Olicity - Muito Além da Amizade escrita por Buhh Smoak


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oie amore,
demorei, mas cheguei.
Peço desculpas por não conseguir seguir o calendário, mas está tudo corrido e estou escrevendo sempre que dá, mas nem sempre o suficiente para postar.

Espero que gostem.
*** Obrigada pelo carinho de todos com minha fic e por mim. =***



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Oliver não conseguiu dormir depois de tudo que aconteceu. Ficou deitado com Felicity em seus braços, pensando no que ainda teria que lidar com a volta de Ray. O dia já estava clareando e a pouca luz que entrava no quarto iluminava a cama, dando a Oliver a visão do corpo de Felicity.

Desde que começaram a ficar juntos, ele dormia com certa frequência em sua casa e mesmo quando ele a via andando pela casa de calça estampada e pantufa, sentia uma vontade enlouquecedora de arrasta-la para o quarto e fazer amor com ela. Mas no segundo seguinte a lembrança de que ela estava grávida de outro homem fazia com que seu desejo fosse reprimido, mas estava muito longe de ter fim.

Respirando fundo ela se mexeu, levando uma perna até o quadril dele e pressionando sua ereção que já doía pela falta do alívio. Tentou afastar sua perna, mas se arrependeu no segundo seguinte quando sua coxa deslizou para o lado puxando o pano de sua calça de moletom, fazendo com que ele prendesse a respiração ao sentir o atrito do pano em sua ereção.

— Vou enlouquecer antes do fim essa gravidez. – se desvencilhando dos braços dela e levantando da cama.
— Oliver?

Sonolenta, Felicity abraçou o travesseiro dele e voltou a dormir. Esperou para ter certeza que ela estava em um sono pesado e saiu do quarto, mas parou na porta ao ver quem estava sentada na sala, com cara de poucos amigos.

— Quem dorme com a porta destrancada? Belo Arqueiro você está se saindo. – Thea estava com as pernas esticadas e apoiadas na mesa de centro, tomando um copo gigante de café.
— E você costuma invadir a casa das pessoas na calada da noite?
— Acabei de chegar, para de ser reclamão. Quer café?

Sem responder ele sentou ao lado dela e tomou o copo de sua mão. Bebeu um gole e devolveu a ela.

— Como ela está?
— Bem, nem vomitou de noite.
— Acho que as coisas vão melhorando, né?
— Acho que sim, nunca fiquei gravido antes. – pegando o copo de novo.
— Então já posso considerar o pestinha meu sobrinho? – ao vê-lo se referir a gravidez como sendo sua também.
— Pode, mas vai ter que me ajudar a suportar o Palmer.
— Ele voltou, né?
— Voltou, mas como você sabe disso?
— Digamos que me deparei com uma surpresinha quando cheguei. – apontando para a porta.

Mesmo sabendo que se arrependeria, ele levantou e foi até a porta. Segurou a maçaneta, pensando se abri-la era o melhor, mas a curiosidade foi mais forte e quando abriu a porta foi atacado por um buquê de balões.

— Mas que... – afastando os balões do rosto e olhando para a irmã.
— Eu coloquei mais perto da porta para que o efeito fosse mais marcante. – rindo.

Bufando, segurou as fitas que prendiam os balões e os puxou, mas junto com eles uma cesta enorme veio junto batendo no pé de Oliver.

— Isso só pode ser brincadeira. – trazendo tudo pra dentro e batendo a porta.
— Nem conheço o Ray direito, mas já estou apaixonada por ele. – rindo da cara do irmão, que era a pior possível.
— Thea?

Ainda sonolenta Felicity parou na porta do quarto e viu sua cunhada sentada no sofá, só que quando olhou para Oliver e o viu segurando o buquê de balões o sono foi embora no segundo seguinte.

— O que é isso Oliver?
— Presentinho o pai do seu filho. – largando as fitas que segurava, fazendo a cesta que estava amarrada na ponta bater com tudo no chão. – Vou ir comprar alguma coisa pra gente comer.
— Ainda está cedo.
— Eu já volto. – indo até ela e dando um selinho antes de ir para o quarto se trocar.
— Fica tranquila que isso é só dor de cotovelo. – disse Thea depois que o irmão entrou no quarto.

