Death Note, Another Chance escrita por Tio Thi


Capítulo 1
O Mártir


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bom com vocês ? Espero que sim! Bom, eu me chamo Thiago Rabelo e essa é a primeira fanfic oficial que escrevo. Então se tiver algo errado, por favor, relevem. Inicialmente, eu comecei a postar as informações sobre a história no Google Docs, porém, para um aproveitamento e alcance maior, eu decidi postar em um site/fórum específico para isso. Pesquisei um pouco e descobri que o Nyah! Fanfiction era um dos melhores para isso! Então aqui estou eu, haha. Para maiores informações sobre a minha história, como por exemplo, lista de personagens, imagens, trilhas sonoras, direitos autorais, por favor, acessem o link dos docs que está nas notas finais, obrigado! ♥



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Feixes de luz invadiam a sala, os alunos conversavam e gargalhavam enquanto o professor continuava a tentar dar aula. Curtis Prime, mais uma vez, olhava fixamente para o sol pela janela. Seus olhos brilhavam ao vislumbrar a maior estrela do sistema solar. Num súbito e inesperado grito, o professor chamou atenção de todos os alunos da classe.

Prestem atenção! Essa matéria irá cair na prova e eu não voltarei mais nesse assunto. Vamos lá, pessoal. A Segunda Guerra Mundial não é tão chata assim. ㅡ Dizia o professor, num tom autoritário. Curtis e todos os outros alunos olhavam para o professor, mas alguns ainda insistiam em cochichar. Alex, o melhor amigo de Curtis, faltou a aula e por isso ele estava tão quieto. Focou toda sua atenção no professor, porém, sua mente já estava muito distante daquela aula. Em sua cabeça, Curtis imaginava casas pegando fogo e virando cinzas, a fumaça das chamas pintando um céu lindo e azul, em uma cor negra e assustadora.

Suas mãos tremiam suavemente ao imaginar o odor de objetos que foram queimados e viraram cinzas. A ideia de ser o responsável por algum incêndio lhe era estranhamente prazerosa. Uma infeliz lembrança invadiu sua mente, a imagem de seus pais sendo queimados vivos veio à tona. Mesmo ele não tendo presenciado o incidente, saber que seus pais foram sequestrados e depois, queimados vivos, lhe traz lembranças distorcidas e desconexas repetidas vezes depois que soube da tragédia. Já visitou vários psicólogos depois que sua avó, Madeleine Bell, revelou o que realmente aconteceu com seus pais.

Mas, sempre diante dos psicólogos, Curtis dizia que estava bem e que, com o tempo, iria superar aquela tragédia. Mas o que os psicólogos, e Madeleine, sua avó, não sabiam, era que o garoto escondia uma estranha obsessão compulsiva por fogo. A falsidade em suas expressões faciais, em seu tom de voz e, principalmente, em seu sorriso, era tanta que para Curtis, enganar psicólogos com apenas oito anos de idade era quase como uma brincadeira de criança.

A morte de seus pais foi um escândalo nacional, todos na região de Manhattan ficaram sabendo do incidente. Steve Prime era deputado do parlamento de Nova Iorque, enquanto Cornelia, cuidava de sua pequena floricultura no centro da cidade. Graças ao cargo de Steve, ele sempre foi alvo do público.

A maioria das pessoas que moravam em Manhattan gostavam e concordavam com a visão dele de legislação e de governo, num geral. Mas, numa inesperada quarta-feira, algo aconteceu e ele não pôde chegar mais cedo em casa, como prometido para Curtis. Steve e Cornelia Prime foram sequestrados, levados para distante da cidade e foram queimados vivos. Os sequestradores trancaram os Prime no porta-malas do próprio carro e atearam fogo.

O carro começou a se incendiar e explodiu com Steve e Cornelia presos dentro dele. Todos do parlamento, e a população de Manhattan ficaram de luto junto com a família. Os assassinos foram encontrados, indiciados e receberam a pena de prisão perpétua. Mas para Curtis, isso não era o suficiente. Ter presa até o resto da vida, as pessoas que destruíram sua família, jamais seria o suficiente.

