Hinata's Revenge escrita por Yuki rin, Patty M Lee


Capítulo 7
Conversa


Notas iniciais do capítulo

OIIIII!! Parece que o capítulo está atrasado, mas não está! Conversei com a HeLL e achamos que as atualizações nos domingos são melhores, então cumprimos o prazo!
Este aqui é especial... Eu participei na escrita dele (apesar de ter mais de ano que não escrevo nada mais do que redações escolares, ou seja, estou bem enferrujada). Nós escrevemos quase o equivalente a metade dele, Ele está "mesclado", digamos assim.
E vou dizendo. ELE É LOKO.
Hehe, aproveitem ^^



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Hinata’s Revenge

Capítulo 7 – Conversa

— Ōtsutsuki... Hamura? — Repetiu o nome do ser. — O que é você exatamente? E porque me chamou de “Byakugan no Hime”? O que está acontecendo?! — Ela estava confusa, sem dúvidas.

— Acalme-se, minha jovem, responderei todas as vossas perguntas, mas primeiramente acalme-se. — Observou a menina relaxar. — Muito bem... Eu sou um sábio, de milênios atrás. Pertenço ao extinto clã Ōtsutsuki, o que deu origem ao ninshuu.

— Clã Ōtsutsuki... Eu já ouvi isso em algum lugar... — Tentou duramente se lembrar de onde tinha ouvido esse nome.

— Explicarei desde o começo para que você possa compreender. Não me interrompa. — Falou Hamura. A voz calma trazia à tona toda a serenidade que possuía. Aproximou-se de Hinata, ficando a alguns passos da mesma. — Uma grande tragédia está por vir... Temo que o mundo shinobi que meu irmão criou seja destruído. — Fez uma pausa. — Há muito tempo atrás, existia uma Árvore Divina, chamada de Shinju. As pessoas costumavam venera-la como uma hospedeira de Deus. Naquela época, as pessoas não conheciam o conceito de chakra, mas ainda guerreavam entre si. — Pausou novamente, o olhar atento de Hinata o fez continuar rapidamente. — Um dia, esta árvore deu um fruto, algo que acontece uma vez a cada milênio, e, de acordo com uma tradição, nenhum homem era para pôr suas mãos nesse fruto. Mas com tantos conflitos ocorrendo, uma princesa chamada Ōtsutsuki Kaguya achou que seria melhor se eles tivessem um líder para controla-los, alguém com poderes divinos. Então ela se apossou da fruta e a comeu. Com o poder divino em seu corpo, ela foi capaz de acabar com todos os conflitos. Kaguya foi a primeira humana a conseguir usar chakra, e eu e meu irmão, seus filhos, nascemos com essa capacidade, herdando seus Doujutsus. Eu nasci com o Byakugan e Hagoromo nasceu com o Rinnegan. — Hinata o olhava como se quisesse dizer alguma coisa, mas decidiu ficar calada. — Enfurecida, Shinju decidiu procurar pela princesa para retomar o chakra roubado. Este era o Juubi, a bijuu de dez caudas. No entanto, eu e Hagoromo fomos capazes de detê-la. A selamos na Lua, junta com Kaguya, nossa mãe. Eu decidi morar na Lua, junto com o resto do clã Ōtsutsuki, aqueles que se mostraram dignos de usar chakra, para evitar de que algum dia elas pudessem se libertar e causar destruição novamente...

— Seu irmão... — Interrompeu. — Ele foi quem chamam de Rikudou Sennin?

— ...Sim. Ele foi o progenitor de todos os shinobis. Aquele que desvendou e ensinou a todos os segredos do chakra e do ninshuu.

— Ninshuu? — Perguntou ela.

— É o que vocês chamam de "ninjutsu". Ninshuu foi feito para criar esperança, não guerras e tragédias, como vocês fazem. — A garota estremeceu com a rigidez das palavras. — O jeito que vocês utilizam o ninshuu está trazendo destruição ao mundo que meu irmão se esforçou para criar, isto é inaceitável!

— Eu... Eu não imaginava... — Hinata olhava para o chão, mas rapidamente levantou a cabeça ao lembrar de um detalhe importante. — Espera. Porque você me chamou de Byakugan no Hime naquela hora?

— Você é aquela que herdou o meu chakra. Meu poder está adormecido dentro de você.

