A paralisação do relógio universal. (LigEl) escrita por Você me desgoverna


Capítulo 2
Capítulo 2




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A cosquinha de uma lambida no pé me faz despertar, sorrindo. Está calor, quente demais! Ao abrir os olhos, percebo que a língua é do filhotinho e então me dou conta do motivo da temperatura tão elevada: Um edredom me cobre o corpo nu pela noite passada. Eu sento no sofá tentando cobrir meus seios e sinto o corpo estalar. Alongo o pescoço e olho em volta procurando pelo Miguel, mas ele não está. Avisto então, no chão, um pedaço vermelho de pano rendado. A calcinha! A lembrança me faz suspirar, sem querer. Alcanço minha calça jeans no chão e minha blusa no canto do sofá, mas não vejo o sutiã. Me dou conta então de que estou sentada sobre uma parte dele e me inclino para pega-lo. Eu o visto, em seguida a blusa. Quanto a calça, como já não tenho mais a minha calcinha, decido vesti-la mesmo assim e depois sigo até a calcinha no chão, a pego e a deixo sobre o sofá. Quero que quando ele a veja, lembre-se de que eu estive aqui. Eu subo as escadas para chegar ao leme acreditando que o Miguel estará lá, mas invés disso, encontro sol forte e a Marina cheia.

– Não acredito nisso! – Digo baixinho pra mim mesma enquanto olho em volta, incrédula de que o Miguel tenha me deixado sozinha naquele barco depois da nossa noite. Eu desço de volta e procuro na minha bolsa, o celular. Nada! Nenhuma chamada, nenhuma mensagem... Nada! Ele simplesmente desapareceu. Disco o número dele. Nem chama, está desligado.

– Idiota! Burra! Burra! Mil vezes burra! Uma trouxa, é isso o que você é, Ligia! – Me martirizo enquanto coloco de volta o celular na bolsa e caminho para a saída.

Quando chego em casa, jogo a chave do carro em cima da mesinha e a bolsa sobre o sofá para em seguida afundar nele. Fecho os olhos, respiro fundo e a lembrança da noite passada me atormenta a memória. De repente lágrimas me escapam dos olhos e eu me descontrolo. Me sinto completamente perdida, sem forças. Como posso estar tão apaixonada? Que sentimento é esse que me toma e me tira de mim sem o menor esforço? Esse homem que me arranca todas as armaduras, que destrói qualquer resistência minha com apenas um toque, um beijo. Esse cara que invade a minha vida varrendo tudo com a sua presença. Sinto como se estivesse enlouquecendo, como se ele fosse o meu começo e o meu fim. O som do telefone tocando me dispersa os pensamentos e um frenesi me toma. É ele! Eu seco as minhas lágrimas e pulo para o telefone.

— O que houve com você? Eu espero que alguém tenha morrido pra você ter me deixado sozinha naquele barco! — Grito sem me preocupar em escutar.

— Ligia? O que? Como assim? Do que é que cê tá falando? — Uma voz feminina e familiar responde.

— Irene? — Pergunto assustada.

— É! Quem você achou que […]? Ah não! Não vai me dizer que você achou que fosse o navegador? Ligia, esse cara te deixou sozinha outra vez? — Ela me tortura com a lembrança.

— Ah não Irene, sermão a essa hora do dia não. Eu não tô no clima, não começa, por favor, eu tô te pedindo.

— Ligia, desculpa, mas você é minha irmã! Eu me preocupo com você! Olha o seu estado. Esse cara é um louco sadomasoquista. E você parece que gosta de sofrer. Ligia, sai disso enquanto é tempo!

As verdades nas palavras dela me causam o choque que eu não precisava ter, não naquele momento. — Eu tô destruída! Eu fico me culpando, vendo e revendo na minha cabeça os nossos momentos juntos, tentando encontrar alguma coisa, alguma pista do porquê ele se isola, se afasta assim. Eu fico tentando descobrir alguma coisa terrível pra eu conseguir me desvencilhar dele. Só que não dá, não tem mais tempo! Eu tô dentro até demais. Esse homem me envolveu, me enrolou completamente na teia dele e sem ele parece que as coisas não fazem o mesmo sentido. — Confesso entre lágrimas.

