Faz uma semana desde que eu falei com o Miguel pela ultima vez. Depois que viemos para Arucaro ele esta trancado em seu quarto e sequer sua voz pode ser ouvida. Dia após dia eu tinha uma forte vontade de bater naquela porta para falar com ele, porem todas as vezes eu fiquei com medo e acabei fraquejando. Mesmo hoje, eu sinto falta dele, ver ele chorando aquele dia me mostrou que ele não é mais a pessoa que eu achei que fosse, me mostrou que ele é um humano comum e não um monstro.

— Esta bastante frio — Elaine se cobriu com o meu cobertor e ficando próxima a mim. — Não sabia que nevava em Arucaro.

— Realmente esta bastante frio — disse Julie colocando um lindo casaco preto. — Como esta indo a invasão?

— Pelo que eu entendi os generais e a divisão zero estão conseguindo defender Arucaro sem grandes problemas. Nossas tropas estão fortes e nossa defesa impecável — eu respondi.

— Se a Mikaela tivesse na linha de frente com certeza essa guerra já teria acabado — disse Elaine me abraçando em baixo da coberta. — Infelizmente ela prefere ficar no quarto de Miguel fazendo só deus sabe o quê.

— Você deveria ir lá Erika, faz bastante tempo que você não conversa com Miguel.

— Acho que não Julie, eu não consigo, não tenho coragem para falar com ele.

— Deveria ter, pois ele foi o homem que salvou e lutou por você até aqui. Vá logo conversar com ele.

Eu ouvi as palavras, exitei mas me levantei naquele mesmo momento para ir no quarto de Miguel. Eu parei por um segundo onde consegui ouvir uns gemidos estranhos vindo do quarto vindo de lá. Eu fiquei imaginando o que diabos Mikaela e Miguel estava fazendo até que ouvi Miguel gritando e no mesmo momento eu fiquei vermelha e com um chute arrombei a porta onde vi Mikaela em cima de Miguel fazendo massagem nas costas do mesmo. Eles me encaram com um olhar de quem não entende o que esta acontecendo. Mikaela estava usando somente suas roupas de baixo enquanto Miguel estava somente com uma calça deitado em sua cama com a cabeça apoiada sobre o travesseiro.

— O que é isso? — eu perguntei.

— Sou um homem de vinte quatro anos com noventa porcento do meu corpo coberto de cicatrizes e com muitas fraturas internas, além de não ter nenhuma mulher para cobrir minhas necessidades. Só quero um pouco de espaço para me recuperar, eu estou bem — ele respondeu tampando seu rosto o colocando sobre o travesseiro. — Mikaela é a pessoa mais próxima que tenho, agora de meia volta e me deixe em paz um pouco.

— Eu só vim ver se…

— Se eu estava bem? Eu estou não precisa se preocupar. Eu estou aqui não estou? Agora tire esse seu corpo magrelo e sem peito daqui que a massagem estava boa.

Eu me virei e fiquei constrangida e sai do quarto fechando a porta calmamente. Fui para a muralha que cerca Arucaro e me encontrei com a pessoa na qual mais confio no reino para ter uma conversa.

— Primeiro ele faz todo um teatro, fala para eu esperar por ele e até me beija pra no final ficar dormindo com a Mikaela… Tudo bem que não posso fazer nada em relação a necessidades dele, mas o que diabos aquele homem pensa? Ele me ama ou sou apenas a diversão dele? Ah eu odeio ele.

— O que se passa na cabeça dele… Acho que ele esta passando por uma fase difícil, ele acabou de matar o próprio irmão pela segunda vez e também descobriu que a família dele esta por ai — disse Elizabeth, membro da divisão zero. — Mas também vale lembrar que ele esta aqui em Arucaro ao seu lado. Ele escolheu você então acho que não precisa se preocupar.

— Agora me responda uma pergunta?

— O que é?

— O que é a necessidade que ele falou?

