Trust escrita por katiclover


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capítulo novo (e não é o último como previsto haha)
Aproveitem!!! Boa leitura!



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Anteriormente em Trust...

– Pai?

– Hum?

– Não a deixe sozinha.

– Nunca mais. – sorri, indo em direção ao meu quarto para descansar um pouco e depois refazer o mesmo caminho de algumas horas atrás, caminho que eu faria quantas vezes fosse necessário para estar ao lado dela. Pois não importa onde ela esteja, eu estarei lá. Hoje e sempre.

...

Kate’s POV

Eu estava ofegante, meu corpo estava dolorido, mas isso não me impedia de correr cada vez mais rápido. Eu não podia parar. Eu precisava me afastar, porém os meus esforços não pareciam ser suficientes.

Olhei então para trás e não o vi. Tampouco o barulho incessante de seus longos e rápidos passos.

Parei.

Respirei fundo e em questão de segundos vi tudo começar a se silenciar e se apagar. De repente, eu estava sozinha. Não mais naquele lugar frio, cercado de árvores e folhas no chão, que anunciavam a chegada de qualquer um que estivesse próximo. Tudo sumira, e agora tudo o que eu via era o escuro.

Abri os olhos.

Estava deitada e havia um bipe constante no ambiente. Continuei encarando o teto e piscando devagar. Virei minha cabeça aos poucos, na direção de onde se ouvia uma segunda respiração, compassada e calma, diferente da minha.

A única iluminação presente no quarto vinha de um abajur fraco ao meu lado, e de algumas luzes acesas em um monitor. O mesmo de onde vinham os bipes. Ainda assim, identifiquei seu rosto. Dormindo tranquilamente, encolhido em uma posição desajeitada e até mesmo engraçada em uma poltrona a alguns metros. Estiquei meu braço e alcancei o relógio na mesa ao meu lado.

03:07.

O que Castle estaria fazendo aqui no meio da madrugada? Tenho absoluta certeza de que estava sozinha antes de pegar no sono.

Pensei em levantar e ir até ele, mas não o fiz. Devolvi o relógio ao seu local e me virei para o outro lado, dormindo instantaneamente.

...

A luz do sol me despertou, porém não abri os olhos. Uma incrível sensação tomou conta de mim quando me lembrei de que receberia alta dentro de algumas horas. Sorri e abri os olhos, passando-os por todo o quarto, parando na porta quando o trinco se moveu.

A enfermeira entrou. Era Ana. Era ela quem passava a maior parte do tempo comigo enquanto eu estava aqui, e eu já havia conversado bastante com ela. Sempre me perguntava sobre Castle, pois na maioria das vezes que veio me trazer os alimentos e medicações, ele estava aqui. Contei a ela um pouco sobre nossa relação e o quanto ele me fazia bem. O que me fez recordar sobre algo que me perturbava.

– Bom dia, como se sente? – ela entrou sorrindo com uma bandeja em mãos. Entregou-me o comprimido, e eu respondi:

– Imensamente feliz, recebo alta hoje!

– Que bom, Kate! Sua recuperação está sendo realmente ótima, nem parece que enfrentou a morte de perto pela segunda vez como me disse outro dia. Bom, acho que você teve uma ajudinha de um certo alguém para isso, não é mesmo? – disse ela sorrindo.

Sorri de volta e aproveitei que ela tocou no assunto para tirar minha dúvida.

– Ana... Falando nisso, você viu o Castle por aqui hoje?

– Não... – ela respondeu com um leve ar de interrogação.

– E ontem à noite?

– Hum... – ela levou o indicador até os lábios e pensou por alguns segundos, antes de continuar – Ele estava aqui ontem à tarde, certo? Lembro de esbarrar com ele no corredor e depois cumprimenta-lo.

– E depois disso? Quer dizer... Mais tarde... Depois que tomei o último remédio e você apagou as luzes.

A expressão dela agora foi de confusão.

– Não... Era tarde, quase dez horas. Fui para casa alguns minutos depois.

Fiz que sim com a cabeça e respirei fundo, enquanto ela voltou sua atenção ao bloco de anotações que tirou do bolso.

– Será que eu estava sonhando?

