Death Note, Another Chance escrita por Tio Thi


Capítulo 4
Repercussão


Notas iniciais do capítulo

E aí, galerinha do mal, tudo bom ? hahaha espero que sim!
Nesse capítulo Scarlett mostrou que não está para brincadeira e que é capaz de qualquer coisa para levar um homem à justiça!



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Todos já sabiam o que estava acontecendo e o que, talvez, estivesse por vir. A ideia de um novo caso ‘Kira’ abalou as estruturas de todas as pessoas do mundo, em específico, os criminosos. A sociedade ainda não estava preparada para sofrer nas mãos de um novo tirano portador de um poder não-humano. Sabendo disso, o presidente dos Estados Unidos lançou uma nota dizendo: “A situação está sob controle! Kira não é mais uma ameaça.,. E assim como ele caiu, Fênix se extinguirá até virar cinzas. Não se preocupem.

A nota emitida pelo presidente conseguiu tranquilizar parte da população, mas todos sabiam da verdade. Desta vez, o horror da revolução de Fênix viria com força máxima e nem mesmo o homem mais poderoso do mundo seria capaz de deter isso. Vários noticiários, tablóides e sites na internet já falavam da revolução que Fênix planejava fazer e isso só fortificava seus ideais e sua presença na sociedade, isto é, já que algumas pessoas ainda se recusavam a acreditar que havia um novo “Kira” solto por aí.

Foram apenas coincidências, não tem como ser a mesma coisa….” Diziam vários senhores e senhoras de mais de 80 anos que nasceram um pouco depois da morte de Kira, eles viram, ainda crianças, o caso tendo enfim, um desfecho.

O jornal local de Manhattan focava em novas notícias, tentando fazer com que a população esquecesse dos horríveis homicídios cometidos por Fênix, essa foi uma das maneiras elaboradas pelo próprio presidente para tentar acalmar o povo.Porém, dado o passo de que os noticiários tentavam ajudar a tranquilizar a população, programas de fofoca e entretenimento focavam diretamente nesse incidente e ainda criando suposições e teorias do que o Fênix poderia fazer a seguir. Aos poucos, Fênix vinha ganhando força na mídia e até alguns fãs que concordavam com sua visão de justiça.

Esses jornais são sempre tão mórbidos assim ? ㅡ Perguntava Scarlett, retoricamente. ㅡ Parece que o Fênix está ganhando alguns seguidores. O que acha disso ? ㅡ Questionou Devila, a Rainha shinigami.

Eu não tenho com o que me preocupar. Enquanto eu estiver fora da mídia, ser dona desse caderno de prata e ninguém ligar o “acidente” do metro central de Paris à mim. Não tem como ninguém me encontrar. Nem mesmo a Interpol ou o L. ㅡ Scarlett respondia de forma calma e serena, ela parecia não estar nem um pouco preocupada com as consequências de seus atos. “Para alguém conseguir me encontrar, essa pessoa precisaria ser Deus.” Refletia Scarlett, enquanto terminava de ajeitar seu cabelo na frente do espelho. Ela alugou um kitnet na praça principal de Manhattan, e apesar da casa não lhe agradar muito, seria útil para seus propósitos.

Eu sei Devila, essa kitnet é uma merda! Mas foi a única que eu encontrei e por um preço acessível. Você disse que eu consigo controlar a ação das pessoas que antecedem a morte e que eu poderia controlar uma pessoa por mais de um ano, certo ? Por um instante eu pensei em escrever o nome de algum corretor imobiliário me dando uma suite presidencial de graça, Mas isso só chamaria a atenção, e fora que iria me dar muito trabalho... ㅡ Desabafou Scarlett, se jogando na cama e olhando o céu através da janela de seu quarto.

Bom, mas agora que chegamos, o que pretendo fazer, Scar ? ㅡ Apesar de não serem oficialmente amigas ou coisa do gênero, Devila gostava de tratar Scarlett como sua “irmã humana”.ㅡ Não é óbvio ? Se o mundo conhece a Fênix. Então eles irão conhecer a Viúva Negra. Quero que o mundo saiba da minha existência! Hoje é um dia de sorte tanto para a Interpol quanto para o L…Farei com que saibam de mim.ㅡ Explicou Scarlett, gargalhando de si mesma.

