A paralisação do relógio universal. (LigEl) escrita por Você me desgoverna


Capítulo 3
Capítulo 3




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Carinhos suaves em meus cabelos me despertam de um sono tranquilo. Eu vestia apenas uma camisa grande e uma calcinha quando abri os olhos e dei de cara com um lindo olhar assustado. Miguel estava semi-deitado e usava uma cueca de cor escura. Achei que nossos carinhos à noite eram parte de um sonho, mas não. Ele estava ali comigo, como prometeu não havia ido embora. Ele afastou sua mão de mim e eu me virei de lado para olha-lo melhor. — Desculpa, acordei você. — Ele falou timidamente me fazendo sorrir. Estiquei minha mão em sua direção e lhe fiz um carinho no rosto. — E você? Tá com uma carinha... Tá preocupado com alguma coisa? — Perguntei me aproximando dele, ainda deitada. Ele negou com a cabeça. — Tava olhando pra você. — Ele diz e se inclina sobre mim me beijando os lábios suavemente. Eu segurei seu rosto com uma das mãos. — Você me traz tanta paz. — Ele fala num tom melancólico ao afastar sua boca da minha. — Eu queria me sentir sempre assim. — Ele confessa distraído. — O que que houve, Miguel? Cê não quer me contar? — Eu pergunto preocupada e ele desvia o olhar sentando-se na cama. Eu me sento ao lado dele. — Tá acontecendo alguma coisa com você? — Pergunto e faço uma pausa curta, mas ele não responde. — É algum problema, sei lá, de família? — Digo num tom suave e ele permanece em silêncio. — Se abre comigo, Miguel. — Tá tudo bem, Ligia. — Ele fala se levantando, pegando sua calça do chão. — Pera aí, onde é que cê vai? — Pergunto ao vê-lo vestir-se e olho para o relógio ao meu lado. — Nem amanheceu. — Eu o alerto, mas ele continua se vestindo. Então eu me levanto também. — Miguel. — O chamo caminhando em sua direção. — Miguel. Miguel! — Eu falo firme contendo-o de vestir a camisa. Ele me olha nos olhos. — Será que vai ser sempre assim entre a gente? Precisa ser desse jeito? Você fugindo o tempo todo. — Ele desvia o olhar e eu puxo o rosto dele para que olhe pra mim. — Olha pra mim. Me diz, me fala de uma vez. Sou eu que tô me iludindo? Eu que tô criando expectativa em cima de nada? — Eu digo séria e ele fecha os olhos enquanto nega com a cabeça. — Você tá sempre evitando um contato mais profundo entre a gente. — Falo impaciente. — Esse um ano juntos pra você não foi nada, é isso?! — Não! — Ele responde firmemente, olhando-me. — Claro que não, Ligia. Não é isso. — Ele fala e faz uma pausa curta. — É que eu não sou bom com essas coisas de conversar, de me abrir. Você sabe, eu sou filho único, eu nunca tive isso. Falar de sentimento, de amor, pra mim não é nada convencional, nada fácil. — Ele fala passando a mão nos cabelos e eu assinto. — Sei. Aliás, essa é uma das poucas coisas que eu realmente sei sobre você, né, Miguel?! Sobre o seu passado. Que você é filho único. — Eu digo e ele expira profundamente colocando a camisa. — Eu não quero brigar com você, Ligia. — Ele fala indo para o outro lado da cama, sentando sobre ela para calçar os sapatos. Eu passo a mão pelos cabelos e me viro para olha-lo.