Hinata's Revenge escrita por Yuki rin, Patty M Lee


Capítulo 3
Adeus


Notas iniciais do capítulo

OIII!! Postando o capítulo um dia mais cedo porque sim :3
Eu a Srta HeLL estamos muito felizes com o resultado dessa fic :D Muita gente tá gostando, isso é muito bom! Espero que acompanhem até o final.
Vamos ao capítulo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618603/chapter/3

Hinata’s Revenge

Capítulo 3 – Adeus

As árvores balançavam abruptamente contra o forte vento, que naquela estação do ano, era normal, poucas folhas tinham nelas. A grama daquele floresta estava coberta pelas folhas recém caídas, havia verde por todo lado.

O cheiro puro exalava no ar. Em meio àquela natureza toda, um campo florido chamava atenção pela beleza encantadora. Nele havia flores de diversos jeitos e modelos. Quem respirasse fundo sentiria o cheiro afrodisíaco que elas exalavam.

Depois de três anos de amizade, haviam encontrado um lugar só deles.

Aquele local era o ponto de encontro de Naruto e Hinata. Sempre que sentiam falta um do outro iriam ali, longe de toda a agitação de Konoha. Passavam a tarde toda brincando, conversando, se divertindo.

Aquele dia não era dia diferente. Naruto havia chamado Hinata para um piquenique. Ele estava deitado sob a grama, esperando a pequena Hyuuga chegar. Após algum tempo, notou que ela estava demorando mais do que necessário. Levantou-se e escondeu os potes de ramen que estava consigo, e andou pelo caminho que havia feito para chegar ali. A pequena trilha era estreita, e quem não conhecesse poderia facilmente se perder.

Quando Naruto estava na metade do caminho, ouviu um choro baixinho. Correu em direção de onde vinha o choro e surpreendeu-se ao ver Hinata. Ela estava com as cabeça entre as pernas, toda encolhida.

— Hinata... O que aconteceu? — Perguntou Naruto preocupado, chegando mais perto de Hinata.

Ela levantou a cabeça encarando Naruto, o rosto estava coberto pelas lágrimas, os olhos vermelhos e o cabelo bagunçado, na bochecha logo abaixo do olho havia um arranhão, dele saía um pouco de sangue.

— Naruto-kun...

— Quem fez isso com você? — Perguntou com raiva. — Me diga Hinata! — Exigiu Naruto.

— Não foi nada. — Disse Hinata desviando o olhar, ela sabia que se olhasse para ele, diria toda a verdade.

Naruto aproximou-se de Hinata, a ajudando a levantar. Estavam de frente um para o outro. Os olhos de Hinata estavam tristes pelo o ocorrido. Naruto não aguentava vê-la assim, quebrando a distância que havia entre os dois, a abraçou fortemente.

— Eu prometo que irei te proteger, e sempre ficarei com você ‘dattebayo! — Prometeu Naruto, arrancando um lindo sorriso da pequena Hyuuga.

~xXx~

Ao entardecer do dia, o distrito onde se localizava o Clã Hyuuga estava calmo. As pessoas passeavam pelo local tranquilamente, crianças treinando naquela hora do dia era comum. Os rostos sérios demonstravam o quão concentrados estavam. O sol em suas faces os atrapalhavam em seus movimentos, causando irritação ao líder Hyuuga, que supervisionava as crianças, assim como os demais anciões presentes no local.

Uma vez na semana, era comum o líder e os anciões do distrito se reunirem para poder acompanhar o desenvolvimento da nova geração. Geralmente, os treinos naqueles dias eram bastantes rígidos e desgastantes, levando os alunos, que alteravam entre os cinco aos doze anos de idade, ao limite.

Um movimentação estranha próximo ao portão chamou atenção daqueles presentes no local. Logo Hinata apareceu no campo de visão de Hiashi. O pai da pequena não deixou de notar o quão perturbada ela estava. A áurea da primogênita exalava ódio e transtorno. Arqueou as sobrancelhas em uma expressão de dúvida. O murmúrio dos habitantes logo começou a ressoar pelo local, enquanto observava Hinata, que em passos largos e firmes, chegava perto da área de treinamento.

