Hinata's Revenge escrita por Yuki rin, Patty M Lee


Capítulo 5
Visita


Notas iniciais do capítulo

Olá! Vim animar o domingo de vocês mais uma vez :DD
Leiam as notas finais, por favor.
Aproveitem!



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Hinata’s Revenge

Capítulo 5 – Visita

— Não! — Gritou Tsunade, aborrecida. A mão fechada em punho repousava sobre a mesa. — Convoquem Hiashi imediatamente, andem! O que estão esperando?! — Exigiu nervosa.

Na manhã daquele dia, a Hokage tinha recebido a notícia de que a herdeira Hyuuga havia fugido de Konoha. Segundo o esquadrão de vigia da parte da noite, ela passou por eles alegando uma missão de última hora.

"Incompetentes", resmungou mentalmente.

Não poderia culpa-los também, afinal, Hinata estava acima de quaisquer suspeita. Quem iria imaginar algo assim. Saiu dos pensamentos vendo sua porta ser aberta abruptamente, e um loiro passar por ela, transtornado.

— Tsunade-baa-chan, o que pretende fazer? — Perguntou Naruto aproximando da Hokage. As olheiras abaixo dos olhos evidenciava a noite mal dormida. Tsunade não deixou de notar.

Saindo de trás da mesa, a loira andou até ele ficando alguns centímetros de distância. Tsunade o encarava furiosa pela bruta entrada daquele que considerava afilhado. Naruto encolheu-se ao ver a mulher a sua frente levantar os braços em sua direção, fechou os olhos esperando o golpe, que não veio. Se surpreendeu ao sentir ser esmagado pelo braços que lhe acolhia num abraço confortante que Tsunade lhe dava. A Hokage não tinha o visto desde que ele voltou para a vila.

— Não me chame assim. — Pediu, não contendo o sorriso feliz ao revê-lo.

Afastou-se observando Naruto, que exibia um sorriso sincero. Os traços de seu rosto haviam ficado mais maduros, deixando-o ainda mais encantador, os músculos que havia adquirido ficavam evidente para aqueles que observavam, admirou Tsunade, ganhando um brilho nos olhos vendo o quanto ele tinha crescido. A feição de Naruto tornou-se mais séria quando lembrou o motivo de estar ali.

— Tsunade, o que vai fazer em relação a Hinata? — Quis saber. A preocupação que sentia era algo fora do normal.

Desde a noite anterior, quando Hinata foi embora, seu coração estava apertado, o sufocando. Um sentimento incômodo se apossou de si, ao vê-la indo. Não sabia bem o que era aquilo, só que doía, doía muito mais do que poderia suportar. Uma dor que, ao longo de sua vida, jamais havia sentido, nem quando era repudiado quando menor. Nem quando fora ele que a deixara, não havia sido tão devastador. Se perguntava se foi assim que Hinata ficou quando ele partiu, quando ela se foi... Um sentimento como se seu coração fosse quebrado em minúsculos pedaços, restando apenas o vazio.

Ainda se lembrava das sensações complexas que sentiu na noite anterior. Era como se tivesse ido do céu ao inferno em questão de segundos. A felicidade plena que passou por ele quando a seguia por entre as ruas da vila era inimaginável. O cheiro viciante que Hinata deixava por onde passava o deixou embriagado, ao ponto de não conseguir pensar em mais nada, somente em aproveitar. Na hora, não evitou pensar no quão linda ela havia ficado, admirou, inconsciente, sua silhueta e o jeito gracioso no qual andava. Ficou fascinado. Quando seus olhos encararam os perolados, foi como como se o tempo tivesse parado, e que nada existisse ao seu redor. Apenas ele e ela.

Mas então, tudo se dissipou, quando realmente entendeu o porquê daquilo. E todas a sensações prazerosas que sentia no momento evaporaram, restando apenas um gosto amargo, que piorou com o passar daquela pequena conversa que tiveram.

O jeito frio e a maneira ressentida que Hinata falava consigo o deixou desamparado.

Sentiu ódio. Ódio de si mesmo, por a fazê-la sofrer, por deixa-la daquela maneira, como nada mais importasse.

