"A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela exerce-se: é uma virtude." (Simone Weil)

...Não precisara esforçar muito a minha cabeça para relembra das lembranças que vivi na primavera dos meus quinze anos, quando comecei a namorar um anjo...

--Alice—disse tia Ritah com sua voz suave de sempre, na porta do meu quarto, sem abri-la (ela estava semi-aberta).

--Sim?—respondi desligando-me das lembranças.

--O café está pronto, se não se apressar vai se atrasar para a escola.

--Ah, já vou descer.

-- Já está pronta?

--Quase—menti

--Então termine de se aprontar e desça logo

Havia me esquecido completamente da escola, acordei com a cabeça tão cheia de problemas pela manhã, que acabei me esquecendo do meu compromisso diário. Eu estava no terceiro ano do ensino médio e estava prestes a prestar vestibular—Não poderia me atrasar em hipótese alguma.

Como estava com pressa optei por uma causa jeans básica, minha baby look  branca favorita com estampa de estrelas e gliter e meu amado all star preto.

Vesti-me rapidamente, deixei meu quarto bagunçado para trás e desci correndo as escadas.

--Calma—Disse tia Ritah—Assim você vai cair—alertou ela.

--Desculpe -- disse sorrindo.

Ela respondeu ao meu sorriso

Minha Tia Ritah é solteira e não tem filhos,  apesar de ter 33 anos ela parece um adolescente—deve ser pela ausência de rugas em seu rosto e seu modo teen de se vestir—Ela é loura –de um louro magnífico—e tem os olhos castanho escuros,eram de um tom castanho familiar—eram iguais aos meu—ela tinha uma pele bronzeada, de uma cor meio avermelhada de dar inveja em qualquer um.

--Aqui está o seu café—disse ela sorrindo—Bon appetit—disse ele em italiano e colocou um prato sobre a mesa que expelia um aroma delicioso.

           --Richiesto—obrigada em italiano.

Nos duas rimos.

Sentei-me na pequena mesa de madeira que parecia pequena demais em comparação à cozinha. A mesa era coberta por um longo tecido xadrez também grande demais em comparação a ela

            A maioria dos moveis da Rita eram feitos de madeira escura—luxuosos demais para a casa—a maioria das paredes eram pintadas de amarelo claro e os eletro domésticos eram em sua maioria de segunda mão e muito antigos—a geladeira era dos anos 70—ao meu pensar ela deve ter gastado muito dinheiro com os móveis  e teve que economizar nos eletrodomésticos, mais isso fez com que a casa ficasse com um incrível estilo Shabby chic*(*Estilo de decoração que une simplicidade e conforto com matérias e peças rústicas ou/e antigas)apesar da casa ser pequena e ter apenas dois quartos –Rita não precisa de muito espaço, já que era solteira e não tem filhos

            Acabara de tomar meu café da manhã—biscoitos com leite e achocolatado Tomei meu café ouvindo minha tia resmungar sobre o tempo—estava chuvoso e ela odeia dias assim.

            Peguei meu guarda chuva favorito--branco de bolinhas vermelhas(nada chamativo...)—e minha amada mochila, ela é preta, enorme e confortável—uma combinação perfeita a meu ver—nela cabe direitinho qualquer coisa que eu precise carregar comigo—odeio ficar levando coisas na mão como aquelas bolsinhas que se leva nos braços, prefiro mil vezes minha mochila é bem mais pratico (e ainda deixo minhas mãos livres)—na minha bolsa cabe de tudo desde um splay  de pimenta à um taco de beisebol pra eventuais tentativas de roubo,sequestro...—ou coisa pior—mais eu não apelara tanto pra o taco de beisebol, o splay de pimenta deveria ser o suficiente—junto com uma boa correria é claro.

            Saíra de casa, fora até a parada de ônibus – aguardava na chuva a chegada do meu ônibus. E depois de meia hora e muito stress ele finalmente chegou—o ônibus que levava até a minha escola.

            Pouco tempo depois cheguei à parada que levava até a escola desci do ônibus e caminhei até ela.

            Caminhei até a entrada onde parecia haver milhares de estudantes—ou “adolescente problemáticos vagabundeando na estrada” como o diretor e alguns professores gostam de chamar.

A escola é uma das únicas escolas secundária da cidade na cidade, mais dentre todas,essa é a maior e a mais populosa, havia tantos prédios que não era difícil se perder, mesmos pra os veteranos desatentos.

            -- Alice!!!—gritou uma voz, atrás de mim, enquanto eu caminhava pelo camping.

            Virei-me para ver quem me chamava– mais já fizera uma idéia de quem era.