostava bastante do que via.

Vou fazer com que todos entendam a minha dor. ㅡ dizia para si mesma, sorrindo abobalhadamente. Apesar de ser uma shinigami, Devila era o único ser que ainda conversava com Scarlett, sem a sua companheira, a morena começava a beirar à loucura. Ela precisa de alguém para lhe ouvir, alguém para poder partilhar seus pensamentos e emoções. ㅡ Recomponha-se Scarlett! Você só precisa de uma coisa agora... ㅡ dizia como se esperasse uma resposta de seu próprio reflexo no espelho.

Lábios vermelhos. ㅡ respondeu a si mesma com um sorriso em seu rosto. A mulher começou a gargalhar descontroladamente, ela sabia exatamente como destruir L e Fênix ao mesmo tempo. “Eles não perdem por esperar…” pensou

Curtis não parava de olhar para a porta da classe. Ele já estava na aula do segundo tempo e nada do Alex aparecer no colégio, “Onde foi que ele se meteu ? Será que aconteceu alguma coisa ?” pensou. Em vista de todos os acontecimentos recentes, o garoto não conseguia pensar em nada que não fosse alguma tragédia ou até pior. Ele mordeu o lábio inferior, tentando imaginar onde o amigo poderia estar. “Será possível que ele esteja com…?” refletiu. Apesar de ter passado pela cabeça dele que Alex poderia estar com L, Curtis se recusava a acreditar naquele absurdo. “Ele me disse que falou com L esses dias e hoje não vem a aula ? Isso não parece coisa dele… Onde você está, Alex…” questionava-se mentalmente. Mesmo sem comentar ao amigo, Curtis pensava em toda as coisas que fez desde que encontrou o caderno e, pela primeira vez, não se sentia muito orgulhoso de seus feitos. “Talvez Alex estivesse certo…” ponderou. O medo de perder o que sobrou de sua família era maior do que qualquer senso ou ideal de justiça. Curtis amava incondicionalmente seu irmão e sua avó, e perdê-los por um erro que ele cometeu, seria imperdoável. “Acho que Claire não estaria feliz em me ver fazendo essas coisas. Vejo agora o quanto eu estava errado, mas, depois de tudo, o que mais eu posso fazer ? “ refletia, tentando pensar numa solução para conseguir se livrar da mira de L e da mulher assassina.

Talvez se eu abrir mão da posse do caderno... ㅡ Sussurrou para que só ele pudesse ouvir. Takarashi estava encarando o humano e ouviu o sussurro dele, aquilo o fez dar uma leve risada. Curtis arqueou a sobrancelha, ele não havia entendido o motivo da risada. “Caso eu vá para um interrogatório, eu não vou me lembrar de nada em relação ao caderno, então… Talvez eu me salve.” pensou. O garoto parecia estar pirando só de pensar no que poderia estar acontecendo com o seu amigo. A relação entre Curtis e Alex sempre foi muito fraterna, um sempre cuidava do outro. Curtis defendia o loiro dos valentões e brigões da escola de ensino fundamental, enquanto Alex ajudava o moreno a passar nas provas. Madeleine diz que eles são “irmãos de mães diferentes”.

Deixa ver se eu entendi...Viemos para os Estados Unidos por uma sensação que você teve? Cara, que vontade de te socar! ㅡ Reclamou Hayako, terminando de desfazer suas malas. Apesar do motivo ser completamente insano e subjetivo, ele jamais seria capaz de deixar Jeremiah sozinho. ㅡ As coisas aqui estão bem perigosas. Sabe disso, né ? ㅡ Questionava o homem, tentando chamar a atenção do amigo, mas ele parecia estar disperso, pensativo. ㅡ Ahn, desculpe. ㅡ disse Jeremiah.

Estava pensando no que podemos fazer... Bom, temos que estar a par das informações como qualquer outro envolvido nessa história. ㅡ Explicava Jeremiah olhando no fundo dos olhos de Hayako, um passo em falso poderia colocá-los em maus lençóis.