~xXx~

Hinata, desde que saiu do escritório de Tsunade, se questionava o porquê daquilo acontecer consigo. Não poderia ter nascido em uma família comum, onde no lar houvesse amor e não ódio? Era pedir demais ser compreendida, aceita do jeito que era? Porque não a aceitavam, o que havia feito de errado afinal? Ah sim, era fraca, por isso ninguém a aceitava, e mesmo batalhando dia após dia não conseguia respeito de ninguém, e principalmente de seu pai.

O ódio pouco a pouco foi consumindo seu coração. O desejo de libertação tomou sua mente. Com a face avermelhada pelo choro recente, seguiu em direção ao Clã Hyuuga. Correu saltando por cima dos telhados das casas de Konoha, ansiando cada vez mais chegar rapidamente no destino. Ao avistar o portão do distrito Hyuuga, parou observando aquele grande metal cinza, o símbolo do clã estava ao meio, a tinta desbotada clamando por atenção. Sorriu de lado, tendo em mente que ao passar por aquele portão nada seria como antes, não seria mais a boba, ingênua e fraca. Seria a nova Hyuuga Hinata. Com a convicção estampada em sua face, rumou em direção a sua casa em passos firmes.

Ao se aproximar de seu pai, assim como dos outros ali presentes, não conseguiu evitar torcer os lábios em frustração.

— Hyuuga Hiashi. — Disse cerrando os dentes. A voz controlada mostrava o quanto estava se segurando para não sair gritando. — Quando pretendia me dizer sobre os seus planos? — Perguntou encarando Hiashi seriamente.

Hinata viu o olhar confuso do pai logo se transformando em raiva.

— Como ousa...

— O que? Diga! — Gritou Hinata. — Anda, diga! Que tipo de pai é você? — Perguntou mais calma. Os olhos perolados transbordando tristeza assim como no seu interior. — Como você acha que é saber pela boca de terceiros que será obrigada a se casar com alguém que sequer conhece? — Despejava tudo, encarando a face ranzinza do pai. — Você só pensa em você mesmo e nesse maldito clã.

As pessoas ao redor apenas observavam aterrorizados a briga, estranhando o comportamento da primogênita. Um em especial, não evitou o sorriso discreto que tomava conta de si sutilmente.

— Chega Hinata. — Gritou Hiashi, segurando brutamente o braço da filha. — Você faz o que eu mando. — Esbravejou duramente.

— Não! Eu cansei! — Disse Hinata. A voz estava embargada pelo choro. Soltando-se do pai, o encarou. — ...Eu cansei, cansei. — Repetia baixo enquanto balançava a cabeça. — Sabe...

— Eu nunca entendi direito o porquê de você, otou-sama, me menosprezar... Eu sempre, sempre fiz tudo pelo senhor. Treinei duramente esses anos para ganhar um mínimo sorriso seu, ou qualquer coisa, mas não. Eu nunca fui capaz disso, pelo contrário, tudo que eu fizesse, em troca, ganhava palavras duras de você, ou esse seu olhar, repleto de decepção... Sabe, eu amo tanto o senhor, e é por esse amor que eu venho lutando a anos, mas eu não aguento mais. O senhor não se importa com nada além desse clã. E sabe... Você virou uma pessoa fria, bruta. E nesses anos todos eu venho tentando me convencer de que você não é assim, eu sei que há um pedacinho em você que se importa com o que estou falando, mas sabe... Esse pedacinho, mínimo, não é o suficiente pra mim, não depois de hoje. Você... Você pode me ofender, me menosprezar, tudo, mas eu não permitir que estrague meu futuro, a única chance que tenho de ser feliz... Isso eu não vou permitir. — Desabafou Hinata, ainda encarando o pai, deixando uma lágrima solitária rolar de seus olhos. Se permitindo mostrar o quão machucada estava.

