A Cruzada escrita por DemonKingley


Capítulo 9
Miguel & Erika - Passado Obscuro


Notas iniciais do capítulo

Um pouco da família de Miguel (Sim ela existe) e também um pouco da família de Erika, embora não seja a hora deles aparecerem, quis dar uma pequena casquinha.

Gostei bastante dele por poder expressar melhor os sentimentos de Miguel e espero que gostem desse capítulo.

Como sempre, boa leitura meus miguxos



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— Não imaginei que você fosse fazer tudo aquilo — Elaine bebendo uma taça de bebida sorrindo com a historia que Miguel tinha acabado de contar. — Quer dizer então que você enfrentou Genbu para ter o direito de ser casar com Erika?

— Sim, eu fui obrigado a isso, mas acredito que Genbu tenha ficado chocado com o resultado final, digo sou uma pessoa horrível.

— Você venceu não venceu? — perguntou Julie se sentando ao lado de Elaine.

— Não, foi empate, no entanto ele usou tudo dele enquanto eu sequer me movi. Antes da nossa luta começar, eu falei que se ele me movesse eu seria derrotado e adivinha? Ele conseguiu me fazer recuar um passo, porem acabou desmaiando em seguida.

— Você podia ao menos ter lutado a sério… — eu disse. — Assim eu me sinto uma inútil que não vale nenhum esforço.

— Mas não vale mesmo, digo, na ocasião eu não tinha nenhum interesse em você.

— Na ocasião é? — disse Elaine com uma voz maliciosa. — Isso me pareceu romântico.

— Até parece — disse Miguel um pouco vermelho. — Irei me encontrar com Mikaela, parece que a irmã de Erika chegou.

— Eu também irei.

— Não Erika, fique e descanse. Você já fez muito.

Miguel se foi pegando a espada que eu dei a ele mais as duas que ele sempre carrega. Miguel durante a conversa nos contou varias historias dele, historias da Anarquia, sobre sua vida e batalha. Julie, por ser filha de um Duque parecia conhecer bastante as historias de batalha de Miguel, enquanto Elaine apenas curtia sorrindo. Mas em determinado momento ele citou que ele não era um membro original da Anarquia, que ele é substituto. Ele pareceu triste ao falar isso, pois ao que tudo indica o homem da função dele foi morto pelas costas por um membro da própria Anarquia durante uma batalha, não sei quem era, mas parece que era alguém importante para Miguel.

— Erika, como é sua irmã? — perguntou Elaine se deitando em minha cama. — Ela é parecida com você?

— Não, todas as minhas irmãs são guerreiras por natureza, diferente de mim elas tem cabelos pretos, porem os olhos são verdes também.

— É por que elas são guerreiras? — fez outra pergunta.

— Nossa mãe é diferente, minha mãe é uma herdeira de Anya e não meu pai. Meu pai assumiu o trono por um golpe da família Campbell, os Saint-Claire, que é a família de meu pai e os Warrods. Juntos eram os três clãs nobres e cada um deles continha um Duque que auxiliava a rainha e a achava tola, pois estavam sendo pressionados e a guerra estava quase perdida então os Saint-Claire exilaram a rainha e sua família assumindo o trono e os Campell e Warrods os ajudou.

— Eu não sabia disso. Quem diria que teve um golpe aqui em Anya, mas como seu pai conheceu sua mãe?

— Foi em Pargoto, minha mãe era uma dançarina de bordel e pelo que eu entendi ele acabou se envolvendo com ela mais do que devia. Até o dia que passaram dos limites e minha mãe engravidou, ela era a ultima herdeira de Anya e meu pai quando descobriu fez de tudo para cuidar de mim em segredo e longe dos holofotes. Meu pai sempre se sentiu culpado pelo que sua família fez, mas sempre foi fiel a causa então cresci junto a ele e minha mãe mesmo que as escondidas. Minha mãe morreu quando eu tinha seis anos e essa foto é tudo que eu tenho dela. — eu disse e tirei a foto de minha mochila e entreguei a Elaine. Nela continha Meu pai no lado direito e minha mãe ao lado esquerdo, ela era idêntica a mim e poderia até se dizer que somos irmãs gêmeas.

