Hinata's Revenge escrita por Yuki rin, Patty M Lee


Capítulo 11
Culpada


Notas iniciais do capítulo

OIII, estou aqui em mais um domingo atualizando a fic :D este capítulo promete altas emoções, então leiam atenciosamente!



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Hinata’s Revenge

Capítulo 11 – Culpada

O vento fraco soprava em sua face, agitando seus cabelos, a brisa quente do entardecer do dia refletia em seu rosto. O balançar suave em cima de Byakko lhe trazia conforto, a visão ampla de Konoha do alto do leão a deixava ofegante, sentindo um frio na barriga. Podia enxergar vários corpos estirados no chão, shinobis lutando bravamente para interceptar os inimigos que causavam aquela tragédia irreversível na vila, e ver diante dela aquilo, não lhe trazia o bem estar que achava que sentiria, a satisfação que um dia acreditou que atingiria... Era diferente.

Algo em seu coração agitava-se com aquela visão, a deixando um tanto confusa.

No entanto, sabia perfeitamente o que lhe faltava para sentir-se satisfeita, e, em busca disso seguia naquele momento. A um reencontro que tanto desejou, e mesmo com tantas voltas que sua vida havia dado, os caminhos inesperados que trilhou, tinha questão de ver ele novamente, mostrar a filha que ele tanto quis ter, forte e decidida. Havia se tornado isso, não por ele, mas sim por ela mesma. E junto dessa conquista, veio o desejo que há muito tempo formava-se em seu coração, crescendo consideravelmente até alcançar as proporções que chegou, e que, naquele instante, realizava.

Há poucos metros do distrito Hyuuga, pode notar o local sendo altamente bombardeado por um dos caminhos de Pain, vários Hyuugas juntos lutavam contra aquele inimigo. A guarda no local ao nível do clã, com muitos shinobis protegendo as suas casas, suas famílias e, principalmente, suas vidas.

Impulsiva, Hinata saltou de Byakko segundos depois repousando no chão com uma das pernas inclinada para o lado e outra flexionada, a face estava voltada ao chão, os longos cabelos caíam ao lado do pescoço, a franja tapava seus olhos.

— Byakko, vá... Isso é comigo. — A voz tinha um tom indecifrável.

— Sim, Hinata-sama! — Assim que respondeu, desapareceu por entre uma intensa fumaça branca que se formou a volta dele. “Cuidado...” Recomendou, preocupado antes de desaparecer.

Assentindo, como se seu companheiro ainda pudesse ver, ela apenas concordou. Na mesma posição, mantinha os olhos perolados fechados, podendo sentir os variados chakras que fluíam naquele local. Mesmo não podendo enxergar, sentia os ninjas correndo em direção a ela, ainda meio distante do local que concentrava.

Aspirou o ar profundamente, deixando-o invadir seu pulmão. Aquele cheiro familiar lhe aquecia, não como o calor do sol que matinha sua pele quente, mas sim como um calor que só é possível sentir em um lugar onde há lembranças, onde houve amor, como de sua okaa-san, até mesmo dos muitos tropeços da vida que teve. Era nostálgico, lhe aquecia o peito.

Deixando de lado aquelas sensações, Hinata moveu a cabeça para frente visualizando os três shinobis correndo em sua direção com suas armas em punhos. Levantou-se ficando ereta, seu olhar era sério, em suas orbes continham um brilho pelas poucas lágrimas que se acumularam em seu olhar pelas sensações que, até então, estavam presente nela. Pondo a mão em posição de selo à frente do corpo, encarou mortalmente os ninjas.

— Raiton: Kage Bunshin no Jutsu! — Ao seu lado formou-se dois clones seus, sendo ambos separados por ela, que mantinha-se ao meio.

Diferente da técnica tradicional de clones, nessa possuíam sistema circulatório de chakra, porém, como o chakra é da natureza de Raiton, quando são desfeitos, quem os atinge recebe uma alta carga de eletricidade caso esteja em contato com os clones. Era uma técnica eficiente.

