Dad's Boyfriend escrita por Bruno Borges


Capítulo 14
Super-Homem & "Paquitão" América


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos leitores! Vocês me abandonaram mas como eu não sou vingativo não vou abandonar vocês não! hahahaha
Eu fiquei sem atualizar a fic por muito tempo, eu sei, mas não quer dizer que eu não estava botando a cuca pra funcionar e trabalhando em novos capítulos. Decidi postar o que eu já tinha escrito. Acho que é a primeira vez que estou sendo competente de postar um texto revisado, olha que chique.

Tem algumas coisinhas que gostaria de comentar sobre a história. Vocês vão ter contato nesse primeiro momento, somente com a trama principal. Em breve eu vou mostrar outros lados da história e preencher tudo que ficou em branco no último capítulo.

E como estou muito simpático hoje, vou contar uma curiosidade! A série Supernatural me dá criatividade para essa fanfic. Isso mesmo, você não está lendo errado. Gosto de como ela aborda as relações humanas, a maneira que cria ícones e simbolismos. A paixão implícita de David pela sua camionete (vocês já devem ter percebido que o bendito automóvel já é praticamente um personagem principal desde o primeiro capítulo) é uma referência à paixão de Dean Winchester pelo seu Impala. O lance da Elsa querer conversar com a Anna e esta não lhe dar brecha, foi uma ideia que tive depois de assistir um episódio que Dean quer conversar com o irmão mais novo, Sam, sobre o que aconteceu com ele no inferno e Sam evitá-lo.
Acho que Emma e David também são um pouco Dean e Sam. A Emma é mais o Dean, claro. E tudo que eu escrevo abrangendo confiança, eu penso no Castiel. Existe muito Castiel ali na relação "IcemanCharming". E vocês já viram que David assiste Supernatural no Netflix! hahaha

Ok, contado o easter egg, vamos à história. E POR FAVOR! Não deixem de COMENTAR ao terminarem. No último capítulo eu só tive comentário de uma única leitora, pobre de mim! Ela foi muito legal e adorei o interesse dela, mas senti saudades do resto de vocês que têm comentado desde o começo. Espero que comentem mais daqui pra frente pra eu saber como e onde posso melhorar e o que mais querem ver no momento. Juro que sou maleável e faria uma inversão na ordem que tenho em mente se me dissessem que estão mais curiosos a respeito de RubyxAugust, Hans fazendo a louca ou qualquer outra coisa. Mesmo. Mas me deixem saber.



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(Albert Spencer/King George)

— E então garoto? O que quer ir fazer agora? — perguntei me agachando à altura de Neal. — Podemos ir ao cinema ou comprar aquele dinossauro que você viu na TV.

O garoto não ficou animado. Na verdade, me olhou com pesar. — Quero o papai. Cadê ele?

— Seu pai está viajando Neal. Ele vai voltar em breve. Ele e o...

— Namorado. O Chris é namorado do papai. — apressou-se em me informar o que já tinha me dito uma vez.

— Sim. - concordei também com a cabeça, sorrindo para o menino. — Ele e o namorado dele. — Cada palavra doeu pra sair da minha boca como se tivessem cobertas de espinhos. Não por dizer que eram namorados. Sim por ter que mentir para aquela criaturinha adorável.

Eu sabia que seu pai e o namorado iriam voltar, ou não teria feito o que eu fiz. Eu era uma pessoa ruim, mas agora pelo menos tinha alguns princípios. Mas ainda assim, eu não podia afirmar que veriam Neal outra vez. Digo, eu tinha levado o menino para L.A.

Eles provavelmente ficariam presos nos limites de Storybrooke porque não teriam um portal como tive para sair. Eu fiz um acordo com o esquisitão e me arrependi no segundo em que olhei nos olhos de David e vi meu filho, James. Mas eu sabia que não podia voltar atrás.

Teria consequências pra mim. Eu me sentia terrível. Finalmente tinha a chance de ter uma "família", mas não estava feliz com isso. Eu havia tirado aquele menino do pai. E aliás, tirado o pai dele de mim também. Porque eu também queria David como família. Eu sentia que ele estava repensando a meu respeito, mas agora eu tinha estragado todas as chances dele me aceitar novamente.

— Qual é seu nome mesmo? — o pequeno perguntou, interrompendo meus pensamentos. Desconfortável perceber que ele mal se lembrava do meu nome.