Desde a morte que foi televisionada por essa tal suspeita, nenhuma informação relevante foi divulgada para o público. O que significa que teremos que reunir não apenas as informações que são de conhecimento público, mas também, aprofundar a nossa pesquisa. Vamos precisar do nome de todas as vítimas do caderno, quero o nome daqueles dois prisioneiros que foram mortos na cadeia. Além, é claro, do perfil deles. Precisamos saber por que eles estavam presos, o que fizeram, para quem trabalhavam, e principalmente, quem teria motivos para matá-los. É a partir daí que vamos traçar um mapa até chegar nos outros portadores do caderno. ㅡ Jeremiah ficou sem fôlego, ele explicou seu plano de maneira direta e quase sem pausas. Talvez fosse demais para a cabeça de seu amigo. Hayako ficou boquiaberto com os pensamentos e as deduções do amigo.

Onde estava esse gênio ? Isso foi muito nerd, cara! Mas tudo bem, você parece ter razão. ㅡ respondeu, gargalhando da cara de Jeremiah. Ele jamais poderia imaginar que por detrás de tanta maquiagem e das roupas de palhaço pudesse existir uma pessoa com tamanha inteligência e cautela.

Vou aceitar sua resposta como um elogio. Como você disse, Hay. A partir de agora teremos que ser cuidadosos se quisermos continuar vivos. L está por aí, e já que temos um caderno do nosso lado, ele também vai querer nos pegar. ㅡ comentou Jeremiah, pensando em maneiras de chamar a atenção da polícia, da mídia e do L, sem causar muitos danos colaterais. Hayako retirava seu chinelo e sua camisa, jogando-se no sofá do apartamento 3 estrelas que ele e Jeremiah alugaram. A decoração do local era simples, sem nenhum atrativo. O moreno coçava a barba e bocejava só de ouvir os comentários do amigo.

E o que pretende fazer, mi lady ? ㅡ Indagou Hayako, rindo.

Minha ideia inicial era chamar a atenção de L, Fênix e da suspeita ao mesmo tempo. Mas isso só vai trazer complicações pra gente. Nossa melhor aposta é reunir informações e só depois, agir. Não vamos mover um dedo sem pensar primeiro. ㅡ Jeremiah falava olhando no fundo dos olhos de Hayako, o atirador de facas precisava entender que aquilo não era uma brincadeira de esconde-esconde. “É uma brincadeira de esconde esconde, mas se alguém for pego, irá morrer” refletiu Jeremiah, caminhando na direção do banheiro. Depois de uma longe viagem, eles precisavam descansar antes de colocarem os planos em ação.

Kristoff não comparecia ao departamento onde trabalhava desde que o rosto da suspeita fora divulgado pela mídia em massa. Seu celular, email e várias outras redes sociais estavam lotados de mensagens de seus superiores perguntando o porquê de suas faltas irregulares. Ele simplesmente ignorava, não atendia aos telefonemas e ainda trocou o número de seu apartamento para que não incomodassem sua avó, Madeleine. Inclusive, é graças a ela e ao Curtis o motivo de sua preocupação, frustração, irritação. ㅡ Eu trouxe essa mulher para dentro da minha casa. Ela conheceu minha a avó e meu irmão… Tudo o que acontecer daqui em diante é responsabilidade minha. ㅡ Sussurrava olhando para o teto. Kristoff estava em seu quarto deitado na cama, ele não conseguia pensar em mais nada a não ser na suspeita que ele, agora, tinha a certeza de que não se chamava ‘Sarah’.

O homem mordeu o lábio inferior, sua única chance de estar realmente a par das informações seria entrando em contato com L. “Nem pensar, eu não vou pedir ajuda para aquele exibido. Ele é convencido demais. Capaz de eu socá-lo da próxima vez que o vir..” refletiu, fechando os olhos numa irritabilidade súbita. Ele sabia que o L era sua única alternativa, dadas as circunstâncias.

Depois de alguns minutos dentro da caminhonete, L finalmente chegou ao seu apartamento junto de Alex. Layout vendou os olhos do loiro para que não gravasse o caminho que foi percorrido até chegar em seu esconderijo. Alex estava relutante, mas no final, aceitou e colocou as vendas em seus olhos. Para ter certeza de que ele não fosse gravar o caminho, Layout pediu para que Vex fizesse algumas voltas aleatórias em vários quarteirões diferentes até que estivessem convencidos de que Alex jamais poderia memorizar o caminho atravessado.

