Candy Dream escrita por Aerith


Capítulo 8
Capítulo 8 - Atos e Conseguências


Notas iniciais do capítulo

"(...)Foi a pior sensação que já senti, eu sabia que a dor, a culpa, e a falta não me deixariam dormir por muitas noites. Estava desnorteada e não sabia mais para onde ir(...)"



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"Fortes razões, fazem fortes ações." (William Shakespeare)

 

 

 

 

Dois anos e meio atrás:

 

A noite estava fria, e o vento gelado que vinha do norte batia em meu rosto fazendo-me tremer.

Minhas malas haviam sido levadas antecipadamente de avião à casa da minha tia, elas provavelmente já haviam chegado ao seu destino, e eu também estaria lá daqui a algumas horas. Eu tinha certeza que minhas coisas estavam perfeitamente prontas para irem embora, só não sei se eu estava.

Enquanto esperava pela chegada do trem na estação, minha mãe, Estephanie— ou apenas Ester como todos a chamavam-- não saía do meu lado nem por um segundo, apesar dela saber que eu não ficaria na casa da minha tia para sempre, disse a ela que aquilo seria apenas temporário, só para eu esfriar a cabeça e pensar um pouco na minha vida depois de que terminei meu relacionamento com meu ex-namorado— não queria que minha mãe me visse chorando e sofrendo(morrendo aos poucos) todos os dias-- Eu sabia o quanto a perda doeria em meu coração e o quanto eu ainda haveria de sofrer—Um  relacionamento com alguém que você realmente ama e passou tanto tempo em comum não termina do dia pra noite simplesmente por que um disse que acabou— Eu sabia o quanto ainda haveria de doer o buraco no meu peito, só não queria que minha mãe soubesse... ela não merece me ver assim, e mudar-me temporariamente para casa de minha tia, foi a melhor opção que eu encontrei.

Minha tia não é casada e não tem filhos além que de deve passar a maior parte do tempo fora de casa por causa do trabalho no ateliê de artista plástica.

E também minha mãe acabou de assumir um relacionamento sério com o novo namorado dela, eles tem tantos planos, e eu não quero atrapalha-os com a minha “depressão”.

Phil e Robert também estavam na estação comigo, minha mãe e o novo namorado dela. É incrível como Rob e Phil sempre estavam comigo. Logo após meu ex-namorado e melhor amigo de nós três ter nos deixado eu também estava fazendo como ele, isso me deixava com um pouco de culpa. Só quando Rob e Phil disseram que também iriam se mudar de cidade, me aliviou um pouco, mais aos mesmo tempo isso me fazia sentir mal— nós nunca mais iríamos nos ver...

--Esta quase na hora – Disse Rob

--É... —disse dando um sorriso tímido.

Senti o calor nos meus olhos a ponto de trasbordar e a dor aguda no meu peito só doía mais a cada segundo que se passava ali naquele momento.

Robert me encarou com os lábios em uma linha reta e os olhos tristes franzindo um pouco as sobrancelhas. Vi os olhos de Phil ficarem úmidos --ele estava sem expressão—até que eu o encarei e ele deu um sorriso tímido pra mim, eu o correspondi já com a o calor transbordando—escorrendo pelo rosto—ele também cedeu à umidade em seus olhos, vi minha mãe chorar-- ela não parava por um segundo sequer.

Assim que o sinal para o embarque soou, botei um braço na cintura de cada um dos meus amigos, dei um braço apertado em minha mãe—que me dava sermões dizendo que eu deveria ligar todos os dias (certamente eu não conseguiria fazer isso).

Caminhei ao lado dos únicos amigos de verdade que já tive na vida-- para uma amizade que eu pensei que duraria para sempre acabou durando muito pouco.Enquanto caminhava ao lado de Phil e Rob senti que seria uma perda irreparável assim como fora com David--só que agora eu estava no papel dele.

Naquele momento pude sentir mais uma perda gigantesca que faria o buraco em meu peito abrir-se e doer muito mais, tive uma vontade enorme de desistir de tudo e não ir embora --ficar lá com eles—mais não era ingênua o bastante para acreditar que nós ficaríamos juntos para sempre. Aquilo ia acontecer cedo ou mais tarde, e eu havia encontrado a oportunidade e o momento...

