O restante da semana passou rapidamente. Era sábado e todos podiam sair para onde quisessem. Bem… Quase todos. Mirela aproveitou o dia livre para arrumar o quarto. Sophia e Belle foram ao shopping fazer compras e ir ao cinema. Henry e Rafael foram jogar futebol na quadra e Miguel fez sua saída usual de sábado.

Mirela saiu de seu dormitório para comprar uma bebida quando sentiu. Era novamente aquela sensação, como se pudesse respirar depois de muito tempo sem oxigênio. Ela sabia o que era e não ia perder novamente. Ela foi até onde seu corpo queria que ela fosse, a força a puxando cada vez mais. Ela percebeu. De costas. Diminuiu a velocidade e se aproximou. O viu colocando a mão sobre o peito. Ela não precisou falar nada. Ele se virou como se fosse telepatia. Ele estava alí, na frente dela, com aquele sorriso perfeito e olhos azuis.

Mirela pulou nele sem hesitar nem um segundo. Seu corpo precisava de aproximação. Seus corpos precisavam de aproximação. Ele a abraçou com força e a soltou rapidamente. Seus corpos a milímetros de distancia:

—Não podemos ficar conversando aqui no meio do campus. Precisamos ir a algum lugar privado. - Mirela fez um gesto com a cabeça e o guiou para seu dormitório sem dizer nada. Assim que fechou a porta atrás de si, o abraçou com força novamente.

O abraço já não era suficiente. Seus corpos pediam mais e mais aproximação. Pessoas como eles não podiam ficar afastadas por muito tempo. Seus corpos precisam estar próximos. Ambos estavam com sede um do outro e não conseguiram mais se conter. Seus lábios se encostaram pela primeira vez em muito tempo. O selinho se transformou em um beijo calmo que foi aumentando de intensidade.

Suas línguas dançavam numa mesma sincronia e seus corpos não se contentavam com a aproximação. Lentamente eles foram se direcionando a cama. Ela colocou uma perna de cada lado da cintura dele e os dois continuaram se beijando. Ele se deitou com ela por cima e eles ouviram uma batida na porta. O que não os impediu de continuarem o que estavam fazendo.

—Mi, somos nós, Sophia e Belle. Queremos te mostrar nossas compras, podemos entrar?

—Hm… - Ele disse tentando avisa-la para atender.

—xiu, eu estou dormindo… - Mirela sussurrou na orelha dele e beijou seu pescoço. - Estou meio ocupada com você agora. - Ele sorriu e ficou sobre ela.

—Senti sua falta, você não imagina o quanto. - Ele beijou o pescoço dela.-Mas vamos com calma, daqui a pouco eu não respondo pelos meus atos.

—Mas eu não quero parar agora. Senti sua falta. Não te vejo há mais de um ano. - Mirela fez bico.

—E quem disse que eu quero parar? Só vamos com calma. Não quero que faça nada por impulso.- Ele sentou e a puxou para sentar entre as pernas dele. - Me conta tudo, tudo o que aconteceu desde aquele dia.

— Eu não quero falar sobre isso. Não agora. Antes quero saber o mais importante:como você me encontrou? - Respondeu ela. - Senti sua falta, Felipe. Tanta que doía todos os dias.

—Eu também senti a sua. Sabia que a hora da sua inclusão estava chegando. No ultimo ano e meio monitorei as matriculas em todos os colégios internos que consegui. Até que encontrei seu nome nesse e decidi me candidatar para um emprego, com novos documentos. No dia que vim fazer a entrevista eu te vi, mas você estava beijando outro menino. Me chateei e voltei pra casa, mas eu precisava te encontrar. - Felipe deu um selinho em Mirela que se aprofundou.

—A única coisa que importa sou eu e você agora. Não me abandone mais, ok?

— Nunca, baixinha. - E a beijou.