Hinata havia ficado só quando, na verdade, ele deveria estar ao lado dela, ter sido a base em que ela poderia se apoiar quando estivesse desmoronando, aquele que ela pudesse contar a qualquer momento, e que, acima de tudo, estaria com ela, zelando e cuidando. Mas não, aquela viagem que o ajudaria a ficar forte para protege-la foi a sua destruição. Sabia que não era só sua culpa, mas não lhe restava dúvidas que se ele estivesse com ela no momento que precisasse, nada disso estaria acontecendo.

O remorso lhe atingiu em cheio, o fazendo perder o sono e passar a noite toda se questionando, querendo entender o porquê da vida ser complicada desse jeito. Oferecer uma oportunidade para, em troca, perdemos algo importante. Neste caso, Hinata.

Como fora ingênuo. Ingênuo ao ponto de, naquele tempo, não imaginar as consequências de seu ato, mas também, era apenas uma criança, almejando chegar mais próximo do sonho.

Para cada ato existia uma consequência, e a sua foi perdê-la.

Saiu das dolorosas lembranças ao ouvir o baque forte da porta batendo, virou-se para trás encarando a pessoa recém chegada. Hyuuga Hiashi. Torceu o nariz em repulsa, sendo prontamente ignorado, seguiu com os olhos o líder Hyuuga andar até a mesa da Hokage com rabiar e sentar, a face do mesmo estava séria e centrada. Como sempre. Cerrou o punho observando a pose inabalável de Hiashi. A raiva o fazia querer pular em cima daquele ser e arrancar aquela expressão de sua face, o fazer mostrar que se importava com o desaparecimento da filha.

— Naruto, nos dê licença, depois conversamos. — Se pronunciou a Hokage, olhando com pesar o afilhado.

— Não. Ele ficará. Suponho que não haja problema, Tsunade. — Disse Hiashi, quebrando o silencio que havia se estalado ali. Causando a surpresa de ambos que o ouvia.

Tsunade encarou com suspeita o líder Hyuuga, se perguntando o porquê dele querer Naruto naquela conversa. Se deu por vencida, ao ver o Genin a olhando em expectativa.

— Ótimo. Acho que já chegou até você de que, na noite anterior, Hinata saiu da vila sem a minha permissão. — Disse séria, encarando o Hyuuga. — Segundo o esquadrão que fica de vigia a noite, ela alegou um missão de última hora. — Gesticulou.

Hiashi ajeitou-se melhor na poltrona onde estava sentado. Era evidente o desconforto que sentia.

— É evidente que sei que Hinata fugiu. — Falou com sarcasmo. — Mas não foi apenas uma fuga. Ela invadiu a sala secreta que tem no clã Hyuuga, e pegou alguns pergaminhos confidenciais do clã. — Sua voz era dura, causando espanto na Hokage, que o ouvia atentamente.

— Acho que não é tão secreta assim... — Sussurrou Naruto com desgosto.

A calma com que Hiashi se pronunciou deixava parecer que não se importava com o desaparecimento da filha, e sim nos pergaminhos que ela levara. Concluiu Naruto, dando um passo à frente, afim de escutar melhor o diálogo.

— Isto é inadmissível. — Exclamou Tsunade. — Shizune! — Gritou.

Por mais que Hinata fosse querida para ela, não poderia deixar isso passar em branco. De jeito nenhum! Ela havia fugido da vila e roubado do próprio clã, não havia escolha, teria que nomeá-la nukenin de Konoha. Hinata tinha que ser o quanto antes capturada, e faria de tudo para que isso acontecesse o mais rápido possível.

— Tsunade, o que irá fazer? — Perguntou Naruto aflito. A face pensativa dela não lhe trazia uma boa sensação.

A Hokage apenas o encarou, alternando o olhar entre ele e Hiashi, que também parecia perdido em si. "Afinal, o que diabos há de errado com ele?", se perguntou estranhando o Hyuuga, que apesar de não parecer preocupado com a filha, em seus olhos pairavam um desconforto. Refletia Tsunade.

Levantou-se, esperando a assistente chegar. Andou até a janela grande que possuía logo atrás da sua mesa, encarou a vila, alheia à tudo. A decisão que tomaria não iria agradar em nada Naruto, sabia que o afilhado considerava muito a garota Hyuuga, mas não havia escolha. Regras eram regras, e não poderia muda-las agora. Apertou o punho com força encostando o antebraço na vidraça. Ignorando aqueles ali presentes. A respiração rápida que escapava de seus lábios entreabertos deixava o vidro embaçado, contrastando com sua mente, que tentava encontrar o que estava logo a sua frente, mas com o turvo que havia, a deixava temerosa. Temerosa por não fazer o certo.