--Então, acho que é aqui que nós ficamos—disse Rob na porta do trem com a tristeza evidente.

--É... —Disse com o rosto seco pelas lágrimas que ali haviam escorrido e iriam escorrer.

Beijei ambos nas bochechas rosadas pelo frio, abracei fortemente Phil que ainda não havia parado de chorar, confortei-o com um sorriso sincero –assim como David fizera comigo. Ouvi um aviso que as portas estavam prestes a se fechar. Gotas salgadas escorriam novamente pelo meu rosto, não consegui manter o sorriso—como se tudo fosse dar certo(assim como David fez). Pude ver minha expressão de pânico refletido nos olhos de Rob e Phil.

--Me perdoem-- disse a eles enquanto as portas se fechavam.

 Não vi a expressão nos rostos deles-- eu não tive coragem. Senti um vazio enorme, tão grande, como se eu estivesse completamente sozinha, apesar de estar rodeada de pessoas em um trem lotado, me sentia como se fosse a ultima pessoa da Terra.A angustia daquele momento foi tamanha que não consigo defini-la, foi uma dor, talvez até pior do que a minha morte, foi como sentir a morte de uma pessoa que eu amava –como se eu a tivesse matado. Senti uma culpa capaz de arrancar o meu coração.

Foi a pior sensação que já senti, eu sabia que a dor, a culpa, e a falta não me deixariam dormir por muitas noites. Estava desnorteada e não sabia mais para onde ir, a dor aguda no meu coração não deixava as lágrimas pararem de escorrer pelo meu rosto, e o buraco em meu peito se expandiu mais ainda fazendo-me encolher com a agonia que sentia.

Pensando agora eu havia feito exatamente o mesmo que David fizera comigo.

“David, você também se sentiu assim quando foi embora?”

 Daria tudo para saber essa resposta...

 

 

 

 

 

--Alice!—Disse uma voz tom de advertência, não prestei atenção em quem era (provavelmente o professor).

--Sim?—respondi rapidamente (estava meio “fora de órbita”)

--Pode, por favor, tentar prestar atenção a aula – disse em tom de ironia

Fiz que sim meio constrangida.

As horas passavam devagar demais estava entediada com toda essa matéria de revisão.O vestibular esta cada vez mais próximo e a pressão aumenta cada vez mais, as vezes me da vontade de largar tudo isso—jogar tudo para o alto... Mas, não há mais nenhum sonho, nenhum objetivo, nenhuma meta... Minha única opção é estudar,estudar e estudar para entra em uma boa faculdade, meus sonhos foram abandonados numa alameda na cidade onde eu conheci um anjo, no dia em que o anjo voou eu abandonei tudo—tudo girava em torno do anjo—E eu abandonei meus amigos-- aquilo que eu devia ter conservado—Foi o cúmulo do egoísmo... Não consigo nem me encarar por causa disso.

Amanhã depois de todas as aulas da escola Cassie, Taylor e eu marcamos de ir a uma sorveteria– Faz tempo que eu não saio com meus amigos.Quero curti-los o máximo que eu puder.

Gostaria de disser que curti Phil e Robert o máximo que eu pude, mais por algum motivo eu não consigo...

 

“Eu sei que eu não posso mudar o começo de tudo isso, também sei que eu não posso apagar lembranças, e nem magoas.Eu prometi a mim mesma— a muito tempo atrás-- que não ia deixar acabar assim... Vocês se lembram disso?...Eu vou cumprir a minha promessa”    

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom aqui estah o o capítulo 8 de Candy Dream!  ^o^/ 
Aff... até que enfim eu o terminei
Espero que vc tenha gostado =D
então em breve--eu acho...-- capítulo 9!!! contínue acompanhando Candy Dream, vai acontecer muita coisa daqui pra frente >
Obrigada por ler!
 
P.S: E para que não sabe "Candy Dream" quer disse "Doce Sonho" em português