Ela me olhou com um olhar estranho e passou a mão em minha cabeça.

— Você é realmente bem inocente. Tão fofa — ela se levantou e começou a caminhar novamente pela enorme muralha. — Acho que meu tempo livre acabou. Boa sorte.

Eu voltei e fui para a sala de meu pai onde me encontrei com Elaine e Julie que já estavam lá.

— Bem na hora filha, estava falando com as garotas para ir para a parte leste da muralha reforçar as nossas defesas. Pretende sair em outra missão?

Eu pensei bem na resposta, mas para me desligar um pouco de Miguel e parar de pensar nele aceitei a missão. Fomos para meu quarto onde peguei meu arco e minha espada. Julie puxou sua foice e Elaine como sempre pegou suas varias adagas. Passamos pelo corredor no qual o quarto de Miguel fica, porem ignorei e fui adianta na direção das muralhas.

— Não vai se despedir? — perguntou Julie.

— Não, ele esta ocupado.

Durou dois dias até chegarmos a muralha no leste para podermos reforçar. Genbu estava lá e foi nos receber no portão principal. Ele pediu para ficarmos lá e não participar desses ataques menores, porem Miguel estava em minha cabeça então eu decidi ir pra linha de frente de uma vez por todas. Peguei meu arco e apontei minha flecha na direção dos Orcs que estavam marchando em nossa direção e atirei causando uma enorme explosão matando vários inimigos.

— Esse é poder desse arco? Incrível — disse Elaine.

— Claro que sou incrível sua cara de gato.

— Realmente é incrível — disse um homem com cabelos pretos e com uma armadura parecida com a de Ethan. — Estou impressionado.

— É realmente forte, parece que acertamos em vir para o leste — disse um outro homem ao lado dele com cabelos castanhos. — Realmente, dia de sorte.

— Quem são vocês? — perguntou Elaine.

— Sou Tocker o substituto de Miguel na Anarquia e o de cabelo castanho é Kairos da segunda divisão da Anarquia.

— Entendo, se você é da Anarquia então acredito que tenha um poder parecido com o de Miguel — eu disse a ele puxando minha espada e guardando meu arco. — Julie e Elaine, se preparem.

Kairos nos atacou primeiro forçando Julie a puxar sua foice para se proteger e rodou a mesma afastando o inimigo que se moveu velozmente e apareceu dessa vez atrás da Elaine que se virou e chutou o mesmo o derrubando na neve.

— Ual, são boas até — Tocker falou enquanto aplaudia. — Kairos, lute a serio por favor.

Kairos pegou sua espada e apareceu em minha frente rapidamente onde eu peguei minha espada e me defendi, em seguida Julie o atacou por cima, porem ele deu um mortal para trás se desviando ficando a merce de Elaine que acertou nas costas o esmagando no chão com um soco.

— Acabou? Esperava mais de vocês — eu disse a Tocker que sorriu e bateu palmas.

— Bravo, bravo, estou impressionado com o poder de vocês. Eu pensei que eram simples gatos, mas na verdades são panteras — ele respondeu puxando sua espada. — Mas agora temo ter que matar vocês.

Nesse momento ele ficou invisível, não era veloz, ele simplesmente sumiu de nossa visão e me acertou no estomago me fazendo ajoelhar. Eu procurei pegadas no chão, porem não encontrei nenhuma.

— Invisibilidade? Se esse for o problema você esta em apuros — eu disse e em seguida a Julie passou a foice no ar que ao que tudo indica fez o inimigo se esquivar e em seguida Elaine com seus punhos atacou o inimigo que dessa vez pareceu ter não ter desviado. — Alteração no ar, seu cheiro e respiração… Essas duas garotas podem sentir isso com facilidade principalmente a Elaine, você esta em desvantagem — eu disse enquanto o homem voltava a aparecer onde ele se mostrou com um pequeno corte no rosto e segurando o soco de Elaine com seu braço esquerdo.