Adentrando ao apartamento, Zero deu espaço para que Alex pudesse se sentar na poltrona que ficava de frente para os vários televisores e equipamentos de última geração fornecidos por Layout. Com um sorriso no rosto, L retirou as vendas de Alex, retornando-lhe a visão. O loiro deu uma boa olhada ao redor, de cara ele ficou impressionado com os equipamentos do homem. Layout estava disposto a pagar qualquer valor para colocar as mãos em Fênix e na suspeita e levá-los a justiça. Mas não demorou muito para que o loiro notasse a presença de mais duas pessoas naquele apartamento. Vex e Zero Absoluto usavam máscaras. ㅡ Podem retirar as máscaras. ㅡ Ordenou L, olhando seriamente para seus dois ajudantes. Vex concordou e a retirou imediatamente, Zero ficara um pouco relutante, mas decidiu fazer o mesmo e retirou sua máscara. ㅡ Vê, Alex ? Nós não temos nada para esconder, somos um livro aberto para você. ㅡ Disse L num tom de ironia, ele já sabia exatamente qual seria o comentário do loiro em seguida.

Mas não irão me dizer seus nomes, correto ? ㅡ Corajoso, Alex respondeu a altura, formando um sorriso confiante nos lábios. O garoto tratou de memorizar os rostos dos dois agentes que estavam ajudando o detetive.

Layout gargalhou, olhando Alex com uma certa admiração. ㅡ Era exatamente o que eu achei que você responderia. Não vamos tão longe. O motivo de eu ter lhe convidado é que eu acredito que suas habilidades dedutivas e raciocínio preciso possam nos ajudar a pegar Fênix e a suspeita o mais rápido possível. ㅡ Explicou L, olhando no fundo dos olhos de Alex, qualquer alteração na voz, mudança no olhar, semblante de preocupação não passaram despercebidos pelos olhos analíticos de Layout.

Esse garoto pode até ser inteligente. Mas ninguém consegue mentir para o L.” pensou Vex, encarando Alex.

Ajudarei no que for necessário, L. ㅡ respondeu Alex, de maneira fria e rude.

Não vamos entrar em discussões, por favor. Não é o meu propósito. O motivo pelo qual eu instalei câmeras na sua casa e na de Curtis não será posto em pauta, não se preocupe. Tudo o que eu quero é que você veja todo o material que temos sobre o caso e dê sua opinião, preciso saber se chegaremos a mesma conclusão. ㅡ E sorriu de maneira a desafiar Alex. L sabia que eles eram muito parecidos, e ele na mesma idade de Alex, jamais recusaria uma desafio. ㅡ Tudo bem. Me mostre. ㅡ respondeu Alex, devolvendo o riso irônico de L. Zero coçava a cabeça sem entender o que estava acontecendo. Porém, Alex e L se confrontavam mentalmente e Vex assistia tudo de camarote.

Primeiro, eu quero que você assista um vídeo feito pelo primeiro L. Sim, acho que você, inteligente como é, deve saber que L não é uma pessoa, mas sim várias que vão mudando de geração à geração. ㅡ comentou Layout com um sorriso nos lábios.

Sem responder, Alex fez que sim com um aceno de cabeça, aguardando por mais informações.

O primeiro L chamava-se Lawliet e bom, ele foi o primeiro a lidar com esse caderno da morte. Antes de ser morto por Kira ele gravou um vídeo falando à respeito do caderno e do poder que ele tem. ㅡ L explicava calmamente, analisando todas as reações do garoto. Alex mordeu o lábio inferior, aquela história parecia ser bem interessante. Novamente, o loiro apenas acenou com a cabeça, sem resposta. Aquilo fez Layout sorrir, se ele estivesse no lugar de Alex, agiria da mesma forma. O detetive pegou o controle remoto central de todos os televisores que estavam de frente para a poltrona de Alex e sintonizou no vídeo de Lawliet contando a respeito sobre o caderno. No vídeo, o L original estava sentado em sua famosa pose excêntrica e comendo doces.

Se estão assistindo isso, significa que eu estou morto e esse vídeo está sendo exibido num futuro que eu espero estar bem distante. Antes de mais nada eu gostaria de agradecer aos que continuaram meu legado com a dedicação e coragem necessária. Muito obrigado. ㅡ Lawliet introduzia o vídeo de maneira singular, Alex analisava-o com muito cuidado e até um certo interesse. “Ele não me parece ser tão inteligente quanto dizem”, pensou Alex.

