My Broken Hero escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 9
Chapter VIII - Rogers Project


Notas iniciais do capítulo

Olha lá, apareceu a margarida.....
Sim, voltei. Envergonhada pelas circunstâncias que se repetem: um longo intervalo de tempo entre um capítulo e outro.
Sei que isso é chato, muito chato, e muitas vezes os leitores perdem o fio da meada e sentem a necessidade de voltar aos capítulos anteriores para lembrar como a história estava. Passei muitos meses sem escrever por causa dos estudos (morrendo de inspiração para escrever, mas sem poder fazê-lo) e quando chegou as férias o irritante e desnecessário bloqueio criativo me atingiu. Não estava escrevendo em nenhuma das três fanfics minhas que estão em andamento, mas me sinto recuperando aos poucos a empolgação e a criatividade, espero que sejam compreensivos e que não desapareçam dos comentários, voltar e ler os comentários ou as recomendações é uma coisa que me anima e me incentiva a tentar me esforçar para sair da obscuridade do bloqueio.
.
Vim para postar um último capítulo em 2015 e atrair boas energias em 2016 para que consiga finalizar todos os meus projetos sem desanimar.
.
Sinto estar começando uma nova fase. Tão nova que a capa da fic de XX-23 Experiment também é outra. Obrigada Miss America, dedico o capítulo a você e a todos que estão aqui e não me abandonaram.
.
Espero que se divirtam com o capítulo
.
.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620007/chapter/9

Capítulo VIII - Projeto Rogers

Dias, semanas passaram-se. Por mais que a Stark se esforçasse foi preciso quatro longos meses para conseguir se atualizar completamente com os novos métodos científicos do século XXI, e esse tempo apenas foi "curto" graças a sua genialidade fora do padrão. Uma pessoa normal não conseguiria aprender tanta coisa em tão pouco tempo. Logarítmos, ferramentas, estudos, eram décadas de novos descobrimentos.

A melancolia e frustração a consumiam de forma lenta e intensa. Contudo, todo santo dia ela conseguia arrumar um tempo para visitá-lo. Lola ficava diante de uma das paredes de isolamento transparente, a radiação em Steve decaía de uma maneira quase desprezível. A garota conversava com ele mesmo de longe, buscava forças para escavar uma solução em seu cérebro, mas nada vinha. Ela tentava não desanimar, tentava ter o máximo de fé possível.

Era árduo, porque ela estava vivendo em um sistema de isolamento social. Não se aproximava de nenhum agente, não deixava ninguém se aproximar, nem tinha tempo para isso. Sharon Carter quase não via. A proximidade entre Lola e a Agente 13 só acontecia quando a Stark precisava fazer alguma solicitação de instrumento ou material de pesquisa. Carter era a ponte entre Lola e quem estava no comando; apenas isso.

A pessoa com quem mais Lola convivia era Samuel, seu tutor, seu antagonista, sua companhia forçada. Engana-se quem pensa que ela o permitiria se aproximar. Ela não deixava.

E após várias tentativas frustradas de mostrar o quanto estava arrependido, o quanto queria reparar o dano que causou, Samuel temporariamente desistiu de tentar alcançar novamente o coração da amiga. Resolveu adotar uma nova diretriz, se dedicaria o tempo inteiro em trazer o Capitão de volta e quando o entregasse de bandeja nos braços da Stark investiria novamente em reatar sua amizade. Ele sabia que ela não guardaria rancor para sempre se o mesmo reparasse seu erro, Samuel a conhecia há anos, ele mais do que ninguém naquele novo tempo em que estavam inseridos sabia o quão puro era o coração daquela garota. Ele tinha esperança.

[…]

Lola tentava se erguer, mas era inútil, todo o seu peso não a permitia mover quase nada.

– Quem está aí? Eu sei que tem alguém! É você, Papai? – A garota escutou um barulho de pessoa tropeçando atrás do seu aparelho de respiração.

A pessoa desastrada acabou derrubando algo de metal.

– Apareça! Essa brincadeira não tem graça alguma! – Ela berrou como pôde.

– De-desculpe! – Era uma voz nova a seus ouvidos.

– Mostre-se! – Ela rosnou.

O visitante obedeceu pela primeira vez. Era só um garoto. Um rapazinho. Cabelos negros e olhos azuis.

– O que faz aqui? – Lola o olhava se aproximar de sua cama com curiosidade.

