Online Dating escrita por Sunny Deep, Ally


Capítulo 22
Capítulo 22 // suspicious minds


Notas iniciais do capítulo

meus amoreeees! que saudade que eu estava de vocês ♥
finalmente o dia, o tão esperado dia desde o início dessa interação loirosexy - redhead0841 e eu não tô nem acreditando! infelizmente isso significa também que estamos no final de OD, mas é bom também que daí a história fica completinha e vocês poder ler e reler sempre que quiserem ♥
como sempre muito muito obrigado pelo carinho e compreensão de vocês, nós somos muito gratas e sortudas por ter vocês nas nossas vidas!
alguém reconhece o título do capítulo? hehe, boa leitura! ♥



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capítulo 22 

 suspicious minds

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—  Eu sou bem maluquinha, mas jamais teria sua coragem, Rô. — Lily falou para a prima enquanto folheava, sem prestar atenção, uma revista que havia encontrado algumas horas atrás na sala do apartamento. Seu interesse era obviamente na prima e não nas páginas finais da Skeeter’s Diary. — Quer dizer, era óbvio que um dia você faria algo bem louco desse jeito, mas… eu não esperava essa aventura. Você realmente mudou...

Rose fechou o guarda-roupa e olhou em volta, procurando qualquer coisa no quarto para conseguir livrar-se de ter que encarar Lily naquele momento. Há duas horas atrás pensava que se contasse para a prima o que iria fazer não seria bombardeada de ideias negativas sobre o assunto. Bem, não era exatamente o que estava acontecendo naquele instante. Lily não era parecida com Dominique naquele quesito, era muito mais curiosa, mas no meio de toda aquela curiosidade sua mente não filtrava todas as suas falas. Que eram muito, muito descabíveis. E às vezes desmotivantes.

— E se ele for bem boy lixo? Super decepcionante? — Lily continuou, antes de parar os olhos em um editorial de moda e então só voltar a prestar atenção no assunto novamente depois de alguns segundos. Rose revirou os olhos e deu um riso frouxo. — Tudo bem, já entendi, você provavelmente já deve ter pensado em tudo isso antes de combinar de se encontrar com ele, você não é burra e é uma Weasley.

Lily encarou a garota por alguns segundos antes de abrir um sorriso, talvez para confortá-la e a puxar para um abraço apertado —  definitivamente querendo confortá-la. Se existia uma coisa que havia fazendo muita falta eram esses abraços que duravam mais que o tempo necessário, mas que transmitiam toda a boa energia do mundo.

—  Ai, desmiolada, não me aperta! — Rose gargalhou.

—  Reclamona! Mas, veja bem, se ele tiver verrugas e for velho, você sai correndo, tá me ouvindo?

Rose assentiu, e ficou sentada do lado dela, tentando ao máximo aproveitar a prima — que, por algum motivo, tinha uma energia que Rose nunca tinha tido visto em mais ninguém.

—  Se ele for suspeito eu juro que sumo de lá.

—  Isso. E me liga depois, tá? Quero saber o que aconteceu. E posso ir te resgatar de lá. Ou melhor, fazer um taxista te resgatar de lá.

— Valeu, Lily.

Rose tentava parecer o mais segura possível, mas seu estômago embrulhava de mil e uma maneiras diferentes desde que havia mandado uma mensagem para o loirosexy_ sobre eles se encontrarem. Dominique também não parecia em seus melhores dias, seu pai não parava de enviar mensagens extremamente animadas sobre um próximo almoço Weasley e Scorpius parecia saber que ela estava fazendo algo… que ela não diria em voz alta pra ele.

A única pessoa que estava agindo normalmente era Hugo, que havia comido toda a comida da sua geladeira na última vez que tinha ido visitá-la - mas, pelo menos, ele não reclamou quando viu que ela tinha cancelado a própria conta do Netflix que ele estava usando.

No entanto, ela havia começado a ter certeza sobre aquilo.Sobre finalmente conhecer seu amigo virtual. No início era um pontinho perdido, mas depois a sensação estranha começou a sumir mais rapidamente. Talvez eles descobrissem que pessoalmente ambos não tinham nada a ver, seria um papo ok, eles se despediram e nunca mais conversariam de novo. Ou quem sabe trocariam algumas mensagens de “Feliz Ano Novo!” e um emoji qualquer.

