Death Note, Another Chance escrita por Tio Thi


Capítulo 2
Fênix


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo terá algumas cenas fortes, então eu aconselho pararem de comer, se estiverem comendo. hahahaha! Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620327/chapter/2

O shinigami virava de um lado para o outro encima da cama de Curtis até conseguir chegar a uma posição confortável. ㅡ Bom, agora que matou sua amiga, acredita em mim e no poder do caderno? Eu não esperava menos de vocês, humanos. ㅡ Tarakashi gargalhava friamente com o fato de Curtis ter assassinado a ‘melhor amiga’, a pequena Claire, de apenas cinco anos de idade. Ainda atordoado com o ocorrido, Curtis sentou no chão e repousou as costas e a cabeça na parede próximo a mesa de computador. Fixou seus olhos no teto, mas não conseguia tirar as diversas lembranças que tinha de Claire em sua cabeça.

Eu sou um assassino, eu sou um assassino, eu merecia queimar…” Curtis repetia aquelas palavras para si mesmo, cada vez que se lembrava de um dia feliz ao lado de Claire. “Ela era uma menina doce, meiga e muito gentil. Tinha apenas cinco anos de idade, com uma vida inteira pela frente, mas ela foi interrompida.. Não! Eu a interrompi! E tudo por que ? Pra saber a veracidade desse maldito caderno..” Refletia, Curtis. Estava tão abalado que sequer prestou atenção no comentário de Takarashi, que agora, parecia estar dormindo tranquilamente.

Não… Talvez eu esteja errado. ㅡ Disse Curtis, num tom de voz calmo e baixo, quase como um sussurro, para que sua avó não pudesse ouvir.

Tem razão shinigami. O Death Note é mesmo real! O que fiz com a Claire é algo que eu jamais poderei desfazer ou esquecer. É um erro sem volta. Mas… Eu sinto que posso fazer com que isso seja um novo começo para mim e para o mundo. ㅡ Os olhos de Curtis brilhavam ao lembrar-se do sorriso de Claire Gold. E mais uma vez, lágrimas rolavam pelo rosto dele ao imaginar Christina, lamentando e sofrendo com a morte de sua única filha. Takarashi ficou curioso com o comentário de Curtis e se interessou em questioná-lo:

Para você e para o mundo? ㅡAinda irônico, Takarashi não deixou de gargalhar da cara de Curtis.

ㅡ Sim… Entenda, Takarashi… É esse o seu nome, certo? Pois bem. Algumas pessoas nesse mundo simplesmente merecem morrer. Com o sumiço dessas pessoas, quantas outras não se beneficiariam? Eu quero fazer isso! Por mim, pelos meus pais, pela Claire, pelo mundo! Eu tenho o poder, eu tenho a chance de mudar. Mesmo que isso consuma meu coração e alma, vale a pena! Quem não desejaria viver num mundo livre de trapaças, armadilhas, infelicidade e negativismo? Está na hora de limpar esse mundo. ㅡ As palavras soavam verdadeiras e firmes, Curtis parecia estar confiante e disposto no que pretendia fazer.

Interessante...ㅡ Comentou o shinigami, olhando fixamente para Curtis. “Claire, meu anjinho. Faltará eternamente um pedaço no meu coração com a sua morte. Mas eu vou transformar esse mundo num lugar melhor para se viver. Espero que, de algum modo e em algum lugar, você concorde e apoie esse meu novo ideal”. O corpo e alma de Curtis já aceitavam aquele novo objetivo perfeitamente, já era a hora de pensar nos detalhes. Curtis se levantou do chão, e encarava o shinigami com uma expressão duvidosa em eu rosto.

E então Takarashi. Agora que tenho um shinigami no meu quarto, o que vai acontecer comigo ? Vai me matar e pegar o caderno de volta? ㅡ A expressão de Curtis passou de calma e serena, para curiosa e atenta. Ele já tinha o plano de mudar o mundo em sua mente, agora, precisava saber, quais seriam as consequências e principalmente, o que aquele demônio faria com ele.

O que? Ficou doido com a morte dessa garota, foi? Não vou fazer nada com você. ㅡ Tarakashi o respondeu num tom de indignação, ele realmente pareceu ter ficado indignado com aquela pergunta.

Mas, como? Esse caderno era seu e... ㅡ Curtis questionou novamente, mas sua voz falhava. “Isso não faz o menor sentido”, pensou. E antes que pudesse terminar a frase, foi interrompido pelo shinigami.

Olha, garoto. Eu não vou te fazer nada. O caderno passa a ser parte do mundo dos humanos no momento toca a terra, e o humano que o encontrou primeiro se torna o proprietário. Em outras palavras, o caderno agora é seu. ㅡ Explicava Takarashi, bocejando com aquela conversa. “É incrível como esse garoto é irritante. Talvez fosse mais vantajoso matá-lo agora mesmo. Mas não posso fazer isso até que chegue o último dia de vida dele” pensava, Takarashi. ㅡ

O caderno agora é... meu? ㅡ Curtis parecia estar surpreso com aquela informação, quase incapaz de fazer outras perguntas. Ele continuava de pé, olhando para Takarashi que estava deitado em sua cama.

