A paralisação do relógio universal. (LigEl) escrita por Você me desgoverna


Capítulo 1
Capítulo 1




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Quase oito da noite. A hora hoje passou arrastando, aliás, isso vem acontecendo desde que eu conheci o Miguel. Sinto como se os meus dias tivessem muito mais de vinte e quatro horas. Mal consegui me concentrar na reunião de pauta, pareço uma adolescente! Mas é assim que ele me faz sentir: ansiosa, ofegante, com vontade de tudo de uma vez. Assim, como uma adolescente. O trânsito pela primeira vez ajudou, cheguei em casa cedo e logo corri pro chuveiro. Na saboneteira, o responsável pelo cheiro que ele sempre elogia, eu sorrio com o pensamento. Tomo um banho rápido e passo no corpo um hidratante sem cheiro antes de me enrolar na toalha e correr para o armário tentando encontrar a roupa ideal pro amor da minha vida. Sempre acho que nada é bom o bastante. Revirando tudo encontro um blusão avermelhado e minha calça jeans escura habitual. É isso! Visto, escolho minha Anabela mais confortável pra calçar e parto apressada para o espelho. Uma maquiagem leve, uma ajeitada no cabelo e de repente ouço um barulho e quando instintivamente me viro sou surpreendida com um beijo apaixonado.

– Ai que susto, Miguel! – Digo afastando minha boca da sua enquanto apoio minhas mãos sobre seu tórax.

– Linda! – Ele me elogia quase inaudível enquanto segura meu rosto com as duas mãos.

– Por que é que com você tudo tem que ser assim, hein?! De repente, no susto.

– Desculpa, eu não resisti. Quando eu te vi aqui, se penteando... Linda! Eu fiquei paralisado, minha única vontade era de vir beijar você.

– Essa é a melhor parte do meu dia. – Falei enquanto percorria meus braços em volta do seu pescoço para brincar com seus cabelos.

– Isso porque você não sabe da surpresa que eu preparei.

– Surpresa? Que surpresa? Aonde?

– No meu barco. – Diz ele, divertido.

– Ah!... Então que bom que eu não escolhi um look qualquer já que se trata de uma ocasião especial. – Ele sorri e eu me derreto.

– Vambora, senão fica tarde e a estrada é perigosa.

Nós fomos no meu carro. Seu silêncio de motorista concentrado me contagiou por todo o caminho. Apenas olhares cúmplices, sorrisos, alguns beijos e o carinho que ele fazia com sua mão em minha perna a cada sinal vermelho, eram suficientes. Ele estava ali, ao meu lado! E pra mim, cada segundo ao lado deste homem é a paralisação do relógio universal. Assim que desci as escadas do barco e me sentei no sofá, ele apareceu, sorrindo, com uma garrafa de vinho, duas taças, um prato com uma faca e uma pequena travessa com uma bisnaga cortada em fatias, que ele mesmo fez.

– Uau!! Que jantar maravilhoso! – Brinquei.

– Não caçoa não. Eu sei que você janta cedo, dessa vez prefiri não cozinhar nada. Quer dizer, só o pão. – Disse, servindo o vinho que acabara de abrir.

– E esse vinho? – Perguntei curiosa.

– O que é que tem?

– Sei lá, é que a gente nunca tomou antes.

– É novo, queria que você experimentasse. – Falou me passando a taça enquanto se sentava ao meu lado com a dele.

– Tintim. – Ele anunciou para em seguida tomar um gole do seu vinho sem tirar os olhos dos meus.

– Que foi? Não me olha desse jeito. – Disse terminando a golada e colocando minha taça sobre a mesinha na nossa frente, desconcertada com o olhar sapeca que ele me lançou.

– É que eu tô esperando a minha surpresa vir até você. – Me respondeu colocando sua taça ao lado da minha.

– Como assi... – Um latido interrompeu meu raciocínio e eu não resisti ao filhotinho correndo pra brincar com os pés do Miguel, que o pegou no colo. Ele era muito agitado e desastrado, e isso me fez gargalhar. – Ai que lindo! Desde quando cê tem cachorro? – Disse acariciando o filhote.