— Albert. Você pode me chamar de "Vovô Albert". - eu não aguentaria ouvir alguém me chamar de George de novo. Por pior que eu fosse agora, aquele rei negligente e ambicioso estava há muito tempo morto. Eu era uma pessoa mudada.

— "Vovô Albert"... — ele repetiu inseguro. - Eu tenho que ir pra escola amanhã?

Aquilo foi um choque de realidade. Eu tinha comigo uma criança literalmente roubada, sem nenhum documento e teria que começar do zero para regular sua nova vida civil ao meu lado. E eu estava correndo risco. – Não, Neal. Você não vai à escola amanhã.

— Me dá a peça azul. — ele disse apontando para a peça de lego verde marinho que estava perto dos meus pés.

— Aqui está. — entreguei em suas mãozinhas que se juntaram em forma de concha para pegar a peça em seguida, baguncei carinhosamente seu cabelo. - É verde.

— Verde. — ele repetiu novamente, mostrando que gostava de fixar o que aprendia. Ele ficou em silêncio por algum tempo e eu o observava sorrindo sem perceber, mas ele resolveu se manifestar outra vez.

— Por que você é amigo do bichão? — Eu não entendi a princípio. — O grandão! Feião! — ele acrescentava eufórico com os bracinhos pra cima, gesticulando pra que eu pudesse entender. E de fato entendi a quem se referia. - É o bicho papão não é?

— Não, eu não sou amigo de nenhum bicho papão. Você deve ter imaginado que viu coisas. Venha. Nós vamos passear agora.- o puxei com cuidado do chão, para levá-lo ao shopping.

Eu não queria ter mentido outra vez pra ele, mas sabia que seria mais fácil pra ele lidar psicologicamente com isso se achasse que a criatura de duas cabeças era fruto da sua imaginação. Eu o levei primeiro ao cinema do shopping e depois a uma loja de brinquedos.

Ele nunca tinha visto um filme em 3D e suas reações foram as melhores. Na loja de brinquedos, acordamos que ele poderia escolher cinco, contando com o dinossauro entre eles, mas ele acabou me fazendo levar oito. Bonecos de super heróis, pelúcias e até um jogo de tabuleiro que ele com certeza não seria capaz de jogar, mas que era extremamente colorido.

(David)

Eu acordei meio tonto e demorei para conseguir raciocinar e lembrar o que tinha acontecido. Chris e eu tínhamos sido sugados por um portal. Ok.

Olhei à minha volta tentando me localizar. Árvores por todo canto. Não tinha como não reconhecer aquele lugar. Floresta Encantada. Nós estávamos na Floresta Encantada.

Pus minha mão na testa, que doía. Senti que estava suja. Sangue seco, foi o que vi na minha mão. O portal tinha provavelmente nos jogado de cima pra baixo ali na floresta e nós desmaiamos, machucando com a queda.

— Chris? Chris? — murmurei cambaleando pra perto dele ainda desmaiado no chão ali perto. — Chris, acorda. Eu mexi com ele pra que acordasse, mas ele só resmungou. Estava deitado de bruços, todo desajeitado. Parecia o Neal dormindo. Virei ele e me sentei ao seu lado, em seguida acomodando a cabeça dele no meu colo. Christopher estava com o rosto sujo de terra e também um pouco de sangue. Eu tirei seu cabelo da testa, carinhosamente e depois limpei seu rosto. Então finalmente ele abriu os olhos, piscando bastante.

—D-David? — ele disse quase inaudível.

— Estou aqui, “gatão”. Vamos lá, levante. Tá tudo bem.

— Oh meu Deus! — Chris exclamou, se levantando num pulo. - Droga! Droga! - ele continuava eufórico, examinando o ambiente.

— O que foi? Você tá legal? — perguntei me levantando também. Ele me olhou assustado e em seguida levantou a própria camiseta, se contorcendo pra checar sua barriga, cintura e provavelmente as costas, se conseguisse. — Procure por cicatrizes! Procure por cicatrizes!

— Eu acho... — falei arqueando uma sobrancelha — ... que você ainda está um pouco desorientado, porque bateu a cabeça. Tente se acalmar Chr...

— Você não consegue perceber!? David! Nós fomos vítimas desses maníacos que drogam as pessoas para remover seus órgãos! Não lembra daquelas coisas non-sense que vimos em Storybrooke? — ele aparentava estar nervoso, preocupado e ao mesmo tempo, ligeiramente feliz por "se dar conta" do que julgava ter acontecido. - Nós já estávamos sob efeito de drogas! Provavelmente estão vendendo nossos pulmões e rins na deep web agora! Esse lugar aqui... — ele olhou à sua volta — ...é provavelmente onde descartam as pessoas depois que tiram os órgãos delas. Fomos deixados aqui pra morrer!