— Incrível! — ele gritou seguido de uma forte risada. — Estou encantado com a beleza de vocês três. Mas se minha invisibilidade não funciona, terei que usar algo diferente.

Elaine recuou devido a magia que saia do corpo de Tocker que parecia ser bem forte. Para alguém da Anarquia ele já mostrou uma habilidade de nível alto que é ficar invisível, mas ainda não parecia uma ameaça se comparado a Miguel ou Loki. Ele estalou os dedos e eu percebi que naquele momento perdi todos os meus cinco sentidos. Fiquei confusa e desordenada, não conseguia enxergar nada, porem eu sentia minha magia se movendo aleatoriamente dentro de meu corpo. Tudo o que eu posso dizer, é que não só eu como Elaine e Julie apanhamos bastante.

— Idiota — veio uma voz em minha cabeça. — Como ousa sair sem me avisar!

Nesse momento meus sentidos voltaram e eu vi Miguel na minha frente socando o rosto de Tocker que foi arremessado.

— M-Miguel…

— O que esta pensando em sair sem me avisar? O que você acha que eu pensaria se algo acontece a você? Sua proteção é minha prioridade.

— Como se você ligasse, aposto que não da a minima pra mim.

— Se eu não desse a minima eu estaria procurando minha família nesse exato momento. Agora cale a boca e corra para os meus braços — ele disse e me abraçou nesse momento. — Nunca mais faça isso.

— A gente apanhou também sabia? — disse Elaine se levantando bastante ferida.

— Ah, você também veio Elaine. Bem, agora preciso focar no inimigo.

— Miguel Miguel, meu lindo e perfeito antecessor — ele citou em tom de ironia se levantando e movendo seu pescoço. — Realmente você faz jus a sua fama.

— Então botaram alguém como você em meu lugar? Estou desapontado.

— Não fale assim — ele disse enquanto Miguel botava sua mão no pescoço do mesmo o levantando. — Vai com calma amigo — ele acrescentou e estalou os dedos fazendo Miguel perder os sentidos.

— Então é esse é o truque que você estava usando contra as garotas? Golpe sujo — disse Miguel seguido de uma risada. — Que habilidade ridícula.

— Eu gostaria de responder, mas como não ira ouvir que tal bater um pouco em você — ele começou a socar Miguel em sequência sem parar até o mesmo cair. Miguel não sentia dor, então não fazia cara de dor, apenas apanhava sem sequer saber o que estava acontecendo.

— Miguel! — eu gritei.

— Vai com calma garota — ele disse e apontou sua espada no pescoço de Miguel. — Eu posso matar ele aqui e agora.

Ele passou sua espada sobre o pescoço de Miguel abrindo um pequeno corte, mas não o suficiente para matar que foi onde Miguel com sua espada afastou o mesmo.

— O que foi isso? — perguntou Julie.

— Como? Você perdeu os sentidos… Esta me vendo?

— Eu já entendi como funciona sua magia.

— Impossível! — gritou Tocker e atacou e perfurou o braço esquerdo de Miguel, onde ele sua mão direita pegou a espada e encarou Tocker.

— Quando seu golpe atinge meu corpo, minha magia reage para o local para focar na cura e sendo assim sei onde fui atingido. Quando sua espada passou pelo meu pescoço eu percebi que tinha algo me cortando então consegui atacar; a mesma coisa agora, quando você me atacou ao invés de me matar preferiu cortar meu braço e com isso sei perfeitamente onde você esta.

— Impossível! Seu monstro — disse Tocker amedrontado.

— Uma coisa me intriga, será que consigo ver você porque estou ligado diretamente ao seu corpo pela sua espada? — ele disse em seguida cortou o braço de seu adversário usando somente sua mão. — Ah entendo. Então o circulo magico estava esse tempo todo no cabo de sua espada… Bem, é um circulo magico bem desenhado. Fala pra mim amor, quem fez ele?

