My Broken Hero escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 8
Chapter VII - The Hero’ Soul


Notas iniciais do capítulo

Hellooo Midgardianos mais legais do NYAH!Fanfiction!
Como prometido, aqui vos apresento mais um capítulo.
Viu? Sou cumpridora de promessas **Fazendo um auto-comercial básico**
Espero que todos gostem.
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**Capítulo Contém link de música camuflado**
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SUGESTÃO
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Capítulo VII - A Alma de Herói

Lola nunca foi uma criança que se dava bem facilmente com as outras, culpa principalmente da sua diferença. Ela era bastante peculiar, de início, por causa de sua grande inteligência, quando vivia com os avós estudava em classes bem mais avançadas, quase nunca tinha coisas em comum com seus colegas.

Quando começou a viver com os pais, seus psicólogos sugeriram que ela estudasse em casa com professores particulares, isso poderia ajudá-la a desenvolver melhor suas atividades cognitivas, o que realmente aconteceu. Isso a deixou bem ligada ao pai, só que bem mais desconectada com o resto do mundo.

Esse fato preocupava os pais, Maria fazia questão de levá-la em atividades sociais, mas pouco disso envolvia contato com outras crianças. Howard se preocupava em tentar proporcionar de vez em quando encontros de sua garotinha com filhos de outros cientistas amigos dele, sua intenção era garantir que ela mantivesse relações saudáveis.

Em uma das vezes que ele trouxe outras crianças para casa para brincar com ela foi numa das reuniões com os cientistas e assistentes que trabalhavam no Projeto do Reator Arc, foi nesse dia que Howard acabou enxergando um potencial ainda maior em sua filha. Foi no dia que ele teve certeza de que não estava errando nenhum pouco na decisão que ia tomar...

Mesmo estando ao redor de outros filhos de cientistas não significava que ela compartilhava muitas coisas em comum com eles, ela continuava sendo diferente e exótica, um tipo de "aberração", mas é claro que não a tratavam mal, afinal, os pais não deixariam, ela era a filha do Chefe.
Naquele dia eram cinco crianças ao lado de Lola enquanto os pais trabalhavam, Tommy, Ivan, Hector, Poly e Claire. Todos com 9 anos como a Stark.

Lola havia até se esforçado para tentar fazer amizade, mostrou às outras duas meninas sua coleção de planetários, mas estas se frustraram ao encontrar planetas ao invés de bonecas. Decidiram que todos iam acabar brincando de bola em um dos jardins da mansão.


Vez ou outra Howard conseguia escapar para dar uma olhadinha neles, pediu para empregados fazerem isso por ele, para o próprio Stu fazer isso, mas ele não resistia e tinha que vê-la interagir com outras pequenas pessoas. Contudo, o Stark nunca contaria com a situação que viu da segunda vez que foi checá-los por si.

Em um jardim mais recluso encontrou sua garotinha montada em um dos meninos, Tommy, dando um monte de sopapos nele enquanto os outros gritavam e assistiam de fora, o pequeno Ivan Vanko mais distante do grupo. O Stark apartou a briga, com um pouco de dificuldade, sua menininha parecia uma máquina frenética de dar tapas.

É claro que Howard quis saber o motivo daquilo. Lola explicou que na brincadeira de queimado, Ivan havia "matado" Tommy, e irritado, o garoto começou a xingar e a empurrar o menininho russo. Chamava ele de comunista porco entre outras coisas. Dizia que o lugar dele era em um campo de concentração, que ele deveria estar na América para espionar. Howard parecia escutar subliminarmente o que os outros cientistas pensavam do pai, Anton.

Lola explicou que aos poucos todos os outros começaram a se voltar contra Ivan, e queriam bater nele. Poly lançou a bola com toda a força na cara do russo mesmo quando o jogo "não estava valendo mais", a dor fez o menino chorar e Lola voou primeiro nos cabelos loiros daquela, mas quando viu que Tommy ia começar a agredir o Ivan já machucado, largou Poly e voou sobre ele. A Stark parecia um monstrinho, ela contra todos os outros.

Howard pediu desculpas pelo transtorno e mandou todos embora. Ele e Maria decidiram que a filha deveria receber um castigo para aprender que violência não era solução para nada. Na verdade, a ideia do castigo partiu mais da mãe do que do pai. Este estava bastante intrigado com toda a situação. Entendia que a rejeição das crianças ao menino russo era um reflexo do que aprendiam com seus pais e os meios de comunicação graças ao contexto histórico da época. Mas e a reação de Lola? Era algo bom ou ruim? Um efeito colateral e psicológico de uma garotinha traumatizada que agora tende a violência, ou era apenas uma demonstração de caráter e senso de justiça?