Alex parou próximo aos portões de sua mansão para se certificar de que não estava sendo seguido. “Curtis é descuidado! Ele tem que tomar cuidado com isso. E por mais que eu não concorde com esse pensamento insano dele, sei que ele precisa de mim mais do que nunca… Outra pessoa já teria deixando-o sozinho ou pior, denunciado ele para as autoridades! Eu acredito e confio nele. Sei que cedo ou mais tarde, ele vai perceber que o que está fazendo gerará sérias consequências no futuro. “ Refletia Alex, cumprimentando educadamente os seguranças sua mansão.

A família Moore morava na parte nobre de Manhattan. O pai de Alex era um cientista renomado e muito respeitado no mercado de trabalho, todos o citavam como referência para estudos acadêmicos. Sua mãe era incrivelmente habilidosa com tecnologia, era também se tornou renomada no mundo ao lançar o primeiro sistema de segurança literalmente impenetrável, cujo mesmo sistema, hoje, é usado pelo FBI. Alex cresceu em meio a gênios, ou seja, a premissa e a cobrança encima dele era mais para um simples garoto de dezoito anos suportar.

Contudo, Alex já mostrava indícios de que seria um verdadeiro Moore. Ele conseguia criar dispositivos que eram capazes de fazer quase tudo, mas era a facilidade que mais impressionava as pessoas. Alex sequer soava na hora de bolar algum dispositivo, ou mesmo para pensar em algum plano, estratégias, resoluções…

Sua maior preocupação no momento seria onde esconder o caderno de Curtis. Passando pela sala de sua casa, Alex cumprimentou seus pais que já estavam no escritório particular, estudando. Foi diretamente para seu quarto e trancou a porta, com seus pais no escritório, não teriam como ver ou ouvir o que faria no quarto. “Bom, tenho uma ideia de onde guardar essa coisa… Tenho que ser rápido! Eu só posso usar as coisas que eu tenho no meu quarto. Eu consigo… eu consigo...” Sem pestanejar, Alex se aproximou de seu aquário e o encarava com uma certa indiferença, enquanto colocava as engrenagens de sua mente para funcionar. Respirou fundo e logo, começou seu plano.

Procurando sob as prateleiras de sua enorme estante, Alex ´pegou exatos quatro tubos de ensaio médio. Além de ser perito em tecnologia, ele também tinha o sonho de se formar em química. Com os quatro tubos nas mãos, Alex se aproximou novamente de seu aquário e abriu a tampa. Com muito cuidado e atenção, um a um, ele foi tirando os peixes do aquário e os colocando nos tubos de ensaio e logo em seguida, preenchia o vazio dos tubos com água para que os peixes pudessem respirar.

Com os quatro tubos cheios de água e com seus adorados peixes, ele estava livre para mexer como quisesse em seu aquário. Calmamente, Alex tratou de abrir o pequeno armário abaixo do aquário para ver se havia algo ali dentro, para sua felicidade o móvel estava vazio. A única função do armário era sustentar o peso do aquário. “Eu posso usar isso.” E com um sorriso nos lábios, o garoto de cabelos loiros já sabia exatamente o que fazer. Alex pegou dois de seus bisturis mais afiados na prateleira e voltou para próximo do armário abaixo do aquário.

Sendo magro e pequeno, ele conseguiu entrar dentro do armário sem nenhuma dificuldade e lá dentro, logo abaixo do aquário, Alex fez dois círculos perfeitos tanto na madeira do móvel, deixando exposto o vídro do aquário. “Perfeito”. Pensou, levantando-se rapidamente do chão. Olhando novamente ao redor, Alex, desta vez, estava atrás de uma vasilha grande e suspirou aliviado ao ver que sua mãe não perdeu o costume de deixar suas enormes cestas de roupas sujas atrás da porta.

Alex pegou uma daquelas cestas e jogou toda a roupa no chão “Ela vai me matar por isso, mas é preciso!” Voltou para dentro do armário e posicionou a cesta estrategicamente abaixo dos dois buracos debaixo do aquário. “Agora a parte mais chata”. Levantou-se e pegou novamente seus dois bisturis, Alex enfiou seu braço para dentro do aquário e começou a raspar os cantos da base do aquário por dentro, sua intenção era fazer o “fundo” do aquário maleável o suficiente para que ele pudesse criar um fundo falso usando a cesta que posicionou.

Os buracos serviriam para a passagem de água que seria sugada por dois tubos de drenagem que drenariam a água juntamente com os peixes e os deixariam dentro da cesta num compartimento separado das roupas, e para qualquer um que abrisse o armário seria apenas uma “simples cesta de roupas comum”, assim não chamaria a atenção de nenhum invasor, e os peixes estariam seguros.