— Ô minha irmã...

— Eu tô perdida, Irene. Eu tô completamente perdida de amor pelo Miguel. Eu já não sei mais o que fazer.

— Eu sei, Ligia, eu te entendo. Mas o que você não pode é ficar desse jeito, chorando, arrasada toda vez que esse cara apronta uma.

— Eu sei, você tem razão. — Digo com uma fungada, findando o choro.

— Eu vou pra aí, me espera. É só o tempo de eu ajeitar umas coisas aqui em casa.

— Não, não precisa! Eu acabei de chegar. Eu vou tomar um banho, comer alguma coisa e depois vou afundar no trabalho. Eu tenho uma matéria enorme pra redigir, quem sabe assim eu não esqueço um pouco tudo isso.

— Tem certeza?

— Tenho sim. Obrigada!

— Então tá. Oh, vou confiar, hein! — Ela se preocupa me arrancando um sorriso.

— Pode confiar, eu vou ficar bem.

— Então tá bom. Um beijo, fica bem.

— Beijo. — Me despeço e desligo o telefone.

Eu olho ao meu redor e sei que não vou conseguir pensar em mais nada que não acabe se conectando a aquele homem. As lembranças de um ano juntos estão por toda a casa. Sem ele parece que eu não vivo, eu sobrevivo! Mas me sinto decidida a esquecer, ao menos por algumas horas, as burradas que ele faz. Me levanto, ligo o computador e vou para o meu quarto. Escolho no guarda-roupa um vestido de pano leve, preto e branco, e depois vou pro banho. Eu olho para a banheira e me lembro dele, de quantas vezes nós nos amamos ali.

Eu passo o resto do dia no computador, tão concentrada que não sobrou em meus pensamentos um mísero espaço pro Miguel. Já está iniciando a noite e eu estou exausta! Coloco o notebook sobre a mesa e apoio as costas no braço do sofá inclinando a cabeça para trás e acabo pegando no sono por uns momentos. Beijos nos cabelos me fazem acordar assustada.

— Ai! Caramba! — Disparo ao abrir os olhos e constatar que é o Miguel quem está ali, acompanhado de uma garrafa de vinho nas mãos — Como é que você? — Digo me levantando. — Quem você acha que é pra ir entrando desse jeito, hein?

— Desculpa, eu não queria te assustar. Eu...— Ele diz com calma.

— E quem disse que você me assustou? — Disparo, interrompendo-o. — Pelo contrário, com você, Miguel, eu fechei os olhos e fui. — Ele faz uma careta de quem não está entendendo e eu me irrito. — Eu tô falando muito além desse teu jeito foragido de entrar aqui em casa. Eu tô falando de você na minha vida! — Me explico — Quem você acha que é pra entrar desse jeito na vida das pessoas e depois sair como se isso não tivesse o menor problema?

— Ligia... — Ele diz colocando a garrafa de vinho sobre a mesinha, ao lado do notebook.

— Eu quero uma explicação, Miguel! Um desaparecimento, uma morte, uma doença grave. Qualquer coisa que seja grandiosa o bastante pra explicar o teu sumiço hoje de manhã. — Ele se cala — Ah você não vai falar nada, não?! Pois muito bem, então você vai escutar. O que que aconteceu com você pra me deixar sozinha num barco no meio da Marina depois de ter dormido comigo? Depois da gente ter passado uma noite linda, de você ter me dado um cachorro que, segundo você, era nosso!? — Me sento novamente no sofá, agora mais calma — Eu vi isso como uma proposta da gente começar algo a mais. Eu não te entendo, Miguel! Num dia você diz que me ama e no outro você me abandona como se eu fosse uma qualquer? Que espécie de amor é esse que você diz sentir por mim?

— Ligia, não fala assim —Ele se aproxima sentando-se ao meu lado tentando me tocar.

— Não, Miguel! — Eu não permito que ele me toque.