O olhar de Hinata era de pura surpresa. Ela não esperava por aquilo. Nem um pouco. Ficou estática por uns instantes, até as perguntas tomarem conta de sua mente. “Herdeira de chakra?”, “Isso era possível?”, “E porque eu? Porque não outro Hyuuga?”. Pensamentos como esses rodeavam a cabeça da kunoichi. Mas um em particular se sobressaiu...

“Com tanto poder... Vai ser muito mais fácil concluir meu objetivo...”, pensou enquanto ria baixo, o que fez com ela adquirisse uma expressão sombria.

— Eu sei o que está pensando. E se for para algum objetivo maléfico à outras pessoas, esqueça que algum dia teve esta conversa. — Ele disse abruptamente, quase lendo os pensamentos de Hinata.

— O qu–... — Ela o encarou. — O que lhe faz pensar que–!!

— Não esqueça que eu também tenho o Byakugan. Eu sei quando uma pessoa está mentindo. — Ela se calou completamente. — Escute... Você provavelmente deve ter passado por muitas coisas para ter estas vontades, mas acredite, não vá por este lado. Você irá se arrepender.

O que era aquilo? Porque ele falava como se conhecesse tudo sobre ela? Ele não tinha esse direito. Não conhecia nada sobre seu passado. Sábio ou seja lá o que, ele não era profeta!

— E o que você sabe sobre mim? Você não pode simplesmente dizer estas coisas como se soubesse de tudo! Eles merecem... Merecem tudo o que eu vou fazer com eles, assim que eu estiver forte o suficiente... — Ela exclamou com fúria e ousadamente.

— Pare. Estou lhe avisando. Não vale a pena. — O jeito que falava era com sabedoria, mas ela não queria ouvir mais nada.

— Você quer saber? — Hinata perguntou de súbito.

— O que? — O ancião ficou confuso.

— Pelo que eu passei. Você quer saber? — Hamura apenas a encarou em silêncio, como uma permissão para continuar.

Abaixou a cabeça, como se revivesse as lembranças mais dolorosas no qual viveu.

— Eu... — Pigarreou, querendo desatar aquele nó crescente em sua garganta. — E-eu nunca fui suficiente, forte o suficiente para meu otou-sama, importante o suficiente para o meu melhor amigo... Boa o bastante aos membros do clã Hyuuga, nunca fui aceita para lidera-los. — Respirou fundo. A voz trêmula denunciava o choro que a todo custo tentava conter. — Eu nunca fui... Nunca. — A mão estava cerrada em um punho ao lado do corpo, os olhos estavam fechados e virados para baixo, na tentativa de não deixar o sábio ver as lágrimas que rolavam no canto dos olhos perolados. — Os demais moradores da vila nunca me aceitaram, e eu nem sei o fiz a eles para ser tratada daquela maneira... Como se fosse indesejada... Eu não sou um demônio! — Um soluço escapou de seus lábios. — Eu sou uma pessoa...

Malditas eram aquelas tristes memórias que a assombrava toda a noite quando se deitava para dormir, intensas o suficientes para lhe tirar o sono, doloridas o bastante para lhe arrancar lágrimas e dores no peito. E quantas vezes na noite não pode dormir pois estava ocupada demais chorando por aquilo. E por mais que tentasse não se abater por aquilo, elas continuava a se lembrar. Não conseguia se livrar dos traumas do passado.

Sensibilizado com a forma tão vulnerável que Hinata se mostrava, Hamura deu alguns passos à frente, ficando de frente a ela, que se encolhia. Pôs a mão sobre o ombro dela, lhe passando confiança, um apoio, mostrando-a que naquele momento não estava só. E isso foi o suficiente para que ela pudesse continuar.

— S-sempre dei o máximo de mim, para me tornar forte e ser enfim ser aceita... Mas nunca foi o suficiente, n-nunca é o suficiente... — Desabafou, se permitindo olhar aos olhos brancos de Hamura, que a olhava com compaixão, querendo lhe passar força somente com aquele olhar. Lembranças passaram por sua mente, e Hamura pode ouvir todas elas diretamente da boca da garota.

~xXx~

— Levante-se Hinata. — Exigiu Hiashi, rígido.

Era mais um daqueles habituais dias em que o líder Hyuuga treinava com a filha. Numa forma de poder acompanhar o desenvolvimento dela como a futura líder do clã. Em uma área reservada para os treinamentos, estavam lá o líder Hyuuga junto com o ancião e pai, avaliando Hinata, que lutava com o primo, Neji.

A superioridade de Neji contra Hinata era evidente para aqueles ali presentes no local. Chegava a ser injusto.