Não consegui evitar uma risada. — Você está louco? Se tivessem arrancado seus rins e pulmões, você com certeza não estaria de pé, respirando.

— Não? — suas feições se estreitaram, mostrando quão confuso ele estava.

— Não. E você não precisa procurar por cicatrizes, porque se tivessem cortado você, não teria dado tempo de cicatrizar. Provavelmente nem fechariam você. Seriam maníacos bonzinhos demais se sequer costurassem as pessoas que vão deixar pra morrer de qualquer maneira.

— É... Você tem um ponto. Mas... — seus olhos me fitavam de que eu fosse responder algo plausível ao que ele diria a seguir. — ... E o que vimos em Storyobrooke? O cara de duas cabeças... As luzes...

Eu respirei fundo. — Aquilo foi tudo real, Kristoff. — Eu não o chamava assim há muito tempo. E dessa vez era intencional.

(Albert Spencer)

Nós voltamos pra casa. Ele não parava de fazer perguntas sobre o pai dele e aquilo estava me deixando louco. - Ei, que tal você me contar quem é esse cara aqui? - eu disse tirando uma caixa com um boneco de super-herói de uma das sacolas de brinquedo, na esperança de distrair a atenção dele.

— É o "Paquitão" América! — Neal contrapôs contente, revirando outra sacola. — O "Paquitão" América é o Chris e esse aqui... — ele puxou uma caixa com outro boneco. - É o papai! O papai é o Super-Homem! Ele não era capaz de conter o sorriso gigante que se formava em seu rosto quando mencionava os dois.

— Eu acho que é "Capitão" América, não é? Não "Paquitão". Você está trocando os sons das sílabas. — corrigi.

— O que é "síbala"?

Eu sorri. — Nada com que deva se preocupar agora. Hm, me diga, e qual é você? — Ele hesitou por um momento, me encarando incrédulo como se eu tivesse perguntado algo que já soubesse a resposta.

— O dinossauro, é claro!

— O dinossauro, sim. — soltei uma risada — Tem o vovô aí nesses brinquedos? — confesso que pra mim mesmo soou estranho me referir como "vovô" em voz alta. Aquilo daria mesmo certo?

— Hã... Você pode ser o rinoceronte. Mas tá lá em casa, não tá aqui. A gente pode ir buscar?

— Não podemos.

— Por quê? — seus olhinhos arregalaram-se.

— Agora você mora comigo, lembra? Você não vai mais voltar pra casa.

— Eu quero a mamãe... — ele ameaçou chorar.

— Você não vai mais ver sua mãe Neal.

— A Emma. — ele sugeriu como se fosse uma segunda opção ver Emma, se não a mãe.

— Não, nem sua mãe, nem a Emma.

— O Henry então! — Neal continuava inocentemente, recusando-se a entender que não veria nenhum deles outra vez.

— Não garoto! — gritei estressado — Você nunca mais vai vê-los! Nenhum deles! — Eu não tinha percebido o quão alta minha voz estava. Ou que fiquei vermelho e bati a mão na mesa de nervoso. Neal se assustou e abriu a boca a chorar. Ele saiu correndo em prantos, e foi para seu quarto. — Ei, ei, Neal, volte aqui, me desculpe. Eu não quis assustar você! — Eu cheguei ao seu quarto e ele estava jogado na caminha, escondendo o rosto no travesseiro enquanto chorava de soluçar.

Eu fiquei ali, imóvel, observando ele. Não sabia o que dizer, fazer ou sentir. Tinha um misto inexplicável de emoções. Neal ficou daquele jeito até esgotar suas energias e acabou dormindo.

Fui acomodá-lo direito na cama e percebi que ele agarrava os dois bonecos de super-heróis. Tinha levado consigo pro quarto e deitado em cima. Eu tentei tomar dele para que não se machucasse enquanto dormia, mas ele não cedeu. Só consegui virá-lo de barriga pra cima e ele abraçou os bonecos mais forte contra o peito. Me perguntei se ele sonhava com o pai e o namorado dele naquele momento. Sendo super-heróis e salvando-o de mim. Quem sabe.


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Notas finais do capítulo

Rosas são vermelhas, violetas são azuis, a cada comentário que você deixa, um unicórnio dá a luz.