O caderno, de fato, ficaria escondido no fundo falso do aquário, entre os buracos drenadores de água, e o vidro do aquário. Com um dispositivo criado por Alex, ele teria apenas que apertar um botão para que a água fosse drenada e o fundo falso fosse revelado. Porém, se, por algum acaso, alguém tentasse forçar a abertura do aquário ele explodiria no ato, graças a pressão que a água receberia com os tubos drenadores. “Está pronto…” Suspirou Alex, aliviado.

Aquele truque lhe deu trabalho, principalmente ter que criar os botões que são capazes de abrir o fundo falso e drenar a água, porém, lhe deu também a certeza de que ninguém, nem mesmo L poderá achar o caderno de Curtis.

Numa falsa reunião com dois líderes da polícia americana, Vex e Layout fingiam ser os chefões do departamento de polícia para conseguir ter contato direto com Kristoff Prime, um dos suspeitos de ser o Fênix.ㅡ Já ouvi o bastante. Chega X. É o suficiente... ㅡRespondeu L, ainda fingindo ser chefe de um departamento. Kristoff gelou no ato, ele realmente achou que os dois eram líderes de algum sindicato e que estava prestes a ser demitido. ㅡ Então, eu serei mes- ㅡ A pergunta de Kristoff foi interrompida por L.

Preste atenção, Kristoff. Eu não sou nenhum chefe seu ou algo do tipo. Isso foi apenas um teste para eu saber o seu nível de comprometimento para com esse caso. ㅡ Respondeu L, tirando a peruca, a maquiagem e todos os adereços que usou para esconder seu verdadeiro rosto. ㅡ Não acredito! Então você é… ㅡ Kristoff foi interrompido novamente por Layout.

Isso mesmo, eu sou L. E o motivo de eu estar me revelando para você, é que tenho certeza de que você não é o Fênix e que também não sabe quem pode ser. ㅡ Explicou L, com a maior naturalidade e imponência possível. Aos poucos, ele terminava de tirar toda a maquiagem que colocou em seu rosto. Aquele turbilhão de informações era demais para Kristoff poder raciocinar com clareza. Ele, de fato, não tinha conhecimento de absolutamente nada.

Mas… Por que eu sou suspeito ? E mais importante, como pode ter tanta certeza de que não sou eu ? ㅡ Mesmo sem entender muito, Kristoff não perdeu o hábito de ousar nas perguntas. Ele queria saber exatamente como L tinha a certeza de que ele não era o Fênix. Layout esboçou um sorriso e soltou um riso por entre os lábios. ㅡ Eu vi nos seus olhos. ㅡ Respondeu L, fechando os olhos. Kristoff arqueou a sobrancelha indignado com a resposta do detetive.

As perguntas que eu lhe fiz, Kristoff, não eram perguntas comuns. Elas revelariam se você fosse o Fênix. Já sabemos que ele é piromaníaco, e você não deu nenhuma resposta que Fênix daria. E… ㅡ Explicou Vex calmamente.

E o que, moça ? ㅡ Questionou, Kristoff. ㅡ Eu consigo saber como são as pessoas só de olhar no fundo dos seus olhos. Durante todo o interrogatório, eu estive observando seus olhos, Kristoff. E não vi nada. É por isso que eu tenho certeza de que você não é o nosso suspeito. ㅡ Esclareceu L, já pensando em seus movimentos futuros. “Há um minuto atrás eu estava conversando com dois chefes do departamento vizinho, agora descubro que estou na frente do L e de sua ajudante. Ok, tudo bem. “ Refletiu, Kristoff.

Só tenho mais uma pergunta...Por que eu sou suspeito ? ㅡ Kristoff questionou com firmeza, ele queria ir até o fim naquela discussão e entender a real intenção daquilo.