Passados 40 minutos, eis que Layout finalmente desligou os televisores, agora ele queria ouvir os comentários do loiro à respeito das informações. “Se chegarmos a mesma conclusão, então…” refletiu L, abrindo um sorriso nos lábios.

E então, Alex. O que acha ? ㅡ Questionou Layout, ele acabara de pegar a sua flauta e começou a tocá-la aguardando a resposta do garoto.

Alex o encarou com estranheza, ele não sabia exatamente que tipo de comentário o detetive queria que ele dissesse. “Tudo o que esse tal de Lawliet disse, eu já havia lido no caderno de Curtis, então…É isso! Ele ainda suspeita de mim e do Curtis, provavelmente bem mais do Curtis, então ele me mostrou esse vídeo porque ele já imagina que eu tenho conhecimento dessas informações. Nada desse vídeo é relevante pra mim. Então eu preciso pensar o que ele realmente quer saber me mostrando tudo isso…” pensava Alex, ponderando a melhor maneira de responder o detetive.

Eu percebi algumas falhas nas regras ditas por Lawliet se compararmos as mortes causadas pela tal suspeita. ㅡ comentou olhando nos olhos de L.

Layout parou de tocar a sua flauta e abriu os lábios num sorriso ainda maior, dessa vez mostrando os dentes. ㅡ E o que mais ? ㅡ questionou o detetive, como se quisesse sugar mais informações do garoto.

Levando em consideração as regras básicas, bom, isso abre um buraco na teoria de que não se pode fazer com que uma pessoa mate outra. Vimos isso naquele show na televisão feito pela suspeita, correto ? Isso me leva a crer que o que ela tenha, talvez, seja algo ainda mais poderoso que esse tal caderno, talvez... ㅡ Alex foi interrompido pelo estalar de dedos feito por L, aquele era o ponto que ele queria que o loiro chegasse.

E você leva o ouro para casa… Exatamente Alex. Também acredito que o que ela tem nas mãos não é um caderno comum. Talvez seja um objeto diferente, ou até mesmo um caderno ainda mais poderoso, só teremos certeza quando colocarmos as mãos nela. ㅡ Layout continuou a linha de raciocínio antes traçada por Alex, ele já sabia do furo daquela regra do Death Note, mas o detetive queria saber se o loiro chegaria a mesma conclusão,

Incrível, não ? Um caderno capaz de matar pessoas apenas com o nome, pensei que você fosse ficar mais impressionado. ㅡ Comentou L, analisando as reações do loiro. Aquela era mais uma de suas armadilhas, afinal, Alex não pareceu tão impressionado ou surpreso quando Lawliet disse no vídeo que se tratava de um caderno, talvez por já ter ciência da existência do caderno e principalmente, saber como funciona. Alex sentiu-se acoado, ele mantinha os olhos ligados aos de L, mas por algum motivo, ele se sentia desafiado, pressionado a falar algo que não queria.

Depois de todas essas mortes ? Você poderia me dizer que era uma vassoura que estava matando, eu iria acreditar. ㅡ respondeu Alex de maneira cômica e direta, ele queria mudar o foco das perguntas do detetive. “É claro, Alex, seu imbecil, ele sabe que eu sei já sei do caderno, é por isso que está fazendo essas perguntas. Você quer ver minha reação, L ? Vamos fingir então”, refletiu.

Tem razão. Bom, acho que o nosso trabalho aqui já acabou. Preserve seu nome, seu rosto, sua vida, Alex. ㅡ Layout falava olhando nos olhos do garoto, antes de amendrontá-lo, o detetive queria lhe passar confiança, Alex não tinha o que temer. L pegou um telefone pré-pago de sua mesa e deu nas mãos do garoto. Ele pegou o celular sem questionar o motivo, era óbvio que L queria manter contato com ele sem chamar a atenção de outras pessoas, e isso incluía o próprio Curtis. Layout fez um sinal para que Vex levasse o garoto de volta a caminhonete, eles iriam deixá-lo na porta de sua mão. Porém, antes de sair do apartamento:

Alex! ㅡ chamou L. O garoto se virou e o encarou com atenção.

Nós vamos pegar o Fênix e a suspeita. Juntos!ㅡ Indagou L, esperando que o loiro pudesse entender a mensagem contida em sua fala. Confuso, Alex não tinha certeza se havia entendido o que o detetive realmente quis dizer, porém, no fundo de seu coração, ele esperava que fosse verdade.

