Candy Dream escrita por Aerith


Capítulo 20
Capítulo 20 - Acidente


Notas iniciais do capítulo

"'Não agüento mais isso!' estava com medo, envergonhada e meu corpo não parava de tremer, as palavras que eu havia preparado no caminha haviam fugido completamente da minha cabeça... (...)
...Escutei um barulho de correntes se batendo, um barulho elétrico como de uma garagem automática, ele estava vindo... "



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            Estava com medo, apesar de mostrar-me firme, para falar a verdade não sabia o que fazer ao certo, além de abraçar Rob. Minhas mãos tremiam e minhas pernas estavam bambas—me fazendo andar cada vez mais devagar... —Meu coração batia cada vez mais forte. Eu estava com muito medo. Não com medo do que Robert pudesse ter feito para estar numa delegacia, nem de como ele estaria (isso nós resolveríamos de qualquer maneira)... Acho que eu estava com medo mesmo, é de encará-lo depois de todos esses anos, não sei com que cara eu deveria me apresentar a ele. “Como ele vai reagir?” Ele sempre fora o senhor misteriosos e imprevisível —Talvez esse fosse seu maior charme...

Depois de abandoná-lo por tanto tempo...  mais apesar de tudo quero mesmo reencontrá-lo, eu sinto que isso é mais forte do que qualquer outro motivo que eu tenho para não vÊ-lo isso é muito maior do que a vergonha, sempre foi...

Andei apressada até a delegacia da cidade. Até que eu finamente cheguei lá... Parei em frente da entrada.

Era um lugar do qual eu gostaria de nunca precisar ir, a fachada era de um ar antigo com uma pintura azul e branca já descascando, tinha um ar de energia negativa e perturbadora — Estremeci e embromei para entrar. Fiquei lá encarando a fachada, vi alguns policiais e algumas pessoas dentro da delegacia me encarando com um ar estranho, acho que paralisei... Relembrei o momento em que estava conversando com Phil algumas horas atrás...

 

“—Ele está na Décima nona delegacia da cidade...

Estremeci. Robert em uma delegacia? Impossível mais... Por que ele estaria lá? O que ele fez?

            Não consegui questionar aquilo isso foi um grande choque...

            --Alice... —Disse Phil me encarando com atesta franzida e um ar de preocupação

--O... O que ele fez?Por que ele está preso?—perguntei ainda imóvel. Phil baixou a cabeça e disse:

--Ele... ele dirigiu bêbado... —Disse Phil envergonhado como se estivesse falando de si.

--Rob... Bêbado?Isso é um absurdo! Ta na cara que é algum engano!—Disse já protestando contra aquilo saindo da imobilidade--E também desde quando ele dirige?Ele só tem 16 anos!

--Alice, ele foi pego em flagrante... Foi à gota d´agua para os pais dele.

Isso me calou na hora, encarei-o chocada

—E ele já tem 19 anos... Ele não é mais aquele garoto que você conhecia há três anos atrás... –Ele baixou a cabeça tristonho e encolheu o corpo como se quisesse chorar—Todos nós não somos... Inclusive o David

--Entendi... —Eu disse encarando-o, não questionando a citação que ele fez sobre o David (eu sabia que ele não me contaria nada)—Estou indo...

--Aonde você vai?—perguntou ele encarando-me—Se é que é preciso perguntar.

--Vou me encontrar com Robert. —disse decidida a ele antes que ele me  questionasse.

Para a minha surpresa ele não disse nada, sua expressão estava vazia como se lê estivesse em um outro mundo...

--Eu vou com você... —ele disse.

--Eu vou sozinha—Eu disse diretamente—Eu preciso ir sozinha e você sabe... Não sabe?

Ele não respondeu e eu não esperei por uma resposta, sai apressada para fora de casa sem ao menos disser “tchau” eu havia de me encontrar com Rob... Encontrar-me com David... Mais antes de ir até lá, eu precisava acalmar meu coração então parei no parque que ficava perto de casa... Onde vi uma arvore enorme que me fez lembrar... Do passado “

--Ei moça! –Uma voz de homem cortou meus pensamentos. Virei meu rosto para ver quem era. Era um policial, provavelmente da delegacia.