Correndo em direção aos shinobis, a kunoichi foi seguida por suas clones, se movimentavam em sincronia trocando constantemente de posições, alternando a mão em diferentes selos, saltou para cima sendo prontamente acompanhada. Uma enorme espada moldada pelo Chidori sob a forma de uma lâmina formou-se em seu punho, os adversários saltaram de encontro a ela, a colisão foi inevitável. Diante de seus olhos, observou o shinobi arfar pela perfuração na barriga, ambos perto um do outro, caíram no chão, amparando o ninja, Hinata o segurou com uma das mãos ao pousar sob chão, deitando-o em seguida. Devagar, retirou sua espada de dentro dele, viu o sangue em seu objeto respingar no chão. Voltando sua atenção a suas clones, percebeu que ambas haviam desaparecido e, no chão, provavelmente os ninjas que haviam as atacados, desacordados.

— Hinata... — Sussurrou alguém atraindo sua atenção.

Não se surpreendeu ao ver atrás de si aquele que era o motivo de estar ali. Os olhos brancos a encaravam com um expressão que não soube reconhecer, não havia aquele desprezo que presenciou na infância, era diferente, como se olhar ela o machucasse. Haviam resquícios de dor no olhar dele, percebeu, aquilo era algo que sempre reconheceria, sempre. Afinal, em boa parte de sua vida pairava isso nela, em seus olhos, só que ninguém nunca tinha feito questão de notar. A aparência de Hiashi estava muito diferente desde a última vez que o havia visto, abaixo dos olhos as olheiras eram profundas, o corpo antes másculo e de aparência saudável, era agora magro, muito mais do que um dia imaginou vê-lo. Ele parecia mal, muito mal.

— Otou-sama. — Disse sarcástica. Um pequeno sorriso se formava em seu lábio. — Quanto tempo...

Os braços de Hinata estavam cruzado sob o peito, viu o homem à sua frente percorrer o olhar sobre ela, analisando-a. Aquilo a deixava irritada.

— Então foi isso que você se tornou? — Perguntou com amargura encarando os olhos perolados. — Uma assassina? Porque... Porque isso? — Moveu os olhos vendo os corpos estirados no chão perto da filha.

Levando a mão até o objeto que prendia a capa da Akatsuki, Hinata o soltou deixando aquele enorme tecido descer por seus ombros tão logo caindo ao chão. Mirando as orbes esbranquiçadas do líder Hyuuga, soltou gargalhada alta, sem emoção.

— Vingança. É isso que eu quero. — Apertou em punho, fixando os perolados nos albinos. — E passarei por cima de qualquer um que ouse ficar no meu caminho.

Soltando um suspiro sôfrego, Hiashi tentou acalmar o coração, aquele reencontro estava mexendo consigo. Após dois longos e sofridos anos, pôde finalmente rever sua filha, o olhar decidido, a forma convicta que falava, não parecia em nada com aquela que um dia conviveu, com isso, o peito se alterava, estava feliz por revê-la, por finalmente ter a chance de se desculpar pelo monstro que havia sido com ela por muitos anos. Tinha a chance, mas se questionava se aquela mulher à sua frente o ouviria e o perdoaria. Ela estava diferente, naquele momento quis a sua filha do passado, doce e meiga que era, não aquela desprovida de emoção.

— Você seguiu um caminho errado Hinata... — O olhar alternava entre a filha e os corpos ao chão. — E... Mesmo sendo minha filha, minha querida filha, não deixarei causar ainda mais a destruição em Konoha, no clã Hyuuga. Não irei hesitar em pará-la. — Disse convicto se pondo em posição de luta ao estilo clã Hyuuga.

— Essa era a intenção Hiashi. — Em sua mente, as palavras do líder Hyuuga martelavam. “Minha querida filha”, isso a deixou desnorteada. — Não pense que será como nos velhos tempos... — Sorriu encarando-o.

Pondo somente uma das mãos à frente do peito, em posição de selo, Hinata deixou seu chakra fluir sobre ela, liberando seu poder. Ela logo foi tomando uma camada arroxeada que circulava todo o seu corpo, indo dos pés ao último fio de cabelo. Encarou Hiashi, podendo contemplar a face surpresa que o mesmo esboçava, apreciando aquilo, se pôs também em posição de luta ativando seu Byakugan, um sorriso insistia em se manter um sua boca.