— Você não é digna de possuir esses olhos ou de pertencer a esse clã. Você, Hinata, não passa de uma fraca. — Falou Hiashi friamente causando o espanto das pessoas ao redor de si. — Não é digna de ser minha filha.

Hiashi virou-se de costa ao proferir as últimas palavras. Com o ato, não conseguiu ver o rosto de Hinata contraindo em choque.

A jovem Hyuuga ficou estática no lugar apenas digerindo as palavras de seu otou-sama. O ódio aos poucos foi tomando seu coração, ao ver a figura do pai saindo, como se não valesse a pena ouvi-la. Mesmo depois de tudo que disse ele havia sido cruel consigo. Hinata abaixou a cabeça em uma tentativa involuntária de esconder as lágrimas que transbordavam de seus olhos, os braços estavam caídos ao lado do corpo e suas mãos fechadas em punho tentando controlar a ira que sentia.

— Você está enganado... — Disse trêmula. — Você que não é digno de ser pai, de ter alguém que o ame. Me pergunto como okaa-sama foi capaz de ficar com um homem assim... Um monstro. — Ela sabia o ponto fraco do homem de costa a sua frente. E se ele queria pisar em si, ela não mais abaixaria a cabeça. Um sorriso cínico brincava em seus lábios. — Um monstro, é isso que você é! — Gritou para que todos a ouvissem.

Após isso, a jovem Hyuuga apenas sentiu a ardência no lado direito do rosto, colocou a mão sobre a bochecha avermelhada pelo tapa que havia acabado de receber. Na sua frente, Hiashi a encarava com fúria, a mão ainda levantada pelo ato. Contrariando a todos que presenciava a briga, Hinata levantou o rosto, encarando o líder Hyuuga. As lágrimas havia desaparecido e em seus lábios o sorriso debochado ainda persistia. A cada segundo Hiashi se surpreendia com as atitudes da filha, não reconhecendo a garota a sua frente, aquela garota antes gentil que ele sabia que era, agora assim, o confrontando de frente.

— É difícil ouvir a verdade, né? — A voz que antes era doce, agora tinha um tom amargo, frio arrepiando aqueles que a ouvia.

— Suma da minha frente Hinata, antes que eu não consiga me controlar. Mais. — Esbravejou Hiashi, colocando fim naquele show. Saiu rapidamente do local, indo em direção a mansão Hyuuga.

Hinata, após a saída transtornada do pai, se permitiu suspirar, deixando a sensação ruim a dominar, o que sempre acontecia quando o pai brigava consigo. Mas hoje fora diferente, um pontada de orgulho se instalava em si, por ter se dado conta do confronto que teve com o pai, o desabafo. A jovem olhou para o lado e notou que ainda era o centro das atenção das pessoas do distrito. "Não é para menos também...", pensou amargurada, e seguiu a mesma direção do pai, indo direto para o quarto.

Já havia tomado sua decisão. Não suportaria ficar ali mais nenhum segundo. Sabia que não aguentaria olhar a face asquerosa daquele homem. Sim, aquele homem, porque depois daquele ocorrido, nunca mais o chamaria de pai. Em seu interior, uma palavra bombeava no peito, clamando por atenção. Vingança.

Iria se vingar. Depois de tudo que havia passado, as humilhações que sofreu, as tristezas no qual passou e a cada lágrima que derramou. Os fariam pagar. Iria destruir aquilo que eles mais amavam. O desejo tomava conta da alma de Hinata, a fazendo esquecer de quem era. Restando apenas o ódio, que a tomava cada vez mais.

~xXx~

A notícia do incidente entre o líder do Clã Hyuuga e a primogênita havia se espalhado rapidamente. Todos os habitantes de Konoha comentavam sobre o ocorrido, estranhando a briga. Afinal, os membros do Clã Hyuuga eram tão conhecidos por serem reservados, ainda mais Hiashi. A fofoca passava pela boca de cada um, consequentemente, aumentando ainda mais o ocorrido.