– Não, a gente tem!

– A gente? Como assim a gente?

– Desde hoje. – Ele respondeu acarinhando a cabeça do cachorrinho.

– Da onde veio esse cachorro?

– Eu vi lá fora andando e aí ele começou a olhar pra baixo, a olhar pra água...

– Hã. – Balbucio prestando atenção no que ele diz, com um meio sorriso nos lábios, permanecendo com os carinhos.

– ... Um peixe se mexeu ali e aí já viu, instinto, fome e aí vlap! Peguei ele antes que ele pulasse.

– Ah, Entendi! Quer dizer então que agora a ONG Terra Nova além de salvar a vida marinha, vai abraçar a causa dos cães abandonados, é isso? – Falei divertida.

– Também não é tanto, também não é tanto. – Me respondeu passando o cãozinho para o meu colo.

– Deixa eu pegar ele, deixa eu pegar.

– Toma, vai acostumando.

– Que cachorro mais fofo! Que coisa mais linda! – Não resisti ao charme do filhote e o beijei algumas vezes.

– Pera aí, fica aí. Segura ele. – Me disse enquanto se esticava para pegar sua máquina fotográfica que estava na prateleira sobre a minha cabeça.

– Ih, ele tá com um pouquinho. Tá faltando pelo aqui, oh. – Observei preocupada mexendo na barriguinha dele.

– Ah, isso é desnutrição, comendo bem daqui a pouco ele tá cem por cento. –Me respondeu endireitando a máquina para tirar uma foto minha e do nosso cachorrinho.

– Aqui, aqui. – Miguel disse pra ele enquanto clicava fotos nossas.

– Acalmou, acalmou, acalmou. – Eu ri enquanto abraçava o cãozinho posando para as fotos.

– Olha pra mim, olha pra mim. – Ele falava pro filhote pegando brutamente em seu focinho arrancando nossos risos cumplices.

– Muito lindo esse cachorro, gente.

– Gostou? Gostou? – Falou enquanto colocava a câmera sobre a mesinha na nossa frente onde havíamos deixado nossas taças.

– Adorei! – Estiquei um dos braços em direção ao pescoço dele para receber um beijo. – Presente? É? – Continuei, agora entre um beijo e outro, mas ainda segurando o cachorrinho com a outra mão. Ele se inclinou sobre o meu corpo e os beijos, antes suaves, foram tornando-se mais intensos, ainda que curtos. E eu desviei o caminho de sua boca para seu pescoço. Eu saiba que isso iria lembra-lo de que eu queimo quando estamos juntos. Ele logo retirou o filhote do meu colo.

– Vai, seu lugar é ali. – Falou enquanto se inclinava para jogar o cachorrinho para a cabeceira, devagar. Assim ele acabou me deitando no sofá e nós rimos de sua trapalhada.

– Agora a gente tem plateia. – Brinquei sorrindo quando o cãozinho pulou sobre nossas cabeças, em manifesto.

– Sai pra lá, sai pra lá. – Ele disse, divertido, quando empurrava o filhote pra longe de nós. E eu o beijei nos olhos como num lembrete de que eu era sua. Ele instintivamente me olhou e me beijou calmamente.

– Eu adoro estar com você, adoro a sensação do teu corpo sobre o meu. – Sussurrei com os lábios encostados nos dele. Ele me olhou nos olhos e sem dizer nada sentou-se novamente me puxando junto fazendo-nos ficar frente a frente.

– Você desperta em mim tudo o que eu passei a vida com medo de sentir. – Confessa retirando, com uma das mãos, os cabelos que cobriam meu rosto. E com a outra, acaricia minha espinha me fazendo arrepiar. Seus toques eram suaves, porém firmes, e ele não tirava seus olhos dos meus nem por um segundo, me deixando nua sem tirar uma peça sequer do meu corpo. Ele desabotoou cada um dos botões da minha blusa e eu repeti o processo na camisa dele. Quando me deparei com os pelos no nu de seu tórax, inclinei-me e beijei cada canto de sua pele, seguindo caminho até seu pescoço, onde mordi. Depois parti para a orelha onde mordisquei e brinquei de desenhar círculos com a minha língua o fazendo estremecer.