Por ambos serem extremamente talentosos no Juuken eram capazes de ver os Tenketsus um do outros, que são pontos por onde o chakra se concentra, se alguns desses Tenketsus forem fechados, isso evita que o oponente use chakra. E aquilo para Hiashi era o mais certo a se fazer, ainda mais ali, vendo a força monstruosa que exalava de sua filha, e por mais que fosse o certo para-la, seu coração se apertava muito somente ao pensar em machuca-la, como nos velhos tempos. Seria um castigo para ele, mas era algo que seria necessário, teria que para-la.

Com os pés, ambos se ajeitavam dando passos para os lados em círculo, encarando um ao outro, degustando aquele momento antes da luta.

Impaciente, Hinata seguiu em direção a Hiashi, querendo o golpear com as palmas das mãos, tentando cortar o interior dele com o Juuken, que, ágil, escapava facilmente e contra-atacava assim que via um brecha. Os golpes eram muito rápidos, e aconteciam um seguido do outro. Em busca de acertar a kunoichi, o líder Hyuuga levou a mão agilmente em direção ao ombro da adversária, sendo barrado em seguida pela mesma, que atenta aos movimentos, usou o antebraço para desviar a mão para fora do golpe, com a outra mão disponível, tentou o golpear próximo ao pescoço. Frustrada percebeu o mesmo voltar-se para trás inclinando o corpo para escapar do golpe. Voltando-se para cima, contra atacou novamente levando a palma da mão próxima ao peito, e antes mesmo de pensar em acerta-la, já tinha sua mão jogada numa direção diferente e via a mão aveludada da ninja tentar o acertar.

Estava surpreso com o nível de luta que Hinata havia alcançado. A forma ágil com que ela se movia exigia dele a atenção redobrada, as várias vezes que ela barrou seus golpes o deixava orgulhoso. Não havia superioridade ali, não, ela estava ao seu nível e se duvidasse melhor ainda. Ainda mais pela precisão e sem esquecer a defesa, prova disso que naquele momento mal havia encostado nela, ou chegado perto. Ela estava atenta a si, e mesmo criando vários momentos nas brechas, não chegava perto de acerta-la, com isso seu peito se enchia de orgulho dela, ao ver o quanto cresceu e tornou-se habilidosa, como um verdadeira Hyuuga. Sorriu de lado, feliz em meio à luta. Sorriso esse que foi totalmente mal interpretado por Hinata que achou que o velhote a sua frente estava zombando de si, raivosa, juntou as mãos uma do lado da outra e as voltou para frente, golpeando Hiashi, que por tamanha a magnitude do golpe, o levou uns três passos para trás, arrastando o pé no chão. De onde estava, pôde observar o quanto o golpe havia pegado em cheio, um filete de sangue saía do canto da boca dele. Não pôde evitar o sorriso que insistia em forma-se em sua boca, orgulhosa de si mesma.

E quantas vezes já se imaginou assim, lutando de igual para igual com ele, não como na situação que ocorria nesse momento, como ambos adversários tentando na busca incessante parar um ao outro. A forma igual que estavam no combate, as chances que havia criado, as formas que havia se defendido, de fato, sentia-se orgulhosa de si mesma, ao ver o final compensador depois de tanto tempo treinando duramente, o quão preparada estava, o quão forte se sentia e, acima de tudo, convicta que tudo poderia fazer, só bastava querer.

— Era isso que eu esperava de uma Hyuuga, da minha primogênita. — Exclamou Hiashi com dificuldade, atraindo a si a atenção de Hinata que olhava o nada. Em sua voz era notável o quão orgulhoso estava.

Sentia-se mexida com a forma tão afetuosa que ele falava consigo, até mesmo a maneira com que ele a olhava. Seu peito palpitava trazendo-lhe fortes emoções, tão fortes como jamais imaginou sentir. O olhar albino, aquele olhar motivo de tanta tristeza a si, não carregava mais aquela maldade, decepção que sempre teve e que achou que encontraria, o olhar de Hiashi brilhava olhando para ela, ela percebia, era nítido, só não entendia o porquê, o porque não tinha mais aquele acusatório nos olhos dele, mesmo vendo o rumo que havia seguido, as ações cometidas... Porque ele a olhava daquela forma? Porque aquilo mexia tanto consigo?

