Olhe duas vezes! escrita por Misofonico


Capítulo 4
Capítulo 4 - Detenções & Perucas Vivas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618865/chapter/4

Briana ficou sentada do lado de fora da sala esperando a sua vez chegar. Ela ainda sentia a mão formigar.

– Posso até me dar mal pela primeira vez, mas valeu a pena achatar aquela cara redonda de pizza velha... - Resmungou com a cabeça baixa.

Foi então que Dove saiu dando risadinhas e Briana entrou. Ela se sentou e contou tudo o que tinha acontecido. Desde os alunos a encarando e a tratando mal até o incidente com Dove no corredor. A diretora fez uma cara que Briana conseguiu ler como um livro. Ela não acreditara em nada. A diretora tossiu e fixou o olhar em Arya.

– Olha Briana, eu sei que você é nova e ainda está se adaptando a escola, é difícil fazer amizades com os adolescentes hoje em dia, seus grupinhos são bem impermeáveis, mas só porque você não foi aceita na Equipe de Torcida e sentiu inveja de toda a atenção e amigos que a Dove tem você não pode agredi-la. - Disse com o cenho fechado.

Briana ficou em estado de choque, não sabia o que dizer.

– Eu não senti inveja dela! E eu não me inscrevi para entrar na Equipe de... - Disse a garota indignada.

– Briana, poupe-me de suas mentiras. Eu te vi a agredindo e ela tem testemunhas que comprovam que você fez a audição, além de eu ter recolhido isso hoje pela manhã - A Sra. Parker disse interrompendo Briana de continuar falando.

A diretora abriu a gaveta da mesa e tirou uma folha de papel com os dizeres no topo: Inscrições para a Equipe de Torcida – Pelicans. E no final da lista estava escrito: Briana Falk. O queixo da garota caiu. Dove armara uma emboscada perfeita. A garota sentia-se como um urso que caiu na armadilha de um astuto caçador.

– E-Eu posso provar que essa letra não é minha! - Gaguejou rapidamente.

– Não tente enganar a si mesma, Briana! Detenção hoje às 15h00min mocinha - A diretora já impaciente disse anotando algo num papel e entregando à garota.

Briana não podia ver Dove na frente se não a faria em pedacinhos. Depois que as aulas se encerraram Tripp foi buscar Briana. Ela subiu na garupa da moto e logo estavam em casa. Tripp perguntou para a garota ao levar a mochila dela até o quarto, e por sinal, pesava toneladas:

– Como foi dia? Caso se sinta à vontade pode falar sobre a detenção, ou não se quiser...

Briana suspirou percebendo que a diretora já informara o irmão do ocorrido.

– Longo! - Disse a garota pedindo o irmão para se sentar.

Após Briana contar detalhe por detalhe do primeiro dia.

– Se você quiser nós podemos tentar desmentir essa garota! A Melissa tem um primo que é advogado e quem sabe... - Exclamou Tripp seriamente.

– Eu não acredito que estou dizendo isso, mas vou recusar a sua ajuda Tripp... - Interrompeu a irmã do rapaz.

O garoto abismado abriu a boca para falar, no entanto não teve chance, ela continuou dizendo:

– Eu andei lendo alguns livros de A Psicologia Adolescente III e aprendi que não se combate fogo com fogo. Se eu tiver uma boa conversa com ela e não revidar os insultos, com certeza acabará, acredite! E é bom que eu aprenda a me virar sozinha com esse tipo de situação.

Tripp respirou fundo e o soltou com força mostrando não concordar, porém disse à irmã:

– Apesar de eu não concordar, eu te apoio! Se for o que você quer, quem sou eu para discordar?

Ela rapidamente abraçou o irmão apertado.

– Obrigado! Eu te amo Tripp. - Exclamou a garota o soltando.

Ele beijou a cabeça da garota e disse se afastando e indo em direção à cozinha:

– Sabe o que vai fazer você se sentir melhor? Um grande pote de sorvete de menta com chocolate e um bom filme de comédia!

Briana recebeu uma mensagem de texto após o irmão falar dizendo: A detenção foi adiada hoje devido a uma virose que o Sr. Smith contraiu.

– Sra. Parker.

Tripp entregou um pote de sorvete à irmã juntamente com uma colher de sorvete, ligou a televisão, abriu a Webflix, selecionou Senhor Carecca e o Caso da Peruca Viva e assistiu com a irmã durante algumas horas. Riram até a barriga doer e às lágrimas acabarem. Briana esqueceu completamente os problemas na escola. Foi então que a garota recebeu uma ligação com uma voz conhecida dizendo em tom bravo:

– Briana, a detenção começou há 1h: 37m e já até acabou! Por que não estava presente?

– Mas a detenção foi cancelada. A senhora me mandou uma mensagem de texto avisando... - Respondeu calmamente.

– Sério? Porque eu não me lembro de tê-la enviado! Acabei de chegar, vim ver o que estava acontecendo com você pessoalmente, abra a porta. - A diretora disse rispidamente.

Arya ouviu o som da mão da mulher batendo na porta de madeira como um pica-pau à procura de alimento. Ela deixou a diretora entrar e disse desbloqueando e procurando a mensagem:

– Eu posso provar que recebi a mensagem!