Já vi que isso vai ser um saco. Eu vou responder todas as possíveis perguntas que você poderá fazer e depois disso, me jure que não fará nenhuma outra pergunta até o fim do dia, entendeu? ㅡ Questionou, Takarashi. Curtis se calou e apenas acenou com a cabeça em confirmação a condição do shinigami. ㅡ

Muito bem. Eu sou um Deus da morte do Japão e me chamo, Takarashi.ㅡ”Mal comecei e já vi que isso vai ser cansativo” Refletia o Deus da morte, antes de continuar a explicação:

Como pôde perceber e confirmar, este caderno é real. E como você foi o primeiro humano a tocá-lo, ele passou a ser propriedade sua. E não precisa se preocupar com a sua avó ou com qualquer outra pessoa. Por enquanto, você é o único que pode me ver e ouvir. Só pessoas que tocam o caderno conseguem me ver e ouvir. ㅡ Takarashi resolveu se sentar na cama, para poder ver as reações de Curtis ao ficar sabendo de tudo aquilo. “Ainda bem que esse tal shinigami não apareceu antes. Imagine o susto que a Claire não levaria ao ver um bicho desses!” Pensava, Curtis, voltando sua atenção para o shinigami.

Mas se preferir, você pode dar o caderno para outra pessoa. Mas se fizer isso, eu serei obrigado a apagar todas as suas lembranças do caderno. Você está livre para usar o caderno como bem entender. ㅡ Takarashi continuava sua explicação até que Curtis o interrompeu:

Está dizendo que não serei punido? Posso usar o caderno livremente, é isso? ㅡ Curtis arregalou os olhos ao saber dessa informação. O shinigami rolou os olhos, ele pegou um dos travesseiros da cama e lançou contra Curtis, o travesseiro acertou a cabeça dele em cheio.

Aí! Por que isso? ㅡ Reclamou Curtis, pegando o travesseiro do chão.

Garoto, se me interromper de novo, eu não te explico mais nada, entendeu ? Já é muito chato ter que ficar te contando essas coisas. Mas como todo shinigami, tenho a obrigação de fazer isso, afinal, você é o novo portador do caderno agora. Então cala a boca e presta atenção! Deixo você fazer uma ou outra pergunta quando eu terminar. ㅡ Respondeu Takarashi, irritado com ansiedade do humano. Curtis apenas acenou com a cabeça em concordância “Cara, esse shinigami é muito folgado”, pensou.

Digamos que, você vai sentir o medo e a dor que só o humanos que o usaram o caderno, conhecem. E quando chegar a sua hora de morrer, esse caderno voltará a mim para que eu escreva o seu nome nele. ㅡ Takarashi formou um sorriso sádico em seus lábios púrpuras. ㅡ

Saiba que nenhum humano que usou o caderno pode ir para céu ou para o inferno por toda a eternidade. É só isso… Os detalhes sobre como usar caderno, estão nas regras que eu escrevi na contra capa. Escrevi usando a língua mais falada entre os humanos, o inglês. Eu imagino que você não tenha problemas para ler. É isso...ㅡ Concluiu Takarashi, deitando novamente na cama de Curtis e apoiando sua cabeça nos travesseiros. Curtis abaixou a cabeça e fechou os olhos para refletir sobre tudo o que acabara de ouvir. “Eu já usei o caderno, então, não tem mais volta. Não vou poder ir nem para o céu e nem para o inferno. Acho que é essa a punição que mereço por ter assassinado Claire, não é ? De qualquer forma, saber que eu não serei punido pelo shinigami por usar o caderno, era o que eu precisava para colocar em prática meus planos.”.

Só mais uma pergunta, Tarakashi… Por que deixou o caderno cair na terra ? Você mesmo disse que escreveu as regras na língua mais falada do mundo dos humanos. Então não me venha dizer que isso foi um acidente...ㅡ Curtis ergueu a cabeça e abriu os olhos. A cor de suas orbes pareciam ter mudado com o contraste da luz da lâmpada do quarto, os olhos de Curtis pareciam estar vermelhos como fogo. Takarashi soltou uma gargalhada estupidamente alta ao ouvir a pergunta de Curtis.

Fiz isso porque estava entediado! Sabe, não tem muito o que fazer no mundo dos shinigamis. Ou você joga com os outros shinigamis ou passa o dia matando humanos, nada além disso. Nosso atual Rei shinigami é bem mais liberal. Inclusive, ele já esteve aqui, no mundo dos humanos no passado, ele deixou o caderno cair e o humano que pegou o caderno, bom, ele ficou conhecido por aqui… ㅡ Takarashi umedeceu os lábios, não conseguiu conter a risada maléfica.

Como assim, conhecido? ㅡ Perguntou Curtis, mais curioso do que nunca com aquele comentário de Takarashi.

Não posso citar nomes de nenhum envolvido, isso faz parte do código que todo o shinigami deve seguir. Mas ao que parece, o humano que pegou o caderno que o atual Rei shinigami trouxe pra cá no passado, ficou conhecido no mundo como Kira… Não me pergunte o nome dele, nem eu sei dessa informação.ㅡ E assim que respondeu, Takarashi caiu na gargalhada, Curtis era o primeiro a saber que o incidente de Kira tinha a ver com o Death Note também. “Pra falar a verdade, eu não poderia nem ter comentado isso com ele. Ah, o Ryuuk vai me encher o saco quando eu voltar. Merda..” Pensou Takarashi, escondendo seu rosto em um dos travesseiros.

Inacreditável! Então, quer dizer que Kira fez tudo aquilo com um Death Note? Estou chocado! Parando pra pensar, faz todo o sentido. Mas… ㅡ A voz de Curtis se elevou, fazendo com que chamasse a atenção da sua avó que assistia televisão na sala. Preocupada, Madeleine se levantou de sua poltrona e deu três batidas na porta do quarto de Curtis. Devido a sua idade, ela já não conseguia ouvir como antes e por isso não conseguia ouvir a conversa de Curtis com Takarashi.