– Vim visitar meu pai. Acabei me perdendo, essa casa é...

– Desnecessariamente enorme. – Lola completou a frase do garoto.

– Isso! E... Quem é você? – Ele olhava toda a estrutura montada ao redor dela, fios, balões de oxigênio, desfibrilador, tubos de alimentação, excreção, entre outros utensílios.

– Sou eu quem faz as perguntas por aqui. – Lola rebateu. – Quem é o seu pai? -.

– Stuart, o mordomo. – Ele deu de ombros.

– O Stu tem filhos? – Lola se surpreendeu nunca soube de nada sobre uma família. O mordomo cuidava dela e da casa, ficou chocada por perceber que em todos esses anos nunca conversaram sobre a vida pessoal dele.

– Filho. Só eu. – Ele corrigiu se aproximando de um dos aparelhos que analisavam a vitalidade da garota imóvel com olhos de curiosidade. – Não vai mesmo me contar quem é você? -.

– Seu pai não te contou? Há uma aberração na casa. O monstro da família Stark que a todo custo Maria quer esconder do seu fabuloso mundo social. – Lola falava com bastante mágoa sobre a mãe.

– Você não parece um monstro. – O garoto deu um olhar por toda a extensão inerte na cama. – É só uma garota. -.

– Vai dizer isso para a minha mãe! Talvez ela perceba que sou só isso e resolva vir me ver. – Uma gota de lágrima escorreu por apenas uma das bochechas dela. Ela estava lutando para se controlar diante do desconhecido, mas só conseguiu controlar um olho.

O menino a olhou com pena, chegou perto da cabeceira da cama e secou a lágrima que ela não era capaz de secar.

– Dezessete... – Ela suspirou dizendo.

– O que? – Ele não compreendeu.

– Dezessete meses que ela não vem me ver mesmo morando na mesma casa que eu. Ela não consegue olhar para mim. – Lola não sabia o porque começou a se abrir, mas sua vida era muito solitária.

Estava presa a uma cama, via apenas seu pai e alguns empregados. Ela não contava a nenhum deles, mas estava desesperada por ver um rosto diferente, qualquer que fosse.

– Você já tentou mandar uma mensagem para ela dizendo que sente saudades? – Ele estava mesmo comovido com aquela garota desconhecida.

– Que tipo de mãe abandona sua filha quando ela mais precisa? Não sou em quem tem que mandar mensagem alguma. – Lola trouxe uma carranca menos triste. Uma máscara. Não queria despertar pena em seu visitante. Queria que ele ficasse, mas não por pena. – Lola, meu nome é Lola. -.

– Samuel. – Ele sorriu.

– Ora, ora, o que temos aqui... Um intruso. – Howard apareceu na porta do quarto e os pegou sorrindo um para o outro.

– Sr. Stark!... Eu não..! – Samuel quase pulou da cama.

– Está tudo bem, garoto. Mas seu pai está te procurando. – Howard apontou para a saída com a cabeça.

– Não, pai! – Lola suplicou. – O Sam pode ficar um pouco mais? -.

– O “Sam”... – Howard colocou uma ênfase irônica no apelido do rapaz.

– PAI! – Lola exclamou vermelha.

A Stark foi acordada de seu sonho graças ao despertador que posicionou ao lado de sua cabeça. Ela estava no meio de um salão/laboratório. Ela descansava alguns poucos minutos enquanto Samuel trabalhava ao lado de seus cientistas ajudantes no projeto que os dois estavam organizando para curar o Capitão. Projeto Rogers.

Enquanto Lola aprendia as novas técnicas de procedimentos científicos, paralelamente, ela e seu ex-melhor amigo traçavam o rumo que buscava entender as mudanças físicas e biomoleculares pelas quais Steven passava. Basicamente tentariam criar um novo soro revitalizador que ajudasse seu organismo a absorver a radiação em seu corpo sem gerar efeitos colaterais graves.

Testaram vários exemplos de fórmulas em células da própria Lola, mas era inútil tal comparação, as células dela não se pareciam nada com as dele da forma que buscavam comparação. As células da Stark eram “novas” demais, possuíam apenas uns sessenta anos. Necessitavam realizar o estudo em células

Tão velhas quanto as do Capitão. Células da década de quarenta. E foi aí que iniciaram as buscas.