Juntos. ㅡ respondeu Alex, dando um aceno de despedida ao detetive e ao zero absoluto. Vex colocou a venda no loiro e o levou de volta para sua casa, dando novamente voltas em quarteirões para despistá-lo.

Você não viu ? ㅡ Perguntou L para o hacker.

Viu o que, senhor ? ㅡ questionou Zero, sem entender a pergunta do detetive.

Ele quer que isso termine mais do que qualquer um. Alex quer sua vida normal de volta. Pude ver isso estampado nos olhos dele, ele não é o Fênix, tenho certeza disso. E acho que ele também não gosta da maneira que o Fênix age, e é exatamente por isso que ele é um ótimo aliado. Não quero me livrar de Curtis ou do Kristoff, eu quero me livrar da Fênix. ㅡ revelou Layout, sentando-se novamente em sua poltrona.

Scarlett estava dentro da picape olhando para a entrada de uma loja de cosméticos. Ela aguardava a volta de sua nova parceira, Louise. Eis que a mulher de cabelos negros saiu da loja com todos os materiais que a morena ordenou que ela comprasse. Scarlett escreveu o nome de Louise no caderno para que ela fizesse tudo o que queria antes de acabar morta. ㅡ Vamos, entre docinho. Você ainda vai me ser útil... ㅡ dizia Scarlett para Louise, mas a mulher parecia não ter vida, seus olhos estavam vermelhos, ela não respondia, somente acatava ordens e acenava com a cabeça. A morena encontrou Louise numa lista das mulheres mais ricas e poderosas que moravam em Manhattan.

Ela sorriu ao ver que sua nova companheira havia feito seu trabalho exatamente do jeito que ela ordenou. ㅡ Está vendo, Devila ? Não preciso de você. ㅡ Comentou entre risos, a loucura começava a afetar a cabeça dela intensamente. No entanto, ela tinha um plano, um dos mais elaborados e geniais que já pensou em toda a sua vida. “Vou provar que eles não são o únicos inteligentes nesse jogo. Vamos brincar, L” refletiu Scarlett antes de pisar no acelerador e dirigir em direção ao seu apartamento que havia alugado.

Chegando lá, a morena ajudou sua companheira a chegar até o quarto e a jogou na cama de qualquer jeito. ㅡ Descanse. Teremos muito trabalho amanhã. ㅡ Scarlett falava com Louise como se ela pudesse responder, mas obviamente, ela jamais obteria respostas. Todas as ações feitas por Louise, incluindo sua ida a loja de cosméticos, já estavam escritas e planejadas no caderno. Scarlett não podia ordenar algo simplesmente falando, só o caderno tinha esse poder. Mas ainda sim, ela insistia em falar, pois não tinha mais ninguém para conversar e desabafar, Devila era o único ser que lhe respondia de igual para igual.

Vamos ao trabalho! ㅡ disse Scarlett, sentando-se na cadeira do computador.

A morena procurava uma lista de criminosos online, especificamente estuprados que já haviam sido julgados. “Meu dia de sorte” pensou. Ela acabara de encontra uma lista repleta de nomes de homens julgados por estupros que estavam apenas aguardando a sentença do júri.

Ela analisava com muita atenção e esmo, a parte mais divertida de seu plano viria depois daquelas mortes. Scarlett abriu calmamente seu caderno prateado e fazia uma conta mental para saber o número exato de estupradores ela deveria matar para que sua mensagem fosse transmitida com total sucesso. ㅡ Oito! ㅡ comentou em voz alta, escrevendo o nome dos criminosos logo em seguida. Scarlett fez com que alguns cortassem o próprio pênis, outros morreram por uma simples parada cardíaca. Os olhos da morena pareciam brilhar só de imaginar todos aqueles homens morrendo exatamente da maneira como ela havia especificado. “Não se preocupe Joel, eles vão pagar!”, refletiu, voltando sua atenção para a segunda parte de seu plano mirabolante. Sorriu ao ver que Louise comprou exatamente o que ela precisava. Levantou-se da cadeira e pegou 8 pedaços de papel de uma caderneta encontrada no chão do quarto. Sentou-se novamente na cadeira e começou a escrever calmamente o nome de todos os homens que havia acabado de matar, dessa vez, escrevia seus nomes nos pedaços de papel retirados da caderneta.

