Uma Mina diferente. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Lembranças.




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P.O.V. Drácula.

Elas eram tão parecidas que era de dar medo. Eu sabia que era ela, a minha Ilona.

—Nossa Lucy! O que você fez no cabelo?

—Pintei. Gostou?

—Ficou lindo.

As duas caminhavam pela calçada quando uma carruagem vai na direção delas.

—Cuidado Mina!

Gritou o senhor Harker. Lucy a puxou pouco antes da carruagem capotar no lugar onde ela estava.

—Você está bem?

—Estou. Obrigado.

—De nada.

—Perdão senhoritas, eu perdi o controle. Algo assustou os cavalos.

—Tudo bem. Foi um acidente e ninguém se feriu.

—Mas, ainda assim. Sinto muito.

—Tudo bem.

—Melhor irmos pra casa.

—Vamos tomar uma água.

Depois disso eu fui até a casa dela.

—Olá senhor Murrey. A Mina está?

—Sim. Entre por favor.

—Com sua licença.

—Toda.

Ela estava sentada lendo um livro.

O pai cutucou-lhe o ombro.

—Querida.

—Sim papai?

—Você tem uma visita.

—Olá senhor Grayson. Como vai?

—Vou bem. Você está bem?

—Estou.

—É que eu vi o acidente. Todo.

—Acidente? Do que ele está falando Mina?

—Nada papai. Não se preocupe.

—Willelmina Murrey! Me conte essa história direito.

—Willelmina?

—Isso. Mas, prefiro Mina.

—Ande. Comesse a falar.

—Um cocheiro perdeu o controle da carruagem. Algo assustou os animais e eles ficaram sem controle daí a carruagem quase nos atropelou.

—Nos atropelou?

—Sim. Lucy e eu.

—Felizmente não estava sozinha.

—Foi o Jonathan que a avisou. Ele gritou do outro lado da rua.

Notei que ela usava apenas uma camisola com um lindo roupão por cima.

—O que foi? Estou com batom nos dentes?

—Não.

—Mesmo?

—Mesmo. Você está linda.

Ela me deu um lindo sorriso.

—Obrigado. Você também está.

—Obrigado.

—Disponha.

—Notei que você está sempre com esse medalhão no pescoço. Onde o conseguiu?

—Foi presente da minha mãe.

—Onde está ela? Gostaria de conhecê-la.

—Ela faleceu no ano passado.

—Sinto muito.

—Tudo bem.

—Qual era o nome dela?

—Elisabeth James Murrey.

—Meus pêsames.

—Tudo bem. Mas, chega de falar de mim. Me conte sobre você.

—O que quer saber?

—Tudo.

—Eu nasci nos Estados Unidos, ano de 1431.

—1431?

—Não, me desculpe. 1931.

—Ah.

—Morei em Sighisoara e Bucareste. Fui casado uma única vez em toda a minha vida.

—Qual o nome dela?

—Ilona. Ela foi o meu único e verdadeiro amor.

—Own. Que romântico.

—O que aconteceu com ela?

—Eles a queimaram.

—Queimaram? Como faziam com as bruxas na época medieval?

—Foi.

—Coitada. E ninguém a ajudou?

—Infelizmente não.

No dia seguinte eu a levei até a mansão onde ela se sentiu muito a vontade.

—Isso é estranho.

—O que?

—Me sinto melhor aqui do que em minha própria casa.

—Isso é uma coisa boa.

Mina sorriu.

—Senhor. O senhor Medley o espera na sala de reuniões.

—Com licença, volto assim que puder. Sinta se livre pra andar por ai.

—Obrigado.

P.O.V. Mina.

Esse lugar é tão familiar. É como se eu já estivesse estado aqui antes.

Caminhei por um longo tempo até que algo me chama a atenção. Parecia um altar.

Estava repleto de rosas e velas, mas o quadro no centro me deixou chocada.

—Eu sou igual a ela.

Vi o vestido e o colar. Tinha que testar a teoria, saber se não era coisa da minha cabeça.

Depois de ter colocado o vestido e o colar me coloquei de frente para o espelho que havia lá.

—Isso é de dar medo. Eu sou igual a ela.

—Mina.

Ele cutucou-me.

—Eu sou igual a ela. Porque eu sou igual a ela?

—Porque você é a minha Ilona.

—Minha cabeça está confusa.

—Porque meu amor?

—Minha vida toda eu fui a Mina Murrey, mas agora você aparece e diz que eu sou Ilona. Agora eu não sei mais quem eu sou.

—Você é as duas.

P.O.V. Drácula.

Depois da reunião eu fui procurá-la e a encontrei usando as roupas de Ilona se olhando no espelho e comparando com o quadro.

—Isso é de dar medo. Eu sou igual a ela.

—Mina.

Disse cutucando seu ombro.

—Eu sou igual a ela. Porque eu sou igual a ela?

Depois de um breve diálogo ela pediu.

—Será que posso comer alguma coisa por favor?

—Claro, vamos lá.

—Não é melhor eu trocar de roupa?

—Pode ficar com ela.

—Reinfield!

—Senhor?

—Traga-me um chá com biscoitos.

—É pra já senhor.

Ela comeu e então veio aquela temida pergunta:

—Não está com fome senhor Grayson?

—Não. Eu já comi.

—Quando?

—Na reunião.

—Ah. Então tá.

—Ela era minha mulher. Ilona.

—Oh, sinto muito. Mas, esse vestido me parece ser antigo.

—O que você sabe sobre Vlad Tepes?

—Sei que ele empalava pessoas, era um príncipe e supostamente vendeu a alma para Satanás e se tornou o primeiro dos vampiros.

—O que mais?

—Ele morava na Transilvânia que fica na Romênia.

—Muito bom.

—A armadura dele está em exposição no museu de Bucareste e foi por causa dele que os otomanos perderam a guerra.

—Incrível.

—Mas, porque tanto interesse nele?

—Sabe, eu não sou como você. Eu sou mais resistente, mais forte, mais rápido.

—O que quer dizer?

—Veja bem, eu nasci em 1431 na Romênia.

—Por favor, olha pra mim ao falar. Lembre-se que eu não posso te ouvir.

Ela ficou apavorada.

—A sua magia está além da minha compreensão. Tentei manter meus sentimentos trancados, mas eu não posso.

Você me fez querer mais do que eu posso ter. Me fez querer caminhar no sol.

—Eu pertenço a você e você pertence a mim.

Toquei o rosto dela e ela estremeceu.

—Eu amo você Mina.

—E eu amo você.

—Te dou a minha palavra que nunca vou deixar ninguém te machucar.

—Existem mais pessoas como você?

—Não. Como eu não, mas existem outros da minha raça.

—Faça-me como você.

—Não. Isso seria uma abominação.

—Porque?

—Porque eu sou um monstro que se alimenta da vida dos outros.

—Isso é a parte ruim. Mas, tudo tem seus prós e contras.

—E os prós, quais são?

—Viver pra sempre, poder viajar e conhecer o mundo porque você tem tempo para fazê-lo. Ser sempre bonito e jovem.

—A eternidade parece um sonho até você perceber que vai passa-la sozinho.

—Porque não passa-la comigo?


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