Eu vou explicar… Levei em consideração as duas primeiras vítimas do Fênix, eles eram James Christian e Fred Williams. Acredito que você saiba melhor do que ninguém quem são esses indivíduos. Eles foram presos pelo homicídio de Steve e Cornelia Prime. Se compararmos essas duas mortes com todos os outros assassinatos, essa é a que menos se encaixa nos padrões de vítimas. Primeiro Fênix mata dois criminosos que já estavam presos, depois ele espera um dia para matar vários criminosos soltos de uma vez só ? Acredito que ele tenha percebido a falha que cometeu e depois começou a matar descontroladamente na intenção de nos confundir. Mas eu não sou nenhum amador. Tenho certeza de que o Fênix é alguém com ligação direta ao caso de Christian e Fred. Se não, pra que assassinar dois criminosos que já estavam presos e assim de primeira instância ? E se fosse o caso dele punir os criminosos que já estavam presos, por que ele simplesmente não prosseguiu ? Acredito que ele esteja tentando disfarçar que suas duas primeiras vítimas foram apenas por vingança. ㅡ Revelou L, abrindo seus olhos novamente. Kristoff ficou um pouco desnorteado pela linha de raciocínio tão metódica e precisa de L, mas ele se recusava a acreditar naquela teoria, por mais lógica que parecesse.

Eu entendo. E também entendo que você só está fazendo seu trabalho. Mas peço que não toque na minha família, L! Eu e Curtis… Nós já sofremos o suficiente com esse caso. Ele não fala, mas eu sei que ele se afetou com essa tragédia bem mais do que qualquer um. Não quero que você o faça sofrer por um incidente do passado. ㅡ A voz de Kristoff era firme e séria, ele entendia as razões de L e seu senso de justiça o apoiava com veemência, mas se o plano do detetive incluía fazer todo aquele horror do incidente com seus pais voltar á tona, ele não poderia ajudar da maneira nenhuma.

Eu imaginei que fosse dizer isso...Não se preocupe Kristoff, você é uma boa pessoa e jamais seria capaz de cometer os crimes que Fênix cometeu. Não pretendo tocar no assunto e nem fazer um interrogatório, acredito que não seja necessário. Eu só preciso encontrar com Curtis cara a cara e, talvez, minha suspeita sob a família Prime se desfaça, mas caso contrário, aumentarei minha vigilância em seu irmão. Eu entendo todo o seu vínculo familiar, mas não posso permitir que isso deixe impune os crimes que esse assassino cometeu! ㅡ L falava de forma calma, mas no mesmo tom de seriedade e firmeza que Kristoff. Ele compreendia que, num caso como esse, ter a própria família como suspeita, é algo difícil de lidar, mas aquilo não poderia acobertar o culpado de maneira nenhuma.

Tudo bem, L. Você sabe o que faz. Mas deixo aqui avisado que se tentar machucar a minha família de alguma forma… Não responderei como policial, mas como irmão mais velho do Curtis. ㅡ Kristoff retrucou, bufando de raiva. Ele levantou-se rapidamente da cadeira e quando estava prestes a sair da sala de reuniões, parou ao ouvir a resposta de L.

Tudo bem, eu compreendo Mas não pense que só porque o suspeito é o seu irmão, eu aliviarei. Caso as suspeitas se confirmem, trarei o Fênix à luz e o extinguirei! É uma promessa...ㅡ Decretou L, cruzando os braços e fechando os olhos novamente. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa para levar Fênix á justiça. Kristoff se despediu dos dois detetives com um breve aceno e saiu da sala.

"Então quer dizer que você vai me extinguir ? Creio que não, presidente... Com esse caderno, eu posso controlar o mundo todo!” Pensava Curtis, ao lembrar-se da nota emitida pelo presidente dos Estados Unidos sobre o temido Fênix.

Vò, tem um segundo ? Eu queria conversar... ㅡ Curtis caminhou até a sala e sentou ao lado da poltrona de Madeleine, sua avó. ㅡ Mas é claro que sim, meu amor. Para meus netos, todo o tempo do mundo! ㅡ Sorriu Madeleine que se aproximou das bochechas de Curtis para lhe dar um beijo. Curtis riu com o beijo de sua avó e a observava com um olhar diferente. Ele começava a pensar em como seria a reação de sua amada avó se soubesse que todos aqueles incidentes fosse por culpa dele. De imediato, Madeleine não acreditaria e se fosse forçada a acreditar, provavelmente iria enlouquecer.

Como definimos se as pessoas são boas ou más ? Quer dizer, temos como saber dessas coisas ? ㅡ Curtis encarava sua avó com um olhar esperançoso, ele queria ouvir palavras reconfortantes para se sentir mais seguro no que pretendia fazer para mudar o mundo. Mas ele precisava ter uma daquelas conversas filosóficas que sempre teve com sua querida avó.

Curtis, meu amor... Se as coisas fossem tão simples assim de definir pessoas como boas ou más, não existiria prisões por ai. ㅡ Explicava Madeleine, acariciando a mão de seu querido neto. ㅡ Como assim, vó ? ㅡ Questionou, Curtis.