— Não sei… — ele disse enquanto uma espada atravessava seu corpo.

— Que patético, eu esperava mais de você — disse Ethan sentado em cima de uma pedra. — Foi tão patético a ponto de subestimar seu antecessor? Não seja ridículo.

— Mestre Ethan… — ele ia dizendo, porem uma espada voou na direção de Tocker arrancando sua cabeça.

— Não sou mestre de alguém ridículo como você.

Em um piscar de olhos ele apareceu na frente de Miguel onde esse ultimo segurou seu soco e girou para chutar Ethan que deu um mortal para trás e tentou novamente desferir o golpe, porem dessa vez Miguel deu um passo para direita e chutou Ethan o afastando. O adversário era rápido então pouco a pouco a batalha foi acelerando e tudo que eu podia ouvir eram as espadas se encostando e a pressão que saia de quando ambos se chocavam.

— Parece que Miguel esta lutando com tudo — disse Julie se sentando ao meu lado. — Parece que mesmo ele sendo o mais fraco da Anarquia, no geral eles estão próximos um do outro. Eu queria ajudar, mas vejo que é impossível.

Um forte calor chegou de repente. A neve desapareceu e o chão começou a derreter onde eu precisei fazer um escudo embaixo de nós para não sermos queimadas. Miguel e Ethan pararam a batalha para ver quem estava chegando, pois era uma magia esmagadora e incrivelmente forte eu olhei para trás e vi Rafael puxando sua espada vermelha e atrás dele meu pai com os lideres da família Warrod e Campbell.

— Ajude o Miguel — disse meu pai.

— Sim senhor! — disse Rafael e pulou na direção de Ethan usando sua espada, pelo poder que eu sentia vindo dela, provavelmente era uma arma milenar. Rafael fez Ethan recuar por um determinado momento, porem o poder de Ethan era descomunal e Miguel acabou ajudando ele.

Ethan foi na direção de Rafael e nesse mesmo momento Miguel entrou em sua frente e parou sua espada abrindo uma brecha para Rafael atacar por cima, no entanto Ethan deu um giro para a direita e recuou.

— Um mês pra pegar essa merda de espada? — manifestou-se Miguel respirando firme buscando ar. — Achei que seria mais rápido.

— Eu tive alguns imprevistos — disse Rafael arrumando sua postura. — Então você é o Ethan correto? Finalmente vou poder testar minha espada em alguém forte.

— Espada milenar correta? Interessante, mas acha mesmo que isso pode me derrotar? — ele disse seguido de um sorriso e em um piscar apareceu na frente de Miguel enfiando seu punho no estomago do mesmo que caiu. — Então lutemos no um contra um sem interrupções.

— Cretino — Rafael disse adotando um rosto assustado, porem não recuou e manteve seu olhar fixo no Ethan para não perder ele de foco. — Miguel, deixe ele comigo.

Meu pai ficou parado atrás de mim segurando sua espada com a bainha encostada no chão e suas duas mãos encostadas no punhal da mesma. Sua capa se movia ao vento e os Duques estavam logo atrás dele. Ele parecia observar Ethan e não mostrava medo ou nervosismo.

— Pai? — disse Julie. — Por que vieram?

— Não é obvio? Ethan esta aqui. De acordo com o relatorio de Genbu, Ethan é o homem que deve ser eliminado o mais rápido possível— Então por que não fazem algo? Deixar ele lutar sozinho contra Ethan é suicídio.

— O Rei quer ter uma amostra do poder da arma que Rafael tem em seu domínio antes de entrar em uma batalha. Também precisamos ver se o poder do Rei é o suficiente para enfrentar Ethan, se não for podemos perder o Rei em batalha o que seria muito ruim para nós.