— É que eu não achei que você iria se importar tanto.

— Ah você? Ah, você não achou que eu fosse me sentir uma vagabunda naquele barco depois que você foi embora e nem se dignou a deixar um recado? A fazer uma ligação? Da primeira vez, Miguel, eu fiquei lá, horas e horas esperando você voltar. Que nem uma idiota, boba, achando que você tinha saído pra comprar alguma coisa pro nosso café da manhã. Da segunda vez, Miguel, eu esperei a sua ligação o dia inteiro. — Eu me levanto e caminho pra longe dele e ele se levanta simultaneamente, mas não avança. — Só que agora não, dessa vez eu não vou esperar uma pomba branca com um pedaço de folha no bico me dizendo que tem Terra à vista, que você tá ali ainda, mesmo que de longe. Acontece que eu não quero você longe, eu quero você aqui, comigo, do meu lado como qualquer casal. Ou ao menos eu queria.

— Não fala assim, Ligia. Eu errei, eu sei. Só que.

— “Só que”, o que, Miguel? Anda, fala! Eu tô aqui, disposta a te dar uma chance de se abrir comigo. Fala! O que que te perturba tanto? O que é que eu faço de tão errado que te obriga a se afastar de mim desse jeito?

— Você não faz nada! — Ele diz aparentemente chocado com o que acaba de ouvir — Como é que você pode pensar [...]? — Ele se aproxima e me toca a face com as duas mãos. — Você é perfeita! — Ele diz num tom suave. — Eu é que sou todo errado. O que a gente tem, o nosso encaixe, eu não sei lidar com isso. Eu nunca tive isso antes com ninguém, Ligia! E quando eu te vi lá, dormindo, linda... nua... completamente minha. Eu fiquei com medo de estragar tudo e aí eu preferi ir embora. Eu sempre acho que é melhor lembrar. Numa lembrança a gente não pode mudar o que já foi dito, o que já foi feito. E quando é perfeito, como sempre é quando eu tô com você, aí é que eu acho que eu preciso ficar longe, pra gente não se machucar depois.

— Eu não quero as lembranças, eu quero o homem que as constrói comigo! — Eu faço uma pausa.— Eu queria te mandar embora da minha casa agora. Mas do que adianta te tirar da minha vida se eu não consigo te arrancar de dentro de mim? — Completo baixinho.

Ele se aproxima ainda mais e me beija o vão do pescoço, a bochecha e os lábios. — Eu prometo que não sumo mais. — Ele fala afastando os lábios dos meus.

— Ai de você se sumir! — Eu sussurro, rendida.

— Você passou a tarde toda trabalhando? — Ele pergunta quando avista meu computador sobre a mesinha.

— Tentando não pensar muito em você.

— Então eu acho que te devo uma refeição.

— Hm, até que a ideia não é má.

— O que é que tem aí? — Ele pergunta se afastando indo em direção a geladeira.

— Eu não sou boa na cozinha, você sabe. Então eu não compro muita coisa— Respondo seguindo-o parando perto da estante.— Mas eu tenho um livro de receitas que você pode dar uma olhadinha e tentar improvisar com o que tem na geladeira.

— Ótimo! Cadê?

— Pera aí, pera aí.... — Digo procurando o livro na estante. —Ah! Aqui, achei! — Ele se aproxima e eu estremeço.

— Agora só falta uma coisa — Ele fala num tom misterioso segurando o livro ainda nas minhas mãos.

— O que? — Pergunto baixinho.

— Música. Cozinhar sem música é como um namoro sem desejo, até é possível por um tempo, mas não dá tesão nenhum. Aí deixa de ser tão bom quanto poderia. — Ele fala perto demais, e eu sei que ele está jogando comigo. Ele vai até o rádio e aperta o “play”, o final de “Ligia” invade a sala e ele me olha sorridente.

— Hm... Tom Jobim. — Diz ele em aprovação.

— Eu adoro. Principalmente porque a canção tem o meu nome, sinto como se ela tivesse sido composta pra mim. Mesmo que haja um milhão de “Ligia” no mundo, quando eu escuto, somos só eu e o Tom.