Perto do portão principal de Konoha, dois habitantes da vila acabavam de chegar. As expressões cansadas de ambos denunciavam que haviam recém chegado de uma missão. Uma longa missão.

Estavam felizes por finalmente terem voltado. Ficaram quanto tempo fora? Três ou quatro anos? Se perguntavam. Andando pela rua calmamente, notaram o quanto a vila havia mudado. As casas estavam mais bonitas e enormes. Os prédios deixavam Konoha ainda mais encantadora, assim como os pontos comerciais, os vendedores na rua oferendo seus produtos lhe trazia aconchego.

A sensação nostálgica invadia o coração do loiro. Lembrava-se da infância difícil que teve naquele local, mas acima de tudo, lembrava-se dos amigos que tinha feito ali, laços esses que nunca havia esquecido. Foi desperto dos pensamentos ao notar duas figuras conhecidas se aproximando de si.

— Yoo Sakura-chan, Shion. — Cumprimentava alegremente, dando um abraço em ambas. O sorriso contagiante brincava em seus lábios.

— Naruto! — Exclamaram, ambas devolvendo o abraço.

— Quanto tempo. — Disse Sakura encarando a figura loira sorridente a sua frente. — Ah, oi Jiraiya-sama.

— Oi meninas. — Respondeu simpático Jiraya. — Bom! Não posso ficar muito tempo aqui, preciso ir entregar as informações recolhidas à Tsunade. — Disse Jiraya se despedindo e indo em direção ao prédio da Hokage.

"Velho tarado, doidinho pra ver a Tsunade-baa-chan", pensava Naruto olhando Jiraya partir.

— Então, para onde estavam indo? — Perguntou Naruto virando para as duas kunoichis a sua frente, pondo os braços atrás da cabeça.

— Uma missão. — Disse Shion, a kunoichi estava admirada no quanto Naruto havia ficado bonito. Os cabelos curtos rebeldes combinavam com o rosto másculo. O corpo definido causava fascínio. "Um conjunto perfeito", pensou, comendo Naruto com os olhos.

— Ainda bem que aquela inútil não irá mais conosco, só iria atrapalhar. — Comentou maldosamente Sakura para Shion.

Não sabia bem quando essa antipatia pela Hyuuga começou, mas Sakura não suportava olhar para a face de Hinata, desde crianças buscava a evitar. A figura frágil e tímida era totalmente seu oposto. E não simpatizou logo de cara com a Hyuuga, com o passar dos anos, nunca procurou conversar com a pequena jovem, apenas a ignorava. E a julgava pelo pouco que a conhecia, se deixava levar pelas opiniões alheias. Sabia que era errado fazer isso, mas não era algo que fazia questão de mudar. Não era como se quisesse ser amiguinha da Hyuuga.

— Quem? — Perguntou Naruto mais interessado na conversa.

— Hinata. — Respondeu Shion rapidamente. — Ouvi falar que ela apanhou do pai dela na frente de todos do clã Hyuuga.

— Bem feito. — Disse maldosa Sakura. — Nos vemos depois Naruto. Vamos Shion. — Se despediu Sakura agarrando o braço da amiga e saindo. Deixando um Naruto perdido em pensamentos para trás.

"Hinata...", pensou Naruto. Ah, como havia sentido falta dela nesses anos todos, a sua pequena. A amizade que os dois haviam construído fora muito forte, não tinha um dia sequer que Naruto não pensasse nela. Foi a decisão mais difícil que teve que tomar ao deixá-la pra ir ser uma pessoa mais forte. Hinata era tão solitária quando pequena, ele era seu único amigo, a protegia dos meninos malvados. Ao lembrar-se das palavras de Shion, seu coração se apertou. Ele não estava ali para protege-la. O ar lhe faltou à medida que ia se aprofundando em pensamentos. Ele não havia cumprido sua promessa. Falhou com aquela que era de máxima importância para si. Apertou o punho contra o peito, querendo controlar o sentimento ruim que se apossava de si.