— Desculpa. Desculpa, Miguel. Fica, por favor. Fica aqui comigo. — Digo indo até ele, que para o que está fazendo para me olhar. — Fica. — Eu prossigo no mesmo tom suave de antes, encaixo-me entre suas pernas e seguro-o pelos cabelos. Miguel ergue a cabeça e me envolve a cintura. Inclino-me sutilmente alcançando o rosto dele. Nossas testas se apoiam uma na outra e eu roço meus lábios nos dele. De repente ele me puxa para si e me joga na cama, subindo sobre mim. Solto uma alta risada sem querer e Miguel me cala com um beijo apaixonado enquanto segura uma de minhas pernas, alisando-a. Eu levo minhas mãos para suas costas e ele segue os beijos para o vão entre meu pescoço e ombro. — Eu não consigo mais ficar sem você. — Ele sussurra entre um beijo e outro e eu enfio as mãos dentro da camisa dele, puxo-a para cima e logo a arranco. Ele procura minha boca e me beija mordiscando-a de vez em quando. A mão dele caminha da minha perna para minha barriga e alcança um de meus seios ligeiramente, por dentro da blusa. Eu a seguro, ele não deixa de me beijar e eu o afasto. — Então essa noite eu não preciso me preocupar com as fechaduras?! — Eu constato divertida e ele sorri negando com a cabeça em confirmação enquanto retira minha blusa. — Eu poderia chamar a polícia, sabia?! — Digo quando já estou apenas de calcinha sob ele e seguro seu rosto com as duas mãos. — Afinal de contas você invadiu a minha casa. — Eu brinco e ele sorri docemente. — Eu sou muito bom na retórica. — Ele devolve divertido. — Ah é?! — Eu rio de sua autoconfiança e o envolvo pelo pescoço. — Me mostra então. — Falo beijando-o. — Me convence. — Digo e ele me beija profundamente. Logo Miguel desce os beijos para entre meus seios e segura os dois com cada uma das mãos, apertando-os devagar. Eu fecho os olhos e o seguro pelos cabelos. Ele desce os beijos ainda mais até minha barriga e suas mãos deslizam na mesma direção. Ele continua e puxa minha calcinha para baixo. O processo é calmo, mas minha respiração só faz acelerar. Esse homem me arranca todas as forças. Miguel se afasta e eu abro os olhos. Ele fica de pé e começa a retirar a calça. Um belo volume me desperta o desejo de levantar também, o faço quando ele já não veste nada. Ele me olha como se estivesse hipnotizado e eu me aproximo de sua boca, mas não o beijo. Chego em seu tórax e roço o nariz sobre ele cheirando-o devagar. Posso ver sua respiração acelerando através de seu peito. Passo delicadamente meu lábio inferior sobre ele e emendo num beijo. Sinto o nariz dele cheirando meus cabelos e o toque suave de seus dedos ao segurar-me pelo quadril. Dou continuidade ao que estou fazendo até sua barriga e logo me ajoelho. Eu o olho. Ele tem sua boca entreaberta e meus cachos enrolam-se dentre seus dedos. Levo minhas mãos para cada lado das pernas de Miguel e me aproximo de seu membro. Eu passo minha língua lentamente e ele geme. É impossível explicar o que isso desperta em mim. Nesse momento tudo o que eu quero é senti-lo e ouvi-lo sentindo prazer. Eu o lambo ainda com mais vontade e quando o chupo ele me puxa os cabelos gemendo alto demais. Eu sorrio provocativa e continuo, agora mais intenso e logo com o auxílio das mãos. Miguel segura minha nuca e me puxa pra cima com delicadeza, beijando-me. Ele me envolve a cintura e caminhamos até uma das paredes do quarto. Ele me encosta nela e logo nosso beijo ganha urgência. Miguel interrompe o beijo e abocanha um dos meus seios, chupando-o intensamente. Eu puxo seus cabelos com uma certa força e ele segue para o outro repetindo a ação. Inclino a cabeça pra trás e quando me dou conta ele está descendo com chupões em direção a minha virilha. Sem demora ele passa a língua em meu íntimo, eu gemo enquanto abro minhas pernas. Ele está ajoelhado diante de mim, segurando-me pelo quadril. Eu ainda tenho minhas