— E você foi bem recebida quando foi morar com sua outra família? — Elaine disse olhando a foto que eu acabara de dar a ela.

— Sim eu fui, minha madrasta sempre foi bem comigo assim como minhas irmãs.Meu pai decidiu me colocar como herdeira do trono por me achar legitima. Bem, eu acho que é isso. E minhas irmãs todas concordaram sem nenhum problema, pois nenhuma delas tem interesse em ser rainha.

— E ela também casaram com o homem mais forte do reino? — perguntou Julie.

— Sim, elas casaram com o homem mais forte em seu determinado momento, embora eu ainda ache que todos eles são inferiores a Miguel.

— Você não é muito modesta quando se trata de Miguel.

— Não fale isso Julie, mas é bem difícil ser modesta quando se trata do Miguel. Agora você Julie é uma verdadeira Incógnita. Só ouvia seu nome, mas nunca apareceu em festas. Durante seu treino com Mikaela você não foi acertada nenhuma vez, você parecia estar brincando… Quem realmente é você?

— Sou filha do Duque Bartolomeu e sucessora de seu legado como sendo sua filha mais velha e futuramente serei seu braço direito em seu reinado. Sou fiel a você princesa.

— Disso não tenho duvidas. Obrigado por me acompanhar, você também Elaine, são minhas preciosas amigas.

— Blablabla… Que nojo — disse Nora. Ela é minha irmã mais velha, tem vinte e sete anos pele branca e cabelos negros que chegam a sua cintura. — Miguel disse que estaria aqui então vim ver você. Parabéns maninha, se saiu muito bem.

— Obrigado Nora.

Duas semanas se passaram até que eu pudesse me mover novamente. A cidade como é uma republica elegeu um novo presidente e passou a ter relações amigáveis com Anya e se tornou nossa aliada. Mikaela e Miguel estavam próximos e isso me deixava irritada, mas Miguel disse para eu esperar por ele, então eu farei. Fora da cidade e a caminho de casa fomos pegos por uma tempestade repentina onde Mikaela fez uma grande casa usando as arvores em volta para nos abrigarmos.

— Não sabia que podia manipular arvores — disse Elaine secando seu cabelo.

— Posso manipular qualquer planta, eu uso rosas por achar mais bonitas, mas qualquer planta esta sobre meu domínio.

Eu olhei para Miguel que estava olhando para fora da casa observando a chuva. Seus olhos estavam fixo em linha reta e ele sequer piscava.

— Você já percebeu não é Mikaela? — ele perguntou encarando a chuva e a forte tempestade.

— Sim, o que pretende fazer?

— Eu irei — ele disse e pegou suas três espadas e caminhou para a chuva.

— Que cheiro estranho — disse Elaine. — É assustador.

Miguel saiu da casa e parou dez passos a frente. Ele olhou fixamente e um raio caiu bem próximo dele onde um homem apareceu. Cabelos loiros parecidos com o de Miguel e os mesmos olhos, tinha uma barba para fazer e empunhava uma espada comum.

— Por que você esta aqui? Como você esta aqui? Deveria estar morto.

— Eu estou morto. Unya me concedeu esse corpo, porem infelizmente ele só irá durar doze horas e mais de onze delas já se passou.

— Então esta aqui só para me matar e ter sua vingança?

— Correto — ele puxou sua espada. — Hora de termos uma batalha de verdade.

A batalha entre eles começou como se dois raios se colidissem. As espadas se encostando era como se trovões caíssem a cada segundo. Miguel parecia sério durante a luta enquanto seu inimigo sorria firmemente.

— Quem é esse homem — eu perguntei a Mikaela. — Como assim ele esta morto?

— Miguel contou a historia de que um homem foi traído e morto e o mesmo ocupou o lugar dele correto?

— Não me diga que…

— Sim, Miguel matou esse homem pelas costas. Miguel assassinou seu aliado a sangue frio para roubar o posto do mesmo. Miguel matou seu irmão mais velho para ocupar um lugar nomeado.

— Irmão?

— Sim, esse homem que esta na sua frente é Gabriel, irmão mais velho de Miguel.