Curtis, meu amor. Está tudo bem aí? ㅡ Perguntou Madeleine, preocupada com o tom de voz alto que ouviu do quarto de seu neto. Mesmo não conseguindo entender o que ele estava falando, conseguiu ouvir sua voz. “Droga, tenho que me controlar. Não posso aumentar meu tom de voz. Minha avó está logo na sala.

Ah, tudo bem vó, estou só estudando em voz alta. Desculpe se te incomodei. ㅡ Respondeu, Curtis.

Não me incomodou, não se preocupe, anjo. ㅡ Explicou Madeleine, com seu tom de voz carregado de carinho e ternura, se despediu de Curtis e voltou para sua poltrona na sala, iria começar um programa que ela nunca perdia.

Que interessante e assustador… Agora eu tenho os poderes que o tão famoso Kira teve no passado.ㅡ Curtis se virou para o shinigami, ele parecia estar bem mais seguro e confiante no que pretendia fazer.

Isso foi há mais de 100 anos, tenho certeza absoluta de que Kira já está morto. Ele não foi da minha época, mas marcou a história da humanidade e bom, agora ele faz parte das minhas aulas de história e filosofia. Takarashi, eu sinto como se isso fosse uma segunda chance… Não farei igual o Kira, serei melhor do que ele! ㅡ Curtis formou um sorriso nos lábios, o poder do caderno parecia já começar a subir sua cabeça. Caminhou até a mesa do computador e se sentou, ligando a luminária que estava encima da mesa e abrindo o caderno. Puxou uma caneta qualquer do porta-canetas encima da mesa e a posicionou encima de uma das folhas do Death Note.

Já vai matar alguém? ㅡ Perguntou Takarashi, olhando para Curtis.

Você terá notícias amanhã. ㅡ Respondeu Curtis, voltando sua atenção para o caderno.

E com uma algumas poucas palavras, eu vingarei a morte dos meus pais e ditarei a sentença ao mundo. Se Kira realmente usou o caderno no passado e perdeu… Há uma grande possibilidade de existir um L atual com ciência do caderno. Eu não tenho medo. Espero mesmo que ele me encontre, isso pode ser até interessante. Não pretendo cometer os mesmos erros que Kira. Eu sei quais são as consequências do que planejo fazer. Mas eu as aceitarei de bom grado, sem arrependimentos…” Refletia, Curtis.

Raciocinava Curtis, de olhos fechados, enquanto batia com a ponta da caneta no caderno. Reabriu os olhos, ainda mais decidido no que queria fazer. “Esse mundo merece queimar, e com isso, irá nascer uma nova geração das cinzas. Eu serei conhecido como...Fênix!” Aproximou a caneta da primeira linha de uma folha em branco do Death Note e começou a escrever:

James Christian e Fred Williams - Suicídio — 14 de março de 2113 ás 04:30am.

"Durante uma rebelião, os prisioneiros da prisão ‘(SOM) Security Of Manhattan”, quebraram todas as celas e trancafiaram os policiais. O prisioneiro James Christian pega uma faca e corta parte de seu próprio braço. James usa seu próprio sangue para escrever a letra “F” na parede de uma das celas. Logo em seguida, ele joga álcool em si mesmo e ateia fogo usando uma tocha, se incendiando diante de todos os outros prisioneiros e policiais. Fred Williams cortou uma parte de seu tórax, para poder usar o sangue e escrever de maneira grande e legível a letra “Ê” ao lado do “F” escrito anteriormente por James. Em seguida, Fred também jogou álcool em seu próprio corpo e se incendiou, caindo em cima do corpo chamuscado de James.”

Assim que terminou de escrever, Curtis se levantou da mesa do computador, pegou o caderno e guardou dentro de seu guarda-roupas. Nem sua avó, Madeleine, ou seu irmão, Kristoff, mexiam no guarda-roupa, então, por hora, aquele era o melhor local para esconder o caderno.

Saí logo da minha cama, shinigami! Tenho que dormir. Amanhã será um dia mais do que especial. ㅡ Gargalhava Curtis, ansioso para saber o que iria acontecer. De tanto ver fotos dos culpados pela morte de seus pais, os rostos e os nomes de James e Fred já estavam gravados na cabeça de Curtis. Enxotou Takarashi da cama, e deitou-se, pegando no sono quase que imediatamente.

Na manhã seguinte, Curtis teve uma surpresa inimaginável. Alguém batia inquietantemente na porta do apartamento da família Prime, Curtis ainda estava dormindo. Madeleine já havia despertado e estava na cozinha, preparando o almoço. A senhora caminhou até a porta e antes de abri-lá verificou no olho mágico para saber quem batia. Arqueou uma das sobrancelhas, indignada com uma visita tão peculiar. Madeleine conhecia muito bem as pessoas que batiam em sua porta naquela manhã de quarta-feira, eram os policiais do edifício.

Sem demora, ela girou o tambor da maçaneta e abriu a porta. Três policiais estavam diante da porta do apartamento, Madeleine, simpaticamente, sorriu para eles.

Como vão, rapazes? Posso ajudar? ㅡA voz de Madeleine continuava suave e relaxante, mas seu coração palpitava um pouco mais rápido. “O que eles podem estar procurando na minha casa ? Será que tem algo a ver com Curtis ?” Pensava a dona de casa, preocupada com o bem estar de seu neto.