"Da minha primogênita", a frase ecoou em sua mente.

— Não me importa o que acha ou deixa de achar... Para mim não importa. — Manteve-se firme, fitando-o séria, escondendo as diversas questões que travava consigo. — Irei acabar com isso já! — Gritou, saltando num mortal para trás, ficando há alguns metros de distância.

De onde estava, Hiashi observou os diversos selos que Hinata fazia com suas mãos, com o Byakugan ativo, viu finos, mas longos fios como de cabelo, neles possuíam chakra, alternou o olhar a Hinata, vendo-a encarar a sério. Prevendo o que vinha, se pôs a fazer a técnica mais eficaz do clã Hyuuga, a defesa perfeita.

— Katon: Ryuuka no Jutsu! — Efetuou, fazendo um rajada de fogo sair de sua boca, percorrendo o caminho pelo fios de cabelo jogados ao chão por si até Hiashi.

O fogo se alastrou rápido, chegando até Hiashi, mas viu diante de seus olhos sua técnica falhar ao ver o líder Hyuuga usando a defesa perfeita do clã. Frustrada, suspirou. Queria acabar logo com aquilo, destruir de uma vez aquele lugar, e seguir em frente sem olhar para atrás, não queria mais ficar ali, vendo a face daquele ser... Das pessoas ao seu redor. Sentia-se fraca pelo uso exagerado do chakra. Aproveitando o momento de distração de Hiashi, a kunoichi se pôs a começar a destruição daquele local, queria apreciar de perto aquilo, ver a expressão de Hiashi.

— Katon: Haisekishou! — Assoprando uma enorme quantidade de fumaça negra em direção ao clã Hyuuga, onde no mesmo ainda havia uns dos caminhos de Pain eliminando alguns shinobis, após espalhar bem, se afastou um tanto do local e ao seu desejo viu a enorme explosão surgir naquele local ao trincar os dentes, os vários destroços caindo para todos os lados, gritos agonizantes, um em especial atraiu sua atenção, olhou em direção a ele vendo Hiashi caído ao chão e uma enorme pedra de concreto sobre o peito.

Inconsciente, seguiu em direção a ele, que agonizava ao chão, chamando seu nome, olhando para os lados percebeu o tumulto que formava-se no local da explosão, só haviam ambos ali, próximos.

— H-hin... Ata — Tossiu, cuspindo algumas gotas de sangue.

Olhar aquilo deixava Hinata sem reação, estática no mesmo lugar. Os olhos trêmulos de Hiashi a encaravam.

— Eu... Sei que nunca fui um bom pai a vo...cê... — Gemeu pela dor que sentia, fazendo a face se contrair em uma careta. — E por muitas vezes errei da pior maneira que um pessoa poderia... — Encarou os olhos perolados, que estavam voltado a si. — A fiz sofrer... Hinata, nada que eu disser agora tiraria de você essa amargura, essa tristeza que assola seu coração, eu pos...so ver o quanto você está machucada, eu sei que fui o ma...ior causador disso, eu sei disso...

— Pare... — Pediu Hinata, num fio de voz. Ouvir aquelas palavras a machucavam, relembrar aqueles momentos doía, ver ele na sua frente daquela forma a deixava mal.

— Por favor... Me perdoe filha... Perdoe por todas as atrocidades que cometi... — Nos olhos albinos, lágrimas começavam a surgir. — Pelo mal pai que fui, por meus erros... Eu te peço Hina...ta, do fundo do meu coração, m...e p-per...do-e — Sussurrou.

Diante de si, viu ele perder a consciência, nos olhos esbranquiçados o brilho pelas lágrimas, deixando rastro por onde passava. Deu alguns passos à frente e ajoelhou-se onde o corpo de Hiashi estava, levando a mão ate os olhos dele, enxugando as lágrimas que havia derramado.

— Foi tarde demais... — Sussurrou a ele, deixando uma única lágrima escorrer de seu olhos, pingando no rosto de Hiashi, misturando as lágrimas dele com a sua.

~xXx~

Haviam se passado horas, e a destruição a Konoha ainda tinha continuidade, os shinobis da vila lutavam bravamente, dando tudo de si para eliminarem os poucos invasores que ainda restavam.