Mas ela precisava saber, se decepcionando ou não, quem ele era. Quem eles eram um para o outro.

—  Não precisa agradecer, Rô. — Lily deu uma risadinha. — Aliás, você quer que eu venha aqui e te ajude a colocar uma roupa bem mara pro encontro?

Rose saiu do abraço, rindo e resmungando ao mesmo tempo, porque sabia que Lily estava ironizando o que sabia que definitivamente não iria acontecer. Calçou suas pantufas bregas e foi andando até a cozinha.

— Você é muito chata, garota!

— Ah, eu sou mesmo, mas sou uma chata que conseguiu seu emprego na lanchonete. Que, ainda por cima, você já tá querendo se livrar, né?

Lily sentou em cima da mesa, como sempre fazia na própria casa, enquanto a mais velha tirava algo do armário. Bom, não era bem verdade aquilo sobre o emprego — tudo bem, era —, mas era algo necessário. Seu objetivo não era ser garçonete a vida toda afinal.

— Eu só estou procurando por algum estágio por aí, focado na minha área, mas ainda não recebi nenhuma resposta. — Dois pacotinhos de chá verde e água para esquentar. Rose era, certamente, uma boa e velha britânica. Ou melhor, só quando começava a ficar nervosa e precisava imitar o chá da Vovó Molly para acabar com a ansiedade. —  Enquanto nada aparece eu continuo fazendo companhia para Florence, que me ama, com toda a certeza do mundo.

Lily riu. Rose havia começado com o pé esquerdo, mas, nas próprias palavras de Florence, depois de algumas semanas ela “não estava mais dando tanto prejuízo quanto antes”.

—  Ela ama as reclamações que os clientes fazem de você também?

—  Só para esclarecer, tenho certeza que vou ser a funcionária do mês. — se gabou, dando risada. Não conseguiria imaginar sua foto pendurada em uma das paredes da lanchonete. Talvez, se existissem prêmios para as maiores catástrofes…

—  Aham — riu, sendo empurrada pela prima. — Mas eu tenho certeza que você vai encontrar um estágio bacana, não se preocupe.

E assim ela também esperava. Não queria que muita gente soubesse sobre sua busca; não havia contado para ninguém além de Dominique, Scorpius, Lily e seu pai (que, consequentemente deixou escapar para sua mãe e irmão), e seu subconsciente repetia que quanto mais gente soubesse, pior seria o resultado.

Na verdade isso se encaixava com a situação do loirosexy da mesma forma, então manteve a boca fechada o máximo que pôde. Principalmente porque, se a abrisse, iria começar um discurso desenfreado de nervosismo.

Ela já não tinha mais tantas dúvidas sobre, e estava decidida. Mas quem disse que seu coração havia se acalmado com a ideia?

  — 

“No Three Broomsticks às 17pm?”

—Loirosexy_

“sim, isso”

—RedHead0841

“Nunca fui lá, mas olhando no google parece bem bacana”

—Loirosexy_

 

“hahaha é bem legal, vc vai gostar”

“mas as fotos do google devem ser antigas”

“há uns meses ele reformaram completamente o lugar”

—RedHead0841

 

“ashuashua ok”

“E… como eu te reconheço?”

“Se eu enxergar uma ruiva pode não ser você, sabe ashuashua”

—Loirosexy_

“hahaha verdade”

“bom vamos lá fatos importantes”

“1) minha altura não é uma das mais invejáveis”

“2) eu respiro jeans, então isso diz tudo”

“ah e tênis, eu vou usando tênis”

“quem sabe um boné dos Chudley Cannons”

—RedHead0841

“Espera”

“Você torce pro CC?”

—Loirosexy_

“com muito orgulho, sim”

“se vc me zoar eu te bato”

“pessoalmente”

“a não ser q vc torça pro mesmo time q eu?”

—RedHead0841

“Na verdade não, mas

é meio curioso”

“ haha ok vou me segurar com as piadas”

—Loirosexy_

“ué”

“haha”

“mto bom”

“mas pq curioso?”