A porta ainda estava aberta e o vento fazia com que os balões ficassem balançando de um lado para o outro. Eram sete balões no total, com imagens de bebês e mensagens de felicidades pela nova vida que nasceria.

— Quer alguma coisa, Thea? – voltando pra sala, terminando de vestir a camisa.
— Quero donuts e pão italiano.
— E você? – se virando para Felicity.
— Quero que você volte logo. – já com lágrimas nos olhos.

A fragilidade dela fez com que ele abaixasse a guarda e a puxasse para um abraço. O choro não demorou para vir e Thea tratou de levantar e pegar os balões, indo para o quarto e os deixando a sós.

— Desculpa agir assim, mas eu sei que esse é só o começo e preciso espairecer para não perde o juízo.
— Eu sei. Te entendo. – se afastando e limpando o rosto.
— Diz pra mim o que você quer comer? Que tal uma picanha assada ao molho madeira? – rindo, quebrando o clima tenso.
— Vou me contentar com o pão italiano da Thea e uns quinze donuts. – o abraçando de novo.
— Vai ter que trazer todo o estoque de pão para alimentar a grávida e eu. – Thea gritou do quarto.
— Cala boca que eu te deixo com fome. – Oliver retrucou apertando mais o agarre se seus braços. – Amo você. – falando em seu ouvido.
— Também te amo. – afastando o rosto e o encarando.

Os dias se passavam e a vontade de ficarem juntos aumentava cada vez mais. Oliver aproximou seu rosto do dela e a beijou. Como em todas às vezes nas últimas semanas, o beijo era contido, não permitindo que eles sentissem a mesma entrega de quando se declararam. E isso já estava incomodando Felicity.

— O que está acontecendo? – questionou ao se afastar e ver a tensão em seu rosto.
— Acontecendo?
— Sim, sempre que você me beija parece que está sentindo algum tipo de dor.

Oliver queria dizer que era exatamente isso que sentia, mas não podiam conversar sobre a vontade constante que sentia de fazer amor com ela tendo sua irmã no quarto ao lado.

— Podemos conversar depois? Quando estivermos sozinhos? – falando a última parte mais baixo.
— Tudo bem. – analisando seu rosto de novo. – Mas capriche na quantidade de donuts.
— Pode deixar. – dando um selinho nela. – Volto logo.

Assim que ele saiu ela foi até a cozinha preparar o café. Ouviu o barulho dos balões e quando se virou viu Thea parada no meio da sala os segurando.

— Esse Palmer é meio freak* né? – largando os balões e indo até a cozinha. (*assustador)
— Digamos que ele é muito mais entusiasmado do que o resto da humanidade. – servindo uma caneca de café pra ela e um copo de suco pra si.
— Acha que o Oliver sobrevive ao Ray Freak Palmer? – rindo. Pegando a caneca. – Obrigada.
— De nada. – tomando um gole de seu suco. - Espero que sim, apesar de que o Oliver anda estranho ultimamente.
— Estranho?
— Sim. Anda sempre tenso, nervoso. – tomando mais um gole do suco.
— Vocês já transaram?

O suco que ainda estava na boca de Felicity foi cuspido pela cozinha e o rosto dela esquentou como se estivesse a horas andando em um sol escaldante.

— Desculpa. Fui direta demais.
— Realmente, mas tudo bem.
— Então, já rolou. – rindo ao ver o rosto dela mais vermelho.
— Não, eu estou grávida.
— E qual o problema?
— Grávida de outro homem, Thea.
— Ainda não consigo ver problema nisso.
— Como não?
— Vocês se conhecem há anos, apesar da galinhagem, meu irmão sempre se cuidou. E se tiver qualquer dúvida nada que um exame não resolva.
— Eu sei, mas não é só isso.

Há dias Felicity pensava sobre esse assunto, mas nunca teve coragem de falar com Oliver. Sentia muita vontade de fazer amor com ele, mas sempre que pensava em ir em frente quando ele a beijava sentia como se dormir com Oliver fosse errado por estar grávida de Ray.