Os desconhecidos supervisores daquela operação foram contratados por Sharon à pedido de Lola e Samuel, era de suma importância que eles usassem células teciduais do Soldado Invernal, assim, uma missão de busca por ele foi acionada no mundo fora da Área 51 há dois meses, mas não houveram resultados rápidos.

Como a situação de Steve permanecia muito delicada, Lola e Samuel precisaram partir para outro viés do Projeto Rogers. Eles se dedicaram a busca pelo soro de descongelamento perfeito para os outros três experimentos ainda inseridos no Projeto Fênix.

Não foi muito difícil para Lola criar tal fórmula, afinal, a de congelamento surgiu como brincadeira em sua mente anos atrás enquanto tomava sorvete com o pai. Criar o soro para o descongelamento foi fácil. O grande desafio que precisava ser vencido que era o principal empecilho. Descongelar era fácil, mas todos eles haviam sido congelados por um motivo crítico. Estavam doentes, enfermos, ou eram moribundos à beira da morte.

Precisavam achar um jeito do soro que os ajudasse a descongelar também fosse capaz de remediar e vitalizá-los. E era isso o que importava para a questão de Steve, esse fator desconhecido que implicaria numa possível ajuda ao caso do Capitão. Há essa altura, os preceitos morais de Lola não se importavam mais em estar ou não usando cobaias humanas.

Porque no fundo era isso. XY-32 e todos os outros Xis foram cobaias para trazê-la de volta a vida, e agora, os três experimentos ainda congelados. XY-47, XY-55 e XX-19 eram cobaias para tentar trazer Steve de volta à vida. E ao que parece, as paredes subterrâneas daquela ultrabase secreta eram completamente isentas de qualquer lei de restrição científica. Valia tudo lá embaixo em nome de um bem maior.

Lola se sentiu meio estranha ao acordar após ter tido um sonho com Samuel, logo com a primeira vez que o viu, e dar de cara com ele de jaleco branco a sua frente trabalhando numa papelada. Por que havia sonhado justo com ele?

Por que não com Steve em outros bons momentos entre eles? Poderia ser só uma lembrança ou até mesmo algo que gostaria de viver com ele. Tinha que sonhar logo com Samuel!

Não era justo com certeza.

Ou talvez, seja apenas uma maneira de seu subconsciente tentar relembrar a ela o quão importante aquele homem também era em sua vida. Apesar de gay, Samuel foi a coisa mais próxima de amor numa relação com o sexo oposto que ela já teve antes de Steve.

Samuel foi aquele que encheu de luz a vida de uma adolescente que vivia trancafiada num quarto de luxo cheio de aparelhos médicos, sem ele, sem Howard, sem Stu e sem o nascimento de Tony, Lola nunca teria conseguido sobreviver por tanto tempo.

Agora, depois de tudo o que ele fez ao ser manipulado pela Eukharya, Lola tentava transformá-lo em um monstro, tentava destruir a imagem de necessário que Samuel tinha em sua vida, a Stark tentava se manter firme e odiá-lo com todas as suas formas. Era o que ela acreditava que ele merecia de verdade, mas era tão difícil se manter imparcial quando tudo o que o Ford fazia era o máximo para ajudar sabendo que não ganhará nada em troca, nem o perdão.

– Minha nossa! – Samuel olhava os papéis incrédulo.

– O que foi? – Lola quase pulou de sua cadeira. Ela havia dormido sentada com a cabeça no balcão.

– Você sabe quem é que vamos descongelar daqui a algumas horas? – Samuel encarava os papéis. Lola logo deduziu se tratar de cópias dos perfis dos experimentos.

– Você trabalhava no Projeto Fênix e não conhecia as identidades dos congelados? – Ela questionou.

– Não. Meu nível não permitia acesso total. Só o Diretor possuía, e o seu pai. Sempre o seu pai. – Samuel a olhou com um pesar.

Ele já tentou explicar a ela o quanto Howard havia influenciado no relacionamento dos dois, mas Lola se negava a querer escutar, tudo o que ela queria ouvir sair da boca dele era apenas sobre o caso do Capitão, nada mais, nada menos.

Samuel tentou confessar, queria confessar tudo. Queria começar um relacionamento novo com a amiga baseado na transparência, queria que ela confiasse nele de novo. Tentou contar que aquele dia, o dia em que a conheceu, não foi por acidente, não foi porque ele tinha se perdido na imensidão da casa. Queria confessar que na verdade havia sido subornado pelo pai e por Howard Stark para entrar naquele quarto e conhecer a garota presa a cama graças à obesidade mórbida, mas Lola não tinha ouvidos.