— Olha que eu fico com ciúmes, hein. — Ele brinca enquanto começa a olhar o livro e preparar uma massa e eu o observo de longe. Ele me olha a cada segundo e eu fecho os olhos para cantar.

— Você se aproxima de mim com esses modos estranhos e eu digo que “sim”. — Eu abro os olhos e continuo a canção olhando pra ele — Mas teus olhos castanhos me metem mais medo que um dia de sol.

— É... Ligia, Ligia. — Ele me surpreende completando — E quando você me envolver nos seus braços serenos, eu vou me render. Mas seus olhos morenos me metem mais medo que um dia de sol. É... Ligia, Ligia. — Ele finda junto com Tom e para tudo para olhar pra mim. Um silêncio curto toma a cozinha até que “Medo de Amar” começa a tocar.

— Essa música tocando agora é uma ironia. — Eu interrompo o silêncio.

— Acho que diz muito sobre mim. — Eu me surpreendo com a confissão.

— Às vezes acho que fui eu quem compus. — Eu sorrio e quebro a tensão que existia. Eu vou até a mesinha na sala, pego a garrafa de vinho e volto para a cozinha onde ele permanece, agora amassando a massa com um rolo. — Você sabe que numa cozinha eu não sirvo pra muita coisa, mas eu posso ir abrindo esse vinho.

— Nã, nã, nã, nã, não. Nada disso! Esse vinho não entra em campo hoje não.

— Ué, pra que que cê trouxe então? — Pergunto sem entender.

— Ué, pra beber. Mas só que esse vinho tem que ficar mais tempo na garrafa. — Ele responde, concentrado no que está fazendo.

— Olha, eu não nenhuma especialista, mas pela data no rótulo, eu acho que tá bem satisfatório. — Digo apontando para o vinho, arrancando um sorriso dele.

— O que foi? — Ele diz rindo e largando a massa para vir até a mim.

— Tá bem satisfatório. — Eu repito divertida para provoca-lo e coloco o vinho sobre a bancada enquanto me viro.

— Satisfatório que cê falou? — Ele ri enquanto se aproxima ainda mais.

— Cê achou engraçado?

— Satisfatório?

— Tá errado? — Eu rio colocando as mãos sobre seu tórax.

— Bom, tem satisfatório e tem... Maravilhoso. — Ele fala me puxando com força pela cintura contra seu corpo me fazendo colocar os braços em volta de seu pescoço. — O que que cê prefere?

—Ah, não sei, tô na dúvida. — Digo com os lábios encostados nos seus e ele me beija. Sinto suas mãos percorrerem todo o meu corpo. — Eu não acredito que você tá passando essa mão suja de farinha no meu vestido! — Reclamo divertida enquanto ele passa a mão na minha bunda e beija meu pescoço me fazendo amolecer em seus braços. — Eu não acredito! — Nós rimos e ele me beija para em seguida me inclinar um pouco pra trás para alcançar a tábua com a massa e arrancar um pedacinho.

— Toma, prova. — Ele fala colocando um pedaço da massa na minha boca enquanto me segura pela cintura.

— Deixa eu ver. Hm... — Eu me delicio.

— E então? — Ele quer saber.

— Bom, se crua já tá uma delícia imagina pronta.

— É.... — Ele balbucia e beija o pescoço.

— Meu livro de receitas foi bom pra você. — Eu falo enquanto passo minhas mãos pelo seu pescoço.

— Livro coisa nenhuma! — Ele se afasta, brincalhão, e eu coloco minhas mãos sobre seu tórax.

— Ah não? — Eu seguro seu rosto com as duas mãos.

— Fui eu que coloquei um pinguinho mais de azeite, do contrário que pedia o seu livro.

— Ai desculpa, eu comprei com a melhor das boas intensões, pra aprender. — Eu me desculpo brincando e ele me agarra ainda mais pela cintura, encostando seus lábios nos meus enquanto eu falo, até me dar um beijo suave, porém intenso.

— Ah, quer aprender? — Ele pergunta se afastando novamente.