Somos apenas seres humanos. Ninguém tem o direito de julgar as outras pessoas, entende ? Eu acredito que o significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim em nossa atitude com relação a elas. Eu descobri que sempre teremos escolhas para fazer. Mas são as escolhas que irão definir quem você realmente é. ㅡ Madeleine filosofava com um sorriso formado nos lábios, encarando Curtis com alegria. Ele tentava compreender os dizeres de sua avó, e por isso, permaneceu em silêncio. ㅡ Curtis... Há muito tempo não temos esse tipo de conversa. Aconteceu alguma coisa ? ㅡ Perguntou Madeleine, olhando para seu neto com um olhar de preocupação.

Não, vó. Está tudo bem. É que, como você disse, não temos esse tipo de conversa há anos e eu fiquei com saudade.ㅡ Curtis tentava se explicar para justificar o silêncio. ㅡ Seja lá qual for a decisão que você esteja em dúvida, saiba que eu sempre o apoiarei. Eu lhe criei, Curtis. Você é uma boa pessoa e sabe disso. Pessoas boas sempre escolhem as decisões certas. ㅡ Respondeu Madeleine, sorrindo para seu neto. A conversa foi interrompida com batidas delicadas na porta do apartamento. Curtis levantou-se do sofá e se aproximou da porta. Suspirou aliviado ao ver Alex pelo olho mágico da porta.

Entra aí, Alex. ㅡ Cumprimentou o amigo, abrindo a porta rapidamente. Alex deu um abraço aconchegante em Curtis e correu para o centro da sala para dar um abraço carinhoso em Madeleine. A avó de Curtis sorriu ao ver Alex se aproximando. ㅡ

Pode passar o tempo que for, mas você sempre vai vir e me agarrar, não é, Alex ? ㅡ Questionou Madeleine, sorridente. ㅡ Claro, vó. A senhora é a minha avó também, não lembra ? ㅡ Alex respondeu divertidamente. ㅡ Alex preciso falar com você sobre aquele trabalho. Vamos para o quarto... ㅡ Curtis o chamava para terem uma conversa particular, mas Alex sabia exatamente que tipo de “trabalho” Curtis estava falando. Madeleine se despediu dele com um aceno e voltou a prestar atenção na sua televisão e a continuar a fazer seu crochê. “Nunca vi Curtis tão pensativo quanto hoje. Mas não tenho com o que me preocupar. Meu neto é sensacional. Curtis nunca fará escolhas erradas…” Refletia, Madeleine.

Scarlett mantinha total concentração nos nomes e condições que escrevia em seu Death Note prateado. ㅡ Scarlett, você passou o dia todo escrevendo nesse caderno. O que está tentando fazer, vai tentar incriminar Fênix ? ㅡ Perguntou Devila, tentando entender todos aqueles nomes e ações que Scarlett os obrigava a fazer antes de morrerem.

Incriminar ? Claro que não, pretendo fazer melhor que isso. Quero pegar o Fênix com as minhas próprias mãos! Isso que estou fazendo é apenas uma prévia do que está por vir. ㅡ Respondeu Scarlett conferindo se todas as peças de seu mirabolante plano estavam encaixadas. Ás 20:00 em ponto, o show começaria por toda Manhattan. “Me aguarde, Fênix!”

Escondi seu caderno, e pode acreditar, nem mesmo L saberá onde ele está. ㅡ Disse Alex, sentando-se na cama de Curtis. Takarashi bufou ao vê-lo entrando no quarto. ㅡ Esse humano é muito chato. ㅡ Comentou Takarashi, apontando para Alex.

Parem vocês dois! Temos coisas mais importantes com o que nos preocupar. Eu iria perguntar onde escondeu o caderno, mas é melhor nem eu ficar sabendo disso, Alex. ㅡ Explicou Curtis, Alex parecia concordar com aquela ideia. Subitamente, Curtis escuta batidas na porta. ㅡ Quem será ? ㅡ Questionou, intrigado. Saiu do quarto e se aproximou da porta de entrada e olhou pelo olho mágico. Eram duas pessoas completamente desconhecidas, pareciam ser serviçais do edifício.

Vó, chamou algum serviçal ou algo assim ? ㅡ Curtis perguntou aos berros. ㅡ Ah sim, Curtis. Chamei dois encanadores para darem um jeito no chuveiro, espero que não seja um problema. ㅡ Esclareceu Madeleine. “Só não sabia que eles ainda atendiam tarde da noite”.