– Vai me contar ou não quem é que vamos descongelar? – Lola revirou os olhos para o olhar de súplica dele.

– Err... Leo Ryan! – Ele disse.

– Quem é esse? O congressista Democrata? – Lola lembrava vagamente do nome.

– Ah, é! Em 1978 você já estava congelada, não sabe do incidente... – Samuel deu um breve riso. – Bom, lembra do Jim Jones? -.

– Aquele líder religioso fundamentalista doidão? – Lola também recordava deste.

– Sim! Ele mesmo! Tinham pessoas querendo sair de Jonestown, Ryan tentou ajudar algumas e acabou morto a tiros lá na Guiana mesmo. Bom, foi o que eu pensava até ler a ficha dele aqui. Experimento XY-47... -.

– E o que houve com Jones e a seita dele? – Lola perguntou curiosa, não tinha escutado falar sobre o incidente nas suas aulas de história para se adaptar ao novo mundo, talvez por ter sido algo tão antigo quanto o seu congelamento.

– Essa é a pior parte da história. Quase novecentos civis americanos foram mortos envenenados, no que consideraram como atentado de suicido em massa causado por Jones. – Samuel contou com o pesar adequado para a situação.

– Que horror! – Lola ficou bestificada.

– É... Fundamentalismo sempre dá nessas coisas. – Samuel suspirou. – Mas, hey! O que são “inumanos”? – Ele olhava os perfis de XY-55 e XX-19.

– Me diga você, Dr. Ford. Você era o cientista da área. Sou apenas o experimento. – Lola abandonou-o indo avaliar o trabalho dos ajudantes montando as aparelhagens para o procedimento.

– Já disse. Meu nível não permitia tais informações. Você tem nível mais alto por conviver com os Vingadores. Por ser afilhada de Fury... – Samuel explicava.

A dedução dele a incomodou, ela não queria ter privilégios sem merecer, era o que estava sentindo.

– Mutantes. Pessoas geneticamente modificadas desde sua forma zigótica. – Ela explicava.

– Então o Experimento XX-19 não é mesmo um pássaro? – Samuel não acreditava nos relatos do perfil dela.

– Não. A agente 8 foi congelada na forma de pássaro, porque foi abatida em combate nessa forma. Ela pode se transformar em qualquer animal que entrar em contato e imitar seus hábitos. É fascinante, eu sei. Eu mesma fiquei obcecada com sua mutação quando descobri que havia entrado em contato com ela e nunca havia desconfiado de que era uma humana na verdade. – Lola mandava com as mãos que um assistente instalasse o desfibrilador mais para a esquerda de onde estava colocando.

– Ela estava em qual forma? – Samuel ficou encantado com a peculiaridade.

– Uma cabra. – Lola soltou.

– Ah, não! – Samuel começou a rir. – A Petunia! A cabrita que seu pai te deu de presente na infância. -.

– Ela mesma. – Lola deu de ombros.

– Inacreditável! – Samuel ainda sorria olhando os papéis.

– Exatamente isso o que pensei, quando vi por acidente minha cabrita de estimação se transformando numa loirona para usar o banheiro. – Lola riu um pouco com a lembrança. Acho que foi a primeira vez que riu, nem que seja um pouco, em semanas.

– Você nunca me contou isso antes. – Samuel parava de sorrir.

– Meu pai pediu para guardar segredo, não contei nem para a minha mãe. A agente 8 foi uma dos que estavam presentes no meu resgate em Cuba. – Lola deu de ombros, não precisava mais ser um segredo, Samuel tinha acesso a tudo isso naquelas fichas de perfis.

– É... Seu pai tem mesmo o dom de fazer as pessoas guardarem segredos. – Samuel olhou o vazio meio amargurado.

Parte de Lola estava louca para perguntar o que ele queria dizer com isso, o que ele estava insinuando sobre Howard. Contudo, a parte que venceu era aquela que não dava a mínima para o que ele dizia e não via a hora de ver se o descongelamento ia dar certo para poder auxiliar num tratamento para Rogers.

(Nova capa da primeira temporada da fic)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Feliz Ano Novo! Que seu 2016 seja muuuuuito, mas muuuiiito melhor que o 2015!
.
Estou me curando aos poucos do bloqueio como disse e espero o apoio e compreensão de vocês
.
E aí? O que achou do capítulo?
Beijos