– Eu quero você. – Sussurrei.

Ele me afastou e abaixou as alças do meu sutiã até descobrir todo os meus seios e só depois o desabotoou. Ele levantou e afastou um pouco a mesinha onde estavam as coisas que deixamos. Eu permaneci sentada olhando pra ele como se ele tivesse me encantado. Ele me pegou pela nuca com um puxão me fazendo levantar e me beijou como se fosse a última vez. De minha boca para minha orelha, da minha orelha para o meu pescoço do meu pescoço para o meu ombro, do ombro para o meu colo e do meu colo sua boca ansiosa alcançou um dos meus seios me fazendo gemer baixinho em resposta. Uma de suas mãos envolvia minha cintura enquanto a outra auxiliava sua língua a massagear meu seio. Ele mordia levemente e sugava com força intercalando entre um seio e outro arrancando mais gemidos meus. Em seguida ele desceu com beijos profundos por minha barriga se deparando com minha calça jeans. Ele se ajoelhou e olhou pra cima pra ver a minha reação. Minha respiração estava ofegante e eu queria mais. Ele desabotoou minha calça e a puxou pra baixo devagar, me torturando. Quando eu saí de dentro dela ele colocou suas mãos, uma de cada lado das minhas pernas, e subiu, as percorrendo e a quase todo o meu corpo, até ficar de pé diante de mim segurando meu rosto com as duas mãos.

– O que é que você faz comigo, hein, Ligia?

– Nada pior do que você faz comigo.

Eu já não posso me manter longe dele e quando encosto meu corpo no seu pra lhe beijar, sinto sua ereção reivindicando dentro da calça. Eu coloco uma das mãos sobre ela e massageio enquanto seguro seu pescoço com a outra mão, guiando nosso beijo. A respiração do Miguel fica mais ofegante e descontrolada, ele me aperta contra o seu corpo e eu interrompo o beijo.

– Você me tira do eixo. – Digo.

– E você me desgoverna. – Ele rebate.

Eu imito sua ação e encho seu corpo de beijos, descendo até sua calça. Desabotoo-a e me agacho seguindo o mesmo caminho que ela, até o chão. Ele usa uma cueca box branca que contrasta perfeitamente com seu tom de pele. Eu não me contenho e passo os dedos sobre o volume, ele geme. Eu olho pra cima e percebo que eles está me encarando, seus olhos queimam de vontade do meu corpo. Mas eu quero provoca-lo tanto quanto ele me provoca, ou mais. Eu retiro de dentro de sua cueca tudo o que eu gostaria de ter dentro de mim e coloco na boca, arrancando um gemido profundo e alto do homem da minha vida. Eu faço questão de não tirar meus olhos dos seus enquanto o chupo com vontade dando algumas mordidinhas de leve e só o retiro da boca para passar a língua em volta. Ele perde o controle e me pega pelos cabelos com força, erguendo-me, e me beija profundamente para em seguida me jogar de volta para o sofá. Ele vem por cima de mim e puxa minha calcinha pelo canto com tanta força que a rasga me fazendo gemer alto demais. Joga o pano que sobrou em qualquer lugar, me olha nos olhos, me beija na boca e me penetra de uma vez, porém suave. Nós dois gememos alto! Eu envolvo seu pescoço com os braços e sorrio enquanto ele me beija e me penetra, hora rápido, hora devagar. E naquele momento somos só eu e ele e o resto vai pro espaço! Eu entrelaço minhas pernas em volta da sua cintura e ele se move com mais força contra o meu corpo, me invadindo cada vez mais profundamente e eu já não tenho mais a consciência de nada. Ele começa a suar e eu também, ele me beija o pescoço e eu o arranho as costas. Os movimentos ficam mais rápidos e minhas pernas enrijecem enquanto os meus seios ficam cada vez mais eriçados sob o corpo dele, demonstrando meu tesão. E então nós gozamos juntos e ele se retira de mim delicadamente deitando ao meu, me puxando pra perto dele até ficarmos de conchinha.


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