Era natural que ele suspeitasse...Uma garota parada na frente da delegacia, com uma expressão estranha. Já era a hora de alguém ver o que estava acontecendo...

--Posso ajudar?—Perguntou ele. O guarda estava de uniforme típico da polícia, aparentava ter uns 38 anos e tinha um bigode que não caia bem nele. Paralisei por alguns segundos Até que a voz chegou à minha boca.

--Pode... –Disse baixo e meio sem jeito. Encarei-o nos olhos e ele me levou até onde eu queria, a o meu objetivo de estar ali.

Depois de terem analisado todos os meus documentos, e me analisado. Eles finalmente me mandaram esperar em uma sala, dentro da delegacia.

Esta deveria ser a sala de visitas. Não era um lugar confortável, do qual uma pessoa com sã consciência gostaria de estar. Mais eu estava lá pelo David, pelo Robert... Por Mim. Na sala haviam várias mesas de ferro, com algumas cadeiras em voltas, eram mesas pequenas e não eram forradas. Mandaram me sentar e disseram que eu só teria pouco mais de cinco minutos. Estava muito nervosa e o clima que pairava no ar era pesado e perturbador... Não estava me sentindo bem, estava envergonhada parecia que todos estavam olhando para mim eu me sentia totalmente exposta—como se eu estivesse nua em uma praça pública.

“Não agüento mais isso!” estava com medo, envergonhada e meu corpo não parava de tremer, as palavras que eu havia preparado no caminha haviam fugido completamente da minha cabeça... Era como se Eu estivesse prestes a fazer a apresentação teatral que eu esperava há anos mais eu simplesmente esqueci as falas...

Escutes um barulho de correntes se batendo, um barulho elétrico como de uma garagem automática, ele estava vindo...

--Abrindo à posta!—Um guarda exclamou enquanto a porta era destravada.

O sangue subiu mais e mais ao meu cérebro, automaticamente as lágrimas vieram mais eu as contive, não agüentei encará-lo—principalmente daquele jeito—Abaixei meu rosto e fitei a mesa vazia.

Senti-o sentar à mesa, ele também não disse nada. Vi o policial tirar algumas chaves do bolso e tirar as algemas das mãos de Rob e após ter as algemas retiradas de seus pulsos ele alisou o lugar em que elas estavam, estava marcado—não deve ser nada agradável ficar com algemas nos pulsos.

--Cinco Minutos... —Lembrou-nos o policial. E então caminhou até fora do nosso campo de visão.

Eu ainda estava de cabeça baixa e corada. Estava com medo da expressão que ele estaria fazendo quando eu o encarasse. De repente o motivo de eu estar ali veio à tona do mesmo modo que a saudade de três longos anos junto com a amizade antecedente A isso.

“Por que eu estou com tanto medo?” De repente o motivo fugiu da minha cabeça. Então criei coragem e encarei-o.

--O que está fazendo aqui?—ele perguntou, com a expressão vazia e uma voz fria e calculista. —Como se fosse preciso perguntar... —Ele revirou os olhos.

--Eu... —Não sabia o que disser, e a voz não saia da minha garganta.

Ele não estava olhando para mim, olhava para o lado obviamente estava evitando-me do mesmo modo como eu o estava fazendo com ele.

Fitei seus olhos claros (que não olhavam para mim) e seus cabelos negros. Ele era realmente lindo qualquer garota poderia se apaixonar facilmente por ele, ele realmente é muito bonito, mais não ao ponto de David.

--Se veio aqui para saber onde está o David... Vamos acabar logo com isso. —Ele disse tão friamente que achei que fosse outra pessoa—Foi por isso que veio não foi?

Não conseguia disse nada, mais estranhamente lágrimas subiram até meus olhos... O que eu poderia disser? Não foi por isso mesmo que eu vim?...

Corei, estava muito envergonhada e sem graça. Claro que eu estaria aqui para saber alguma coisa sobre o meu ex-namorado que me deixou, isso seria mais importante do que querer ver o meu amigo com problemas sérios...

“Egoísta até o fim...”.

Lágrimas quentes começaram a jorrar dos meus olhos e escorrer pelo meu rosto.

