"A amizade é o fio de outro que liga o coração ao mundo". (John Evelyn)

 -- Alice!!!—gritou uma voz, atrás de mim, enquanto eu caminhava pelo camping.

            Virei-me para ver quem me chamava– mais já fizera uma idéia de quem era.  

 --Cassie!—disse sorrindo

 --Oiii!—disse ela animada—Não te vejo a três dias onde você se meteu?—advertiu ela.

 --Você sabe... O cursinho, trabalhos e tarefas da escola

 --Você não pode desaparecer assim!

 --Desculpe—deu um sorriso sincero

 --Tudo bem, mais tenho um monte de coisas para disser a você—disse ela com um sorriso enorme no rosto.

 -- Claro conte-me tudo!

 --Então, que tal eu contar enquanto vamos para a sala, está começando a ficar tarde.

 --Você se preocupando com horário das aulas!—Disse surpresa. Em geral Cassie não se preocupara com qualquer “horário idiota” (como sempre dizia ela)—parece que você amadureceu um pouco nesse sentido, hein! —disse dando um sorrisinho malicioso

 --Que nada –ela deu de ombros—é que eu estou andando muito com você

Nós duas rimos

Andávamos até a nossa sala—nossa primeira aula seria de química com o nosso querido professor Osbourne no prédio três. Enquanto caminhávamos Cassie me contava detalhe - por- detalhe os últimos três dias que não nos vimos, ela dizia que seu ânimo não estava dos melhores tinha vontade de sair para algum lugar e não tinha pra onde—ainda mais com o meu “desaparecimento”-- então  fora ao salão de beleza e fizera uma escova  e a sua decepção que, ao sair do salão de beleza à caminho de casa, começou a chover e ela não havia levado guarda chuva, estragando seu penteado, e depois disso contou que ficou muito deprimida.

 --E eu fiquei super deprimida—disse ela continuando—Eu havia gastado meu tempo e dinheiro... Mais—disse ela sugerindo um sorriso ao seu rosto.

 --Mais aconteceu alguma coisa que fez com que você ficasse bem de novo, né?

Ela fez que sim sorrindo

 --E o motivo só poderia ter sido uma coisa... —eu disse—... Um garoto— não foi um pergunta.

--Bingo!—Ela sorriu e parecia cintilar.

 Eu ri

 Ela me contou como foi paquerada por um garoto lindo que ela conheceu casualmente no shopping— dizia isso enquanto entrávamos na sala de aula.

Cassie era minha única e melhor amiga—assim como eu era a dela. Apesar de ser uma garota volúvel, bobinha e “cabeça oca” eu a adorava. Normalmente nós estávamos sempre juntas em todas as ocasiões, fossem ela boas ou ruins –desde um cineminha até visitas hospitalares— Ela também é muito bonita, tinha cabelo curto e liso, e  uma pele bronzeada pelo Sol— ela vivera em uma cidade  litorâneo antes de vir para cá—e isso esta marcado em sua pele— mais a pele bronzeado dava um charme especial ao seu cabelo louro claro,natural—segundo ela...—com seus olhos castanhos claros(amarelos na minha opinião.)

Apesar de ser uma garota bobinha eu tinha certeza que Cassie estaria aqui ao meu lado se eu precisasse dela. E é isso que mais fazia dela alguém realmente especial pra mim—É isso que realmente importa—E eu também estaria lá pra ela se ela precisasse de mim, e ela sabia disso.

Cassie assistiu atenta à aula de química (a matéria que ela mais odiava... claro, depois de matemática, geografia, física e história) claro que o professor Osbourne era o melhor professor de todos—o mais legal(mais essa matéria realmente era chata). Cassie não falara comigo, nem por um momento durante a aula, isso me fez estranhá-la um pouco—...para alguém se que sempre falara que a aula era bobeira, e que expelia rebeldia da cabeça até os pés-- , mais depois entendi o porquê de tanta atenção à aula.Era o ultimo ano e nós estávamos prestes a prestar vestibular, e claro que as notas dela dos últimos bimestres não foram das melhores – na verdade foram péssimas—isso deve contar para alguma coisa,no recente comportamento dela.