O beijo foi se aprofundando novamente e cada vez eles precisavam mais um do outro. Seus corpos estavam na mesma sincronia. Eles voltaram a posição em que ele estava deitado e ela parcialmente sentada sobre ele. Ele beijava o pescoço dela e ela mordia o lóbulo dele. Pararam quando perceberam que estavam sem camisetas. Mirela começou uma trilha de beijos do pescoço ao abdome. Ele levantou a cabeça dela:

—Se não quiser nada sério pare agora. - Disse Felipe.

—Eu quero, mas não sei se agora. - Respondeu ela.

— Então vamos parar por aqui. - Ela cruzou os braços na frente dos peitos.

—Eu só no sei como controlar. Algo em mim precisa de você. Agora. Desesperadamente. - Ela disse com vergonha.

—Em mim também. Você não tem noção do quão difícil é controlar. Eu estou desesperado pra te jogar nessa cama. Mas eu sei que você pode se arrepender depois por ser mais nova. - Disse Felipe cuidadoso. - Eu só quero que seja certo pra você.

—Você é o certo pra mim. Sabe disso, não sabe? Sem você eu morro... literalmente.

—Não sei, depois que eu te vi com aquele cara eu fiquei confuso,com ciúme… Não sei se você ainda acha que eu sou o certo pra você.

—É serio que tudo isso é por ele? Relaxa… A gente só fica quando ambos estão sofrendo. Ele é apenas um grande amigo. - Mirela explicou - Agora vem cá, ciumentinho. - E voltaram a se beijar.

***

Algumas horas depois Felipe saiu do quarto de Mirela se escondendo dos inspetores e Mirela foi até o quarto das meninas.

—Oi, gente… Tudo bem? Por que sumiram hoje? - Disse Mirela entrando no quarto.

—Não fomos nós que sumimos. Procuramos você por todo o campus e mandamos umas mil mensagens no seu celular. - Respondeu Belle revoltada.

—Desculpem, peguei no sono. Vocês viram o Miguel hoje? Não o vi o dia todo.- perguntou Mirela.

—Ele chegou junto com a gente. Deve estar no quarto com os meninos. Eu vou com você até lá. - Disse Sophia.

—Quer ver o namorado? Vamos, eu seguro vela pra vocês. - Zombou Belle

***

—Onde você estava, cara? Ficou fora quase o dia todo. - Perguntou Rafael.

—Por aí, resolvendo uns assuntos. - Respondeu Miguel meio sorridente.

—Tem menina no meio! Tenho certeza, olha a sua cara. Estava com a Mirela? - Disse Henry.

—Eu não estava com ninguém. Não posso apenas estar feliz? Falando em Mirela, preciso falar com ela. - Retrucou Miguel.

—Como não? Eu te vi com ela hoje mais cedo. Vocês dois estavam conversando. Até se abraçaram. - Disse Rafael.

—Como assim? Isso é impossível. Eu não a vejo desde ontem de manhã. Tem certeza que era ela?

—Tenho, cara. Se não era você, era outro menino. Mas eu tenho certeza que ela estava com alguém. Sinto muito, mas acho que você está sendo chifrado.

—Não tem como isso acontecer, Rafa, eu não namoro ela. Somos só amigos.

—Eu que queria ter uma amiga assim.

—Respeito, Rafa, a gente só fica as vezes.

—Não é o que eu sei.

—Rafael, aquela noite nunca aconteceu! Foi um erro termos dormido juntos. Nós combinamos que nunca falaríamos naquilo outra vez. Somos apenas amigos.

—Okay, não toco mais no assunto.

—Oi, gente. Oi, amor - Disse Sophia indo até Henry e o beijando.

—Oi, gente. Tem mais alguém aqui querendo falar com o namorado. - Disse Belle apontando para Mirela.

—Parem com isso, já perdeu a graça. Nós não estamos namorando. - Respondeu Mirela.

—Ok,OK. Vamos mudar de assunto. Ouvi dizer que contrataram um novo assistente para o professor de educação física. Boatos dizem que ele é gato. Vou descobrir na segunda. Tenho aula com ele no último período. - Disse Belle.

—É, espero que seja mesmo. Talvez as aulas fiquem melhores assim. - Respondeu Mirela.