Ele queria que os culpados fossem queimados vivos em público para que aprendessem a lição. Ele queria que os sequestradores ardessem em chamas e em praça pública, exatamente como as bruxas no século XV.Seu irmão, Kristoff, conseguiu superar a tragédia de seus pais, tornando-se policial.

Ele cuida da maioria dos casos que envolve incêndios, como uma forma de homenagear seus pais e superar a infeliz tragédia que assombra a família Prime.Um som agudo pôde ser ouvido, era o sinal do colégio tocando, a aula havia terminado. Aquele som ensurdecedor foi o suficiente para despertar Curtis daqueles pensamentos de nostalgia distorcida.

Não se esqueçam de ler a página trinta e três e trinta e quatro, pessoal. Até semana que vem! ㅡ Despediu-se o professor com um aceno e um sorriso para todos na classe. Três garotas da classe foram bajular Curtis, convidando-o para uma festa, e antes que pudessem falar, ele se despediu delas com um sorriso forçado e seguiu para a saída da sala, ignorando todos os outros ao seu redor. E

le saiu do colégio, em direção ao seu apartamento. Curtis era um rapaz muito comunicativo, mas somente quando precisava de alguma coisa ou de algum favor.

Caminhando pelos arredores de seu apartamento, Curtis segurava um isqueiro que recebeu de Alex, seu melhor amigo. De todas as pessoas que o conheciam, Alex era o único que sabia da paixão secreta de Curtis por fogo. Porém, nem mesmo Alex sabia de toda a história. Curtis não revelou que tinha pensamentos de um piromaníaco.

O isqueiro era prateado, havia o desenho de uma pequena fênix gravada no centro do objeto. O nome de Curtis também havia sido gravado no isqueiro, Alex disse que sabia que o fogo acalmava ele de alguma forma, então sempre que Curtis estivesse furioso, ele poderia simplesmente colocar a mão nos bolsos, puxar seu isqueiro e tudo estaria bem, na concepção de Alex.

Se aproximando dos portões do prédio, Curtis percebeu um objeto estranho cair no chão… Por ainda estar um pouco distante, Curtis não conseguiu ver o que havia caído. A rua parecia estar deserta e não poderia ter sido nenhum morador do prédio que deixara cair, pois todos os apartamentos tem redes de proteção que impedem a passagem de qualquer objeto. Se aproximando do objeto, Curtis o encara com uma certa indiferença e curiosidade.

Era um caderno de capa preta escrito no centro “Death Note”, caderno da morte. Curtis bufou e se abaixou para pegar o caderno e ler o seu interior. Virou a capa e na contra capa parecia haver informações sobre o caderno. “Caderno da morte, modo de usar. Primeira regra: ‘O humano cujo nome for escrito neste caderno, morrerá’.” Curtis lia o conteúdo do caderno com uma certa indignação.

Então quer dizer que é só escrever o nome de uma pessoa nesse caderno, e ela morre ? Haha… Como se alguém acreditasse mesmo nisso. ㅡ Sua risada era irônica e seu tom, incrédulo. Colocou o caderno no mesmo lugar onde o encontrou e seguiu rumo ao seu apartamento. Cumprimentou educadamente o segurança do prédio, entrou no elevador e subiu para o décimo primeiro andar.

Seguiu rumo a sua casa, e como sempre, sua avó já o esperava na porta com um sorriso nos lábios e os braços abertos, pronta para dar um abraço em seu neto, Curtis.

Desde que Curtis frequentou a primeira escola, sua avó sempre o espera na porta de braços abertos. Madeleine agarra Curtis e lhe dá um beijo em sua bochecha. Curtis retribui sorriso e devolve o beijo nas bochechas enrugadas de sua querida avó.ㅡ Como foi a aula, Curtis ? ㅡ Perguntou Madeleine, com um sorriso nos lábios, olhando fixamente para o neto. Ela não se cansava de fazer a mesma pergunta repetidas vezes, e por anos, ter a mesma resposta.

Chata como sempre, vó. ㅡ Respondeu Curtis soltando uma risada por entre os lábios. Ele tirou a alça de sua mochila dos ombros e a jogou encima da cama do quarto. Voltou para a sala e viu sua avó segurando uma nota de 5 dólares nas mãos.