Ouvindo aquilo, senti uma forte dor em meu peito. Nunca pensei que Miguel fosse do tipo que matasse um aliado, pois ouvir tais palavras me fez sentir insegura. Comecei a duvidar se deveria mesmo confiar nele, porem uma imagem veio em minha cabeça, o olhar triste de Miguel ao contar essa historia.

— Entendo... — eu disse com uma voz tremula.

— Eu sei o que esta pensando, mas não deveria se preocupar com traição. Por momento apenas se concentre na batalha e no desfecho dela saberá se deve ou não confiar nele.

Eu ouvi as palavras de Mikaela e olhei novamente para Miguel que fora joga no chão se sujando de lama. Ele se levantou e usando suas duas espadas atacou Gabriel que parecia estar dominando, pois ele parecia ter um conhecimento superior quando o assunto é batalha. As laminas cortavam os pingos de chuva enquanto agua e lama escorria pelo rosto de Miguel que deixava apenas seus olhos e boca amostra. Golpes rápidos foram trocados e no fim Gabriel gritou e usou uma força extra quebrando as duas espadas de Miguel e em seguida fincou sua espada no braço esquerdo de Miguel e o prendeu em uma arvore

— Como pensei, frente a frente sua chance de me derrotar é nula, agora entendo o motivo de você ter me matado pelas costas. Fraco. Sua força é ridícula para um membro da Anarquia, devia se sentir envergonhado. Assim como Loki, não sei o que fazem lá.

— Cala boca — disse Miguel com sua voz baixa. — Cala boca! — ele gritou e começou a puxar seu braço que fazia com que a espada de Gabriel fosse cada vez mais fundo, porem ele deu um soco no rosto de Miguel quebrando a arvore atrás dele e o fazendo cair na lama.

— Irei te mostrar algo Miguel. Eu nunca tive a oportunidade de mostrar isso em uma batalha e como morrerei em menos de uma hora, devo aproveitar essa oportunidade.

— O que é essa magia sendo acumulada? É a mais poderosa que eu já senti, superior a de Ethan — eu disse.

A tempestade ficou mais forte e furacões começaram a aparecer nas proximidades.

— Minha magia é a tempestade. Minhas espadas são raios. Oh grande deus, mostremos a todos o mundo onde a tempestade tomou conta e as milhares de espadas estão a cair sobre nossas cabeças. Mostremos a todos a verdadeira tempestade.

Nesse momento uma forte magia pulsou em seu corpo. Toda a realidade em que vivíamos parecia ser destruída, pois naquele momento tudo ao nosso redor desapareceu e apenas nossos corpos foram. Nesse mundo criado era um deserto onde uma forte tempestade estava a cair. Quando olhei para acima me assustei, pois varias espadas estavam grudadas nas nuvens apontadas para o chão. Chovia forte, porem nenhum raio caia sobre o local.

— Antares, a magia do sétimo sol Antares… Esse Gabriel é tão absurdo a ponto de usar a magia de um Deus… Isso me da calafrios — disse Mikaela com um sorriso de medo no rosto e olhando para Miguel. — O que ele fará?

— Princesa, esta tudo bem com você? — perguntou Julie.

— Sim, mas isso é estranho. Nunca vi alguém com poder o suficiente para criar uma realidade alternativa.

O marido de Anya fazia uma realidade alternativa, no entanto é bem diferente dessa — disse o arco.

As espadas saiam dentre as nuvens e ficaram na direção de Miguel e foram atiradas. Miguel pegou uma dessas espadas e usou para se proteger de todas as outras, porem uma entrou em sua perna e a outra fincou em suas costas. Gabriel começou a rir e em seguida bateu palmas para ironizar Miguel.

— Acabou? Esperava mais de você Miguel.

— Cala boca.

— Realmente patético.

Novas espadas foram arremessadas na direção de Miguel que rebatia usando uma espada e em seguida começou a correr na direção de Gabriel. Se desviou do maior numero de espadas possíveis e grande maioria perfurou o corpo dele, no entanto ele continuou a ir na direção de Gabriel. Sem medo. Com esperança ele atacou Gabriel que com uma mão quebrou a espada de Miguel e jogou uma espada que furou a outra perna do mesmo. Miguel gritou em dor, mas não caiu e acertou um soco no rosto do inimigo que foi arremessado ao chão.

