Better Together escrita por Lirael, MusaAnônima12345


Capítulo 11
O Piquenique


Notas iniciais do capítulo

Voltamos! Estamos de volta e a todo vapor :D Lembrando que a fanfic não estava abandonada somente pausada. Quero pedir desde já desculpas se os capítulos chegarem atrasados, pois a Lirael ainda não terminou de se arrumar da mudança. Boa Leitura! - MusaAnônima12345



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Encostado a uma árvore e com as mãos no bolso do seu moletom azul marinho, Jack observava seus irmãos mais novos brincando de esconde-esconde com Merida. Ela se divertia como nunca correndo atrás dos três irmãos que tentavam fugir de um imenso cachorro preto de olhos verdes alegres. Banguela tentava a todo o momento lamber o rosto de um dos trigêmios e conhecê-los, mas com medo estes fugiam de sua presença.

Jack assistia tudo com um sorriso nos lábios. Depois que fizera trégua com a garota para acharem pistas sobre Gothel, ele não conseguia se distrair daqueles pensamentos ruins em sua cabeça. Não até agora.

– O dia está muito bonito hoje, não é? – uma voz perguntou se aproximando.

North havia parado ao seu lado com aquele costumeiro sorriso debaixo do bigode branco. Jack olhou rapidamente para o pai e assentiu olhando para baixo.

– Porque você não vai se divertir também? – perguntou olhando na mesma direção do filho.

– Estou deixando Merida aproveitar o tempo com os irmãos dela também. – respondeu descontraído – Não a quero reclamando no meu ouvido depois.

Uma gargalhada vinda de North que deu um leve susto no garoto. Uma risada sem graça partiu de Jack e ele se surpreendeu. Havia um bom tempo que o pai não conversava com ele, não como estava agora.

– O que você acha de conversarmos um pouco? Podemos dar uma volta no parque. – North sugeriu.

– Acho uma boa ideia. – disse Jack, dando ombros.

____

Os olhos azuis de Merida estavam focados em Hamish, Harris e Hubert, que estavam brincando de pega pega junto de outros coleginhas apenas a alguns metros de distância. Sua mãe estava preparando o lanche que trouxera dentro do carro e não viu quando Soluço se aproximou de onde a garota estava sentada.

– Já se cansou de brincar com seus irmãos? – ele perguntou tocando-lhe o ombro.

– Sim, não sei como eles aguentam. Parece que estão ligados na tomada hoje. – Merida respondeu, sorrindo. Soluço também sorriu.

– Eu percebi. Até mesmo o Banguela se cansou de correr atrás deles. – comentou apontando com a cabeça o cão enorme dormindo ali perto, na sombra de uma árvore.

Merida não pôde evitar o sorriso e logo deu por si encarando Soluço. Por um momento eles se olharam, mas logo foram interrompidos por um dos trigêmeos tropeçando no pé metálico de Soluço. O rapaz foi empurrado para o lado junto com o pequeno irmão da garota.

– Hamish! – a garota o repreendeu indo ajudá-lo.

– Desculpa Soluço, eu estava correndo do Harris e não te vi. – se justificou tanto para a irmã que o olhava furiosa quanto para o garoto.

– Você se machucou? Está doendo alguma coisa? – Elinor apareceu levemente preocupada com o filho, carregando uma cesta com sanduíches – Venha até aqui, você está todo sujo Hamish.

– Eu estou bem mãe. – Hamish resmungou, indo até a mulher que o encarava com os braços cruzados.

Resmungos e mais vozes vindas da mulher preenchiam o horizonte ao fundo. Merida se sentou perto de Soluço tentando olhar discretamente para ver se havia algo quebrado ou ele havia se machucado.

– Não se preocupe, não aconteceu nada Merida. – ele assegurou tranquilamente.

– Tem certeza? Não quebrou nada? – ela perguntou novamente olhando para a prótese metálica. - Aquele Hamish é muito desastrado mesmo.

– Sim. Já disse que não aconteceu nada. Não precisa se preocupar. – ele assegurou, dando ombros.