Por ser muito mais forte que a prima, Hinata ia ao chão com brutalidade repetidas vezes a cada sequência de golpes que Neji despejava, causando a ira dos mais velhos.

E aquela era mais uma das muitas queda que teve.

A força lhe faltava, se sentia no limite de seu corpo. A falha na respiração que saía de seus pequenos lábios evidenciava o cansaço que sentia. Há mais de horas naquele local, Hinata já sentia as pernas falharem, o cansaço a dominar, ao ponto de não conseguir se levantar, e mesmo reunindo o pouco de força que ainda possuía, não era o suficiente.

— H-hai otou-sama...— Apoiava todo peso no braço, tentando se levantar, a face retorcida numa careta pelo esforço.

— Ataque, Neji. — Mandou o ancião e avô de Hinata. Sendo rapidamente olhado por um atônito Neji e um inexpressivo Hiashi.

O mesmo apenas afirmou com um assentir de cabeça, e Neji, obedecendo-o, virou-se e andou em direção a prima, que ainda tentava se levantar. Olhando-a com pesar, desferiu um chute na barriga da garota, fazendo-a rolar alguns centímetros.

Um murmúrio de dor escapou dos lábios de Hinata. Olhando de baixo, pôde ver o desgosto de pai e o pequeno sorriso nos lábios do avô. Pequenas lágrimas se formava em seus olhos.

De novo aquele olhar.

— Basta! ...Não irei perder mais meu tempo com isso! — Disse raivoso, se reverendo a filha, que se encolheu perante as maldosas palavras do pai.

Enquanto se retiravam, a pequena Hyuuga pôde ouvir, de onde estava, ambos discutindo sobre a providência de outro para tornar-se líder em seu lugar, e o que mais a machucou naquele momento não fora isso, mas sim ouvir atentamente o pai dizendo que ela era apenas um peso na vida dele.

Aquelas poucas palavras serviram apenas para fazê-la ficar ainda mais triste. Se sentia mal.

Querendo arrancar aquela dor que aumentava cada vez mais com o passar dos segundos, Hinata se levantou meio fraquejante e seguiu em direção à saída do local, descalça.

Lágrimas desciam de seus olhos, embaçando sua visão.

Nas pequenas, mas movimentadas ruas do clã Hyuuga, Hinata corria rápido, sem olhar para trás. As palavras do pai ecoavam em sua mente, resultando em lágrimas incessantes.

O baque forte que seguiu fez a jovem Hyuuga cair no chão, causando alguns arranhões no seu corpo. Olhou para frente, vendo um homem de meia idade do seu clã, também caído no chão. O olhar repreensivo que o mesmo lhe mandou serviu para que sua vontade de fugir dali aumentasse, longe daquela atenção toda.

Dos olhares acusatórios.

Por minutos, que mais pareceram horas, Hinata correu pelas ruas de Konoha, indo ao único lugar que se tranquilizava.

O antigo lugar deles. Somente deles.

Andando pela tão conhecida trilha, deixou a saudade instaurar em seu peito. Há quantos meses ele havia partido? Um? Dois? Não sabia ao certo. Só tinha certeza que a ausência dele a machucava.

Ao ponto de parecer haver um cratera em seu peito. Era agonizante.

Andando em passos lentos para não tropeçar, Hinata foi num lugar onde possuía algo que juntos haviam feito. Na árvore, os nomes de ambos estavam escritos. Como se marcasse o território deles. O riso alegre do dia que fizeram aquela marca a invadiu. Era encantador a maneira que ele sorria para ela. Sorriso esse que aquecia seu peito e fazia esquecer de todos os problemas que tinha.

Ele tinha esse poder sobre ela.

Passando a mão pelo nome dele, deixou mais uma vez as lágrimas caírem. Chorava como há muito tempo não fazia, deixava se libertar da dor, que há muito tempo continha em seu peito.

Não querendo mais sofrer por aquilo, Hinata saiu do local, pulando pelos troncos de árvore, indo a um caminho que, até então, nunca havia reparado.

Ignorava as dores que sentia, que estava presente em cada pedacinho de seu corpo. Aquilo não importava para ela e, de certa forma, gostava. Aquela dor fazia se esquecer das feridas que possuía no coração. Que eram muito piores.

Não sabia há quanto tempo estava correndo por aquela floresta, só foi dispersa dos pensamentos quando ouviu um barulho de correnteza. Seguindo o barulho, saiu numa enorme cachoeira, dividida por duas estátuas. Querendo contemplar a visão da paisagem, subiu agilmente pela subida que dava acesso até lá.