— Ual, quem diria que conseguiria encostar um dedo sequer em mim — ele disse rindo muito. — Estou impressionado, mas ainda não é o suficiente. Apareça quatro espadas celestiais!

Quatro espadas gigantescas saíram dentre as nuvens, tinham algo em torno de dez metros cada e eram muito larga. Eu tentei me levantar para ajudar Miguel, porem Mikaela me impediu.

Sangue escorria por entre — Não atrapalhe. Essa batalha é dele.

— Mas ele esta perdendo, eu preciso ajudar!

— Miguel quer passar por esse obstaculo sozinho, confie em Miguel, ele não foi escolhido pelo sei pai atoa.

Duas dessas espadas voou na direção de Miguel que puxou a espada que eu dei a ele e usou para parar as duas espadas celestiais que caíram ao seu lado. Gabriel pegou uma dessas espadas celestiais e lançou a outra na direção de Miguel que com um grande salto desviou da ultima espada e correu na direção de Gabriel que levantou aquela enorme espada usando somente uma mão, apontou e atacou Miguel, onde o mesmo com a ponta da espada que eu dei a ele bateu na enorme espada mudando a rota da mesma que se chocou ao chão.

Naquele momento o caminho estava livre. Miguel com todas aquelas espadas fincadas em seu corpo não desistia. Continuava correndo. Gabriel vendo tudo aquilo deu um passo pra trás e atirou varias espadas pequenas em Miguel onde o mesmo se transformou em raio e desviou de todas e ficou ao lado de Gabriel e toda aquela realidade alternativa desapareceu nos levando de volta para a cabana. Fora da cabana avistei Miguel com sua espada enfiada no peito de seu adversário e ambos ajoelharam.

— Você realmente ficou bastante forte — disse Gabriel passando sua mão sobre o cabelo de Miguel. — Estou impressionado, conseguiu superar a magia de um Deus somente com a força de vontade. Digno de um Lumière. Você me mostrou sua luz, fico feliz em saber o quão forte se tornou — acrescentou cuspindo sangue.

— Lumière, então esse é o nome de nossa família?

— Sim, você merece saber de onde viemos e onde nossa família esta.

— Eles existem? Digo, eles estão vivos?

— Eles estão em uma cidade chamada Dorabor, dentro do reino de Drunger. Acho que nossa mãe ficara feliz em ver o quão forte seu filho se tornou — ele disse porem sua voz começou a falhar. — Eu só aceitei essa vida temporária para poder enfrentar você novamente.

— Não precisa mais falar nada irmão. Até que nos reencontremos novamente, adeus.

Gabriel começou a se desfazer como poeira e desapareceu nos braços de Miguel. As espadas fincadas em seu corpo havia desaparecido e ali apenas restou Miguel que começou a chorar fortemente. Era um choro que me doeu o coração em ver. Elaine ficou assustada ao ver Miguel chorando assim como Julie e eu me ajoelhei. Tampei minha boca e também comecei a chorar. Vendo o rosto de Miguel não só fiquei triste por ele, mas por mim também, senti nojo de mim por duvidar de Miguel, duvidar daquele que lutou ao meu lado e arriscou sua vida por mim, não sabia o que pensar naquele momento.

Mikaela foi até Miguel e se ajoelhou na frente dele. Ela botou a cabeça de Miguel sobre seu ombro e acariciou a cabeça do mesmo. O choro de Miguel por ter novamente matado seu irmão foi algo que me fez ver a humanidade nele, serviu pra ver o quanto ele mudou.

— Miguel — disse Mikaela acariciando o mesmo. — Vamos, precisamos voltar para Arucaro.

— Irei para Dorabor — disse Miguel se levantando. — Se minha família existe em algum lugar, devo procurar por ela.

— Mas, pretende ir embora?

— Sim, eu vou — ele disse enquanto se levantava. — Minha família, preciso encontrar ela.

Eu corri e o abracei por trás.

— Não vá.


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Notas finais do capítulo

Ebbaa, mais um capítulo, desculpe o atraso, mas aqui estou eu as 4h da matina postando ele kkkkkk Espero que tenham gostado e aguardo vocês na semana que vem.



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