— Tsunade-sama? — Entrou Shizune atraindo a atenção dos três que ocupavam aquela sala.

Em um rápido movimento, Tsunade virou-se encarando a assistente e melhor amiga que havia chegado, a expressão serena com que Shizune a encarava lhe trazia conforto, dirigiu sua atenção ao loiro que lhe encarava num misto de ansiedade e receio com o que estava por vir. Moveu a cabeça olhando diretamente nos olhos frios e sem emoções de Hiashi, notando a falta de paciência e insatisfação que ele sentia. Tsunade deu alguns passos, chegando próxima a mesa e sentou-se na cadeira, cruzou os braços sobre o peito, deixando as emoções de lado, tão logo, adquirindo a feição séria.

— Levando em consideração às circunstâncias... — Começou Tsunade. — Declaro que Hyuuga Hinata é nukenin de Konoha e deverá ser capturada e trazida de volta à vila para prestar segundos esclarecimentos.

Isso não era surpresa para ninguém ali, já que, de fato, era o mais correto a se seguir. Afinal, era o que acontecia aos que fugiam da vila onde residiam. Mas para os dois homens ali, não era exatamente o que esperavam. Para Hiashi, o nome do clã sujaria ao ter uma filha considerada nukenin, o que falariam dele? A sua iria para o ralo com algo do tipo. Era catastrófico.

— Você não pode fazer isso! — Disse Hiashi, erguendo-se encarando de cima Tsunade. — A reputação do meu clã está em jogo com isso! — Exclamou Hiashi furioso.

Com a face torcida em choque, Naruto ainda tentava assimilar as palavras de sua baa-chan, aceitar Hinata como Nukenin estava fora de cogitação para ele. Levantou o olhar, fixando diretamente na Hokage, que conversava com Shizune. Mas, ao ouvir as palavras proferidas de Hiashi, não pôde conter o ódio que sentiu. Mesmo com o desaparecimento da filha, ele ainda pensava somente naquele Clã.

— Qual o seu problema?! — Reclamou Naruto a Hiashi, furioso. — Sua filha sumiu e você está pensando na reputação do seu Clã?! — Gritou.

— Moleque insolente! — Xingou, encarando Naruto mortalmente. — Isso tudo está acontecendo por culpa daquela... Garota!

Da sua filha... — Frisou Naruto. — Sua filha! — Gritou causando o espanto nas mulheres presentes naquela sala. — Mas também, não me admira Hinata ter fugido mesmo, antes as consequências de fugir do que ficar do lado de um velhote que pouco se importa com ela! — A voz de Naruto destilava toda a repulsa que sentia pelo homem à sua frente. — Tsunade, faça o que quiser, eu estou indo atrás da Hinata. — Disse abandonando a sala, deixando a Hokage boquiaberta e um Hiashi muito furioso para trás.

Observou Naruto passar pela porta logo sumindo da sua visão, um sorriso mínimo se formava em sua boca. Era exatamente daquilo que Hiashi precisava. Pensou Tsunade, olhando o mesmo marchar porta a fora.

— Shizune. — Chamou Tsunade, atraindo a atenção da amiga. — Convoque imediatamente os melhores ninjas disponíveis pra irem atrás de Naruto. Quero a Hinata de volta o quanto antes.

— Hai, Tsunade-sama! — Confirmou, saindo.

~xXx~

As lenhas na fogueira queimavam lentamente deixando as intensas chamas avermelhadas cada vez menores, aquecendo aqueles próximo a ela. O frio daquele dia, deixava os rochedos da caverna úmido e gélidos, eriçando os pelos da pele desnuda do jovem que repousava sob um fina e nada confortável camisa que havia estendido no chão para um repouso rápido, afim de ficar revigorado para, enfim, seguir novamente à procura de Hinata.

Há mais de três semanas, Naruto havia partido de Konoha, em uma busca incessante atrás da fugitiva e amiga, Hinata. Assim que deixou Konoha, alguns ninjas, sendo eles Shikamaru, Shino, Kiba, junto de seu inseparável companheiro Akamaru, e Ino, haviam, enfim, se topado em um dos momentos em que Naruto tinha feito uma pausa em sua corrida, num canto qualquer nas redondezas do País do Vento. Kiba e Shino, por serem excelentes ninjas rastreadores, conseguiram encontrar rapidamente a localização de Naruto.