mãos em seus cabelos. Ele então surpreende-me me penetrando com a língua. Miguel lambe oscilante e intensamente, indo com a língua cada vez mais fundo. Minhas pernas amolecem e eu me contorço tentando me desvencilhar, mas a parede atrás de mim e as mãos fortes de Miguel me impedem. Ele me massageia com o dedão enquanto me lambe. Eu tento me apoiar na parede, mas é quase impossível. Tento fechar as pernas, mas ele as abre. É uma deliciosa tortura que não me permite parar de gemer e contorcer descontroladamente. — Miguel! — Eu peço. — Ah!! — Eu gemo alto quando ele me penetra com um dedo. — Ai, meu Deus! Hmmmm...!!! Miguel! — Imploro contorcendo-me sobre as carícias dele, mas ele não para e acelera a penetração. Sinto meu corpo inteiro vivo. Ele retira o dedo e me contorna com a língua. A sensação de um toque suave e repetitivo em meu íntimo aumenta meu desejo. De repente ele me chupa com vontade e eu estremeço. — Hmm! Hã! — Gemo novamente, dessa vez quase inaudível. Já não tenho forças quando ele me invade com dois dedos de uma vez. — Ai, Miguel, Miguel, Miguel. — Eu me contorço tentando escapar das investidas e minhas pernas falham. Ele me segura pela cintura e me deita no chão subindo sobre mim. Miguel retira os fios de cabelo sobre meu rosto, me beija e me penetra e seguida. Nós gememos juntos! Eu envolvo as pernas na cintura dele e arranho suas costas. Ele beija meu pescoço, meu colo e minha boca novamente. Eu sorrio com o carinho e ele sorri também. Nós dois estamos ofegantes, mas Miguel diminui o ritmo. Ele me olha nos olhos enquanto me invade com delicadeza e seu olhar fala tudo que sua boca teme dizer. ...— Alô? — Eu digo ao celular apoiando-o entre meu ombro e minha orelha enquanto coloco um gravador dentro da bolsa.— Ligia? Caramba, até que enfim! Já tava ficando preocupada, te liguei ontem à noite, hoje mais cedo e nada.— Irene? — Ué, que mais? Poxa, que falta de consideração sua!— Ai, desculpa, Irene, eu nem vi suas chamadas. Tô aqui na correria indo pro jornal, tô atrasada, perdi a hora. — Eu falo calçando minha sandália. — Cê não devia tá na agência?— Eu TÔ na agência. Desde cedo, aliás. Vem cá, cê disse que perdeu a hora... Não vai me dizer que ficou até tarde esperando um sinal daquele cara!? — Ela fala repreensiva e eu paro o que estou fazendo para segurar o celular na mão.— "Esse cara" tem nome, tá, Irene?! E o Miguel — Falo sorrindo dando ênfase ao nome dele. — veio aqui ontem à noite. — Ah... Tá...!!! Agora tá explicado seu atraso. Vem cá, pelo menos ele se dignou a te dar uma satisfação antes de você abrir a porta do seu quarto pra ele?— Ah, Irene! — Eu reviro os olhos e me levanto do sofá. — Você tá muito mal humorada hoje, viu?! Que que é, brigou com o Caio?— Ai, Ligia, não dá mesmo pra conversar com você, né?! Da próxima vez que esse navegador te deixar sozinha, não vem chorar no meu colo não.— Tá, tá, tá bom, Irene. Desculpa, vai?! Minha noite foi tão boa, não vamos começar o dia brigando. — Eu digo tentando apaziguar as coisas, respiro fundo e mudo de assunto. — Mas afinal de contas cê não me ligou só pra saber se eu tô viva, né?!— Hmmm... — Ela balbucia num tom de deboche como se estivesse dando a língua do outro lado da linha. — Cê não quer almoçar comigo? O movimento na agência hoje tá mais tranquilo, graças à Deus.— Nossa!! Uau! Que milagre é esse?— Não debocha, vai. — Ela fala sério e eu sorrio.