Se Devila estivesse aqui, tenho certeza que esse seria o momento dela me perguntar o que eu estou fazendo... ㅡ falou, rindo de si mesma. Scarlett finalmente abriu a sacola e retirou o material que obrigou Louise a comprar, eram exatos 8 batons de tons diferentes de vermelho. Ela começou a passar o primeiro batom calmamente em seus lábios e quando se sentiu satisfeita, beijou o papel que continha o nome do primeiro homem que ela assassinou, abaixo da marca de seus lábios era abriu um parenteses usando o batom, e escreveu os números “4 e 5”. Ela fez isso sucessivamente, retirava o batom de seus lábios usando um pano úmido e logo em seguida, passava outro com um tom diferente. Depois de enumerar todas as cartas e marcar seus lábios em tons diferentes de vermelho, a morena desceu de seu apartamento, saiu do motel e caminhou em direção a uma caixa postal, os carteiros iriam entregar a mensagem mesmo sem o remetente. Scarlett sinalizou nas cartas que o destinatário era a polícia e o “idiota do L”

Acabei de dizer ao L onde eu estarei, só espero que seja esperto o bastante para ler os meus lábios. ㅡ gargalhou. Colocou todas as cartas dentro da caixa e caminhou de volta ao motel.

Alex chegou na casa de Curtis, Madeleine sorriu ao ver que era o loiro que batia na porta. O cumprimentou gentilmente, dando-lhe seu tradicional beijo na testa. Ele perguntou para a senhora onde estava Curtis e ela apontou para o quarto. Sem anunciar, Alex abriu a porta do quarto de Curtis e a trancou atrás de si.

ALEX!ㅡ Gritou Curtis, extremamente preocupado. Seu amigo havia desaparecido há horas e até o momento não tinha nenhuma notícia dele. Alex o encarava com um olhar cansado, Layout estava certo a respeito do garoto. Kristoff não estava em casa, ele havia saído para beber e tentar afogar suas mágoas, aquilo deu aos garotos uma certa privacidade. Alex ponderou muito antes de aparecer na casa do amigo. “É melhor o Curtis não saber que eu estivesse na presença de L. É melhor que as coisas continuem assim.” ㅡ Tive que ajudar meu pai num projeto urgente, ele ligou para o colégio e me deram o dia de hoje. ㅡ Mentiu descaradamente para Curtis, e apesar de odiar mentiras, ele achava mais seguro tanto pra si quanto para o amigo.

Eu fiquei preocupado. Pensei que aquela mulher tivesse feito algo a você. ㅡ disse Curtis, aproximando-se de Alex e o abraçando fortemente, dando três toques nas costas do garoto. Alex pareceu se enrubescer com o abraço, mas correspondeu o ato.

Não se preocupe. Ela não vai fazer nada. ㅡ respondeu Alex, tentando acalmar o amigo.

Tenho uma coisa para te contar. ㅡ disse Curtis.

O que ? ㅡ perguntou Alex, preocupado. Ele se afastou do amigo para olhá-lo no fundo de seus olhos.

É melhor se sentar. ㅡ respondeu o moreno com uma expressão de preocupação no semblante.

Os dois continuaram a conversar, Curtis explicava tudo o que sentia calmamente, enquanto Alex tentava reconfortá-lo com lições e conselhos. Mas o que eles não sabiam era que Devila, a Rainha shinigami os observava desde o início da conversa. Ela sentiu a presença de Takarashi e o seguiu até encontrar Curtis, o Fênix. Takarashi ficou boquiaberto quando notou a presença da rainha novamente, enquanto Devila fez um sinal com as mãos para que ele continuasse calado. “É interessante ver o outro lado da moeda”, pensou Devila, prestando total atenção na conversa deles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Misterioso, não ? E então meus leitores, conseguem imaginar o plano mirabolante por detrás dos tons de vermelho escolhidos por Scarlett ? Pensem um pouco...
Eu iria explicar o plano dela ainda nesse capítulo, mas achei melhor fazer tuuuuuuuuudo no próximo.
Bom, é isso pessoal. Espero que tenham realmente gostado, não deixem de comentar.
E como bônus eu já lhes revelo o nome do oitavo capítulo(o anti-penúltimo) será.... Decisão(A extinção da Fênix)
Até