Sussurrei para mim mesma, percebendo que falei um pouco alto demais, pois ela me encarou de volta.

– Desculpe?

– Eu... Não é nada. Só pensando alto. – sorri.

Ela se despediu e deixou o quarto, esbarrando com meu pai na saída.

Rick’s POV

Acordei pouco depois das oito da manhã e ela ainda dormia. Saí silenciosamente me encaminhando para a lanchonete do hospital.

Após algumas xícaras de café decidi voltar e levar um mimo para ela. Olhei mais uma vez no relógio. Nove e vinte. Ela provavelmente já estaria acordada.

Subi para o andar de seu quarto e caminhei pelo corredor, com seu copo de café em mãos. Quando cheguei à porta de seu quarto, ela estava entreaberta, e logo percebi que ela não estava sozinha.

Reconheci a voz de seu pai e decidi me afastar e dar a eles um pouco de privacidade, já que Jim estava sem vê-la há mais tempo. Ao dar meia-volta para ir para a sala de espera não pude deixar de escutar o que ele dizia e mesmo sabendo ser errado, permaneci ali.

– Sinto muit, Kate.

– Pai, já disse que entendo. Não tem com o que se preocupar.

– Ainda assim... Gostaria de ficar por perto.

– É uma viagem importante, Pai. Talvez você nunca receba uma chance como essa novamente. Você merece isso. Olha... Eu prometo te dar noticias. Em uma semana, já estou de volta ao trabalho, à minha rotina, e tudo vai voltar ao normal. Assim que você estiver de volta, nós marcamos algo para matar a saudade e conversar com mais calma.

– Tem certeza que vai ficar bem?

– Sim. Prometo. Se te faz sentir melhor, já combinei de chamar Lanie para passar algumas noites comigo.

– Você sabe o quanto eu lhe amo, certo?

Observei ele se aproximar e abraça-la, ao que ela retribuiu. Quando se afastaram, bati de leve na porta, entrando.

Jim sorriu quando me viu, acompanhado de Kate. Caminhei até eles e Jim estendeu a mão para mim. Depois, segui para a cama onde Kate se encontrava sentada. Me aproximei e lhe dei um leve beijo na bochecha, observando-a corar levemente.

Me afastei rapidamente e depositei o copo que segurava na mesa ao lado.

– Trouxe café. Acho que está sentindo falta, já que que imagino que a comida que você está recebendo não é das melhores...

Ela riu, respondendo:

– Acertou em cheio... – ela pegou a bebida, dando um longo gole.

Jim bateu de leve no meu ombro, e se aproximou mais de Kate. Abraçou-a e beijou o topo da sua cabeça.

– Bom... Preciso ir. Foi bom vê-la, e como está em boa companhia, fica menos difícil te deixar.

Ela trocou um breve olhar comigo e eu pisquei para ela, recebendo um sorriso em troca.

– Tchau, Pai. Obrigada por ter vindo, e mais uma vez, não se preocupe comigo. Vou ficar bem.

– Amo você, Katie.

– Eu também, Pai. Boa sorte.

Afastou-se e virou em minha direção se aproximando. Me deu um abraço e sussurrou de modo que Kate não ouvisse:

– Cuide bem da minha filha.

Eu apenas assenti de leve, vendo-o sair.

Assim que fechou a porta, me senti mais confortável para me aproximar. Parei ao seu lado, massageando de leve a sua mão livre.

– Obrigada pelo café, Castle. Está maravilhoso.

Sorri para ela, sentando na beira da cama.

– Já sabe que horas irá sair?

– Sim... Dr. Marcos passou aqui ontem à noite para me desejar uma boa recuperação e assinar minha alta, pois não irá vir ao hospital hoje. Meio-dia, ainda faltam quase duas horas... Acho que até poderia sair antes, mas preciso de um tempo para arrumar tudo. Lanie exagerou no tamanho da mala, como sempre... – nós dois rimos e depois nos encaramos.

Resolvi que era melhor falar logo o que estava em minha mente, antes que alguém me interrompesse como já havia se tornando hábito.

