Olicity - Muito Além da Amizade escrita por Buhh Smoak


Capítulo 9
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Oie amores, olha eu aqui... atrasada, mas aqui.

(CAPÍTULO REVISADO)

Espero que gostem do capítulo. =***



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Oliver nunca pensou se ver em uma situação como aquela, saindo da caverna as duas da manhã para encontrar algum restaurante japonês aberto. A última semana tinha sido uma experiência totalmente surreal para ele. Os dias pareciam se repetir onde ele se dividia em estar na casa de Felicity cuidando de seus enjoos e na rua lutando contra o crime.

— E ai? Encontrou?

A voz de Felicity ecoou em seu ouvido, o lembrando que não tinha tirado o comunicador.

— Eu acabei de sair do Verdant, Felicity.

— Eu sei, mas você é o Arqueiro Verde. Pra quem faz parkour, o que é chegar rápido em um restaurante japonês?

Oliver dirigia a moto que às vezes usava nas perseguições e estava de terno já que o dia na empresa foi puxado e não teve tempo de buscar outra roupa antes de ir para a caverna.

— Fico emocionado por ver que você confia tanto em mim. – sendo irônico, o que provocou um resmungo.

Depois de alguns minutos rodando pelo Glades, finalmente encontrou um restaurante, mas de comida chinesa.

— Chinesa também serve? – parando na frente do restaurante, mas não descendo da moto.

— Uhm, não. – mudando o tom de voz. O choro estava prestes a vir, como sempre quando ela queria comer o que não tinha.

— Vou continuar rodando. – ligando a moto de novo e se preparando para sair.

O barulho da campainha fez com que ele desistisse de sair com a moto, ficando alerta ao que viria.

— Felicity?

O silêncio dela o deixou alarmado. Estava prestes a dar meia volta e seguir para sua casa quando ele ouvir a última coisa que esperava.

— Ray?

O coração de Oliver deu um pulo como se ele estivesse prestes a encarar o pior de todos os inimigos.

— Felicity. – aquela voz animada revirava o estômago de Oliver. – Finalmente posso dar um abraço na mãe do meu filho. – rindo alto. – Ou filha.

A voz de Ray estava muito perto, o que deixou claro que ele estava abraçando sua mulher.

— Felicity. – a chamou em um tom mais alto para ser ouvido.

— Um minuto Ray.

Ouviu uma porta fechar e em seguida Felicity voltou a falar.

— Oliver, não sei o que ele está fazendo aqui.

— Vou buscar sua comida e logo estou em casa. – desligando a moto.

— Oliver. – a chamou suplicante.

— Está tudo bem. Sabíamos que uma hora ele ia voltar.

— Não demora, ok?

— Ok.

A vontade de falar o quando a amava parou em sua garganta. Estavam namorando a menos de duas semanas, apesar da sensação era de que estavam juntos a uma vida inteira. Desligou o comunicador e o guardou no bolso do terno. Sentiu seus ombros pesados e a vontade era de não voltar e deixar que ela se resolvesse com o pai do seu filho.

Ouvir as palavras de Ray o atingiu como as flechas que mirava nos bandidos. Olhou para os lados e se viu sozinho no meio da madrugada e pela primeira vez entendeu que não era essa a vida que queria. Já tinha ficado sozinho por muito tempo e agora tinha Felicity, e o bebê que estava por vir também faria parte de sua vida.

Ligou a moto e esqueceu por um momento o que o esperava. Tinha que achar o restaurante e voltar para a casa de sua namorada para encarar quem quer que fosse e deixar claro que seu lugar ninguém nunca seria capaz de tomar.

—--

Felicity estava em pânico com a possibilidade de Oliver chegar e dar de cara com Ray. O ex-namorado estava mais animado com essa gravidez do que qualquer outra pessoa, inclusive ela.

— Então, como foi nas consultas? 
— Foi tudo bem. O bebê está bem.
— Na próxima você me avisa, quero ouvir o coraçãozinho dele. Ou dela.

O sorriso estampado na cara era típico dele. Só não sabia se ele continuaria ali quando Oliver entrasse por aquela porta.

— Eu trouxe um presente pra você e para o bebê. - estendendo uma sacola pra ela, que pegou com as mãos trêmulas.
— Obrigada. 
— Esse é o primeiro de muitos.

Ela sentou na poltrona para abrir o presente e quando tirou duas caixinhas de joias da pequena sacola sentiu seu coração acelerar. Os hormônios já estavam agindo contra ela e inundando seus olhos de lágrimas.

— Eu vi essas joias e achei perfeito para te agradecer por me dar um filho.