—RedHead0841

“Esquece haha”

“Não é nada”

“Aliás, vou de Elvis”

—Loirosexy_

“tudo bem”

“não sei como eu deveria

interpretar isso”

“espero que não tenha nada

a ver com o topete dele”

—RedHead0841

“Nao shuahsua”

“Mas ia ser muito legal também ir com aquelas roupas brancas brilhantes

e um topetão preto kkkkkk”

—Loirosexy_

“Com certeza ahahhaha”

—RedHead0841

Rose suspirou depois de ver a última mensagem. O relógio de seu celular já indicava que faltava menos de meia-hora para ela enfim conhecer pessoalmente a pessoa com quem ela havia passado quase 7 meses conversando. E a ruiva mal havia começado a se arrumar, ou pensar em como fazer aquilo —  era socialmente aceitável enfiar um boné dos memoráveis CC e ir de pijama?

Respirou fundo e levantou-se com pressa da cama, vasculhando ao redor tentando achar um par de jeans minimamente decente e seu tradicional boné Chudley Cannons que havia prometido usar. Certo, socialmente aceitável.

Olhou para o celular. Deus, como estava odiando sua rapidez para trocar de roupa naquele momento! Precisava fazer alguma coisa — qualquer coisa. Estalou os dedos pensando se faltava algo. Até perfume ela tinha usado (um dos caros ainda por cima, que havia ganhado de presente no ano anterior). Aproximou-se do espelho. Checou tudo mais uma vez - rabo de cavalo, boné do melhor time no universo, camiseta branca…

Inspira.  

—  Rô, você precisa parar de se encarar no espelho. Agora. Você tá ótima, só meio metro de olheiras, bronzeamento mais que natural de alguém que não vê o Sol há duas semanas… Tudo ótimo. Isso não é um encontro. Vamos lá.  

Antes que Rose se deixasse tomar por completo com mais pensamentos indecisos — ou até mesmo sair do quarto — Dominique e sua existência quase onipresente apareceu na sua porta. Engoliu a seco. Percebendo a situação da amiga, Domi perguntou com maior naturalidade do mundo, naturalidade que fez a outra quase ter um ataque do coração:

—  Tem certeza?

Para a Weasley a resposta parecia ser óbvia e até mesmo um pouco fora da realidade. Ela estava na ponta da língua, e sem nem pensar duas vezes, respondeu.

— Sim. Acho que sim.

Por mais que Dominique fosse completamente contrária a toda aquela situação desde o dia da festa de Albus, ela não conseguia não desejar o melhor para a prima. Internamente queria que estivesse errada sobre o loirosexy_ ser Scorpius Malfoy — afinal, tudo aquilo podia ter sido só uma coincidência desagradável ou um mal julgamento dela mesma… O que não garantia que o loirosexy fosse apenas um dos milhares amigos de Scorpius que estuda medicina?

Nada. No entanto, nos últimos dias Dominique gostava de pensar que podia ser uma opção. Devia haver outra explicação. Mas não queria que a prima, que ela tanto queria o bem, fosse despreparada para aquele encontro.  

— Rose, eu acho que você devia saber de uma coisa… — começou, sem saber exatamente como iria contar o que ela sabia a tanto tempo — O Scorpius…

— O Scorpius não vai gostar de saber que estou indo encontrar outro cara, o Scorpius é um idiota, o Scorpius não me merece… Domi, eu sei tudo o que você vai falar sobre o Scorpius, de verdade, você não precisa mais se preocupar em repetir essas coisas. — Rose respondeu tentando não ficar irritada com a repetição da prima. — Desculpa, mas tem horas que a gente cansa, sabe? Você não é a dona da razão. E é, eu sei que você tá tentando fazer o melhor por mim, mas faça por si também. Não sou só eu que afasto as pessoas. Você também faz isso, mas nem sequer percebe.

— Meu Deus, Rose… — soltou a respiração, apoiando-se no batente. — Eu nem sequer ia falar isso, mas... tudo bem, talvez seja exatamente isso que eu faço, só não vou deixar um homem ser razão das nossas brigas. Você é maior de idade e pode muito bem cuidar se si mesma, mas depois, quando seu coração tiver em pedacinhos, você não… não ouse pedir minha ajuda.