Vou abrir a porta para eles então. ㅡ Sem saber, Curtis abriu as portas de seu apartamento para L e Vex fantasiados de encanadores do apartamento. Alex desconfiou que alguma coisa estava errada no momento em que a campainha tocou. “Não poderia ser Kristoff, ele tem chave do apartamento, não teria motivos para tocar a campainha. E encanadores a essa hora ? Tem algo errado aí! Curtis, pensem um pouco! Se eles são invasores todo cuidado é pouco, não podemos falar sobre nada abertamente.

Apesar do estarem irreconhecíveis, Alex desconfiava da veracidade do cargo dos dois. Layout finalmente encarava Curtis cara a cara, o último, e talvez, o principal suspeito do caso. E no momento em que os olhos de L se cruzaram com os olhos de Curtis, ele esboçou um sorriso no canto dos lábios e Alex percebeu. ㅡ Fiquem á vontade, o banheiro no final daquele corredor. ㅡ Curtis os cumprimentava com educação e gracejos, não tinha a menor noção do que estava acontecendo. “Curtis, acorda! Podemos estar em perigo!” Alex estava impedido de falar, senão aumentaria ainda mais as suspeitas.

Vamos olhar o encanamento primeiro e ver qual é o problema, ok senhora ? ㅡ Falou Vex, diretamente para Madeleine. ㅡ Ok, minha filha. Sem pressa. ㅡ Respondeu, educada. L encarava cuidadosamente Alex desta vez e isso o fez arquear uma das sobrancelhas. “Como alguém pode ter uma presença tão pura e imponente ?” Refletiu, tentando decifrar o que Alex pensava, e ele fazia o mesmo com Layout. “Esse garoto parece ser bem esperto. Interessante...”

Ok, então bom trabalho pra vocês! ㅡ Dizia Curtis, indicando o corredor que levava direto ao banheiro. Porém, a atenção de todos os presentes na sala foram parar direto para a televisão da sala. ㅡ OLHEM ISSO! ㅡ Gritou Madeleine, indignada com o que estava vendo. O notíciário do canal local Night News havia sofrido algumas alterações para aquela fatídica noite, eram 20:00 em ponto!

Boa noite caros telespectadores aqui quem vos fala não é Edward Platon, estou apenas usando o corpo dele como mediador. Ele falará tudo o que eu quiser e vai fazer tudo o que eu ordernar. Agora, nesse momento, enquanto escutam a voz dele, sou eu falando por ele. E vocês não podem fazer nada. ㅡ Edward gargalhava diante de milhares de telespectadores que assistiam o notíciario naquele momento. Todos na sala de estar estavam atônitos. Curtis parecia estar mais assustado e pasmo do que todos os presentes. “COMO ISSO É POSSÍVEL ? SÓ SÉ…” Refletia, mas sua cabeça estava uma verdadeira bagunça para conseguir entender tudo. Alex ficou boquiaberto, mas logo tratou de morder o próprio lábio na intenção de não parecer tão desesperado quanto Curtis. “Acorda Curtis, pare e pense.... Não tem jeito, ele nunca irá suspeitar desses dois serviçais do apartamento”. Pensava, Alex. E enquanto todos pareciam entrar em choque conjunto, Layout apenas analisava a situação e tentava entender o que realmente estava acontecendo.

O que estão prestes a ver, é a verdadeira justiça sendo feita e ao vivo! Eu garanto, não vão se arrepender. Dylan, é com você aí. ㅡ Edward passou o comando da câmera para Dylan que parecia estar dentro de uma casa filmando uma família. “Algo ruim está prestes a acontecer.” Pensava Vex, aflita com o que assistia na televisão. L era o único que tentava não esboçar alguma reação, apenas analisando a situação.

Como podem ver, eu também controlo as ações do cameraman. Querem saber como eu faço isso ? Perguntem a um shinigami! ㅡ Revelou Dylan, o cameraman sendo controlado. “EU SABIA!” Pensou Curtis, ficando boquiaberto com a revelação. “Curtis, cuidado…” Ponderava Alex, mas aquela situação era extremamente perigosa. L, Vex, Curtis e Alex presenciando uma segunda portadora do caderno juntos. Qualquer reação poderia ser a última! “Dois cadernos ? Então isso ainda não acabou…” Suspirou L, pela primeira vez durante todo aquele teatrinho, ele esboçou alguma reação.