– Me preocupo por que me importo. - Merida disse, levemente corada e se interrompeu imediatamente, antes que falasse demais.

Ele apontou em direção à prótese, mostrando novamente os desenhos gravados no metal feitos por ele mesmo.

– Eles estão me dando sorte. – Soluço brincou, alisando cuidadosamente os desenhos. – Você vê algum arranhão aqui?

Merida balançou a cabeça negativamente.

– Você desenha muito bem. – elogiou sorrindo para si mesma. – Você faz outros tipos de desenhos?

– Gosto de desenhar alguns tipos de dragões. Gosto de criaturas fictícias, lendas. – Soluço disse passando a mão no cabelo, distraído. Logo censurou-se por ter dito aquilo. Garotas não gostavam desse tipo de coisa.

– Eu também adoro lendas. – Merida disse, afastando os temores dele. - Minha mãe e eu liamos muitas sobre a Escócia, onde existe um círculo de pedras e espiritos que te guiam pelo seu destino. Luzes mágicas. – comentou.

Soluço sorriu de lado.

– Então parece que temos algo em comum. – disse.

– Sim, parece que temos. – ela respondeu, trocando um olhar significativo com ele.

–-----------

As árvores se mexiam conforme o vento se soprava e algumas folhas caiam aqui ou ali. Mesmo sendo uma e meia da tarde, o sol ainda se encontrava quente o suficiente para derreter um grande sorvete. Caminhando logo depois do Grande Lago do parque, Jack e North conversavam sobre diversos assuntos que pais e filhos geralmente falam entre si.

– Não acha melhor voltarmos pai? Elinor já deve estar nos esperando para o almoço que ela preparou. – comentou o rapaz com um ar de dúvida.

– Claro. Eu quero comer meus biscoitinhos que trouxe. – confirmou dando uma piscadela para o garoto de cabelos brancos.

____

Quando chegaram até Elinor uma toalha xadrez branca e verde estava estendida caprichisamente sobre a grama. Havia sanduíches, sucos, doces escoceses (que Merida e os irmãos pareciam gostar tanto), e uma infinidade de coisas gostosas. Elinor estava ocupada pratos e tralheres sobre a toalha quando Jack e North chegaram. Merida franziu a testa. Sua mãe trouxera pratos de porcelana. Para um simples piquenique.

– Soluço. – Elinor chamou. – Você vai comer conosco, não vai?

Ele pareceu levemente desconcertado.

Merida segurou sua mão.

– Fique, por favor! – Ela pediu, com uma expressão tão doce que Soluço quase não pôde recusar.

– Eu... – ele balbuciou.

– Ótimo. – Elinor sorriu. – Eu ficaria ofendida se você dissesse que não ficaria. Vou colocar mais um prato para você.

Soluço simplesmente abriu a boca para responder, mas Merida pousou o dedo indicador nos lábios dele e disse baixinho, com um ar conspiratório.

– Acredite em mim, se tem uma coisa que você não quer é Elinor Dunbroch ofendida. Aceite.

Soluço deu ombros sabendo que tinha perdido uma discussão que nem ao menos começara.

Quando Merida se virou, ainda com o dedo indicador calando os lábios dele, viu Jack sentado do outro lado da toalha, olhando para ela e Soluço com uma expressão maliciosa. Seu sorriso dizia que não iria esquecer isso tão cedo. Merida corou e afastou a mão, mas felizmente sua mãe não pareceu notar.

North se sentou e logo os irmãos de Merida apareceram também. Elinor se encarregou se servir sanduíches e suco para cada um dos presentes e de uma certa forma conseguiu fazer tudo aquilo – um simples piquenique – parecerum jantar de gala. Merida sempre se perguntou como ela conseguia fazer isso. Engrandecer coisas simples para que parecessem mais especiais do que realmente eram.

– Está tudo uma delícia, senhora Elinor. Se não for incomodar, gostaria da receita desse patê mais tarde. – Soluço elogiou, enquanto comiam e conversavam.