Bom dia, senhora Bell! Não viemos incomodá-la, fique tranquila. Só temos algumas perguntas a fazer para seu neto, Curtis Prime. Ele se encontra ? ㅡPerguntou um dos policiais, ele correspondia o sorriso de Madeleine, mas dava para ver em seus olhos que assunto era sério. ㅡ Só um minuto, vou chamá-lo! ㅡ Madeleine tentou expressar calma e serenidade, mas a preocupação e o nervosismo estava estampado em seu rosto. Caminhou até o quarto de Curtis e, novamente, deu três batidas na porta e nada… Ela já imaginava que ele estivesse dormindo. Girou a maçaneta e entrou no quarto do neto, se aproximou da cama e alisou suavemente os cabelos negros de Curtis e isso foi o bastante para fazê-lo despertar.

Curtis, meu anjo. Vamos, tá na hora de levantar. Tem uns homens na porta querendo falar com você. Eu acho que são os seguranças do apartamento.. Não demora, ok? ㅡ Se despediu do neto, selando um beijo na testa dele. Voltou para a porta e pediu para que os seguranças aguardassem.

Policiais? Ah, isso é um saco... ㅡ Reclamava Curtis, se levantando lentamente da cama e indo em direção ao banheiro. Logo após fazer seus afazeres higiênicos, vestiu uma roupa mais adequada e voltou para o quarto.

Parece que você está encrencado! ㅡ Comentou, Takarashi. Ele parecia se divertir muito com as trapalhadas e as caras e bocas que Curtis fazia.

Você acha? Bom, eu duvido. Olhe e aprenda! ㅡ Respondeu Curtis, calmo e bem confiante. Caminhou até a sala e foi em direção a porta.

Bom dia, policiais. Há algo que eu possa fazer pra ajudar? ㅡ Questionou, com um sorriso falso nos lábios. “Se eu estiver certo eles estão aqui pra perguntar sobre…” Os pensamentos de Curtis foram cortados pela resposta seca e fria de um dos seguranças.

Por favor, nos acompanhe até a cabine. ㅡ Curtis percebeu o tom rígido e autoritário que do policial. Sem questionar, ele deu de ombros, concordando com a condição dos policiais. Saiu do apartamento e os seguiu rumo ao elevador. Ao entrarem no elevador, o silêncio preencheu o âmbito, nada se ouvia, exceto o som do elevador descendo. Chegando ao térreo, todos os policiais e, claro, Curtis desceram. Continuaram a caminhar até chegar na cabine geral dos seguranças do edifício.

Há uma pessoa lá dentro que quer conversar com você, pode entrar. ㅡ Explicou um dos policiais e sem dar a menor chance de Curtis questionar ou perguntar quem seria essa pessoa, eles se viraram e ficaram de costas para a cabine. Apático, Curtis se aproximou da porta da cabine e entrou sem cerimônia. Takarashi estava atrás dele, mas como Curtis era o único que tocou no caderno, nenhuma outra pessoa podia vê-lo ou ouvi-lo, mas Curtis o ouvia perfeitamente.

Tá com medinho? ㅡTakarashi gargalhava atrás de Curtis, mesmo sabendo que ele não poderia responder no momento.“Cala a boca, shinigami maldito”, pensou. Respirou fundo e entrou na cabine. Suas sobrancelhas arquearam no momento em que viu seu irmão, Kristoff ao lado do segurança geral do edifício, Rodolph. Ele era um dos amigos mais íntimos da família Prime, era também amigo de Steve e Cornelia Prime.

E aí, Curtis? Como está? Não se assuste, te chamei para fazer algumas perguntas, nada demais. ㅡ Rodolph falava com uma serenidade na voz que lembrava Curtis a sua avó.

Pode sentar ai. ㅡ Respondeu Kristoff, indicando uma cadeira de frente para a mesa metálica que Rodolph estava sentado. Curtis rolou os olhos para o seu irmão, como uma expressão de impaciência e se sentou. Antes que pudessem começar o interrogatório, Curtis questionou:

O que ele está fazendo aqui? ㅡ Apontou para Kristoff, com uma expressão confusa. Ele parecia não ter gostado muito da presença do irmão naquela cabine.

Não se preocupe. Seu irmão veio para me ajudar com algumas imagens e depoimentos que pegamos com alguns moradores. Ele tem os trabalhos dele lá na delegacia, mas reservou um tempinho para me ajudar com isso. ㅡ Explicou Rodolph, com um sorriso nos lábios. .

Relaxa, Curtis. Até parece que cometeu um assassinato... ㅡ Comentou Kristoff, caindo na gargalhada. Rodolph também riu da piada e para não ficar tão estranho e óbvio, Curtis também riu do comentário do irmão. “Vou te espancar quando voltar pra casa, otário!” Pensou, Curtis.

Mas então, falando sério agora, o motivo de eu ter pedido para te chamarem é um pouco mais sério...ㅡ Disse o segurança, com um tom de voz um pouco mais sério, mas ainda sim, simpático e tranquilo.

Como já deve saber, Miranda, a moradora do sétimo andar, faleceu… Bom, analisamos as gravações das câmeras e vimos você e a senhorita Christina dentro do apartamento dela. Foram graças aos gritos de Christina que soubemos do ocorrido. Você saberia me dizer o que aconteceu lá, Curtis? ㅡ Perguntou Rodolph, na esperança de que Curtis pudesse ajudar-lhe na investigação de alguma forma. Mordendo os próprios lábios para evitar sorrir, Curtis sabia que não estava sob suspeita de nada. “Tenho que admitir, esqueci das câmeras nos corredores. Mas mesmo com essa filmagem, eles não podem me acusar de absolutamente nada. Era eu, Christina e Claire descobrindo o corpo de Miranda já morto no chão… “ Refletia, antes de responder o segurança.