— Porque você não conversa com a Layla?
— Não sei se tenho coragem de falar disso com ela. – sentando no sofá e abrindo a cesta que estava amarrada nos balões. - Minha nossa. – se deparando com todo tipo de doce que o Japão podia oferecer.
— Opa, quero o kit kat de chá verde. – sentando ao lado dela e pegando uma embalagem grande com vários sabores do chocolate.
— Antes de a gente terminar eu disse que queria que ele trouxesse doces pra mim dessa viagem. – pegando um pacote de doce feito de feijão. – Some com isso. – entregando a Thea, que enfiou em sua bolsa.
— O Oliver vai entrar no modo ensandecido quando o Ray começar a rodada de presentes e mimos pra essa criança.
— Acho que já entramos nessa fase. – com o olhar fixo na porta, que assim que foi aberta um urso gigante aparecer antes de Oliver.
— Você veio andando pela rua com esse bicho? – perguntou Thea encarando a pelúcia que era quase do seu tamanho.
— Não, fui com seu carro.
— Com o meu carro?
— Sim. A chave estava na ignição. – fazendo uma careta. – Temos dinheiro, mas não precisa abusar da sorte. – Jogando a chave para ela.

Felicity olhava para o urso com os olhos cheios de lágrimas. Levantou e foi até Oliver, que colocou a pelúcia no chão.

— Gostou?
— Ele é lindo. – passando a mão por pelo e o vendo afundar pelo toque. – Você não precisa me dar presente só porque o Ray mandou esses balões. – encantada com o urso que era de um bege clarinho e seus braços eram grandes para você se encaixar entre eles.
— Eu sei. Pensei em não trazer nada, ainda mais porque tive que dar em cima da vendedora para abrir a loja mais cedo. – rindo, mesmo com o olhar dela deixando claro que não tinha gostado disso. – Mas quando vi o urso achei que combinaria com o quarto que vou fazer pra ele lá em casa.
— Um quarto? Na sua casa?
— Claro. Você acha que vai morar onde quando o pirralhinho nascer. – falou Thea sem perceber que tinha acabado de estragar a surpresa que Oliver faria em alguns dias.
— Eu? Morar com vocês?
— Às vezes me pergunto por que ainda me dou o trabalho de contar as coisas pra você. – encarando a irmã que o encarava de olhos arregalados.
— Me perdoa. – tampando a boca.
— Tenho escolha?

Voltando sua atenção para Felicity, viram que ela ainda os encarava em choque com o que acabara de ouvir.

— Então? Aceita ir morar com a gente? – chegando mais perto dela.
— O bebê vai dar muito trabalho. – limpando as lágrimas.
— Não me importo, eu aguento a Thea desde sempre, posso sobreviver a um bebê. – sorrindo.
— Eu estou aqui, viu?
— Você já estragou minha surpresa, vai arrumar nosso café. – pegando Felicity pela mão e a levando para o quarto. – Então, aceita?
— Tem certeza?
— Absoluta. Não quero você nessa casa sozinha e acho que o lugar é pequeno para um bebê. – a abraçando pela cintura.
— Eu estava mesmo pensando em mudar de casa.
— Se você achar que nosso apartamento não é adequado para um bebê podemos encontrar outro, talvez um que não seja duplex.
— O de vocês está ótimo.
— Isso é um sim? – roçando os lábios nos dela.
— Sim.

Apertando o agarre em sua cintura a elevou do chão seguindo até a cama. Distribuiu beijos por seu pescoço e aquele era o mesmo caminho de tantas outras vezes quando estavam sozinhos. Os lábios de Oliver seguiram até chegar a sua boca, assim como seu corpo encaixando entre as pernas dela.

— Oliver. – tomando fôlego quando ele desceu os beijos até seu decote.

Subindo as mãos pelas laterais do corpo de Felicity, ele apertou sua cintura e foi exatamente nesse momento que lembrou que não estavam sozinhos, e não era Thea a presença que o preocupava. Em um impulso ele levantou da cama, deixando Felicity preocupada com sua atitude, o que a levou a se questionar se ele estava com os mesmos pensamentos que ela sobre a gravidez.