Howard decidiu visitá-la em seu quarto na hora de dormir, queria espiá-la em seu sono como costumava fazer. Virou um hábito para ele, o Stark sempre sentava na poltrona felpuda amarela ao lado da cama da garota e a assistia ressonar enquanto queria pensar ou tomar decisões difíceis.

Contudo, daquela vez, como da primeira, ela não estava dormindo, estava acordada. Lola olhava para o teto recém pintado com a representação da Via Láctea em fluorescência, toda embrulhada em seu cobertor, a franjinha separada no meio de sua testa graças a gravidade.

– Papai? - Ela perguntou quando a luz do corredor que invadiu seu quarto fazia uma grande sombra da figura masculina diante dela.

– Sou eu, querida. - Ele confirmou. - Não está conseguindo dormir? -.

– Estou pensando... – Ela suspirou.

– Sobre o quê? - Ele questionou fechando a porta atrás de si e se aproximando da cama em seguida.

– Sobre o Sistema. Sobre a Guerra Fria. Sobre russos, cubanos e sobre americanos. - Ela se sentou na cama.

Howard se assustava com o quão precoce ela sempre voltava a parecer.

– Tenha certeza que essa guerra silenciosa também tira o meu sono. - Howard comentou. - Mas o que especificamente está te impressionando? -.

– O senhor disse que os meninos não tinham inteira culpa de agir estupidamente hoje, porque só estão refletindo o que veem nos pais, e que os pais também não têm inteira culpa porque refletem o que escutam do Estado e da imprensa, então... O Estado é o culpado? Se é ele que motiva as pessoas a fazerem coisas ruins, não seria mais fácil se ele fosse desintegrado? O mundo seria um lugar melhor sem ele? - Lola verbalizou suas reflexões.

Howard sentou-se sobre os pés da cama. Tentava encontrar uma forma de explicar a sua garotinha que anarquia não significava a solução para a humanidade.

– Creio que não, meu anjo. Sabe o ditado "dos males, o menor"?! Pois é, o ser humano não é naturalmente civilizado, no fim, não passamos de animais,
precisamos de uma instituição que impeça a barbárie. O Estado existe para controlar e por ordem. O que o corrompe são certas ideologias mal intencionadas, ou interpretações equivocadas de ideologias bem intencionadas... - Howard tentava explicar da forma mais simples que conseguia. - Como dizia John Locke: "o homem é o lobo do homem". O mal não está no Estado em si, talvez esteja em quem o controla. Na essência, a ideia é algo bastante poderoso, e tudo que tem poder é perigoso. A ideia é a mais potente das armas, capaz de controlar as massas, mas existem pessoas mais fracas que outras e se alienam fácil. Acho que esse não é o nosso caso. -.

Lola deu um meio sorriso, mas não se deixou empolgar, preferiu fazer uma pergunta atrevida.

– Por que o senhor acha isso? Por que não somos iguais a maioria? -.

– Bem, para início de conversa, aposto que nenhum outro pai e filha, de apenas nove anos, chegam a um assunto tão sociopolítico como esse. - Ele disse pondo a mão na cabeça da menininha para colocar sua franja no lugar.

– Isso não nos torna especiais. - Ela retrucou.

Howard puxou sua Lola teimosa e a pôs em seu colo.

– Não. O que nos faz especiais é tentar lutar contra o mal. – Ele rebateu.

– O senhor, o Tio Fury, e a senhorita Carter lutam contra o mal naquele trabalho secreto que não posso contar nem para a mamãe? - Lola começou a pentear o bigode do pai com os dedos.

– Exato, um dia vou te contar mais sobre ele, quando for mais velha. E como eu disse, você não pode comentar nada com ninguém. - Ele falava com dificuldade embaixo dos dedinhos dela. - Mas querida... Espero que nesse período de castigo reflita sobre como violência é um equívoco, e que ficamos decepcionados pelo que fez. -.

– Sim, papai. - Lola largou o bigode e murchou seus ombros meio entristecida. - Prometo que nunca mais vou bater em ninguém. -.