Senhor Rodolph, eu acho que foi uma simples fatalidade. No momento em que a Christina começou a gritar, eu corri pra saber o que havia acontecido e vi o corpo da Miranda no chão. Ela estava caída, junto com uma bolsa plástica cheia de compras do mercado. Miranda devia ter acabado de chegar quando...ㅡ Relatou o ocorrido de maneira transparente e sem enrolação, mas Curtis decidiu deixar a frase morrer no ar. Se o segurança, e principalmente, seu irmão, descobrissem que ele sabe como Miranda morreu, sendo que a causa da morte ainda não havia sido divulgada, ele teria sérios problemas. “Eu quase falo que ela morreu de uma parada cardíaca. Seria estranho demais eu saber disso. Merda!” Curtis punia-se mentalmente.

Ah, tudo bem, eu entendo. No mesmo dia, pegamos o depoimento da senhorita Christina e falou exatamente a mesma coisa. Segundo o atestado de óbito, ela morreu de parada cardíaca. ㅡ Esclareceu Rodolph. ㅡ Como Curtis falou, foi uma triste fatalidade. ㅡ Comentou Kristoff, sendo irmão de Curtis, ele sabia exatamente quando o irmão estava mentindo. Ele prestou bastante atenção nos olhos e nas expressões de Curtis enquanto relatava o incidente, mas não percebeu nada. “Ah, Curtis. Sinto que tem alguma coisa errada nessa história…” Devaneou Kristoff, pensando no bem estar de seu irmão.

Enfim, assunto resolvido. Sinto muito senhor Rodolph, mas as obrigações me chamam. Até mais tarde. E até mais tarde, cabeçudo. ㅡ Se despediu de Rodolph com um aperto de mãos amigável e ao sair da cabine, deu um tapa de leve no topo da cabeça de Curtis, fazendo-o revidar, mas não a tempo de conseguir acertar Kristoff.

Tudo bem Kristoff, muito obrigado por sua contribuição. Você está liberado Curtis, pode ir. ㅡ O segurança sorriu novamente para o garoto e se despediu dele com um aceno de cabeça. Curtis se levantou e saiu da cabine, Takarashi seguia-o voando atrás dele.

ㅡ Então o irmãozinho é policial ? Ele te safou, isso não teve graça...ㅡ Falou Takarashi, acusando Curtis de ser sido salvo pelo irmão durante o interrogatório do segurança.

Infelizmente não, capeta. Meu irmão tem o maldito dom de descobrir quando eu estou mentindo. Sorte minha que eu disse o que realmente aconteceu e não precisei mentir. Mas acredito que ele ainda dúvida de algumas coisas...ㅡ Curtis explicou quase sussurrando, enquanto caminhava em direção ao elevador, ele podia ser visto falando sozinho, e isso não seria bom. Curtis cuidou para mexer suavemente os lábios, assim as câmeras não captariam os movimentos. “Droga Kristoff, você teve que vir justo hoje ?” Desabafou em pensamentos. Subindo até o décimo primeiro andar, Curtis caminhou até a porta de seu apartamento e entrou.

Curtis, vem aqui ver isso agora!ㅡ Madeleine chamou o neto com uma voz estremecida… Curtis logo se espantou com a forma que sua avó o chamou. “Geralmente ela me chama de ‘anjinho’, ‘meu amor’. Raras são as vezes que ela me chama pelo nome…” Sem pestanejar, Curtis correu até até a sala de estar, que era de onde veio o chamado de sua avó e se surpreendeu com o que viu na televisão da sala

. ㅡ São eles, Curtis! Os assassinos dos seus pais! ㅡ Madeleine chamou a atenção de Curtis para a notícia que se passava na reportagem da ‘Daily News’ . Apesar de todo o horror que os assassinos fizeram a família Prime passar, Madeleine não queria vê-los mortos, e sim, presos. Porém, nesse caso, ela se sentiu um pouco mais aliviada e com uma sensação de justiça. Mesmo achando a forma de como aconteceu completamente absurda e sem sentido. Curtis virou para a televisão e formou um sorriso nos lábios quando viu a notícia.

Os presos James Christian e Fred Williams se suicidaram nessa madrugada de terça-feira. Segundo as informações dadas pela polícia, eles jogaram álcool nos próprios corpos e atearam fogo, morrendo carbonizados... ㅡ A repórter explicava o ocorrido. As mãos de Curtis estremeciam, seus olhos pareciam brilhar, e ele sentia uma estranha sensação de vitória. “Eu consegui. Vinguei a morte de vocês, papai e mamãe.. Fiz aqueles canalhas sujos pagarem com a vida. E isso é só o começo. A “fênix” ainda não está finalizada!” Em meio aos devaneios, a repórter e o canal de notícias, encerraram o programa. “Tem algo errado..”

Eu vou pro quarto tá, vó ? Não me interrompa, por favor. ㅡ Se despediu da avó com um beijo em sua testa e foi em direção ao seu quarto, trancando a porta assim que entrou. Curtis caminhou até a mesa de computador e sentou na cadeira.