Tá bom, tá bom, eu vou. Faz isso porque sabe que não sei te dizer não. ㅡ Disse Curtis, respirando fundo e olhando para sua avó, segurando o riso.

E você sabe o quanto eu amo você. Traga dois sacos pequenos de pães e pode ficar com o troco. ㅡ Informou Madeleine, entregando o dinheiro nas mãos de Curtis. Ele sempre devolvia o troco, mas sua avó dava um jeito de colocar o dinheiro no bolso de suas calças ou jaquetas sem o neto perceber. Curtis deu mais um beijo na testa de Madeleine, pegou os cinco dólares, foi em direção ao elevador e desceu até o térreo.

As portas do elevador se abriram e Curtis foi direção a saída do prédio. Novamente, ele acenou para o segurança, passou pelos portões do edifício e seguiu rumo a padaria mais próxima. Vindo em sua direção, Curtis avistou Claire e sua mãe, Christina, se aproximando. De longe, ele já formava um sorriso nos lábios e acenava para a pequena Claire… Foi quando ele percebeu que ela segurava o Death Note. Claire era uma menina de 5 anos de idade, muito doce e meiga. Sua mãe, Christina, ás vezes deixava ela sob os cuidados de Madeleine, avó de Curtis. E nas vezes que ela ficava no apartamento dos Prime, Claire sempre brincava e passava o dia conversando com Curtis, eles eram como ‘amigos inseparáveis’ segundo a própria.

E aí, Claire. Como está ? Estudando muito ? ㅡ Perguntou Curtis, com um enorme sorriso formado nos lábios, mas ele não conseguia tirar os olhos do caderno. “É provável que ela tenha encontrado o caderno no mesmo lugar que eu deixei. Mas, por que ela pegou ? Não posso deixar Claire ler as babaquices que estão no caderno, preciso pegá-lo de volta”. Pensou Curtis, enquanto fitava Claire e Christina.

Ah, droga! Esqueci minha carteira no carro. Curtis, fica de olho na Claire pra mim, por favor ? Eu já volto! ㅡ Pede Christina, mas ela sequer espera a resposta de Curtis, afinal, ela confia cegamente nele e em sua avó.

Claro, senhora Gold. Sem pressa! ㅡ Gritou Curtis, mas Christina já estava longe e, talvez, não pudesse mais ouvi-lo. “Essa é a minha chance..” Pensou Curtis, olhando para Claire com um sorriso nos lábios.

Estamos aprendendo a ler e a escrever. ㅡ Respondeu Claire num tom doce e gentil. Curtis umedeceu os lábios, ele parecia saber exatamente como prosseguir com a conversa.

Que legal! Continue na escola, Claire. Nunca saia dela! Mas por falar em ler e escrever. Onde foi que encontrou esse caderno ? ㅡ Perguntou, apontando para o caderno negro que estava debaixo dos braços de Claire.

Ah, isso ? Eu encontrei jogado ali no chão. Peguei ele e minha mãe nem viu. Eu queria testar a minha ortografia e a leitura. Eu só tive dificuldade em consegui ler o que está escrito na capa dele e nas páginas pretas. Dá uma olhada... ㅡ Claire explicou e mostrou o caderno para Curtis, e realmente era o tal ‘caderno da morte’ que havia encontrado no chão há alguns minutos atrás. “Ainda bem que ela ainda não sabe ler. Ainda bem!” Pensou Curtis, um pouco mais aliviado.

ㅡ Ah, mas esse caderno é meu. Desculpe, Claire. Eu devo ter deixado ele cair quando voltei do colégio. Poderia me devolver ? ㅡ Perguntou Curtis, com um sorriso cínico nos lábios. Ele não queria que a garota ficasse apavorada com aquele caderno cheio de mentiras de mal gosto.

Ahn, jura ? Eu estava indo pra casa da minha professora com a minha mãe. Ela é amiga da minha mãe. Ah! E ela mora no mesmo prédio que você, sabia ? Eu queria mostrar pra ela que finalmente consegui escrever o nome dela direito, olha! ㅡ Respondeu Claire, abrindo o caderno e mostrando em que folha escreveu o nome de sua própria professora. As mãos de Curtis tremiam suavemente, ele engoliu a saliva a seco. “Ela escreveu o nome da professora no caderno sem saber de nada. Mas, não tem problema… Não tem como isso ser real. “ Refletia, Curtis.