--No começo... Eu realmente... Queria vir aqui visando saber alguma... Alguma informação sobre David—Não parava de soluçar e o choro parecia cada vez mais intenso—Mais depois, eu... Eu queria te ver, ver se você estava bem...Me assustou saber que estava preso... Queria muito te ajudar... Só queria disse que senti muito a sua falta...

Ele estendeu a mão até meu rosto e enxugou minhas lágrimas.

--Está tudo bem... —Ele disse delicadamente desta vez.

Queria muito abraçá-los, mais acho que nós dois sabíamos que não seria uma boa idéia pela cara dos policias à nossa volta, por um segundo esqueci que estávamos em uma delegacia.

--Me desculpa... —eu disse de repente enquanto ele afagava meu rosto—Por ter te abandonado...

Ele riu baixinho, com um olhar triste.

--Tudo Bem... —Ele disse—Eu estou bem, sério.

--“Bem”?!—eu exclamei—Olha pra você... Eu não chamo isso de bem!.

--Estou bem até de mais pelo que eu fiz... —Disse ele sério.

--Desde quando você dirige? E Bebe... —Suspirei—Mais acho que não vai ficar tanto tempo assim, só alguns meses não é? Logo, logo você vai sair da aí e eu vou...

--Não é só isso!—ele praticamente gritou, chamando atenção dos policiais. Levei um susto—Não vou ficar aqui por uns míseros meses, eu não sou mais de menor e é muito mais tempo do que isso... —Ele disse seco com a cabeça baixa.

--Mais você só foi pego dirigindo meio bêbado, não foi? Você nem bebe.. Ou não bebia... Mais eu sei que foi algum impulso foi um acidente... Eu sei que isso não é brincadeira e que poderia ter sido uma grande tragédia... Mais... Mais... —Eu não sabia mais o que disser.

--Então quer disser que matar uma garotinha que brincava com seu irmão num parque perto da estrada... Não é uma grande tragédia?—ele disse cabisbaixo. 

Estremeci, meus olhos se arregalaram, minha garganta ficou seca e podia sentir uma estranha pressão nas minhas costas.

--Eles estavam em um parquinho perto da estrada... Brincavam de bola... O irmão dela estava jogando futebol com amigos dele... Outras crianças... Era final de tarde e eles estavam se preparando para ir para casa... Ele a segurava firmemente na mão, mais apenas um descuido a bola que ele jogava com seus amigos escapou da sua mão enquanto de despedia deles para ir para casa, sua irmãzinha de apenas seis anos foi pegar para ele, ela soltou sua mão e correu para a bola... Foi o suficiente para ela ser atingida por um carro do qual o motorista embriagado havia perdido o controle e esmagando-a em uma árvore...

Meus olhos se arregalaram ainda mais, quando ele parou de falar senti um grande nó se fazer em minha garganta... Também quase pude ouvir o grito áspero e cortante do irmão ao ver o que tinha acontecido com a irmãzinha.

Robert encostou sua testa na mesa de metal e começou a chorar, de um jeito que eu nunca imaginei que veria. De uma maneira que eu não queria ver. Era visível a culpa que ele sentia pelo que ele fez... Mais sentir culpa e chorar seria o suficiente?... Claro, que não...

Senti meu rosto ficar quente, minha testa franzir, e logo eu estava chorando também... Virei meu rosto, não conseguia mais olhar para Robert.

Ainda podia sentir o pânico do irmão ao ver o acidente da irmã, podia sentir o qual forte seu coração batia ao vê-la na árvore... Nenhuma criança merecia passar por isso.

Robert não dizia mais nada apenas chorava e parecia soluçar desculpas.

            Por um momento me arrependi de ter vindo...

 

“Não queria ter ciência desta história...”.

                    

                         “Você está realmente diferente.”


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Notas finais do capítulo

Desculpa, Sorry, excusa, Īwake, scusa etc... me desculpaaa!!! Demorei pra postar neh? mais eu garanto falta pouco(ou quase) pra acabar o Candy Dream (TT-TT) o Final já está preparado e garanto que vai ser surpreedente .
Obrigada por lÊ() obrigado por ter acompanhado até aqui e por ter lido depois de tanto tempo TT-TT

Muito obrigada =D