~xXx~

Eram quase onze horas da noite. O céu enegrecido dava um aspecto sombrio. Não havia o brilho das estrelas como geralmente tinha na noite em Konoha, assim como o luar que não estava presente, somente a imensidão negra misturada com o cinza das nuvens. Era como se aquela imensidão se encontrava do mesmo jeito que o coração daquela pequena garota que andava pela rua. Os passos rápidos mostravam a pressa e tinha. Normalmente, naquela hora da noite não andava ninguém na rua, por isso Hinata optou por fugir naquele momento.

Hinata, após o incidente com Hiashi, ficou no quarto trancada. Não chorou, foi forte e conseguiu conter o ardor em seus olhos que cada vez mais a possuía

Colocando o plano de vingança em prática, primeiro precisava fugir dali e se tornar forte, forte o suficiente pra destruir Konoha, mostrar a todos e principalmente a Hiashi o quão errados estavam ao subestimarem-na. Na tarde daquele dia, Hinata havia arrumado em uma pequena mochila alguns de seus pertences e mantimentos. O dinheiro das missões que guardava finalmente teria alguma serventia. Perto da hora de fugir, a jovem Hyuuga rumou ao tão sagrado escritório de Hiashi, ela sabia perfeitamente os segredos guardados ali. Seguiu em direção a mesa principal da sala, fazendo esforço para arrastá-la com cuidado. No chão, para felicidade de Hinata, uma passagem logo foi se revelando, desceu calmamente o lance de escadas que prosseguia ao subsolo do escritório.

Na sala, o cheiro ruim de mofo e pó irritava as narinas da menina, causando pequenos espasmos. Hinata observou a sala que era consideravelmente pequena, tendo duas estantes velhas encostadas na parede. Nelas haviam caixas lacradas, assim como alguns pergaminhos soltos. Foi em direção delas e pegou alguns que condenavam de serventia a si. Vasculhou por um tempo o local, quando se deu por satisfeita, seguiu em direção a saída. Quando a jovem Hyuuga estava subindo a escadas, olhou para o lado onde havia uma pilha de caixas, uma em especial atraiu sua atenção, a caixa era numa coloração lilás claro. "Okaa-sama...", pensou Hinata, arregalando os olhos ao ler as palavras que possuía na caixa, correndo agilmente em direção a caixa, a pegando pra si.

Com as mãos tremulas, a jovem abriu afobada a caixa, a curiosidade era grande, assim como a saudade que logo se fazia presente. Os olhos perolados se encheram d'água ao ver uma foto gasta pelo tempo, retirando a poeira com a mão, Hinata ficou admirando, algumas lágrimas caía pela face da Hyuuga, molhando a foto que estava em suas mãos, passou a mão trêmula sob o pedaço de papel onde estava o retrato da mãe, deixando a saudade a preencher. Na foto, a família estava reunida, Hinari a segura no colo, Hiashi estava ao lado da esposa com a feição seria, mas em seus olhos um brilho feliz. Todos estavam felizes. Naquela época, Hinata tinha apenas dois anos de idade, o sorriso genuíno e inocente em seus pequenos lábios mostrava a felicidade radiante que sentia. Uma bela foto.

Um soluço escapou da garganta de Hinata à medida que ia se recordando da época, uma das mais felizes que teve ao lado da mãe. Ah, como sentia falta. Apertou a foto contra o peito, tentando amenizar a dor que se intensificava cada vez mais. Voltando a si, Hinata limpou as lágrimas que ainda desciam de seus olhos com a manga da blusa, guardando em seguida a imagem dentro da bolsa. Olhou novamente dentro da caixa, uma roupa ninja também estava guardada. Segurando-a com cuidado, Hinata estendeu a peça, deixando cair um livro da mesma, guardando logo em seguida os mesmos. Tinha pouco tempo. Levantou-se ainda meio bamba, e se retirou do local rapidamente.