Olha que demais! Mas eu vou precisar desse caderno de volta, Claire. Eu posso arrancar a folha que você escreveu o nome da sua professora e te dar, pode ser ? Aí é só você levar essa folha para ela. ㅡ Disse Curtis, sorrindo para a garota. Ela devolveu o caderno, e ele retirou a folha que ela escreveu e a entregou. Foi exatamente nesse momento que Christina, mãe de Claire, retornou do carro.

Muito obrigado por tomar conta dela, Curtis. Você é um anjo. ㅡ Christina agradeceu, sorrindo para Curtis.

Não foi nada, já estou acostumado a passar um bom tempo com a pequena, Claire. Não é mesmo ? ㅡ Respondeu Curtis, acariciando a cabeça de Claire.

Tudo bem. Mas já estamos indo. Até mais, Curtis. E obrigada mais uma vez. ㅡ Christina se despede, levando Claire em direção ao prédio que Curtis morava, elas passaram pela porta do edifício e sumiram do campo de visão de Curtis. “Claire escreveu o nome da própria professora nesse caderno… Eu só posso estar louco em pensar nessa hipótese, mas se isso for verdade, e eu estiver certo…” Em meio aos devaneios, Curtis decide seguir Claire e Christina Gold e ver qual será o desfecho daquilo. Ele correu em direção aos portões do edifício, e foi em direção ao elevador. Pelo indicador do elevador, ele soube que elas haviam descido no sétimo andar. Sem querer esperar o elevador voltar para o térreo, irregularmente, Curtis entra no elevador de carga e vai para o sétimo andar.

Assim que as portas do elevador se abriram, ele corre para o corredor, procurando Christina e Claire, Curtis respira mais tranquilamente ao vê-las no final do corredor, elas pareciam estar tocando a campainha de um apartamento. Mas tratou de continuar escondido para saber o que iria acontecer.

Mamãe, por que ela não atende ? ㅡ Perguntou Claire, segurando a folha do Death Note em que escreveu o nome da professora.

Ela deve estar ocupada filha. Ou não está ouvindo a campainha, eu vou chamá-la. Miranda! Miraaaanda! ㅡ Christina responde Claire e começa a gritar chamando Miranda, sua amiga e professora de Claire, mas ela não parecia estar em casa... Quando Christina finalmente bate na porta do apartamento, percebe que a porta estava aberta. Cuidadosamente, ela abre a porta e colocar metade do rosto para dentro do apartamento de Miranda.

Miranda. Onde você tá ? Tá começando a me assustar… Você não é de deixar a porta aberta assim… ㅡ Christina chamava Miranda, na esperava dela aparece de algum canto, mas sem sucesso, ninguém parecia estar em casa. Claire empurra a porta, deixando-a completamente aberta e elas finalmente encontram Miranda… Caída no chão, e aparentemente, inconsciente!

ㅡ Miranda... Miranda? Hey, acorda! Miranda, fala comigo! O que aconteceu? Amiga!ㅡ Christina balançava o corpo Miranda, mas ela parecia não reagir. Ela encostou seu ouvido no peito de Miranda para tentar ouvir os batimentos cardíacos dela. Curtis ainda estava escondido no final do corredor do sétimo andar, mas pôde ouvir a gritos de socorro de Christina, seu coração parecia bater mais devagar. “Isso não pode ser real.” Curtis parecia estar perplexo e eufórico.

Socorro! Alguém me ajude!ㅡ Christina berrava para todo o prédio ouvir, Claire chorava ao ver a mãe tão nervosa, mas principalmente por ver o corpo de sua professora no chão, sem vida. Curtis ficou boquiaberto ao ouvir os gritos de Christina. “O Death é mesmo real…” Pensou. Tremia só de pensar que, se estivesse certo, a pessoa culpada pela morte da tal Miranda, seria a própria Claire… Fechou as mãos em punhos tentando conter a tremedeira e se acalmar ao mesmo tempo.