— Mas…

— Silencio! — gritou meu pai batendo sua espada no chão. — Estão subestimando as capacidades do Rafael? Ele é membro do clã mais poderoso existente na terra. Sangue de dragão corre nas veias dele, ele é um monstro que deve ser respeitado por todos. Eu confio na capacidade de Rafael para derrotar Ethan.

— Vejo que o velhote esta bastante confiante em seu soldado, mas não se esqueça que eu quero minha vingança contra você, então logo digo que não pretendo perder para um misero membro do clã do fogo — Ethan puxou sua espada e atacou Rafael onde o mesmo queimou sua espada e se defendeu. A espada de Rafael parecia queimar tudo, inclusive o ar. Rafael conseguia se defender de Ethan sem dificuldades e em determinado momento levantou sua espada e atacou Ethan fazendo um pequeno corte no rosto, mas não o suficiente para queimar o inimigo, inimigo que sorria e parecia brincar como uma criança. Rafael estava pressionando Ethan até que o mesmo bateu suas costas em uma grande pedra e Rafael pra aproveitar a chance usou sua espada flamejante em um incrível golpe rasgando a pedra e queimando tudo atrás da mesma, porem Ethan saltou e tentou atacar por cima no entanto abriu uma brecha onde nosso aliado aproveitou e cortou o braço do mesmo fora.

— Boa Rafael! — eu gritei.

— Ele conseguiu! — gritou Elaine.

— Não, a diversão esta só começando — disse Mikaela se aproximando por trás de mim vestindo um casaco marrom que cobria todo seu corpo com pelagens próximas ao pescoço e nas mangas da camisa. — Agora a batalha de verdade vai começar.

— Droga, Mikaela proteja as garotas! — ordenou Miguel visivelmente preocupado.

— Sim senhor — acatou Mikaela e fez uma magia defensiva em volta de nós.

— Entendo… Então isso é dor. Faz dez anos desde que não sinto isso — Ethan disse enquanto escorria muito sangue de seu braço.

Rafael no impulso e vendo o indefeso Ethan, atacou onde seu inimigo parou sua espada usando somente sua mão esquerda. Ele tentou usar um raio de chamas na direção de Ethan, porem não surtiu efeito e seu braço se regenerou em questão de segundos para atacar Rafael, ele ia puxar sua espada, porem...

— Opa, acho que agora é minha vez de lutar — disse meu pai parando a mão de Ethan antes que o mesmo puxasse sua espada. — Isso ta ficando perigoso.

— Velhote, você é realmente irritante.

— Rafael, vá descansar. Eu cuidarei daqui em diante você já fez bem.

— Sim senhor — disse Rafael frustrado e se sentou ao lado de Miguel.— Droga, mais uma vez fui inútil.

— Não não foi. Agora sabemos do fator de cura de Ethan e também temos noção da velocidade dele — Miguel colocou a mão sobre o cabelo de Rafael. — Obrigado.

— Agora sim poderei enfrentar alguém do meu nível — disse Ethan sorrindo e se posicionando para atacar.

— Seu nível? — disse meu pai seguido de uma forte risada. — Não estou no seu nível, não, eu sou muito superior — ele disse enquanto puxava sua espada fazendo uma enorme magia negra envolta dele. Essa magia se moldou e formou um uma forma parecida com a de um demônio atrás dele.

— Por que estou aqui? — disse aquele ser misterioso. — Quem é esse pirralho ai na frente? Não precisa de mim para derrotar alguém assim.

— Como sempre subestimando os humanos… Você não aprende mesmo espada demoníaca. De qualquer jeito precisamos matar esse homem.

Meu pai fincou sua espada no chão e voltou para a postura que estava antes. Os duques também foram para a linha de frente e se posicionaram pouco atrás do rei.

— O que é essa espada? — perguntou Julie. — É uma arma milenar?

— Sim ela é — disse Miguel. — Arma demoníaca, a espada mais forte de Murdock.

— Quem é essa garota de cabelo azul? — perguntou Rafael. — Digo, ela é linda.