Nesse meio tempo, haviam passado por pequenas e grandes vilas, na busca de sequer uma pista para saber o paradeiro de Hinata. Mas assim como fumaça, a Hyuuga parecia ter se dissipado da terra. Ninguém a vira, e isso não ajudava em nada. No começo, já junto da equipe que fora enviada para ele, Kiba e Akamaru, junto do olfato aguçado, conseguiam ambos sentir o cheiro, quase inexistente, que Hinata deixava por onde passava. Agora, nem isso eles sentiam.

Era como se procurassem uma agulha no palheiro, e suas chances diminuíam mais conforme o tempo passava, deixando Naruto ainda mais angustiado.

Havia prometido a si mesmo, numa jura de vida, que a traria de volta. De volta para a vila que jamais deveria ter saído, de volta para ele, de onde nem sequer poderia pensar em deixar.

Com isso mente, Naruto ainda insistia e persistia em encontrá-la, não deixaria se abater por nada, afinal, ele nunca voltava atrás com a sua palavra. O desejo de poder ficar cara a cara com Hinata novamente era enorme, ansiando cada vez mais encontrá-la. Para poder dizer as palavras não ditas na noite em que desfrutara da presença dela, desculpar-se por a deixar só, quando ele deveria estar com ela, e. acima de tudo, para nunca mais a deixar, prometer a ela que eles ficariam juntos, em seu desejo, para sempre. Porque agora ele compreendia. Compreendia aquele sentimento devastador que tomou conta de sua mente no dia em que ela o deixou, aquela dor sufocante que o fazia ficar sem reação, a tristeza sem medida que sentiu, e ainda sentia pela ausência dela.

Ah! A ausência dela. Como fora tolo em não entender aquilo. Tolo por não compreender, que logo quando ele partiu junto de Jiraiya, aquela sensação ruim que sentiu. Por não tê-la ao seu lado, conversarem ou simplesmente saber que ela estava ali, para ele. A tristeza que sentiu na época, não pode compreender porque sentia aquilo, optou por simplesmente ignorar, mas agora ele sabia e entendia aquilo perfeitamente, ao ponto que querer desfrutar a cada segundo daquela dor, que como fogo queimava dentro de si, em chamas que só seriam apagadas por ela, a dor que só ficaria inexistente com Hinata ao seu lado. Desfrutaria porque, após tanta dor, poderia finalmente se submeter a ser feliz, em fazê-la feliz.

Ainda não se perdoou pela escolhas que havia tomado, os caminhos que tinha seguido, e as consequências que a vida havia trazido para ele. Aceitava cada minúscula dor que sentia numa forma de redenção por seus atos. A dor o fazia sentir ela em si, que mesmo com aquela sensação ruim, a boa também se fazia presente. A dor da ausência da sua pequena o fazia lembrar o porquê de dia após dia ia ao seu limite, para, enfim, encontrá-la e se permitir deixar aquilo se dissipar e restar apenas os sentimentos bons a senti-los junto com ela. Somente com ela.

— Ei Naruto, acorda. — Chamou Shikamaru, o cutucando com o pé.

— Só mais um minuto... — Resmungou sonolento.

Shikamaru bufou, praguejando um "problemático".

— Anda logo Naruto, Kiba encontrou algo.

Sendo disperso do sono que ainda sentia, Naruto sentou se rápido, coçando os olhos. As poucas palavras que Shikamaru proferiu serviram para lhe despertar.

— O que? — Perguntou em expectativa.

— Melhor vermos... — Respondeu Shikamaru. Olhou em volta, encarando os outros integrantes já preparados para partirem. — Há pouco tempo, Kiba mandou Akamaru entregar um pergaminho com informações da ronda que ele fez pelo arredor daqui, parece que ele encontrou algo que tem haver com Hinata. — Explicou aos membros ali presente. — Fica à meia hora daqui, então se ajeitem e vamos logo.

O peito de Naruto se encheu de alegria ao saber que finalmente haviam encontrado algo sobre Hinata. Finalmente tinham algum progresso. Após se arrumar, guardando seus utensílios na bolsa ninja e já vestido, Naruto se levantou, a determinação estava estampada em sua face. A confiança que agora se fazia presente o impulsionava a querer o quanto antes terminar aquilo, e enfim poder ficar com Hinata. Com a mão esquerda, arrumou a bandana na sua testa, um sorriso contente brincava em seus lábios.