Com Cassie ocupada prestando atenção à aula—em uma matéria de revisão que na minha opinião era mais do que fácil—fiquei conversando com meu outro melhor amigo, Taylor.

Ele é um tremendo nerd, viciado em computadores e jogos de RPGs—ele é o contrário de mim, que sou péssima com computadores (qualquer coisa que eu precise fazer no computador eu peço para Taylor) e também não gosto muito de jogos de RPG.Bom a pesar de ser um nerd, Taylor é muito bonito—ele é a prova viva de que nem todos os nerds são necessariamente:  magricelas(ou gordos), retardados vindo de “outro mundo” cheio de espinhas na cara, usando óculos que pegou do avô, vestindo suéteres(que também pegaram do avô, ou que a avó fez para ele...)e principalmente adoradores de “Star Wars - Guerra nas estrelas”...

Ele tem o cabelo estilo chanel—que chegavam até pouco acima dos ombros—cor castanho claro, seus olhos são profundos e pretos, seus lábios são totalmente definidos e bem rosados destacando-se em sua pele clara— clara até demais ao meu gosto. Incrível como ele não tinha nenhuma hulheira nos olhos, apesar de passar noites em claro jogando RPGs–“será maquiagem?”...(talvez).Seu cabelo é extremamente liso –de dar inveja—e que uma vez ou outra ele prendia em rabo de cavalo, deixando à mostra as maças rosadas do seu rosto. Taylor vivia dizendo bobagens e fazendo palhaçadas , gerando boas risadas e trazendo não só alegria para mim mais para todas as pessoas à sua volta.Quando em qualquer dia você estiver desanimado e triste, poderia sempre contar com Taylor para recuperar seu ânimo—isso é um das coisa que eu mais admiro nele.

Na aula de química, me contava como ele havia visto Hylari(a garota mais chata e patricinha da escola) cair de bunda no chão. Nós dois começamos a rir com a história que ele havia contado, assim recebendo advertências do professor.

Taylor sentara ao meu lado na classe e Cassie sentava na minha frente.

E enquanto riamos sem parar, Cassie não entendia nada do por que estarmos rindo—na verdade nem nós parecíamos entender o “porquê” das nossas gargalhadas-- , Cassie estava ocupada demais, prestando atenção à aula, para dar atenção ao motivo de nossos risos.

Enquanto ríamos sem parar e não recebendo mais advertências do professor—ele parecia já ter desistido de chamar a nossa atenção—Quando a nossa alegria – ou pode chamado como os professores chamam: ”I.A.D.A” idiotice de adolescentes durante a aula—quando a nossa “felicidade” alcançou Cassie e ela sorriu e também começou a rir.

É nesses momentos– nesses pequenos momentos de alegria ou de pura idiotice que contagia outras pessoas – que na maioria das vezes nós nem percebemos que são momentos assim que nos dão força para suportar todos os dias.Eu nem faço idéia de quanta sorte eu tenho por ter amigos como Cassie e Taylor.

Pensando deles assim agora eu me lembro dos meus antigos amigos: Phil e Robert.”Como estão vocês agora?” eu durmo todas as noites pensando nisso.Havia tanta coisa que eu havia a disser para eles, como naquele noite em que metade do meu coração foi levado de mim, não foi só aquela, foram muitas outras noites e dias, “vocês estiveram sempre ao meu lado, não foi?”.E eu fui tão egoísta que nem ao menos dei uma despedida correta quando fui embora...

Se eu pudesse voltar no tempo agora eu agradeceria todas as noites e todos os dias em que eles passaram ao meu lado-- me apoiando—Eu agradeceria simplesmente pelo fato tê-los conhecido – o fato deles terem tocado a minha vida de um jeito tão especial como só eles poderiam ter feito.

“Vocês não estão aqui agora... não é?” mais apesar do tempo e da distância a imagem de deles sempre prevalecerá nítida em minhas memórias– como sempre prevaleceu...—Eu juro que se eu pudesse voltar no tempo eu voltaria à noite de inverno—à que eu fui embora—só para dissera eles:

“Amigos são insubstituíveis, e o que vocês fizeram por mim, eu não poderia pagar nunca, vou lembrar de vocês eternamente... obrigada por tudo”.

Não sabem o quanto desejo ver vocês de novo...