Se isso realmente for verdade. Não posso deixar descobrirem aquele pedaço de papel que está nas mãos de Claire. Preciso pegá-lo de volta. Tenho que ser rápido!” Pensou, e sem hesitar, correu em direção ao apartamento de onde vinha os gritos de Christina.

Ai, graças a Deus, Curtis, é você... Me ajuda! A Miranda não responde...ㅡ A voz de Christina estava trêmula, nervosa e muito eufórica. Curtis fez um sinal com as mãos para que ela se acalmasse, afinal, aqueles gritos só assustavam ainda mais a pequena Claire. ㅡ Senhora Gold, eu vou precisar da sua ajuda agora. Preste atenção. Vê a Claire ? Ela está chorando porque você a assustou com esses gritos. Ela ainda é muito nova para entender o que aconteceu aqui. Já liguei para a polícia e para uma ambulância, eles estarão aqui em breve. Então eu peço para que saia imediatamente desse prédio e vá pra casa. Vá cuidar da sua filha, quando eu souber de mais informações, eu ligo para a senhora e lhe informo, pode ser ? ㅡ Com seu tom calmo e imponente, Curtis conseguiu acalmar Christina que parecia querer seguir o seu conselho, ela se levantou e foi em direção a saída do apartamento de Miranda. Curtis se aproximou de Claire e lhe fez um cafuné na cabeça.

Não se preocupe, vai ficar tudo bem, mocinha! ㅡE sorriu de forma meiga para Claire. Ele se abaixou para poder pega-lá no colo e gira-lá no ar. Isso foi o suficiente para fazer a pequena folha que Claire segurava, cair no chão sem que a menina percebesse.

Vamos, Claire. Vamos pra casa. ㅡ Christina chamava a filha para ir embora. Seu tom ainda era de choro, e dava para ver nos olhos dela, que não iria se esquecer do que viu nem tão cedo. “Eu não liguei para a polícia. Mas eu tenho certeza absoluta que os seguranças do prédio já fizeram isso. Inclusive, eles devem estar subindo nesse momento para ver o que aconteceu aqui, eu tenho que ser rápido.” Pensou, Curtis e sem hesitar, pegou a folha amassada de Death Note que havia caído das mãos de Claire.

Curtis podia ouvir o elevador subindo, devia ser a polícia ou até mesmo os seguranças do edifício. Correu até as escadas no final do corredor do sétimo andar e subiu rapidamente até o décimo primeiro andar. Alguns moradores já corriam para saber o que aconteceu no sétimo andar.

Graças aos gritos de Christina, ela chamou não apenas a atenção de todos os moradores, mas também da segurança do edifício. Curtis não queria que soubessem que ele esteve lá. Afinal, aquilo poderia gerar algumas suspeitas e preferiu evitar isso. Nenhum morador viu Curtis subir, mas todos pareciam estar nervosos e assustados com os gritos de Christina. A primeira pessoa que veio a sua cabeça foi Madeleine, sua querida avó. Correu em direção ao seu apartamento e entrou.

Você está bem, vó ? ㅡ Perguntou Curtis, tentando frisar um tom assustado em sua voz, afinal, não queria transparecer que estava sabendo do que aconteceu.

Ah, não se preocupe. Eu estou bem. Mas eu fiquei preocupada, Curtis. Começou uma gritaria, parecia ser a voz da Christina gritando por socorro. Eu estava quase descendo para saber o que aconteceu lá embaixo! ㅡ Respondeu Madeleine, atônita ao ouvir a voz de sua amiga, Christina, suplicando por ajuda.Curtis suspirou aliviado ao ouvir aquilo. Ele já imaginava que sua avó reconheceria a voz de Christina, e sabendo disso, seu medo era que ela descesse o elevador e desse de cara com um cadáver no sétimo andar. Para Curtis, sua avó não merecia e nem precisava ver aquilo.

Pelo que soube já chamaram a polícia e os seguranças já devem estar lá para saber o que aconteceu. Por favor, vó, continue aqui, não importa quem te chame ou te ligue. Não saia desse apartamento até sabermos o que realmente aconteceu… Mas não se preocupe, Christina e Claire estão bem.ㅡ Curtis olhava fixamente para os olhos de Madeleine, ele parecia querer uma confirmação, não apenas oral, mas espiritual. Depois que perdeu seus pais, Curtis guardava apenas sentimentos verdadeiros de carinho e ternura por sua avó, que fez de tudo para cuidar de seus dois netos órfãos, Curtis e Kristoff. E por isso, não conseguiria imaginar o que faria se alguma coisa acontecesse a ela.