— Vamos! — Declarou, recebendo em resposta um assentir dos restantes.

O vento gélido batia contra seu rosto à medida que a corrida acelerava. Corria rapidamente, para chegar logo ao encontro de Kiba. Há cerca de vinte minutos, os integrantes daquela pequena equipe corriam em direção ao norte de Suna. Naruto por ser mais rápido, ia mais à frente seguindo Akamaru que saltava nos troncos das árvores agilmente. Naruto não conseguia evitar o calor que se espalhava por seu corpo, tanto pela rápida corrida quanto pelo sentimento feliz que o dominava. Olhou mais atento para frente, as arvores do local atrapalhavam sua visão, mas logo pode ver, de longe, Kiba agachado concentrado em algo.

A medida que se aproximavam, o cheiro ruim invadia suas narinas, obrigando-os a tapar os mesmos. O cheiro podre era insuportável, causando ânsia em Naruto. Já alguns metros de Kiba, Naruto se aproximou do mesmo, a mão tapava o nariz, querendo deter inalar aquele cheiro horrível que havia no local.

— O que isso tem a ver com a Hinata? — Perguntou Naruto, a voz abafada pela boca tampada. Observou três corpos estirados no chão. Mortos, já em fase de decomposição. Em suas bandanas, havia o simbolo de Suna. Ninjas da Areia. Reparou mais atento a um corpo, que havia sido decapitado, e alguns membros do corpo dos outros ninjas, mutilados. Constatou, arrepiando-se.

Kiba encarou Naruto, passando os olhos para cada pessoa presente ali. Ainda não acreditando naquilo, não seria possível que a garota a qual conheceu, poderia ter coragem de ter feito tal atrocidade. No mundo ninja, era, de certa forma, normal ocorrer mortes, mas não aquela, não daquela forma.

— Eu e Akamaru conseguimos sentir de leve o cheiro da Hinata aqui, embora o cheiro nojento daqui atrapalhe, eu consigo sentir o cheiro inconfundível dela. — Disse encarando os corpos no chão.

A face de todos se contraíram em surpresa. Especialmente a de Naruto, que, atento, verificava a situação lastimável com que os ninjas estavam. Hinata não seria capaz de fazer aquilo, não, ela não seria. Concluiu não acreditando no que seus olhos viam. No que Kiba havia dito. Não poderia ser verdade.

"Não...", pensou atônito. A brutalidade em que aqueles ninjas haviam sido mortos não coincidia com Hinata. Aquela não era a Hinata que um dia conheceu... Não poderia ser.

~xXx~

Em Konoha, o dia estava ensolarado, aquecia aqueles que andavam por entre a vila. A notícia que a primogênita Hyuuga havia fugido tinha espalhado rapidamente. Por semanas, era o assunto mais comentado de Konoha. Por mais que Hiashi queria deixar a nova situação por debaixo dos panos, não houve muito êxito nisso. A nova nukenin de Konoha, assim muitos dos habitantes chamavam Hinata. Alguns, no começo estranharam a nova situação da garota Hyuuga, sendo esses aqueles que a conheciam, pouco, mas suficiente para não imaginarem algo assim dela. Outros a julgavam, ainda mais.

No clã Hyuuga, o líder ordenara ser estritamente proibido tocar naquele assunto, e para aqueles que o desobedecesse, iriam ser aplicadas duras punições.

Hiashi esperava e ordenava soluções da Hokage. Não poderia deixar sua filha ficar naquela situação, imagine, nukenin. Hinata não era aquilo. Para ele, era apenas uma garota bondosa e gentil demais, demais para um mundo ninja, guerreiro, onde qualquer hesitação resultava numa dolorosa e rápida morte. Hinata não havia nascido para ser uma ninja, era pura demais para isso. Ele sabia. Por isso a tratava daquela maneira, rude e sem compaixão, da maneira como fora tratado pelo seu pai, e o tornou o homem que era hoje, frio, forte... Um líder, aquele que viveu e desde pequeno aprendeu, sabia o que seria quando crescesse.