Rose se viu sozinha no quarto. Não posso pensar sobre isso agora, não posso — repetiu para si mesma. Catou o celular da cama e guardou-o no bolso, saindo do quarto, do apartamento e de sua própria zona de conforto — sem saber exatamente no que estava indo sem meter ou em como aquilo iria acabar.

Talvez Lily estivesse certa. Talvez ela tivesse mesmo mudado, e, sendo me sincera Rose estava gostando da nova Rose.

   Não levava muito tempo para chegar ao Three Broomsticks. Quatro blocos, e, com o movimento do dia, menos de dez minutos. Começou a se perguntar como reconheceria seu amigo virtual - ele havia dito vou de Elvis”. O que raios significava aquilo?

   Abriu a porta do café, e se viu no meio de um mar de pessoas. Céus, o que todo mundo fazia ali dentro? Segurou o celular próximo ao corpo, tentando passar a cotoveladas por entre os grupos. De quem era a ideia de fazer uma fila próxima à porta de entrada?!

   Ajeitou o boné, que havia ficado torto, e olhou ao redor. Imagina se alguém que eu conheço aparece aqui? Ia ser uma confusão… E então arregalou os olhos. Porcaria de pensamento! Ali, ela conseguir ver ele, bem ali. Era o cúmulo do azar. Ela precisava encontrar uma saída (qualquer outra, menos a que levava à porta da frente porque era impossível), mas o banheiro feminino era logo atrás dele.

—  Puta merda.

  As palavras escaparam de seus lábios  quando ele a viu e, estranhamente, ele parecia ter dito a mesma coisa. Abortar missão. Abortar missão. ABORTAR MISSÃO AGORA. Ah, não ele estava indo em sua direção, isso só podia ser brincadeira. Todo seu corpo parecia congelado no mesmo lugar. Voltar à multidão parecia uma ótima ideia agora.

— Err, oi, Rose… O que cê tá fazendo aqui?

—  Ahm, eu? Pff, nada demais! — ela estava suando por todos os lugares imagináveis. — E você Albus, o que está fazendo aqui?

— Comprando café, claro…

— Legal, e cadê o café?

 Ele pareceu um pouco agitado. 

— Tá…tá… Ah, eu tomei. Mas eu vou ser chamado daqui a pouco de novo porque encomendei dois, é dois. Um pra mim e outro pra você. Que tal a gente andar e conversar como há tempos a gente não faz? Hm?

Albus começou a empurrá-la levemente para de volta à multidão, e Rose não conseguia entender mais nada. Ele tinha batido a cabeça ou algo do tipo? Fala sério, que merda era essa de andar e conversar como há tempos a gente não faz? Eles tinham se visto há três dias atrás, pelo amor de Deus!

— Albus, para de me empurrar pro meio das pessoas, eu não vou entrar na fila! Por que…

— Rosie?

Ela não precisava nem olhar pelo canto do olho. Aquilo era ótimo, ótimo! Virou o rosto lentamente em sua direção e abriu o pior dos sorrisos forçados do universo — na verdade, era uma mistura de sorriso nervoso com uma vontade de sair correndo.

— Oi, Scorpius.

Rose não sabia onde enfiar a própria cara, aquela situação parecia muito menos desconfortável do que um cara vestido com uma roupa branca brilhante e com um penteado digno do Elvis, mas por ironia do destino, reparando bem a camisa do loiro — seu loiro ou, talvez depois de hoje, não-mais-seu-loiro-mesmo-que-quisesse — existia a sombra da posição mais icônica do Elvis Presley. 

O destino queria mesmo fuder com a vida dela. Ela não…

— Isso aí é um boné do… — Rose teve a vaga impressão que Scorpius havia apontado para ela.

— É, o icônico — respondeu Albus, pegando um dos copos de café que o amigo segurava. Na verdade Rose não estava prestando atenção em nada disso. Seu olhar estava preso na coisa mais estúpida do universo: os sapatos azuis do Scorpius.

Blue suede shoes.

Rose levantou o olhar para Scorpius, e, naquele momento os dois pareciam ter entendido.

Eu vou de Elvis.

 


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Notas finais do capítulo

aaaaaaa, socorro ♥
o que vocês acharam? nos contem, nos contem!
gente, todos os reviews que ainda não foram respondidos serão até o próximo caps ser postado, a gente jura juradinho.
bjão ♥



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