Abrindo a primeira caixinha ela viu uma corrente de ouro branco que sustentava um pingente em formato de dois pesinhos cravejados de diamantes. Colocou a caixa no colo e pegou a segunda caixinha que era menor. Dentro dela tinha uma pulseira também de ouro branco com um pingente mínimo de óculos, também cravejados de diamantes.

— Tenho a sensação que vai ser uma menina, mas se não for ele também pode usar essa pulseirinha. Quero que ele ou ela sempre tenham a mãe por perto.

Esse era o Ray. Sempre atencioso com os detalhes e aquilo emocionou Felicity de tal maneira que as lágrimas escorriam sem esforço. Levantou deixando tudo sobre a poltrona e foi ate ele, que também levantou.

— Esse bebê vai ter muito orgulho do pai. - o abraçando em agradecimento. - Muito obrigada pelo presente.

Antes que Ray pudesse dizer alguma coisa a porta se abriu e Oliver paralisou ao encontra-los nos braços um do outro. Os olhos vermelhos dela, que o encarou ao se afastar de Ray, amenizou sua raiva por encontrar sua mulher sendo abraçada por outro.

— Oi Oliver. - estendendo a mão para cumprimenta-lo.

Ele ficou olhando para a mão estendida sem querer aperta-la. O olhar de Felicity queimava sobre ele, mas não retribuiu, sua atenção era toda de Ray.

— Como vai? - engrossando a voz e apertando a mão dele com força.
— Bem. – sorrindo mais do que deveria. - Pronto pra a vida de pai?
— Como é? – Oliver não sabia se tinha escutado direito, mas não teve tempo de responder.

Felicity sentiu um calafrio e o enjoo se fez presente ao ouvir aquela conversa. Precisou sentar para não desmaiar.

— Felicity. - Oliver se aproximou dela que estava ainda mais pálida. - Vou pegar uma toalha úmida.

Deixando a sacola com a comida sobre a mesa de centro, ele correu até o banheiro e pegou a toalha e uma vasilha que sempre ficava no jeito para quando ela passasse mal.

— Esses enjoos não passaram ainda? - Ray perguntou, sentando no sofá, perto dela.
— O primeiro mês é assim. Pelo que dizem. - encostando a cabeça na poltrona e fechando os olhos.
— Aqui. - Oliver parou a seu lado, deixando a vasilha no chão e passando a toalha em seu rosto. 
— Todo dia é assim? - Ray perguntou para Oliver.
— Sim. Independente da hora e do lugar. - lembrando-se de todas as vezes que ela precisou ser amparada em apenas uma semana.
— Estou melhor. - pegando a toalha e esfregando na nuca.
— Que bom, porque tenho que ir. Só passei para te dar um abraço e trazer seu presente.

Oliver estava de braços cruzados e o encarava sem gostar daquela conversa de presente. Só que ele sabia que esse era só o começo.

— Obrigada Ray. Só não entendi porque você voltou antes de viagem.

Ray olhou pra ela e depois para Oliver. Pensou que sentiria ciúmes por ver o motivo de sua separação cuidando dela, mas não foi o que aconteceu. Estava aliviado por alguém cuidar dela tão bem.

— Minha relação com meu pai não foi das melhores e desde que você disse que estava grávida eu estava agoniado para voltar e ver com meus próprios olhos que você estava bem.

— Obrigada de novo. - sentindo os olhos arderem.
— Bom, vou indo. - levantando. - Posso conversar com você lá fora, Oliver?

Felicity sentiu o enjoo piorar ao olhar para o lado e ver a cara de insatisfação do namorado, mas não disse nada. Só levantou e abraçou Ray, só então Oliver viu uma sacola no canto da poltrona onde ela estava sentada.

— Obrigada de novo. Te aviso sobre a próxima consulta.
— A gente vai se falando.
— Vamos Oliver?
— Sim.

Passando por Felicity, ele a abraçou pela cintura e deu um selinho demorado nela.

— Já volto. - saindo atrás de Ray e fechando a porta.

Ver seu ex e seu atual namorado saindo juntos de seu apartamento não era algo que ela esperava presenciar, mas esperava que eles encontrassem um modo de conviverem juntos já que ela não podia escolher um lado. Afinal, não era justo tirar de seu filho o pai e nunca iria abrir mão do amor que sentia por Oliver.

—--

Ray seguiu até a saída e parou em uma das pilastras que ladeavam a passagem. Oliver parou do lado oposto, esperando que ele começasse.

— Desde que eu vi a Felicity eu sabia que me apaixonaria. – começou a desabafar. – Ela tem uma luz que você percebe assim que ela sorri. E muitas vezes me perguntei o que teria que fazer para mantê-la do meu lado.

— E o que deu errado? – questionou sem provocar.