— Quero. —Eu o encaro.

— Aprender é na prática, vem. — Ele diz me puxando pela mão.

— Não, não quero não. Não quero. — Eu tento impedi-lo forçando um pouco meu corpo pra trás, mas ele é mais forte.

— Vem. — Ele fala rindo, me fazendo rir também.

— Não quero.

— Vem...

— Não adianta que eu sou péssima na cozinha. — Digo me rendendo enquanto retiro os anéis dos dedos.

— O que não adianta é querer fazer comida boa só confiando em receita. — Ele me responde enquanto se posiciona atrás de mim e endireita a massa na tábua. — Põe a mão aí. — Ele ordena e coloca as minhas mãos sobre a massa para depois colocar as próprias sobre as minhas, me conduzindo. Seus dedos se entrelaçam nos meus e Roberta Sá ainda nos embala.

— Assim? — Pergunto olhando para trás, tentando seduzi-lo.

— Vai amaçando. — Ele me responde arrancando nossos risos cumplices. — Às vezes eles pedem pra colocar um filete de azeite. — Me ensina enquanto pega o azeite e despeja um pouco sobre a massa enquanto eu me divirto amassando-a. — Mas aí às vezes a massa pedi mais.

— Entendi. — Eu digo completamente envolvida por aquele homem e por sua respiração no meu pescoço.

— E a gente só sabe disso colocando a mão na massa. — Ele fala no meu ouvindo para depois se aproximar da minha boca. Ele está jogando comigo.

— Literalmente. — Olho pra ele, apaixonada, e rio.

— Literalmente. — Ele repete e me beija a maçã do rosto.

— Entendi... — Eu me balanço para que nossos corpos se unam mais.

— Entendeu? Tem que sentir a comida. — Ele fala sem tirar os olhos de mim.

— Tá. — Eu olho para o que estou fazendo. — Acho que eu tô aprendendo. — Eu me balanço mais, me empino e me esfrego nele. Esse jogo é pra dois.

— É?

— É.

— Vai sentindo. Só ela que pode te dizer se o ponto tá bom. E tem umas regras também, né?! — Ele me desperta a curiosidade e eu tento olha-lo, mas ele vai para o lado oposto.

— Ah é? Quais? — Pergunto finalmente encontrando seus olhos.

— Não importa. — Ele diz para em seguida me beijar e me virar pra ele pela cintura. Eu sinto que ele me deseja tanto quanto eu o desejo. — Vale a pena furta-las — Ele me envolve em beijos curtos, mas muito intensos, me levando pra algum outro planeta. E entre um beijo e outro, prossegue. — Arriscar pra ver se dá certo. — Ele me beija o pescoço e os lábios outra vez e nossos beijos ficam cada vez mais intensos.

— Vamos abrir o vinho? — Eu sussurro interrompendo o beijo que ele me dava no queixo fazendo-o encostar a cabeça no meu ombro, rindo. — Deixa eu abrir o vinho, deixa?

— Nã, nã, nã, não...

— Deixa! — Eu insisto.

— Vai por mim, vai por mim. Deixa ele lá, vai ficar melhor. É só saber esperar. — Ele me olha nos olhos e eu retribuo com um olhar provocativo.

— E se eu não quiser esperar? — Provoco falando em duplo sentido. Ele sabe!

— Eu te ajudo. Eu vou esconder a garrafa —Ele sussurra.

— Olha lá, hein.

— Aí depois a gente abre e bebe juntos

— Quero ver. — Sussurro de volta próximo de sua boca

— É? — Ele me beija.

— Esquece essa massa. —Eu o pego pela mão o puxando. — Perdi a fome.

Ele não discorda, apenas me segue em silêncio para o meu quarto. Ele me beija com carinho e me coloca na cama. Passamos um bom tempo assim, apenas nos beijando. Hora a boca, hora o corpo inteiro. Nossas mãos percorrem nossos corpos, mas não precisamos passar disso. Não precisamos de mais nada, apenas sentir o corpo um do outro. Apenas sentir que nos temos e que nos pertencemos.


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