Naquele momento, muitos já sentiam o cansaço os consumir, a força faltar, os chakras a pouco de acabar, mas continuavam firmes, aguentando tudo que viam pela frente, defendendo sua vila, como uma verdadeira família que Konoha era junto de seus habitantes.

Pelas ruas, ninjas corriam de um lado para o outro buscando dar todo o auxílio a quem precisasse. Naquela hora, os cidadãos que habitavam a vila já estavam em perfeita segurança, após o pânico no começo ter se dissipado, agora restava apenas torcer para que Konoha mantivesse-se firme, eles acreditavam na sua Hokage e nos seus ninjas.

Em uma parte mais ao sul da vila, havia uma aglomeração de ninjas buscando auxiliar da melhor maneira possível Jiraiya e Kakashi a eliminar mais um dos três inimigos ainda vivos.

A beleza exótica da invasora foi apreciada por Jiraiya, os cabelos roxo azulados com os olhos âmbar o deixou vidrado, a expressão neutra que mantinha mesmo sofrendo duros ataques intrigava ele. Como ela havia crescido, a sua antiga pupila.

Havia definitivamente se tornado uma mulher interessante. Analisando-a, percebeu o extremo cansaço que a mesmo sentia, o peito que subia e descia frenético denunciava a respiração desregulada e a exaustão que sentia. Não era para menos também, estava ali a algumas horas lutando com os shinobis da vila, consigo, Kakashi e mesmo com o desgaste de seu chakra sabia que teria que ir ao seu limite para a deter.

— Kakashi-san, Jiraiya-sama! — Chamou um ninja aparecendo de súbito ao seu lado, após um reverência respeitosa os encarou, ambos assentiu com a cabeça pedindo a ele que prosseguisse. — Hokage-sama precisa de ajuda, ela está inconsciente, Shizune-san está desesperada...

— Avise que já vou. — Exclamou Jiraiya perturbado voltando sua atenção a kunoichi na sua frente que mal defendia-se dos ataques que recebia.

Com uma confirmação muda, o ninja desapareceu dali. A notícia de Tsunade desacordada havia o pegado de surpresa, tinha o extremo conhecimento da força brutal que a Hokage tinha, e duvidasse muito que algum invasor tinha atacado ela, ainda mais com os muitos esquadrões de proteção que ficavam com ela... Aquilo não cheirava bem, concluiu. Só restava a ele ir logo ao encontro dela, algo naquilo o fazia ficar preocupado.

— Kakashi, deixo ela em suas mãos, irei ao encontro de Tsunade... — Avisou o sennin olhando uma última vez a sua antiga pupila, tão logo desaparecendo por entre a nuvem de fumaça em torno de si.

— Hai... — Confirmou o sensei levando sua atenção novamente a invasora.

Reunindo toda a força que lhe restava, Kakashi se pôs a correr em direção a kunoichi, tinha a consciência que aquele seria seu último ataque, pois depois dele ficaria impossibilitado de executar mais algum. Seria sua última deixa, e terminaria com aquilo rápido, aproveitando que a inimiga já estava bastante frágil. Há uns sete passos de distância da ninja, foi diminuindo a corrida até parar totalmente, encarando-a de frente, aproveitou que os shinobis a enfrentavam corpo a corpo, aquela era a hora.

— Kyokujitsu. — Sentiu o corpo esquentar rapidamente, e como um nascer do sol, “explodir” numa luz brilhante, cegando temporariamente a kunoichi à sua frente e alguns de seus shinobis.

Aproveitando que sua oponente não poderia enxergar ao seu redor, sacou quatro kunais de sua bolsa ninja, num impulso, pulou para cima podendo enxergar melhor a Akatsuki, que golpeava a todos os lados atônita com a cegueira temporária, em volta a ninjas arremessou as kunais formando uma barreira quadrada, deixando-a dentro daquele espaço. Levando a mão em selo em frente ao rosto proferiu a técnica.

— Raiton: Maison. — Uma eletricidade surgiu naquele espaço, levando a kunoichi que estava dentro daquele recinto ser eletrocutada por um forte choque que em forma raio invadiu o local, cortando-a ao meio, observou.