Não se preocupe, querido. Não vou sair. Que bom que elas estão bem, fiquei mais tranquila agora. E nem posso te cobrar pelos pães que você esqueceu de comprar. ㅡ Disparou Madeleine, gargalhando de si mesma. ㅡ Esqueci completamente dos pães, desculpa vovó. Esses gritos, o que aconteceu, fiquei assustado...ㅡ Curtis gaguejava tentando se justificar, mas aquilo era apenas um jeito dele parecer fragilizado com o que havia acontecido. Não gostava de ser falso diante de sua avó, mas quanto menos ela soubesse do que aconteceu, mais ela ficaria segura, e para Curtis, isso era o suficiente.

Tudo bem, bobo. Estou apenas brincando com você… E que caderno é esse na sua mão ? Capa engraçada...ㅡ Perguntou Madeleine, curiosa com o caderno de capa negra. Porém, graças a sua pouca visão, não conseguiu distinguir as palavras escritas na capa. “Merda. Preciso encontrar um lugar pra guardar esse caderno”. Pensa, Curtis.

Ah, isso ? É só um caderno de anotações do colégio, nada demais.ㅡ Curtis soltou um riso reconfortante, despediu-se de sua avó com um beijo em sua testa e foi para seu quarto, trancando a porta. Passou horas pensando na possibilidade do caderno ser real e de Claire ter acidentalmente matado sua própria professora. “Isso é insano”. Questiona Curtis, em seus próprios pensamentos, É aí que ele toma uma decisão.

Preciso testar o caderno. ㅡ Cochicha Curtis, falando para si mesmo o que achava que deveria fazer.

Vocês humanos são cômicos. ㅡ Uma voz grossa, rouca e assustadoramente grave se fez presente no quarto. Curtis olhou para todos os lados, mas não encontrou ninguém, até olhar para si mesmo, pelo espelho de seu armário. Havia algo, ou melhor, alguém atrás dele. E não se parecia com um ser humano. Sem hesitar, Curtis virou-se para poder ver o que era ou quem estava no quarto, mas ficou sem reação., Ficou boquiaberto com a criatura que estava diante de seus olhos, suas pernas pareciam falhar a ponto de fazê-lo cair no chão. Curtis começou a gritar, mas parando imediatamente depois. Ele ainda não sabia o que era aquela coisa ou o que estava acontecendo. Se eu gritar, vou chamar a atenção da minha avó, e de todos os outros moradores. Preciso me acalmar.” Respirou e inspirou diversas vezes, até conseguir ter cabeça para tentar entender o que era aquela criatura.

O que é você ? Quem é você ? ㅡ Curtis o encarava com medo e não conseguia esconder isso.ㅡ Hey, vai com calma, cara. Não precisa ter medo. Na verdade, relaxe... ㅡ A criatura tinha a uma aparência bizarra, mas ela possuía duas pernas e dois braços, como um ser humano.Sem nenhum tipo cerimônia, a criatura se joga na cama de Curtis e deita confortavelmente. ㅡ Antes que você encha o saco com várias perguntas. Eu me chamo Takarashi e sou um shinigami. ㅡ Takarashi respondeu seco e sem ânimo, deitando-se na cama de Curtis.

Shinigami ? Um Deus da Morte do Japão ? ㅡ Curtis perguntava, mas aquilo soava mais como um desabafo próprio. Nesse momento, sua cabeça girava e ele não sabia mais no que pensar. Ter a possibilidade do caderno ser real era demais para ele digerir, e principalmente pelo fato de haver um shinigami em seu quarto. “Há um shinigami no meu quarto. Ele está na minha cama..” Curtis questionava a si mesmo, em meio a vários pensamentos contraditórios que só faziam uma bagunça cada vez maior em sua cabeça.