Olhou para o céu negro tentando reorganizar as ideias, não tinha noção alguma pra onde iria assim que saísse de Konoha, mas no fundo, sabia que estava fazendo o certo.

Desde que encontrou os pertences da mãe, o coração da pequena Hyuuga batia acelerado, a curiosidade estava lhe corroendo pra ver o que havia no livro, mas sabia que teria tempo o suficiente para olhar depois.

O portão de Konoha estava logo a sua frente, um esquadrão ninja estava de vigia, assim como em todas as noites em Konoha. Chegando até eles, Hinata inventou uma mentira qualquer, sendo liberada em seguida para passar. Olhou pela última vez para trás, gravando minuciosamente cada detalhe perceptível aos seus olhos daquela vila e seguiu em frente, pela estrada de terra.

Assim que saiu do distrito Hyuuga, Hinata sentiu um chakra conhecido e ele havia a acompanhado por entre as ruelas a qual a jovem percorreu. Hinata sabia quem era.

— O que quer? — Perguntou ainda de costas ao indivíduo atrás de si.

Hinata já havia ganhado uma certa distância do portão de Konoha quando decidiu, enfim, questionar a presença daquele que a seguia.

— Aonde vai? Pra que essa mochila? — Questionou, ignorando a pergunta que foi feita para ele. No fundo, ele sabia o porquê daquilo.

— Não lhe interessa. — Respondeu friamente Hinata, causando o espanto daquele que a observava atentamente.

Por quanto tempo ficou esperando-o voltar? E agora que ela estava indo embora, ele estava ali. Riu sem humor. "Isso só pode ser ironia do destino", pensava vacilante, tentando não mostrar o quão mexida ainda estava. O ar trazia à tona o cheiro inigualável que só ele tinha. Prendeu a respiração movendo a cabeça para os lados, negando a si mesmo desfrutar daquilo, novamente.

— Claro que me intere–...

— Não faz isso... — Disse interrompendo-o. — Não fale como se você se importasse.

Virou o rosto para o olhar sobre o ombro. A expressão na face de Naruto era irreconhecível, virou-se rapidamente para frente, não evitando pensar o quão lindo ele havia ficado, ainda mais.

— Mas eu me impor–...!! — Exclamou Naruto, sendo novamente interrompido.

— Chega! Fale de uma vez o que quer. — Exigiu rudemente.

— Fica, não vai embora! Fica aqui, comigo... — Implorou. O coração se apertava ao imaginá-la indo embora. Se perguntava como pode tê-la deixado. — Por mim... — Terminou num fio de voz.

Ao escutar o pedido de Naruto, Hinata sentiu o coração falhar uma batida, o pedido havia a atingido em cheio.

— Porque eu faria isso? — Perguntou baixo. — Você não ficou quando eu pedi... Você me deixou sozinha. Você não tem ideia do quanto sofri com sua ausência. — Virou-se, ficando cara a cara com Naruto. — Então não venha, agora, me pedir isso... Você não tem esse direito. Esqueça que algum dia me conheceu. — Continuou ressentida, demonstrando o quão machucada estava. — Adeus, Naruto-kun...

Após proferir as últimas palavras, Hinata rumou seu destino por entre a rua deserta, cada vez mais sumindo da visão de Naruto, que apenas a observava ir. Não tinha força para impedi-la. A culpa preenchia seu peito. Culpa por perdê-la, por ter sido tolo em deixa-la. Só agora se dava conta disso. Um lágrima caiu de seus olhos safiras, observando, agora, o nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

UI. UI. VISH. HINATA FOI EMBORA. E AGORA, NARUTO?!
Gente, a autora me deu mais informações. Na fic, a Shion é uma kunoichi de Konoha. Pensem nela assim, como uma kunoichi.
Até a próxima :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hinata's Revenge" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.