Eu mostro para vocês, população de Manhattan, à justiça! ㅡ Dylan brandia com fúria, exatamente como lhe foi ordenado á fazer. Rapidamente, ele mirou a câmera para que todos estivessem assistindo pudessem ver aquela cena. Ele filmava a sala de uma casa, com uma família que, até então, parecia normal. Havia uma mãe, o pai e uma pequena criança que parecia ter apenas 5 anos de idade, todos estavam sentados no sofá assistindo à um filme. Porém, momentos depois, a mulher levantou-se de maneira misteriosa e foi em direção a cozinha.

Ela retornou ao sofá e se sentou novamente ao lado de seu marido. Sem hesitar, a mulher revela uma tesoura de jardineiro de trás das almofadas, aproxima o objeto cortante de seu marido e corta a genitália dele fora, fazendo-o gritar de dor e cair no chão, gemendo. Minutos depois, o marido acabou morrendo de hemorragia. A pequena criança gritava, berrava, estava descontrolada, ela não sabia o que estava acontecendo.

É isso meu povo, isso é a justiça! Esse homem, recentemente, bateu nessa moça por ciúmes. Eles haviam resolvido o incidente e estavam aparentemente bem novamente. Mas as cicatrizes fariam essa pobre e inocente mulher lembrar-se de todas as vezes que foi humilhada, envergonhada e que sofreu agressão dentro de casa. Sem esse orgão, ele não passa de uma pobre e inocente criatura que está prestes a morrer. E é isso que ele e muitos outros homens como esse canalha merecem! Eu espero que esteja vendo isso, Fênix…. L…. PORQUE SERÃO OS PRÓXIMOS! ㅡ Edward, o âncora do notíciário, depois de berrar, gargalhar e babulcear todas aquelas palavras, ele caiu no chão, morto por uma parada cardíaca, o mesmo destino teve o cameraman e todos da equipe de segurança que estavam sendo controlados.

A menininha de 5 anos, não parava de chorar, e mesmo com o cameraman morto, sua câmera permaneceu ligada, e todos podiam ouvir e ver os lamentos e choros daquela pobre e inocente criança. Madeleine estava atônita com o que acabara de presenciar, por um instante, enquanto via aquela pobre criança chorar, lembrou da reação e Kristoff e Curtis quando souberam que seus pais estavam mortos.

Ela desligou a televisão e limpou as lágrimas que corriam por seu rosto. Alex estava estático, perplexo, não sabia o que dizer, nem o que pensar, tudo aquilo parecia estar muito além da lógica e do bom senso. Curtis sentia medo, medo de ser pego, de ser descoberto, e principalmente, de ser morto por esse maníaco que também portava um caderno. “Isso vai muito mais além do que eu planejei enfrentar. Mas não vou recuar! Se essa nova pessoa quer justiça, lhe mostrarei a minha visão de justiça!” Mesmo tentando disfarçar, as mãos de L tremiam de fúria.

Alguém era culpado pela destruição daquela família, uma pessoa que não tinha coração e nem um pouco de bom senso. Aquela criança seria traumatizada para todo o resto de sua vida. “Eu não admitirei isso. EU VOU PEGAR VOCÊ!” Os olhos de L, ferviam em fúria, Vex percebendo a mudança de reação em Layout e levando em consideração que aquela sala de estar permanecia um enorme silêncio desde o começo da transmissão, ela resolveu romper finalmente aquele silêncio môrbido e se despedir deles.

Acho melhor voltarmos um outro dia, tudo bem ? Tenham uma boa noite. ㅡ Vex sequer esperou uma resposta, agarrou Layout pelo braço e saiu do apartamento batendo a porta atrás de si.

Vó, eu vou pro quarto, tá ? ㅡ Curtis estava sem chão, sem reação, ele queria deitar na cama e dormir, e amanhã descobrir que tudo aquilo não passou de um pesadelo. Mas era real e estava apenas começando. Madeleine apenas acenou com as mãos, se despedindo dos meninos, ela se levantou para ir até seu quarto também. De todos da família, ela era a mais sensível e sentimental, ela provavelmente ira chorar aquela tragédia e a perda da menina a madrugada inteira. Alex acompanhou Curtis até o quarto, os dois entraram e Curtis trancou a porta. Alex se sentou na cadeira do computador, enquanto Curtis deitou na cama. Ambos estavam desligados, assustados e indignados demais para fazer qualquer comentário.