— Me chamo Mikaela, é um prazer Rafael.

— Uh, e o seu cabelo é azul assim mesmo?

— Sim.

— Incrível — disse Rafael com seus olhos brilhando. — Topa um encontro mais tarde?

— Se sobrevivermos a essa batalha, talvez eu diga não corretamente.

— Ai — disse Rafael passando sua mão sobre a cabeça.

A aura demoníaca que estava atrás de meu pai pegou forma de vários braços e atacou Ethan consecutivamente que mesmo com toda a sua velocidade não conseguiu escapar e sofreu todos os golpes e foi arremessando. Duque Campbell fez uma enorme muralha atrás de Ethan fazendo com que o mesmo se chocasse e em seguida o mesmo sofreu mais golpes de meu pai. Ele começou a se aprofundar na muralha a ponto da mesma se partir e então ele avançou na direção de meu pai onde uma das centenas de mãos o afastou e assim ficou por um tempo. Ethan foi insistente, no entanto sem sucesso, pois a defesa de meu pai era perfeita e percebendo isso ele acabou atacando o Duque Warrod que o afastou usando seu escudo e em seguida recitou um encanto.

— Escute com atenção, doze nobre sóis, extinção solar! — ele gritou e em seguida era como se estrelas estivessem explodindo no corpo de seu inimigo que gritava de dor.

— Miseráveis — disse Ethan se levantando. — Vão pagar — ele acrescentou e uma enorme magia saiu de seu corpo com uma cor avermelhada.

— Mikaela — disse Miguel. — Precisamos sair daqui.

— Tarde demais — ela disse reforçando a defesa. — Já entramos no céu dos deuses.

A magia de Ethan era tão forte que todo o céu ficou vermelho. A magia dele era tão poderosa que não só eu, como Elaine e Julie ficamos incapazes de se mover, e mesmo Rafael teve dificuldades enquanto Miguel e Mikaela se mantiveram firmes. Ethan ergueu sua mão e naquele momento um pequeno Sol de trinta centímetros apareceu.

— Eu odeio vermes — disse Ethan cuspindo sangue. — Vou mostrar a vocês o terror de lutar contra mim. — desse sol o cabo de uma espada saiu e Ethan puxou essa espada amarela e apontou para meu pai. — Conheça o poder da espada divina de Aldebarã.

— Então você tem a espada do Deus Aldebarã? Impressionante Ethan — disse meu pai.

— Não acabei ainda — ele disse enquanto milhares de sois apareciam atrás dele e cada uma continha uma espada.

— Bartolomeu, Caesar, me ajude na cobertura, precisamos ter cuidado com o Ethan.

— Sim meu rei — disse Caesar.

— Cuidado? Não tem como ter cuidado contra mim! — disse Ethan enquanto milhares de espadas voavam na direção de meu pai cortando o braço dele de destruindo sua prótese no braço e matando Caesar Warrod no mesmo momento.

— Como? — perguntou meu pai surpreso ao ver seu aliado sendo morto rapidamente.

— Todas essas são espadas Divinas de Aldebarã que eu mesmo forjei com o sacrifício de milhares de pessoas! — ele começou a dar risada com um olhar psicótico. — É incrível não é? Para se copiar uma Divindade eu só precisei matar milhares de pessoas!

— Calado! — meu pai disse com sua espada apontada na direção de Ethan que manteve seu sorriso psicótico. — Seu monstro.

— Sim eu sou — ele continuo a rir. — Agora eu estou pensando, quantas espadas eu posso forjar com a sua alma.

— Venha Ethan!

— Segura eu velhote

Ambas as espadas se chocaram criando uma enorme explosão que destruiu tudo ao seu redor e que graças ao escudo de Mikaela ficamos seguros, porem sentíamos a pressão. A pressão esmagadora que parecia estar só no começo da maior batalha que presenciarei. A batalha entre as duas pessoas mais poderosas que eu conheço.