A diretora assentiu. Briana começou a suar frio quando não estava encontrando o torpedo.

– Vamos lá, cadê você? - Sussurrou aflita.

A diretora olhou por cima do ombro da garota procurando a mensagem, mas não ficou satisfeita ao não obter êxito nisso. Briana sentiu o coração acelerar.

– Não está aqui, mas eu te juro que eu a recebi. O Tripp é testemunha... - Afirmou e esperando a mulher concordar com a ideia.

– E quem garante que ele não está mentindo também para te ajudar? Se você não quisesse ir à detenção era só não ter aprontando e não ficar mentindo e inventando essas historinhas bobas para se safar... - A Sra. Falk falou friamente.

Tripp a interrompeu dizendo em tom sério:

– Ela recebeu a mensagem, eu estava presente...

Mas a mulher ficou ainda mais irritada.

– Não complique ainda mais o caso da Sra. Falk, quieto! Briana eu sinto dizer, mas você ficará na detenção até o resto da semana e é bom que você apareça em todas se não se considere expulsa! - Cortou-o quase gritando.

A diretora se despediu e saiu em dando passos fortes para demonstrar sua irritação. Arya ficou olhando para o rosto do irmão, ainda abismada.

– O que é uma semana de d-detenção? Você consegue numa boa Briana, adora estudar não é? É isso que você fará lá... - Tripp disse gaguejando e tentando parecer confiante.

Briana tapou o rosto com as mãos ainda sem entender o que aconteceu.

– Eu não tenho mais nada para falar! Vou fazer meu dever de casa, estudar mais para as Olimpíadas de Matemática e tentar esquecer tudo isso... - Falou já saindo do sofá e desligando a televisão.

A garota foi para o quarto com a cabeça baixa, o que partiu o coração do irmão. Briana deitou-se na cama, pegou seu material e fez a tarefa de casa rapidamente. Após termina-la pegou outro livro de matemática e começou a grifá-lo e estuda-lo, mas dessa vez não conseguia se concentrar direito. Ficava pensando em como seu dia foi horrível e se o próximo seria um pouco melhor, mas a garota sabia no fundo do coração que estava tentando convencer a si mesma. A cena de Dove perguntando como Briana conseguia dormir à noite depois do que fez não saia da sua cabeça. A garota concluiu que o fato dos outros alunos estarem a evitando estava ligado a essa mentira contada por Dove, de que Briana fizera algo terrível. Briana estava determinada a descobrir no dia seguinte pelo que a estavam culpando e provar sua inocência. Ela se sentiu um pouco aliviada e seu foco voltou rapidamente para os estudos naquele momento. Depois de alguns minutos Tripp bateu na porta, abriu-a e colocou a cabeça para dentro do quarto dizendo:

– Vou ensaiar com a banda na casa do Zack. Volto depois, tchau!

Briana assentiu e após a porta se fechar continuou a estudar. De repente seu celular tocou, o que a assustou, fazendo-a bater a cabeça na prateleira perto da cama.

– Sra. Falk de acordo com a autópsia seu pai faleceu devido a um traumatismo craniano, causado por fortes golpes com um objeto de madeira, já que encontramos uma farpa – Disse o Xerife Johnson rapidamente – E foram encontrados alguns objetos na caçamba. Um taco de baseball ensanguentado, um molho de chaves, uma fotografia do seu pai com um X feito em batom e obviamente, um batom. As pegadas ainda estão sendo investigadas. Quando eu obtiver mais informações entrarei em contato. Preciso realmente ir, adeus...

– Obrigada por me manter informada e tchau para você, Xerife! – Respondeu Briana, massageando o galo que se formara em sua cabeça. A garota voltou novamente aos estudos e orava para não ser interrompida mais uma vez. Depois de algumas horas, após concluir sua meta diária de estudo, a garota pegou seu notebook e acessou seu blog favorito: Química é Massa. Briana sempre se divertia lendo as mais diversas curiosidades, reportagens e piadas que envolviam desde química até biologia, física e astronomia. Foi então que ao abrir o navegador para entrar no site que queria uma notícia chamou sua atenção: Dois corpos encontrados em antigo armazém. Briana clicou na reportagem e começou a ler tudo atentamente o que a deixou de boca aberta. Uma senhora e um rapaz foram encontrados com as mesmas características que ela encontrou seu pai: Membros amarrados e mordaças. A diferença era que a foto da senhora estava cortada em pedacinhos e a do rapaz queimada. A garota percebeu que o mesmo indivíduo que atacara seu pai continuava assassinando pessoas debaixo do nariz da polícia. Foi então que a orfã ouviu um barulho na cozinha. Um som de metal caindo no chão. O coração da garota começou a bater mais rápido. As pernas estavam duras e não saiam do lugar. A boca já estava seca, ao contrário da testa que estava úmida com o suor frio. Briana pegou o celular e ligou para Tripp. Caixa postal. Então pegou o taco de baseball, que Tripp a deu para se defender, abriu a porta do quarto que rangeu alto, desceu as escadas vagarosamente até a sala assustada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*E a, leu tudo? Deixe sua crítica e/ou elogio
* Notou algum errinho gramatical ou coesivo? Deixe-me saber, por favor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Olhe duas vezes!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.