Scarlett passava seu melhor batom nos lábios. ㅡ Meu plano funcionou perfeitamente. Aposto que consegui chamar a atenção deles, não acha ? ㅡ Scarlett perguntava a Devila, mas tendo certeza absoluta de que tanto Fênix quanto L assistiram aquela transmissão ao vivo.

Você traumatizou uma menininha e arruinou uma família. O que acha disso ? ㅡ Devila gostava de saber o que realmente se passava na mente de Scarlett.

Aquele homem merecia morrer. Ele primeiro bate na mulher, e depois faz uma serenata pedindo perdão com flores e chocolates ? Ela foi fraca demais em ter acreditado nele. Todos os homens mentem e eles sempre serão assim, essa é a realidade, Devila. Eu apenas fiz o que ele mereceu. A menininha precisava ver aquilo para já aprender que homens não prestam, quem sabe assim, ela não aprender a ser como a mãe ? ㅡ Scarlett respondia com tanta naturalidade que assustava a própria rainha shinigami.

Acha certo uma menininha começar a matar homens assim como a mãe dela ? Que no caso, foi a mando seu né. E outra coisa, como você conseguiu arquitetar todo esse plano ? Desde cedo, só vejo você escrevendo descontroladamente nesse caderno. ㅡ Perguntou Devila, sentando-se ao lado de Scarlett.

Como eu disse, homens não prestam! São falsos, mentirosos, nojentos e asquerosos. Em algum momento da vida ela iria aprender isso mais cedo ou mais tarde, eu apenas antecipei o inevitável. Foi mais fácil do que pensei. Bom, depois que eu soube desse incidente dessa mulher que sofreu agressão do marido, já sabia qual seria minha isca. Quanto ao noticiário, precisei escrever o nome de todos os funcionários ativos atualmente para que nenhum deles pudesse cancelar minha preciosa transmissão. Também escrevi o nome dos seguranças para que ninguém entrasse no estúdio e tentasse parar a transmissão manualmente. E quanto a mulher, infelizmente, precisei escrever o nome dela, mas no caso dela, as condições são diferentes…. Como não dá para reverter uma morte, eu escrevi que no último dia de vida restante dela, ela descobrirá que tem câncer, assim aos poucos ela vai vivendo até chegar a hora de morrer. É inevitável, e foi a única maneira de prolongar um pouco mais a vida dela. ㅡ Scarlett parecia apenas se sentir culpada pela morte da mãe, só porque ela também era uma mulher. ㅡ Agora cale-se, Devila. Preciso terminar de me arrumar, minha jogada ainda não acabou. ㅡ E piscou para a shinigami pelo reflexo do espelho.

Vai por mim, cara. Você vai curtir esse lugar! ㅡ Comentou um colega de Kristoff que trabalha no mesmo departamento. Ele levou Kristoff para uma casa noturna, lugar de pura descontração e, nas áreas vips, pegação. ㅡ Acho que tem razão. Preciso aliviar a cabeça. Algumas garotas podem me ajudar nisso. ㅡ Gargalhou descontraidamente com seu grupo de amigos que chegavam juntos na casa noturna. ㅡ

Hey, Kristoff. Aquela ali não parou de te encarar desde que chegamos aqui. Vai lá oferecer uma bebida pra moça! ㅡDisse um dos colegas de Kristoff e o empurrou na direção da bela mulher que o encarava com uma certa curiosidade. “Você me paga!” Pensou Kristoff, se aproximando dela. Tímido e com suas bochechas vermelhas, ele se arriscou a puxar assunto com ela.

Posso saber se o seu nome é tão lindo quanto você ? ㅡ Encarava a bela moça com um sorriso encantador nos lábios.

Me chamo Sarah. E qual o seu nome ? ㅡ Cumprimentou Scarlett, mentindo seu verdadeiro nome. “Seu idiota, já sei qual é o seu verdadeiro nome. Agora é só uma questão de tempo…"


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Notas finais do capítulo

Como já dito, quem quiser dar uma olhada na lista de personagens e em suas características, pode acessar o docs oficial da fanfic { https://docs.google.com/document/d/1qw_6R-dS17_a6cxNp-cb5Hm4zB8xC5-02yJLekm5t-Q/edit?usp=sharing }
Espero que gostem e até o próximo capítulo!

PS. Eu decidi lançar capítulos mensais, então, caso o próximo demore, já sabem o motivo.