Na sua infância, seu pai o treinava duramente, o que fez o homem decidido que era. Um líder nato. E por isso aplicava a Hinata duros treinos, exigia muito mais do que ela rendia, mas que ele sabia que ela tinha. Hinata é forte, muito mais que as meninas de sua idade. Sua linhagem lhe dava superioridade perante os outros, mas sua falta de confiança a atrapalhava no êxito dos treinamento e missões.

Lhe cortava o coração ao ver as lágrimas escorrendo pelos olhos perolados da filha, a fisionomia triste. Isso acabava com ele, afinal, quem não iria se deixar levar pelos olhos chorosos dela? Ainda mais sua filha. Se repreendia por ter sido tão duro com ela, as palavras e críticas que um dia a rebaixou. Ah como se arrependia!

Como pode achar que se a treinasse como fora consigo iria ter o mesmo resultado? Não. Eles, pai e filha, eram diferentes. Hinata havia puxado a mãe, tanto na aparência quanto na personalidade.

Se perguntava como pode erguer a mão para ela, e pior, lhe bater. Aquele tapa... Com certeza havia doído mais em si do que nela mesma. Naquele mesmo instante, teve vergonha, vergonha de olhar a face da filha. Pelo ato. Dele mesmo. Por não ser um bom pai. Errar tanto, tanto. Com aquela digna de todo seu amor.

No final, não deixou mesmo de concordar com a filha, era um monstro. Fora um monstro com ela. Mas agora, após perdê-la, pode realmente rever seus conceitos, achar seus erros, e querer os mudar. Ele queria.

Pedir perdão. Olhar na face da filha e pedir perdão, por tudo que a fez sofrer, que a fez passar, e dizer que seria diferente, que ele faria a diferença. Por ela.

Por que ela era tudo pra ele. A filha que pediu aos céus, e agradecia por ela, Hinata, ser igual a mãe.

Uma lágrima, seguida de muitas outras, escapava dos olhos de Hiashi. A mão calejada acariciava um retrato, antigo e que mantia oculto, guardado no fundo de uma gaveta qualquer.

Nele, a família Hyuuga estava reunida.

— Me perdoe, filha... — Sussurrou, se deixando chorar mais uma vez no silêncio daquele escritório, sozinho, na saudade que apertava o peito. — Me perdoe...

~xXx~

Caminhava apressada em direção ao casarão no qual morava. O coração pulava freneticamente, quase saltando pela boca. Desde que saiu da área no qual treinava sentia ser observada, na verdade, essa sensação já sentia a muito tempo. E quando olhava ao redor, nada encontrava, nem seu Byakugan achava algo.

Não estava com medo, mas ser encontrada a assustava, não poderia ser encontrada, ainda não.

Com a mão apertada em um punho sob o peito, Hinata corria pela tão conhecida trilha, olhava atenta ao lado. Não poderia ser loucura sua. Ela sentia uma presença perto, que a seguia. Olhou para frente, sua casa estava a alguns metros de si. Suspirou aliviada.

Correu até a entrada, tentando abrir rapidamente a porta, as mãos trêmulas a atrapalhavam. Verificou atrás de si, em busca de algo fora do normal. Nada. Com a mão sobre o batente da porta, abriu lentamente, entrando em seguida e fechando a porta, virou-se devagar, estranhando o batuque que ecoava pela casa. Arregalou os olhos ao ver dois homens sentados no assoalho da casa, encostados na parede. Ambos estavam de olhos fechados, observou Hinata, sacando sua katana. Os dois usavam capas negras, nelas haviam nuvens vermelhas.

— Olá Hinata. — Exclamou um dos homens, abrindo os olhos azuis encarando, com um ar divertido, Hinata.

— Quem são vocês? O que estão fazendo aqui? — Questionou séria. Hinata estava em posição de luta esperando um movimento do inimigo, para, enfim, atacar.

— Temos uma proposta para você, Hyuuga. — Disse o outro homem. Ele tinha cabelos negros, e olhos num intenso brilho ônix, e marcas de expressão logo abaixo dos olhos.

Hinata engoliu em seco, temendo o que os indesejáveis visitantes queriam dela.


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Notas finais do capítulo

Então. Vocês devem ter percebido que a fic tem um ritmo mais rápido do que a maioria das outras histórias. É que, originalmente, era para ela ter apenas três capítulos, mas como a história foi se estendendo, mais capítulos eram necessários, então, deu o que deu. Pois é.
Enfim, se quiser dizer o que achou, deixe um comentário :)
Até a próxima semana!



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