– Ouça, Kate... Quando estava voltando da lanchonete encontrei a porta do seu quarto entreaberta, quando percebi que o seu pai estava aqui, eu me afastei. Porém voltei a me aproximar quando ouvi o que ele estava dizendo. Ele está preocupado, certo? Com a sua recuperação, e sua volta para casa.

– Castle, eu já conversei com ele sobre isso... Bom, você sabe certo? Acredito que ouviu a conversa até o fim. – ela revirou os olhos e balançou a cabeça negativamente, rindo. – Está tudo bem, é que... – sua expressão voltou a ficar séria – Na outra vez, ele estava lá. Sabe, ele passou todos os dias comigo, certificando-se de que eu estava bem e não iria a lugar nenhum sem o seu consentimento. Isso o passava segurança... Dessa vez, novamente ele me disse para ficar em sua casa, mas eu recusei, pois foi realmente difícil da última vez. Ele então se ofereceu para passar essa semana em meu apartamento, o que eu aceitei imediatamente. Mas então essa viagem surgiu... É como se fosse uma seleção para um novo cargo, e ele espera por isso há anos. Não havia necessidade de cancelar algo tão importante apenas para ficar comigo, sendo que estou bem. Só que... Bem, não é fácil fazê-lo entender isso.

– Eu sou pai também, Kate. Sei como é... Ficaria exatamente do mesmo jeito se fosse com Alexis. - suspirei, ganhando tempo para continuar - Mas enfim, voltando ao meu objetivo... Olha, não sei como você está se sentindo em relação a tudo que aconteceu, mas quero que saiba que me importo muito com você. Não consigo evitar imaginar o que seria de mim se você não estivesse aqui, agora.

Dei uma pausa e ela suspirou, desviando o olhar para baixo. Continuei:

– Kate... Quando você... Bem, quando foi baleada, você me pediu um tempo. Dois meses que foram uma eternidade para mim, ainda mais sem ter qualquer notícia sua. Então eu te peço que, por favor, não me afaste dessa vez.

Ela me olha novamente, e eu espero que ela diga alguma coisa, mas tudo que encontro são as lágrimas começando a se formar em seu olhos.

– Hey... – me aproximei mais, acariciando seu rosto de leve. – Não chore. Está tudo bem.

– Me abrace, Rick. – ela sussurrou com a voz entrecortada por conta do choro.

Puxei-a para os meus braços devagar, e acariciei seu cabelo enquanto sentia-a respirar fundo com o nariz enterrado em meu pescoço. Ficamos alguns longos minutos assim, até que ela me afastou.

– Sinto muito... Naquela época eu... Eu sei que deve ter sido muito difícil pra você, mas eu simplesmente tinha medo. Não conseguia me deixar apegar, ou assumir o que eu sentia. E tudo o que aconteceu foi um grande choque pra mim. Eu...

– Kate! – interrompi – Vamos pensar apenas no presente, está bem? Sei que precisamos conversar sobre tudo, mas não agora. Faremos isso quando estivermos ambos prontos. Sem pressa.

Ela assentiu e abriu um leve sorriso, me tranquilizando.

– Então, o que eu quero dizer é que eu também não gostaria que ficasse sozinha durante esse tempo. Kate... Fique comigo no loft.

Notei que o corpo dela retesou um pouco e ela desviou o olhar rapidamente. Respirou fundo e segurou minha mão, acariciando-a com o polegar.

– Rick, eu agradeço seu convite e sua preocupação. De verdade. Significa muito pra mim. Mas, eu realmente prefiro ficar em casa. Não me leve a mal, mas eu preciso desse tempo.

Resolvi não pressioná-la, e dar o tempo que ela precisava. Na realidade, posso dizer que já esperava por essa resposta. Afinal, é de Kate Beckett que estou falando.

Concordei e sorri, notando que isso a fez voltar a relaxar.

– Bom, então vou te ajudar a organizar tudo, e te dou uma carona. Isso você aceita, certo?

– Sem dúvidas. – ela sorriu novamente, estendeu a mão e eu ajudei-a a se levantar, pronto para dar todo o apoio que ela precisasse.

Nós iremos encontrar nosso caminho de volta, não importa quanto tempo demoremos a fazê-lo.


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Notas finais do capítulo

Comentem! :)



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