Hm, você parece ser um pouco inteligente. E esse caderno que tem nas mãos, bom, ele é meu. Acredito que já tenha percebido que não se trata de um caderno comum. Não é, pequeno gênio ? ㅡ Apesar da aparência assustadora, Takarashi mesmo sendo oriental, conseguia pronunciar o inglês perfeitamente, além, é claro, de sua sofisticação com as palavras A ironia no seu tom de voz era perceptível, e suas expressões de indiferença lhe davam um ar ainda mais cômico.. A primeira vista, a aparência de Takarashi era bizarra. Ele tinha o que parecia ser uma carapaça roxa no meio de sua cabeça com três olhos vermelhos , sendo o terceiro bem no meio da carapaça. A pele de Takarashi era lilás e seus cabelos, louros. Seu corpo ficava protegido por uma roupa preta com adereços metálicos. Alguns dos acessórios pareciam pedaços de armadura espalhadas pelo seu corpo. Ainda atordoado com a presença de Tarakashi, Curtis senta próximo a mesa de seu computador, onde estava o caderno. ㅡ

Não tem como esse caderno, ser real. Isso é insano! ㅡ Curtis ainda incrédulo, questiona até a própria existência e presença de Takarashi, o shinigami, em seu quarto. Takarashi ri das palavras ditas por Curtis e o encarava fixamente logo em seguida.

Não acredita em mim ? Então, escreva o nome daquela menininha que você encontrou há pouco tempo. Sim... eu estava te observando desde cedo. ㅡ O shinigami formou um sorriso malicioso nos lábios, encarando Curtis com uma certa superioridade no olhar. Curtis não sabia mais no que pensar ou no que fazer com aquele demônio que dizia ser um shinigami. Mas ele estava certo de que o caderno não era verdadeiro.

Tudo bem então, escreverei o nome da Claire e logo em seguida, ligarei para a casa dela. ㅡ Respondeu Curtis, num tom determinado e confiante. “Por via das dúvidas. Acho melhor escrever que a causa da morte será um acidente. Não ia ser legal se eu fosse testemunha de duas mortes de ataque cardíaco e a senhora Christina soubesse de tudo. Mas não tem problema. Não tem como esse caderno ser real. Aposto que nada acontecerá a pequena Claire.” Pensava Curtis, levando em consideração a ideia de escrever ou não, o nome de Claire Gold, no Death Note.

Decidido em saber a verdade, Curtis pega o Death Note e o coloca na mesa do computador. Puxa uma caneta de um estojo que estava encima da mesa, abre o caderno em uma página vazia e começa a escrever o nome de Claire Gold. “Não tem como isso acontecer, não vai acontecer nada…” Ao escrever o nome de Claire, Curtis escreveu ‘acidente’ bem ao lado do nome, explicando que causa da morte será um acidente. Imediatamente, Curtis puxa seu celular dos bolsos e liga para o telefone da casa da família Gold.

Alô, Christina ? E aí, como estão as coisas por ai ? Já se acalmaram ? ㅡA voz de Curtis estava trêmula, mas fazia parte do fingimento, ele queria que Christina ainda pensasse que ele estava nervoso por causa do incidente com a Miranda, professora de Claire.

Ahn, é você, Curtis. Bem que você disse que me ligaria mais tarde. Ah, estamos bem. Claire está lá encima, brincando, ela nem faz ideia do que aconteceu hoje... ㅡ Christina estava verdadeiramente atordoada com a morte da amiga, Miranda. Mesmo não tendo certeza absoluta de que ela estava morta, Christina não conseguiu ouvir os batimentos cardíacos de Miranda quando aproximou seu ouvido do peito dela. ㅡA polícia não deu muita informação, mas, deu a entender que… bom… ela estava morta… ㅡ Uma mentira, atrás da outra, mesmo sendo verdade a possibilidade de Miranda estar morta, Curtis não sabia de nenhuma confirmação vinda da polícia, só estava falando aquilo para ganhar tempo. Segundo a regra do Death Note, a morte acontece 40 segundos depois do nome da pessoa ser escrito no caderno. A ligação já estava chegando nos 35 segundos… ㅡ Mamãe…. ㅡ Claire chamava a mãe, do segundo andar da casa.