Não querendo atrasar ainda mais em encontrar Shizune, se pôs a correr em direção ao escritório da Hokage, sobre o ombro, notou a agitação dos shinobis da vila comemorando mais a extinção daquela inimiga. Ele só não pode compreender o porquê não conseguiu comemorar aquela morte... Em sua mente ecoava uma voz dizendo que nenhuma morte deveria ser comemorada, nem quando a pessoa seja a inimiga e tenha causado tanto alvoroço que nem havia causado. Com um suspiro cansado, seguiu em frente, sem olhar para trás novamente.

~xXx~

Akatsuki?

Em meio a tempestade que assolava seu coração, ao nervosismo que o fazia não crer no que via, em meio ao choque por cair a ficha que sua vila estava naquele caos o ver ali diante de si, o membro da Akatsuki com a expressão neutra observando-o não ajudava em nada, pelo contrário, alastrava ainda mais o ódio que sentia. Seu sangue fervia ao imaginar as tamanhas atrocidades que aquele ser havia feito ali, o remorso pouco a pouco foi tomando a ele, pois tinha e sabia plenamente que estavam em busca de si. E saber que de fato aquela destruição que Konoha estava também era sua culpa lhe deixava mal, com peso na consciência.

O ódio pouco a pouco foi o tomando, o nervosismo o deixando fora de controle, as mãos tremiam obrigando-o fechar em punho para controlar-se, a respiração era profunda, sentia-se que a qualquer segundo explodiria. Colocando com cuidado o corpo já morto da idosa no chão, Naruto a olhou pela última vez, prometendo a si mesmo que a vingaria, não só a ela, mas sim a todos que sofreram pelas mortes de entes queridos, aqueles que agonizaram antes da morte, aqueles que estavam feridos, numa promessa muda, somente a ele, prometeu vingar por eles. Levando a mão ao chão, pegou um tanto da terra e levantou-se encarando mortalmente o homem da Akatsuki na sua frente, estendendo a mão à frente do peito, proferiu com revolta.

— Eu prometo que o farei pagar pelo mal que você causou a Konoha. — Franziu o cenho, olhando-o sério. — Você mexeu com o lugar e as pessoas erradas!

Analisou o inimigo a frente com cuidado, percebendo que o mesmo não esboçava nenhuma reação perante si, urrou irritado.

— Jinchuuriki, entregue-se por bem ou sofrerá as consequências. — A voz era neutra, como se falasse algo banal.

— Nunca!! — Gritou raivoso. — Você irá se arrepender...! — Levou a mão em posição de selo à frente do corpo. — Tajuu Kage Bunshin no Jutsu!

Criando dezenas de clones iguais a si, Naruto deu início aquela luta, seu peito pulsava querendo o quanto antes acabar com o nukenin, fazer ele se arrepender de ter entrado na vila. Ordenando seus clones a atacar, seguiu correndo junto a eles, enquanto se aproximava, pôde notar a agilidade que o membro da Akatsuki se movia não deixando seus “eus” nem encostar nele. Ágil, saltou para cima ajeitando suas pernas ao encontro do inimigo na tentativa de dar-lhe um chute, mas sentiu seu corpo ser empurrado para trás através de uma esfera que tomava partida da mão do Akatsuki voltada a si. Com isso, viu vários de seus clones serem desfeitos, a queda ao chão foi inevitável, caindo de mal jeito sentiu uma pequena dor ao longo das costas.

“Como?” Questionou consigo mesmo confuso. Não havia nem se aproximado direito dele e foi jogado para longe sem o mínimo de contato.

Encarando-o pensativo, observou atentamente os quase insistentes movimentos que seu adversário fazia, voltando sua atenção ao seu redor, pode ver que era o centro das atenções, muitos ninjas da folha os olhavam atentos, esperando seu próximo passo, era notável o clima pesado, muitos dali desejavam vingança pelo ato de extrema crueldade que os invasores fizeram, muitas sentiam-se tristes, aquele clima lhe dava força a prosseguir em frente sem desanimar, lhe dava a coragem, lhe trazia conforto.

— Mostre-me do que é capaz. — Disse Pain, voltando a si a atenção de Naruto. Algo naquele jinchuuriki havia chamado a sua atenção, e queria descobrir o que era antes de o capturar.