Elinor sorriu com o elogio.

– Eu agradeço o elogio, Soluço, mas pode me chamar só de Elinor. – ela lançou uma daquelas olhadelas para Merida, do tipo que normalmente significava alguma coisa, mas que Merida nunca conseguia adivinhar exatamente o que era. – Então gosta de cozinhar?

– Na verdade não é como se eu tivesse muito escolha. Minha mãe faleceu quando eu era criança e meu pai e eu tivemos que aprender muito cedo a nos virar sozinhos. E como ele é um desastre na cozinha, sou eu quem faço praticamente tudo.

– Sinto muito. – Elinor comentou. – Deve ser difícil.

– Na verdade não. – Soluço rebateu e tomou um gole de suco. – Temos um amigo da família que é chef em um grande restaurante então eu já aprendi o básico.

– Temos que marcar um dia para trocar receitas e cozinhar lá em casa. Merida se recusa a me deixar ensiná-la. Talvez com outro professor ela aprenda melhor. – Elinor disse, sorrindo.

Soluço olhou para Merida, que parecia bastante entretida em ignorar as reclamações da mãe sobre suas habilidades culinárias enquanto mordia o sanduíche.

– Seria um prazer. – Soluço disse, mantendo-se firme enquanto os olhos de Merida encontraram os dele.

Jack pigarreou, como que para chamar atenção, e os dois desviaram os olhos rapidamente.

____

No final da tarde, Soluço ajudou Merida a empacotar as coisas do piquenique e despediu-se com Banguela. Elinor o fez reforçar a promessa de que marcariam um dia para que ele os visitasse e ele confirmou, agradecendo pelo convite de comer com eles

Merida encostou a cabeça no vidro do carro, pensando em como iria pedir para sua mãe permissão para deixá-la ir á festa de Astrid. Não teve que pensar por muito tempo.

– Elinor - Jack chamou - um amigo da nossa sala nos convidou para ir a uma festa de aniversário amanhã á noite. Sei que está um pouco em cima da hora, mas estava me perguntando se Merida e eu poderíamos ir.

Merida cerrou os punhos e prendeu a respiração. Como ele ousava? Desde que receberam o convite de Astrid no parque ela estava a horas quebrando a cabeça pensando em uma maneira de pedir a permissão.da mãe de uma forma que ela não pudesse recusar e agora ele simplesmente vinha e despejava tudo em cima de Elinor, sem o menor cuidado. Ela guardou os piores xingamentos dentro de si quando Elinor respondeu, despreocupada.

– Claro. Apenas me liguem quando saírem para eu buscar vocês.

Merida engasgou-se com a própria saliva e tossiu.

– Como assim, mãe? Você vai simplesmente me deixar ir? Sem nenhuma pergunta, nenhum protesto, nenhum... - ela agitou os braços, exasperada - Nada?

– Não estou entendendo, Merida. - Elinor disse, virando no banco com uma sobrancelha levantada - Você não quer ir a essa festa?

– Não! - Merida respondeu.

– Não? - Jack resmungou - Como não? Achei que quisesse ir, por que o Soluço vai estar lá e...

Jack se calou com um gemido quando Merida beliscou o braço dele.

– O Soluço? - Elinor perguntou, curiosa - Aquele Soluço? E por que é que você não quer ir á festa com ele? Ele me pareceu um rapaz perfeitamente educado e...

– Não é isso. - Merida lançou um olhar para Jack que poderia derreter um bloco de gelo - Eu quero ir. Só estou surpresa que você tenha cedido assim facilmente.

– Querida, não nos mudamos para esse bairro pra que vocês fiquem trancados em casa. É saudável conhecer pessoas e fazer novos amigos.

–Mas você nem mesmo está preocupada?

– Claro que não. Seu irmão Jack vai estar lá e tenho certeza que vai tomar conta de você. Não vai, Jack? - Elinor perguntou.

– Mas é claro! - Jack garantiu, dando um sorriso diabólico para Merida


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