— Irene, eu sei que é quase um evento você com tempo livre, mas infelizmente eu não vou poder. Eu tenho uma matéria externa hoje super importante, não sei nem se vai dar tempo de almoçar.— Deve ser importante mesmo, nunca te vi deixar o trabalho te tomar inteira, pelo contrário, você tá sempre apontando isso em mim como um defeito.— Cê vai começar outra vez? — Pergunto destrancando a porta de casa para sair.— Tá bom, tá bom. Não tá mais aqui quem falou. Mas vem cá, será que jantar você pode? — Ela pergunta e eu continuo caminhando até meu carro.— Jantar? — Respondo pensativa destravando-o e paro por um momento. — Bom, eu não marquei nada com o Miguel, acho que ele vai ficar na ONG até tarde também.— Acha? — Ela me interrompe. Eu ignoro e entro no carro.— Irene, eu vou dirigir agora. A gente se vê mais tarde, às 19h, pode ser?! Te envio uma mensagem confirmando o lugar. Beijo! — Não espero pra ouvir a resposta e logo desligo. Ligo o carro e sigo pro jornal. A manhã foi complicada e corrida, no início da tarde eu e Antônio, meu parceiro fotógrafo de anos, fomos para a externa. Passei a tarde inteira entrevistando na rua e na hora das fotos consegui convencer meu entrevistado a fazer parte ao ar livre e a outra metade no estúdio do jornal. Já estava quase anoitecendo quando fizemos uma pausa curta e enquanto Antônio foi ao banheiro eu aproveitei pra checar as fotos. — Ligia! — Antônio me chama aproximando-se com um prato com um sanduíche natural e integral e um copo de suco de graviola. Eu deixo a câmera sobre a mesa de maquiagem improvisada no canto do estúdio. — Aqui, eu trouxe pra você, cê não comeu o dia todo. — Ele fala estendendo-me o pratinho e o copo, eu pego sem fazer cerimônia.— Brigada, Tony. Ué, cê não tinha ido ao banheiro? De onde é que... — Eu digo erguendo o prato enquanto coloco o copo sobre a mesa e ele logo me responde.— Tá bem, eu confesso. Pedi pra galera que tava saindo pro almoço atrasado. Não sei se acertei, mas...— Imagina, você já foi tão gentil, obrigada. — Falo para em seguida dar uma mordida no sanduíche. — Hm, — Balbucio mastigando. — cê comeu? — Não, eu tô bem, tudo bem. — Ele diz timidamente.— Que isso, Tony, imagina se eu vou ficar aqui comendo enquanto cê tá aí de barriga vazia.— Não, tudo bem, eu belisquei alguma coisa.— Ah, não, pelo menos então dá uma mordida pra eu ficar tranquila, vai! — Falo divertida esticando o sanduíche na direção dele e ele ri.— Dona Ligia tá mais ali pra dentro na sessão de fotos. — Ouço alguém gritar ao fundo, a voz parecia a de Bruna, uma das jornalistas estagiárias.— Pera aí, Ligia, não. — Antônio diz segurando minha mão e nós dois rimos. — Só um pedacinho, vai. — Eu digo e ele se rende mordendo um pedaço. — Bom? — Eu pergunto e ele nega com a cabeça. Nós rimos novamente.— Que que cê tava fazendo aí? — Ele fala apontando para a câmera na mesa atrás de mim. Eu deixo o prato sobre ela, bato uma mão na outra limpando o farelo, me viro de costas pra ele e a pego. — Tava vendo isso, dá uma olhada. — Eu digo e ele olha para a pequena tela da câmera por cima de um do meu ombro.— Caramba! Ficou boa mesmo, não tinha notado.— Num é?! Nem vai precisar de edição, é essa com certeza! — Falo animada e de repente um barulho de algo se espatifando no chão nos faz afastar-nos um do outro. Eu logo me viro para olhar. No chão uma bandeja com copos de café entornado, uma garçonete agachada e um homem alto de costas ajudando-a recolher o que caiu. Eu imediatamente o reconheço. — Miguel?


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