— A Thea, acho que... que temos que ir pra sala... com ela. – tentando controlar a respiração.
— Sim. – sentando na cama e arrumando sua blusa que estava levantada. – Vamos.

Ele ficou observando enquanto ela se ajeitava e assim que levantou da cama foi envolvida pelos braços dele, que a confortaram do modo que precisava.

— Te amo. – beijando sua cabeça.
— Também te amo. – agarrada a sua cintura.

Queriam conversar sobre o que estava acontecendo, mas ambos tinham que organizar suas ideias antes de abrir o coração e expor suas preocupações. Foram para a sala onde encontraram Thea perdida em meio a um mar de doces da cesta que Ray enviou.

— Desculpa. – falando de boca cheia. – Mas esses doces lembram nossa mão. – colocando algumas balas na boca.
— Foi isso que o Ray te mandou? Doces do Japão? – soltando sua mão e indo até a irmã. – Começou bem, querendo deixar a mãe do filho dele com diabetes. – pegando uma embalagem, mas já a soltando sobre o sofá e indo para a cozinha pegar café.
— Eu tinha pedido pra ele trazer esses doces. – recebendo um olhar de Oliver que gritava a ciúmes. – Antigamente, quando namorávamos. – sorrindo.
— Entendi. Então pode comer tudo Thea. – parando atrás do sofá e vendo muitas embalagens vazias a sua volta. – Pelo menos os doces que sobraram.
— Desculpa se isso te deixa triste. – Felicity sentou ao lado dela, pegando um pacote de balas de melão.
— Fique tranquila, as lembranças são boas. Eu era pequena a primeira vez que fomos para o Japão e quase tive uma intoxicação alimentar por causa da comida.
— Se continuar assim vai repetir as lembranças. – disse Oliver.
— Coma o que quiser só me deixe um pouco das balas e dos cookies. – olhando para Oliver. – E segura seu ciúmes que minha fome vale mais do que sua briguinha com ele.
— Não estou falando nada. – tomando mais um gole do café.
— Alias. – pegando o urso, que estava perto da porta, e o colocando do outro lado da sala, de frente para a mesa de centro onde tinha um espaço vazio. – Seu presente é bem melhor. – deitando na pelúcia e colocando os braços do bicho em volta de si. – Acho que vou desistir da cama.
— Ih Oliver. Você preocupado com o Ray e o inimigo foi você mesmo que trouxe para dentro de casa. – rindo.

Deixando a caneca de café na mesinha que ficava atrás do sofá, ele debruçando sobre a irmã e arrancou a cesta de doces das suas mãos. A levou para a cozinha, com ela vindo atrás dele e tentando pegar a cesta que ele segurava acima da cabeça.

— Fico me perguntando como vai ser quando o bebê nascer? Não porque ele vai dar trabalho, mas porque vamos ter que dividir o tempo em cuidando dele e da baby Thea. – virando de costas, o que fez com que ela pulasse em suas costas tentando pegar a cesta.

Felicity estava sentada com os braços do urso a envolvendo, observava os dois irmãos rindo enquanto Oliver desviada a cesta das tentativas de Thea pega-la. Aquela cena era atípica do que estava acostumada. Nem parecia que há pouco tempo atrás ouvia Oliver dizer que pensava em seguir uma vida solitária e sem vínculos. Sentiu os olhos encherem de lágrimas pela emoção do que estava vivendo.

Levou as mãos ao vente sentindo uma conexão intensa com o pequeno ser que estava crescendo dentro de si. Olhou para o ventre, ainda sem sinais de gravidez e sorriu, consciente de que a gravidez se tornava mais real a cada dia.

— Obrigada filho. – voltando sua atenção aos irmãos que ainda riam na cozinha, sem ter noção de que eram observados e que as lágrimas que escorriam pelo rosto de Felicity eram pela alegria que seu filho tinha proporcionado a eles pelo simples fato de existir.


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