Howard ficou um tanto feliz, se sentia um verdadeiro pai responsável ensinando algo de importante a filha.

– Mas o senhor pode me responder duas perguntas? - Ela perguntou.

– Até dez mil. - Ele sorriu para ela.

– Se o senhor trabalha combatendo o mal, como pode ganhar dinheiro inventando armas? Isso não é errado?! - Ela ergueu os olhinhos intrigados. E o pai mais uma vez se pegava surpreso com sua precocidade. É curioso ela ter sido uma criança adulta e depois ter se tornado uma adulta criança.

– Olhe, meu bem... Armas não são de todo o mal se estão nas mãos certas. Armar as pessoas certas é a minha missão nesse mundo, e um dia terá que lidar com esse seu legado. Não estou dizendo que deve seguir meus passos se não quiser, mas é o seu sobrenome que estará em dezenas de armas, e terá que agir com sabedoria quanto a isso. Nós não alimentamos o mercado da morte, nós fortalecemos a busca pela paz. - Howard tentava mostrar seu lado.

– Parece contraditório. - Ela encarou o joelho do pai.

– Eu sei. Mas você é minha garotinha esperta, você entenderá tudo um dia. - Ele beijou o topo da cabeça da filha. - E quanto a segunda pergunta? -.

– Por que o senhor me acha especial? Como sabe que não sou das pessoas fracas que se alienam? - Ela se lembrava muito bem dele ter dito que eles eram especiais, no plural.

– Bom, há dezenas de motivos, mas espero que fique satisfeita por enquanto com apenas dois deles. Você é muito inteligente e possui um senso grande de justiça. -.

– Possuo? - Ela perguntou encabulada.

– Claro que tem! Hoje, mesmo que por um meio errado, você tentou ajudar o pobre Ivan, sequer o vê como uma ameaça por ele ser russo. Minha querida, vejo tanto potencial em você, nem pode imaginar! - Howard acariciou uma das bochechinhas dela.

– Que tipo de potencial? - Ela perguntou mais uma vez intrigada.

– Potencial para tudo! Você pode ser qualquer coisa que quiser ser, é bem mais inteligente do que as médias, possui uma sede por conhecimento e é dona de um grande coração puro. Você poderá fazer coisas incríveis pelo mundo, meu amor. Espero que eu esteja conseguindo ser um pai à altura da responsabilidade. - Ele acrescentou.

– Você está se saindo bem. - Lola fez uma careta sapeca.

– Estou? - Ele perguntou fazendo cócegas nela.

Lola não pode responder, estava perdendo ar para as risadas.

– Pai. - Ela disse quando ele parou a brincadeira.

– Sim? -.

– Eu não quero crescer e ser nada grande, quero ser apenas eu. - Ela explicou, as expectativas que ele nutria sobre ela a assustava.

Mas você já é algo grande, não duvide disso, Amendoim. - Howard sabia exatamente que tipo de mulher forte ela se tornaria. Entretanto, ele nunca associaria toda a grandeza e potencialidade que via em sua garotinha com a profecia alienígena sobre a linhagem dela. Ele nunca imaginaria que a inteligência sobre-humana dela poderia estar ligada ao que ele entendia como "baboseira" dos agentes que sofreram lavagem cerebral extraterrestre, Howard jamais acreditaria que o coração dela era puro porque era destinado a ser. Destinado a algo maior ainda do que ele poderia sonhar. O bem de um mísero planeta? Porque não de galáxias inteiras?!

[...]

A porta foi aberta diante dos olhos da Stark, ela inspirou fundo antes que tivesse uma visão do conteúdo daquela sala, logo uma figura masculina apareceu, ele estava sentado atrás de uma mesa, batia os dedos frenéticos contra o material daquela enquanto encarava uma parede; era evidente seu nervosismo.


Quando notou que a porta a sua frente foi aberta mostrando o agente e Lola, ele parou de bater os dedos com uma feição quase assustada em seu rosto. Ele estava inegavelmente tenso, se ergueu da cadeira, afastando-a da mesa com um ranger.

A garota ergueu seu queixo para um patamar maior do que costumava, adentrou a sala, o agente a seguiu por protocolo, se era para garantir a segurança dela ou a do homem na sala era a dúvida que passava pela cabeça da Stark.


– Lola! - Ele exclamou ansioso. Esperava há muito tempo por aquele encontro.

– Aqui é XX-23... - Ela corrigiu. - XY-32. - Acrescentou com um olhar de desprezo disfarçado de indiferença.