Takarashi… Acho que o L já está em ação...ㅡ Comentou Curtis, rindo de si mesmo. O shinigami não entendeu a ironia do humano e arqueou a sobrancelha, indignado com a reação de Curtis. ㅡ

Por que acha isso? ㅡ Takarashi perguntou abismado e curioso para saber a resposta.

É bem simples… Lembra das condições da morte? A mídia só divulgou a morte dos dois criminosos e sabendo que eles morreram carbonizados, tenho certeza absoluta de que eles também escreveram as letras “F” e “E”, como eu especifiquei no Death Note. Mas por algum motivo, a mídia ocultou esse fato. Provavelmente eles ou melhor, L, não queria que isso fosse divulgado para eu não obter respostas dos meus testes. Mas só o fato de saber que funcionou e de que ocultaram essa informação, já é suficiente para deduzir que fizeram isso de propósito. Sinceramente, eu duvido que a imprensa saiba das letras que eu mandei os criminosos escreverem na parede. ㅡ Ponderou Curtis, levando em consideração que a falta de informação pudesse lhe ser uma vantagem, mas como também, pudesse ser uma armadilha.

E você percebeu tudo isso só porque a repórter não comentou sobre as letras? Nossa, você realmente percebe as coisas… ㅡ Pela primeira vez, desde que desceu ao mundo dos humanos, Takarashi fica encantado com a perpiscácia de Curtis. ㅡ Acho que qualquer um ponderaria isso. Mas por precaução... ㅡ Deixou a frase morrer no ar, Curtis sabia o que tinha que fazer e teria que ser o mais rápido possível, caso contrário, não demoraria mais do que um ou dois dias para que L o encontrasse.

Ahn ? Por precaução…? E quem é L? Você não me disse… ㅡ Desabafou Takarashi, deitando-se novamente na cama de Curtis.

Serei breve… L é o melhor detetive do mundo! Ele solucionou casos, que para a polícia, eram insolucionáveis . Inclusive, foi ele quem solucionou o caso do Kira no passado, o antigo portador do caderno que revolucionou o mundo na época. Então… Só que L é um humano e algum dia, ele teria que morrer. Nenhum ser humano vive por 100 anos e mesmo se conseguir essa façanha, ele estaria caindo aos pedaços agora. Eu acredito que o L alterne de pessoa para pessoa com o passar dos anos. Para cada nova geração, fica o trabalho de buscar e treinar um sucessor. O L dessa geração deve vir atrás de mim, se nenhum outro criminoso morrer incendiado. Pensa bem. Os dois criminosos que mataram o senhor e senhora Prime se suicidam assim, do nada ? E eu não posso deixar isso acontecer. O L atual já deve ter ciência do caderno. Tenho certeza de que os L’s vão passando informação para cada nova geração, e o fato de existir um caderno da morte é algo que eles, sem dúvidas, iriam arquivar e deixar para toda a eternidade guardado. ㅡ Explicava o garoto. Ele fazia pequenas pausas para que sua respiração pudesse se acalmar para só então dar prosseguimento a explicação.

ㅡ E sendo que os criminosos foram presos por terem matado os meus pais. E isso foi há mais de 13 anos e desde então, estão presos. E durante uma rebelião na prisão, eles se suicidam do nada ? É óbvio que ele vai ligar esses assassinatos direto a nossa família, isso é, se ele pensar na possibilidade de existir um caderno por aí. Eu preciso matar mais criminosos e dessa vez, em uma distância maior… E agora cala a boca! ㅡ Curtis parecia estar enfurecido. Enquanto ele explicava quem era o L e cogitava o fato de ligar o suicídio a família Prime, ele também imaginava a reação de seu irmão e principalmente, sua avó, em suspeita de serem os assassinos. “Isso não vai acontecer… Calma Curtis, são apenas suposições… Não tenho nem certeza se o L já está ciente desses suicídios. “

Rapidamente, tratou de ligar o computador e acessar um navegador. Procurou por “criminoso fogo” como palavra chave. Curtis encontrou várias matérias falando sobre criminosos que incendiaram casas, mataram famílias, mas foram liberados por falta de provas… Umedeceu os lábios e sorriu para tela do computador.

Eles não tiveram o devido julgamento. Eu farei isso… ㅡ Disse ao shinigami, voltando sua atenção para os nomes e as fotos dos criminosos reportados nos sites de notícias. “O nome desse é Andrew Starter de 25 anos, mora no Hawaii. Que pena, tão novo...”

“Andrew Starter - Suicídio— 14 de março de 2113 ás 13:04.”

"Enquanto fazia o almoço, Andrew Starter deixa o gás do fogão aberto, abre uma gaveta qualquer do seu armário de cozinha e puxa uma faca de lá.. Ele aproxima a ponta da faca no fogo que saía de uma das bocas do fogão e deixa ali até ficar o mais quente possível Depois disso, ele se afasta do fogão e aproxima a ponta da faca na barriga e começa a se mutilar, desenhando a letra “N” em sua própria pele.

Depois da letra desenhada, Andrew corta em volta da parte da pele que desenhou, deixando sua barriga em carne viva. Ele arranca o próprio pedaço de pele e joga a parte pela janela e se aproxima novamente do botijão na cozinha. Andrew pega uma pequena garrafa de álcool e espalha o líquido por cima do fogão, do botijão e da mangueira que liga um no outro. Andrew acende o fogão, causando uma explosão, morrendo incinerado."

Trágico, porém, necessário. Hm… Qual será o próximo ? Tenho que ser rápido para que as outras letras casem perfeitamente… A polícia vai encontrar o pedaço de pele jogando pela janela escrito o “N”. Agora só faltam duas... ㅡ Desabafa Curtis, já conferindo outros criminosos na lista que achou na internet.