Quando enfim alcançou o topo das estátuas, pôde contemplar a visão encantadora que tinha. Se aproximando da beirada da estátua, pôde ver a intensa água azulada caindo da pedra, formando espumas pelo impacto da correnteza que caía.

"Eu prometo que irei te proteger, e sempre ficarei contigo ‘dattebayo!" Lembrou-se das palavras de Naruto. Seu coração se apertou.

Eram palavras, somente palavras.

Os olhares cheios de repúdio que a observavam passaram como um filme em seus pensamentos, assim como as ardilosas ofensas que recebia do pai.

Lágrimas molhavam seu rosto, os olhos inchados e vermelhos por conta da quantidade de água que passava. Triste. Era triste. Sua vida era assim.

"Seria melhor se eu não tivesse nascido..." Pensou, olhando para baixo, vendo a intensa queda da agua.

~xXx~

— Foi naquele dia que pude enfim perceber que eu nunca seria o suficiente... — Contou, sendo amparada por Hamura. As incessantes lágrimas que caíam demonstrava o ressentimento que ainda tinha do passado, que com o passar dos anos, aquilo somente piorou. — Nunca... Tudo que eu fazia estava incompleto... Esforço? Isso... Isso não importa... Não para eles... — Tentou enxugar as lágrimas, mas assim que limpava, mais lágrimas eram derramadas. Engraçado. Parecia uma metáfora de sua vida.

Hamura a observava com pesar. Sua vida realmente não foi fácil. Os motivos que a motivaram a fugir da vila pareciam ao menos aceitáveis agora. Mas... Nunca há motivos para vingança. Por mais triste e deplorável que seja o comportamento de uma pessoa para outra, nunca se deve punir, e sim repreendê-la e corrigi-la. Ódio sempre irá gerar mais ódio, e este ciclo nunca acaba.

Há apenas uma maneira de diminuir o ódio do mundo, e este é o amor. Esta era exatamente a palavra que o Rikudou Sennin pregava pelas terras por onde passava, mas não tinha sido o suficiente para amenizar as guerras. Rancor, ira, ressentimento, inveja. Todas causavam guerras. Não havia um pingo de compaixão entre as pessoas.

Mas esta garota... Por mais que ela tente parecer forte de coração e rancorosa, ela tinha um bom coração. Pode ser que agora ela não tenha ideias boas para a humanidade, mas algum dia iria perceber que o que estava fazendo não era certo. Iria tentar se redimir do mal que fez e consertar as coisas.

Iria arriscar nesta possibilidade. Não era profeta. Não sabia o que iria acontecer de agora em diante. Mas acreditava que Hinata iria se arrepender e melhorar.

O seu choro havia diminuído, mas ainda soluçava. Não havia percebido o silêncio que se instalou quando ambos estavam imersos em pensamentos, só quando uma voz novamente se fez presente.

— Muito bem... — Hinata o encarou. — Confiarei meu chakra à você. Espero que com isso você pense melhor e faça o certo. Eu acredito em você.

Eu acredito em você.” Quantas vezes havia ouvido estas exatas palavras? De quantas pessoas? Ah, é mesmo. Apenas de Naruto, antes de ele a abandonar... E agora este sábio, que conversava há pouco tempo.

Seus olhos se encheram de lágrimas novamente, mas desta vez, um sorriso as acompanhavam. Há muito tempo não sentia algo assim. Alguém acreditava nela. Havia alguém torcendo por ela. Não iria desperdiçar esta chance. De jeito nenhum.

Endireitou sua postura e assentiu com a cabeça. Imediatamente, sentiu o poder a consumir. Sentia-se forte, incansável, imbatível, invencível. Era incrível, de verdade. O chakra de coloração roxa a rodeava como chamas.

Agora, ninguém iria pará-la.


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Notas finais do capítulo

WOOOOOW AGORA A PARADA FICOU LOKA.
É bem diferente do que aconteceu no The Last. E Hinata recebeu um UP incrível! Acho que maior do que no filme... Sim, tenho quase certeza. E os motivos foram completamente outros. Acho que foram bem esclarecidos, porque eu escrevi esse final inteiro depois do flashback (menos o primeiro parágrafo depois dele).
ENFIM. Próxima semana, no domingo, MAIS UM CAPÍTULO! Até mais!



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