– Certo. Verdade. Eu... - Samuel ergueu os punhos abertos por puro reflexo, aquilo fez Lola notar pela primeira vez às algemas reforçadas nos pulsos dele. - Err... Ensaiei no espelho umas trezentas vezes como ia começar esse discurso, mas no fim sabia que nunca seria suficiente... - Ele sorria amarelo constrangido. - Eu queria... -.

– Não faremos isso. - Lola o interrompeu. - Você não vai me dizer o quanto não queria fazer o que fez com o Capitão e comigo. Você não vai me dizer o quanto sente muito por ter deixado aquela Eukharya te manipular. Você não vai me pedir desculpas. Porque eu não vou te perdoar, não vamos começar uma sessão melodramática de lágrimas e abraços entre duas amigas. Porque não é isso o que somos. Vou te dizer o que somos... Somos duas pessoas que possuíam vínculo afetivo 40 anos atrás, mas que não possuem vínculo algum hoje, e que também não possuirão amanhã. Somos dois cientistas que vão encontrar uma forma de salvar uma vida que VOCÊ DESTRUIU! - Lola foi cruelmente sincera.

O agente logo atrás dela pôde ver o fio de tristeza e desesperança surgir nos olhos marejados de Samuel, ele queria pedir perdão, Lola era uma das pessoas de mais importância em sua vida, mas ela roubou-lhe o direito de colocar tudo para fora. Ele segurou tudo, assim como sua respiração. Ele não queria chorar.

– Mas Lola... - Sam insistiu.

– XX-23. - Ela corrigiu outra vez. - Por favor, não me faça perder mais tempo. Muito menos quando cada palavra desnecessária que sair de você significar mais segundos de risco da vida do Capitão. -.

– Então você já quer partir para o trabalho? - Samuel entristecido perguntou. Ele sabia que não tinha direito de insistir.

– Sim! O quanto antes! Mas antes, quero saber o porquê. Está ajudando por puro e simples remorso? Ou tem uma irrisória ilusão de que se remediar o que fez conseguirá redenção e perdão? - Ela o analisava. Parecia até meio cruel aos olhos do agente.


– Você ama o Capitão Rogers, não ama?! Você é minha melhor amiga, XX-23. Eu faria QUALQUER coisa por você sem querer NADA em troca. - Samuel rebateu.

Lola permaneceu calada.


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Notas finais do capítulo

Quem entendeu as referências levanta a mão o/ o/ o/
Quem não entendeu procura no google o nome do vilão de Homem de Ferro 2 e finge que entendeu levantando a mão também o/ o/ o/ uhashusaashuhuas
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Aquele momento que muitos não gostam e que muitos gostam também. TRAILEEERRRR!
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"Chapter VIII - Rogers Project
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Lola tentava se erguer, mas era inútil, todo o seu peso não a permitia mover quase nada.
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— Quem está aí? Eu sei que tem alguém! É você, Papai? – A garota escutou um barulho de pessoa tropeçando atrás do seu aparelho de respiração.
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A pessoa desastrada acabou derrubando algo de metal.
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— Apareça! Essa brincadeira não tem graça alguma! – Ela berrou como pôde.
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— De-desculpe! – Era uma voz nova a seus ouvidos.
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— Mostre-se! – Ela rosnou.
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O visitante obedeceu pela primeira vez. Era só um garoto. Um rapazinho. Cabelos negros e olhos azuis.
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— O que faz aqui? – Lola o olhava se aproximar de sua cama com curiosidade.
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— Vim visitar meu pai. Acabei me perdendo, essa casa é...
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— Desnecessariamente enorme. – Lola completou a frase do garoto.
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— Isso! E... Quem é você? – Ele olhava toda a estrutura montada ao redor dela, fios, balões de oxigênio, desfibrilador, tubos de alimentação, excreção, entre outros utensílios.
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— Sou eu quem faz as perguntas por aqui. – Lola rebateu."
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E aí pessoas legais? O que cada uma de vocês achou deste capítulo?
**Deixe sua crítica ou sugestão na caixinha logo a baixo,
a Direção agradece.**
husahuasuhasashushuashuahuas
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Bom, a meta é postar dia 12/11, mas se comentarem logo quem sabe eu poste antes :D
~Sou cumpridora de promessas! Vocês viram logo a cima huashusshua
Até mais
Beijos