Curtis… O que está tentando formar com todas essas letras ? O que está tentando provar ? ㅡ Perguntou Tarakashi, ainda sem entender qual era o real plano dele.

Não ficou óbvio qual palavra estou tentando formar ? Hm... Espere mais duas mortes que você entenderá tudo... ㅡ Voltou sua atenção ao caderno. Curtis se segurava para não cair na gargalhada só de imaginar a cara da polícia ao juntar todos esses assassinatos e principalmente, as condições desses crimes. “É óbvio que o L atual vai perceber que tem alguém agindo e é com isso que eu estou contando…

Georg Simmons - Suicídio— 14 de março de 2113, ás 13:09

"Georg pega um galão de gasolina e despeja o líquido inflamável em todos os cômodos da sua casa. Pega um telefone e liga para a polícia local. Sem se identificar, Georg diz para o policial - A proxíma letra é I - George desliga o telefone, acende um fósforo e joga no chão da sala. O fogo começa a se alastrar por toda a sua residência e Georg permanece imóvel, fazendo-o morrer queimado vivo.”

Ele havia sido acusado de incendiar uma casa e matar uma família inteira. Mas, ainda com falta de provas, a justiça o liberou. Teve o que merecia, canalha. Agora… qual o próximo ? ” Pensou, Curtis.

"Matthews Garden - Suicídio— 14 de março de 2113, ás 13:15

"Matthews usa uma caneta esferográfica vermelha para escrever em seu peito ‘A última letra ⇧’ depois de desenhar a seta, Matthews pega a faca mais afiada e pontiaguda que encontrar, e começa a mutilar seu próprio rosto. Ele rasga sua própria face na intenção desenhar um “X” perfeito."

Terminei! A ‘Fênix’ está completa. E aposto que o L não demorará muito para entrar em ação....ㅡ Curtis se vangloriava com o que acabara de fazer.

Deixa ver se eu entendi. Você fez com que todos esses criminosos escreverem letras para depois se matarem ? Você fez eles se suicidarem com a intenção de formar a palavra fênix ? Cara, você é muito doente! Mas eu gostei, não se ofenda. ㅡTakarashi gargalhava com o plano de Curtis, mas ele parecia estar bem mais animado com a possibilidade do L entrar logo em ação.

Feito isso, preciso de um lugar para esconder esse caderno o mais rápido possível.., Bom, acho que não tenho escolha. ㅡ Curtis pegou seu celular e enviou uma mensagem ao seu amigo, Alex Moore, por meio de uma rede social. (Vem aqui em casa ás 20:00hrs. Quero te mostrar uma coisa.) Novamente, o moreno fez um aceno pára que o shinigami saísse de sua cama e deitou-se novamente.

Vai dormir de novo ? Mas são apenas 11:00am. O que está planejando ? ㅡ Perguntou o shinigami, já imaginando que Curtis pudesse ter um incrível e mirabolante plano em curso.

O que ? Não estou planejando nada, seu lunático. Só que é chato demais esperar o plano acontecer. Prefiro dormir e quando acordar, pimba! Ver todos os noticiários e revistas falando sobre alguém chamado Fênix. Além disso, eu não terei aula hoje, acabei de receber um e-mail do meu professor avisando. Então, até mais, Takarashi…. Vou descansar... Se quiser, pode comer as guloseimas que estão no meu armário. ㅡ Curtis apontou o armário de madeira para o shinigami que pareceu adorar a ideia, sem hesitar, Takarashi voou até o armário e começou a comer todas as guloseimas e delícias que encontrava pela frente, Curtis já estava deitado, dormindo.

Na mansão do primeiro ministro de Manhattan, alguém parecia querer falar urgentemente com ele. Era um homem, e ele parecia estar nervoso com alguma coisa.

Deixe-o entrar. ㅡ A voz do primeiro ministro ecoou firme e forte, permitindo a entrada desse homem desconhecido.

Podem nos deixar a sós? Eu conheço ele. ㅡ Schneider fez um aceno com as mãos para que seus seguranças se retirassem. Ele ordenou que eles saíssem da sala e que trancassem a porta. Schneider estava de costas para o convidado, sentado em sua poltrona presidencial. Segurava uma taça com vinho em uma das mãos e mantinha o olhar fixo para a enorme janela que estava bem a sua frente.

Já lhe falei para nunca me procurar aqui. Diga o que quer e seja o mais breve possível... ㅡ Bebericou uma dose do vinho, enquanto aguardava o convidado inusitado dizer alguma coisa.

Me desculpe, primeiro ministro. Mas eu precisei vir lhe contar pessoalmente assim que soube... ㅡ O convidado desconhecido era loiro, baixo, magro e com um corpo raquítico,

Soube do que? ㅡ Schneider agora olhava de esguelha para o homem loiro, mas continuava de costas para ele.

Fiquei sabendo pelas minhas fontes que 3 dos seus homens se mataram sem mais nem menos. James, Fred e Andrew estão mortos. E todos eles se suicidaram com fogo.. Como explica isso? ㅡ Enquanto aguardava a tão informação importante do homem loiro, Schneider balançava suavemente a taça, movimento delicadamente o vinho em seu interior. Mas ele parou de movimentar no momento em que ouviu a explicação do loiro.

Todos eles morreram? ㅡ Perguntou Schneider, sem alterar seu tom de voz, ele continuava a olhar o homem loiro de esguelha.