— O coração dela já tinha dono. – olhando para Oliver. – Além de saber que me apaixonaria eu também sabia que ela já estava apaixonada. E não precisei de muito para descobrir por quem era. – cruzando os braços e olhando pra rua. – Os olhos dela brilhavam sempre que falava de você, mas eu tentei. Fui para ela o que eu pude ser, só que sempre que ela chegava triste por te ver com qualquer outra mulher eu me perguntava até quando eu iria aguentar aquela situação.

— Nunca fiz isso pra magoa-la, Palmer.

— Eu sei e ela também sabe. Enfim, acabou que a própria Felicity achou melhor terminar tudo e eu segui em frente.

— Até agora. – resmungou Oliver.

— Eu sou o pai dessa criança, mas você é o namorado da mãe dela. Essa é uma realidade que eu já esperava, cedo ou tarde. Não vou mentir para você que não gostaria de estar com a Felicity, mas quem não gostaria? – sorrindo, mas sem humor algum. – Eu não vou me afastar dela, vou me manter por perto por causa da criança e pelo carinho que tenho por ela. Só que eu sei que você é o namorado e que tem tantos direitos quanto eu. Se tudo continuar como eu imagino que continue, esse filho terá dois pais e nós dois vamos ter que encontrar um modo de fazer o melhor por ela e pela Felicity. Jamais faria qualquer coisa que pudesse magoa-la e isso inclui te tratar mal.

Oliver esperava qualquer coisa de Ray, menos aquela declaração. Pensou que essa seria a melhor oportunidade dele conquistar seu lugar ao lado da ex-namorada e no fim das contas ele estava tendo uma postura admirável.

— Estou aqui por ela, Palmer. Com ou sem filho, a Felicity merece o melhor e eu sempre vou garantir que ela o tenha.

— E faz muito bem. Nunca conheci alguém como ela, seria burrice você ter o amor dela e não valoriza-lo.

Segundos intermináveis de silêncio antecederam a partida de Ray, que se afastou da pilastra e desceu as escadas até o caminho que dava para a rua. Oliver sabia que os sentimentos de Felicity por ele eram fortes, mas nunca pensou que chegasse a amor. Ficou lá fora observando seu ex-rival ir embora e sentiu uma ânsia desesperadora de estar com ela.

Fez o caminho de volta para dentro da casa e encontrou Felicity sentada no sofá roendo uma das unhas. Ela estava tão concentrada em seus pensamentos que não percebeu quando ele entrou, só despertando de seus devaneios quando ele estava parado a seu lado.

— E ai? Ele continua vivo?

Sem responder, ele a tomou pela mão e a trouxe para perto. Não queria conversar agora, só precisava sentir que tudo aquilo era real. A beijou e deixou que os lábios dela o recebessem como sempre acontecia quando chegava para passar as noites com ela.

— Ele continua vivo porque é isso que te faz feliz e eu estou aqui para sempre garantir que isso aconteça.

— Você sabe que eu estou uma manteiga derretida, porque fica falando essas coisas para mim? – escondendo o rosto no peito dele, que ria da reação dela.

— Eu amo você, Felicity.

Aquelas palavras saíram tão naturais que ele se espantou por nunca ter as dito antes. Sentiu as mãos dela apertarem mais em sua nuca e quando ela levantou os olhos para encontrar os dele, estavam cheios de lágrimas.

— Eu também amo você, Oliver. Acho que desde sempre amei.

— Queria que você tivesse me contado antes, assim eu nunca teria te feito sofrer com minhas aventuras.

— O que o Ray te contou? – em choque com a possibilidade de Oliver saber de tudo, mesmo vendo em seus olhos que ele já sabia.

— Ele só me contou que você e ele terminaram porque você me amava e que eu te machucava ao ficar desfilando com uma mulher atrás da outra.

Ela abaixou o olhar e ele fez com que ela voltasse a encara-lo. Limpou uma lágrima que começava a escorrer, mas outras já seguiam a substituindo.

— Eu nunca pensei que merecia alguém como você. Sempre achei que minha vida ia ser vazia e sem nenhum sentido, ainda mais depois do que fiz com a Laurel e com a Sara. Mas eu estou tendo uma segunda chance e nunca vou abrir mão disso. Porque eu amo você e amo esse bebê que vai nascer com a cara do Palmer. – a fazendo rir. – Mas isso eu supero, desde que vocês dois estejam sempre do meu lado.

— Isso nunca vai mudar Oliver. Eu sempre vou estar aqui.

Sem ter mais palavras para expressar o que estava sentindo, Oliver encurtou a distância entre eles e a beijou. As sensações que tinha quando estava com ela eram muito mais intensas do que em qualquer relacionamento que já teve em toda a sua vida e as únicas coisas que conseguia pensar era em como estar presente na vida dela não somente por um dia, mas sim pela vida inteira.


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