"As coisas mais simples da vida são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las." (Paulo Coelho)

Mais tarde depois do encerramento de todas as aulas Taylor e Cassie me deixaram na parada de ônibus—eles tomavam caminhos diferentes do meu. Cassie pegava o metrô– ela morar longe da escola—enquanto Taylor vai de bicicleta para casa—a casa dele não é assim tão longe da minha--eu vou lá de vez em quando—para não disser o contrário—para encher o saco dele.

Eu estava tão acostumada a ir na casa de Cassie e Taylor que quando eu saio da minha casa sem rumo, só para pegar uma ar e dar uma caminhada, eu começo a andar alguns quilômetros e parece que automaticamente eu estou na casa de um dos dois.  

Eu esperava, pacientemente, o ônibus chegar.Também estava super acostumada a ir à parada de ônibus—a mesma arada de sempre-- mais eu ficava sozinha–não havia ninguém para me distrair—normalmente eu lia um livro ou escutava músicas no meu MP3—como músicas do Nirvana(minhas favoritas)—enquanto esperava pela chegada do ônibus.Mais eu estava sem livro—o ultimo que eu peguei na biblioteca havia devolvido recentemente—E também havia esquecido meu MP3 em casa. Pensei em reler alguma coisa que eu havia aprendido na escola, mais sabia que aquilo me daria dor de cabeça— e depois de ficar o tempo todo vendo matéria na sala de aula as ultima coisa que eu queria ver agora era mais matéria.

--Aff... Isso é mal—murmurei para mim mesma.

O silêncio me incomoda, ele me faz pensar na vida—me faz lembrar do passado—Ele traz a dor e a culpa de volta—não que ela tenha se dissipado, ele só me fazia lembrar de que ela existe.

Parecia que o meu passado iria me assombrar para sempre, não que eu diria que aquilo foi uma assombração, pelo contrário, depois que conheci David, Phil e Rob ele foi repleto de lembranças mágicas que eu nunca imaginaria que aconteceria comigo. Mais então por que eu me lamento tanto? Bom, eu deixei que tudo aquilo acabasse, eu provoquei o fim de tudo, tenho ódio de mim mesma por isso—Durmo todas as noites relembrando do passado.David foi a melhor coisa que aconteceu comigo, e eu deixei que ele simplesmente fosse embora,eu devia ter feito alguma coisa – a culpa foi minha...

Enquanto estava imersa em meus pensamentos onde se passavam centenas de imagens, senti um aroma doce e suave partindo de dentro da multidão à minha volta—um aroma maravilhoso—esse cheiro me trazia mais centenas de imagens à minha cabeça.

Não entendi no começo—porque minha cabeça tentava processar as centenas de imagens—Mais logo compreendi que era aquele perfume francês o que eu tanto amava.

Senti desesperadamente o cheiro maravilhoso, e não demorou muito até eu avistar de onde ele vinha. Era de um garoto logo a alguns metros à frente. Alto,Branco, o cabelo preto e liso/comprido essas eram as características do garoto que pairava alguns metros à minha frente expelindo um cheiro maravilhoso.

--David!!!—gritei

Ele não se virou

--David!David!—gritei novamente.Não houve reação, então corri até ele.

--David?...—disse tocando delicadamente em seu braço imóvel.

Ele se virou e pude ver com clareza o seu rosto.

--Pois não?—disse o garoto, visivelmente confuso.

Não havia visto com clareza seus cabelos castanhos chocolates com pequenas sardas nas maças de seu rosto, também não havia percebido—por ele estar de costa—que seus olhos eram azuis e não verdes—estavam mais para safiras azuis e não esmeraldas.Estranho como eu poderia jurar que eles era David apesar da beleza dele ser incomparável com a de David—Poderia até jurar que ouvi a voz dele chamado o meu nome.Talvez fosse só uma alucinação, projetado pelo meu cérebro a partir da vontade de que aquilo fosse mesmo verdade...

--Você está bem?--disse o garoto com a preocupação evidente

Encarei-o meio desnorteada—Me sentia como uma loca que havia fugido do hospício falando com uma pessoa normal—Meus olhos podem ter me enganado meus que eu saiba meu olfato sempre foi fiel à mim.Tinha certeza de que aquele garoto de nome desconhecido-- à mim-- e olhos que cintilavam como safiras não era David, mais de alguma eu tinha certeza absoluta,aquele era o perfume francês que eu amo—esse odor maravilhoso havia se congelado em minhas lembranças.Eu nunca me confundiria.Tinha certeza de que é esse realmente o perfume.

--Tudo bem?—Perguntava o garoto de olhos de safira preocupado e ansioso.

Eu o encarei e finalmente falei:

--Onde comprou esse perfume que você está usando?—Perguntei indo direto ao ponto.