Perai, filha. Tô conversando com o Curtis no telefone. ㅡ Explicou Christina, voltando sua atenção para Curtis.ㅡ Tá falando com ele, mamãe ? Quero falar com ele também, me espera... ㅡ Claire correu para pegar seu chinelo e correu em direção as escadas quando… “Quarenta segundos.... E nada acontece-” Os pensamentos de Curtis foram interrompidos por um barulho vindo do telefone na casa dos Gold.

O que foi isso, Claire ? Não me diga que quebrou alguma coisa ai no meu quarto… Curtis, espere só um minutinho, eu já volto... ㅡ Christina deixou o telefone encima da mesa e foi em direção as escadas para saber o que aconteceu quando vê…

Viu, Shinigami. Eu disse que o caderno nã-... ㅡ Curtis já se gabava para o shinigami quando foi interrompido por Christina no outro lado da linha do telefone…

Claire ? O que houve, filha ? Se machucou ? O que está havendo ? Me responde, Claire…. Claire. Por favor, minha querida, diga alguma coisa, estou aqui, do seu lado. Filha ? ㅡ Christina estava diante do corpo de sua filha, morto. Claire morreu como Curtis especificou no caderno, por um acidente.

Ele estava perplexo e paralisado. Curtis estava surpreso e indignado. O telefone de Christina ainda estava fora do gancho e ele podia ouvir os choros e lamentos dela, mas já era tarde demais, Claire já estava sem vida.

E então, Curtis ? A menina que você escreveu o nome, ainda está viva ? ㅡ Ironizava Takarashi, rindo da cara de Curtis. Curtis sem aguentar ouvir os lamentos de Christina, desligou o telefone e caiu sentado no chão, perplexo.

Não, isso não está certo. Eu matei a pequena, Claire ? Com todas pessoas más e que mereciam morrer, eu matei a pequena Claire ? Aquele anjinho de criança ? Não acredito, isso, não pode ser real. Quer dizer que eu sou um assassino ? Eu destruí aquela família. Não vou poder trazer a pequena Claire de volta. E tudo por culpa desse maldito caderno. ㅡ A voz de Curtis falhava e seus olhos se encheram de lágrimas. “Eu não fiz isso. Eu arruinei a vida de uma família. Quem sou eu para saber quem deve ou quem não deve morrer ? Eu fiz exatamente o que fizeram comigo. Eu destruí uma família, só para ter uma certeza… Isso é imperdoável!” As lágrimas não paravam de rolar do rosto de Curtis.

Só tem um jeito de me redimir com a Claire...ㅡ Curtis se levantou do chão, olhando para o shinigami que ainda estava encima da sua cama, o rosto de Curtis estava encharcado graças as lágrimas.

Vou usar o Death Note, pelo bem da humanidade!!! Pequena Claire, descanse em paz. Espero que saiba, de algum modo, que não tive intenção de mata-lá. Mas agora que isso aconteceu. Só me deu a comprovação de que o caderno é mesmo real. Se eu soubesse que esse caderno era mesmo real, jamais teria feito isso. Pequena Claire, se você ainda estivesse aqui, eu afastaria toda dor, eu te seguraria nos meus braços, eu agradeceria por tudo o que você fez. E agora que você morreu, infelizmente não há nada que eu possa fazer. Porém, eu posso limpar o mundo das pessoas verdadeiramente más ao meu ver. Eu farei isso em sua homenagem, Claire. Eu vou te transformar em um mártir. E também, vou vingar a morte dos meus pais.ㅡ Disparava Curtis, num tom forte e determinado. Takarashi moldou um sorriso nos lábios e pensou: ”Os humanos são tão… divertidos.”

Eu vou fazer tudo queimar!ㅡ Prometeu, Curtis.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse nas notas iniciais, eu comecei postando a fanfic no google docs.(Link= https://docs.google.com/document/d/1qw_6R-dS17_a6cxNp-cb5Hm4zB8xC5-02yJLekm5t-Q/edit?usp=sharing ) Lá está tudo mais organizado, com fotos, músicas etc... No mais, é isso, pessoal. Espero que apreciem a estória, que não me recriminem muito, afinal, sou iniciante nesse mundinho de fanfic, e é isso, aproveitem a leitura. ♥