Sim, estão mortos. Todos eles se mataram, mas não foi só isso… Segundo minhas fontes, cada um deles escreveu uma letra antes de morrer. James e Fred escreveram na parede, mas o Andrew...ㅡ O homem misterioso fez uma pausa, engolindo a própria saliva a seco, antes de terminar sua frase. ㅡ O Andrew escreveu na própria pele e depois arrancou ela! Isso é insano…. ㅡ O tom de voz do desconhecido alterou drasticamente, chamando atenção dos seguranças que estavam do lado de fora da sala do primeiro ministro. Schneider moldou um sorriso nos lábios e bebericou mais um gole do vinho.

Bom, eles não me eram mais úteis mesmo. Era melhor que desaparecessem. E... ㅡ Fez uma pausa dramática, virando, finalmente, sua poltrona até ficar de frente para o homem loiro., ㅡ Desde que não me liguem ao assassinato de Steve e Cornelia Prime, não é problema meu. Agora saia da minha casa! ㅡ Schneider estalou os dedos e isso foi suficiente para que seus seguranças entrassem na sala e encaminhassem o homem loiro para a saída da mansão do primeiro ministro. Ele virou novamente a poltrona, ficando de frente para a janela. “Ah, senhor e senhora Prime, eu não queria ter que matá-los, mas não tive escolha… as ideias, os planos de Steve eram muito divergentes dos meus. Precisava limpar o parlamento de todas as pessoas que se opuseram as minhas ideias e bom, Steve também era um dos que me atrapalhava. E por isso tive que eliminá-lo. E com as mortes dos assassinos que arranjei para acabar com os Prime, meu segredinho permanece em segredo.” Schneider sorriu, após bebericar o vinho novamente.

Ás 20:00hrs em ponto, Alex bate na porta do apartamento da família Prime. Madeleine levantou-se rapidamente de sua poltrona e foi em direção a porta. ㅡ Ah, é você, Alex ? Por favor, entre… Há quanto tempo eu não lhe vejo...ㅡ Madeleine selou um beijo na testa de Alex, que, carinhosamente, retribuiu dando um beijo na bochecha enrugada de Madeleine. Alex olhou para sala, mas não encontrou Curtis. Caminhou até o corredor da casa, e também não o encontro. Foi até a cozinha, mas Curtis também não estava lá..

Ah, nem perca seu tempo procurando ele pelos outros cômodos. Ele está no quarto. Só bater na porta. ㅡInformou, Madeleine, voltando a se sentar na poltrona.

Ah, tudo bem. Muito obrigado, senhora Bell. ㅡSe aproximando da porta do quarto de Curtis, Alex bate suavemente na porta, mas não obtém resposta. Antes que pensasse na possibilidade de bater uma segunda vez, uma voz ecoou no interior do quarto.

Pode entrar. ㅡ Alex girou o tambor da maçaneta e abriu a porta. Quando entrou no quarto, viu Curtis de pé, olhando fixamente para a televisão que passava as notícias mas comentadas do dia. Todos os canais falavam da mesma coisa… “A fênix!”

Por que me chamou aqui, Curtis? ㅡ Mesmo confuso, a voz de Alex sempre soava como uma doce melodia, seu tom era imponente ao extremo.

Tranque a porta, sente-se... ㅡ Ordenou Curtis, sem nenhum tipo de cerimônia. Ainda confuso, Alex deu de ombros, mas decidiu acatar as ordens do amigo. Trancou a porta do quarto e se sentou na cama de Curtis. Alex percebeu que Curtis prestava bastante atenção nas notícias que passavam na televisão e resolveu fazer um comentário.

Também ficou sabendo da história dos suicídios, né? Algumas pessoas estão dizendo que alguém fez isso a esses criminosos e essa pessoa se chama Fênix. Já tem vários sites na internet falando sobre isso. Um serial killer que se chama Fênix, não é curioso? ㅡ Perguntou Alex, na esperança de que Curtis respondesse e saísse daquele aparente transe com a reportagem na televisão. Curtis soltou uma leve gargalhada e desligou a televisão, deixando apenas a luz do teto acesa.

Você acha? ㅡPerguntou Curtis quase que retoricamente.

Claro! Criminosos que foram presos por crimes que tiveram a ver com fogo, são mortos queimados vivos? Carbonizados? As pessoas estão indo a loucura na internet, já é um dos assuntos mais comentados em todas as redes sociais. ㅡAlex bombardeava a mente de Curtis com todas aquelas informações de uma vez só.

E o que você acha disso tudo ? Digo, o que achou dessa ação desse tal “Fênix” ? ㅡ Pela primeira vez desde que chegou, Curtis encara Alex diretamente.

Se isso é obra de algum indivíduo, bom, eu não acho que seja o correto a ser feito. Tirar a vida de uma pessoa ? Ninguém tem o direito de fazer isso! É loucura, é insano, é… Isso é demais pra mim. ㅡ Responde Alex, declarando sua total repulsa sobre as ações do Fênix. Curtis se aproximou rapidamente de Alex, enquanto o olhava nos olhos. Ele puxou o isqueiro que o próprio Alex deu a ele e o acionou diante dos olhos do melhor amigo.

E se eu te disser que eu sou a Fênix…ㅡ Revelava Curtis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lembrando que a ficha dos personagens com as descrições físicas, psicológicas vocês encontram no link do google docs: https://docs.google.com/document/d/1qw_6R-dS17_a6cxNp-cb5Hm4zB8xC5-02yJLekm5t-Q/edit?usp=sharing