Com a face vincada em determinação, apoiou as mão ao chão, com um impulso ergueu-se, e novamente invocou seus clones, organizando-os em duplas, juntos colocaram-se a trabalhar em equipe, logo uma pequena esfera azulada tomou forma pelo movimentos rotativos que os clones faziam, criando dezenas de Rasengan, coordenando-os a atacaram em sincronia e voracidade o membro da Akatsuki, que se mantinha intacto no seu lugar, apenas os observando. Enquanto isso o verdadeiro Uzumaki aproveitava a pequena distração criada por seu clones para ocupar-se em sua estratégia, que consistia em entrar no modo sennin, ganhando assim mais força física, velocidade, resistência e assim teria uma chance a mais de derrota-lo.

Sentando ao chão com as pernas cruzadas, concentrava-se em reunir a energia da natureza em torno de si, que misturando com o seu próprio chakra, enfim entrava no modo sennin. A técnica exigia concentração, e levaria minutos a ser completada, torcia consigo mesmo que a distração que havia feito desse tempo suficiente a ele.

Há muitos metros dali, uma espectadora em especial acabava de chegar, escondida por entre vários escombros podia ter a visão privilegiada daquele tumulto naquele local, reconhecendo de imediato aquela cabeleira loira se pôs a observar mais atentamente, de longe viu Pain eliminando facilmente os clones que o atacavam. Ativando seu Byakugan, pode analisar mais detalhadamente os intensos chakras que fluíam no local, olhando a seu redor, pode enxergar vários shinobis de Konoha, como ela, observando a luta.

Querendo ver melhor, andou até um enorme pedra e, desastrada, acabou por tropeçar em falso em um buraco que estava fora do nível, não tendo onde se segurar, a queda foi inevitável, praguejando, erguer-se olhando para suas vestes, limpou o pó que havia instaurado em sua roupa, levantando o olhar, pode notar um par de pés à sua frente, encarando o ser, viu um shinobi de Konoha com uma expressão nada amigável prestes a atacar, com o punho vindo em sua direção, desviou no último segundo tombando para o corpo, rapidamente, acertou-lhe o punho gentil com a palma da mão, levando-o a cair rolando a alguns metros.

Aquilo trouxe a ela o que menos queria, a atenção dos shinobis que até então prestavam atenção a luta de Naruto. Olhando para ele, pode observar que o mesmo olhava em sua direção, em suas mãos uma esfera azulada, que aos poucos foi perdendo o tamanho, ate sumir totalmente. O brilho nas orbes safiras era notável de onde estava assim como a expressão confusa que mesmo fazia, retribuindo o olhar intenso, deixou se perder nele, naqueles poucos instantes.

Pode notar o olhar confuso do mesmo mudar radicalmente e tornar-se de mais puro pavor, dor... E como se aquilo a despertasse, viu Pain parado a poucos centímetros do mesmo, com um estaca de metal, que naquele momento, perfurava bem ao peito de Naruto. Absorvendo aos poucos aquela cena que via diante de seus olhos, o pânico aos poucos foi tomando a si, em seus olhos, lágrimas começavam a se formar, seu peito parecia estar sendo apertado brutalmente, a machucando a ponto de não conseguir ouvir o murmúrio sofrido que saía de seus lábios.

Inconsciente de seus atos, correu seguindo em direção a Naruto, ao chegar no mesmo local, reuniu toda a força que possuía e deu um grande empurrão no líder Akatsuki, que sendo surpreendido pelo golpe, voou longe caindo em meio aos escombros a distâncias dali. Agachando-se levou a mão ao rosto de Naruto, acariciando-o.

— E-ei, o-olha pra mim. — Pediu por entre as lágrimas que rolavam por sua face. — Naruto...

As orbes azuladas encararam os perolados, mas de sua boca não saía nenhuma palavra, apenas a expressão de dor que com o passar do tempo piorava ainda mais.

— N-Naruto... — Chacoalhou ele sem o mínimo de cuidado, queria apenas o manter acordado, olhou o ferimento que saía uma quantidade considerável de sangue, levando a mão até lá e tentou o curar, mas encontrava-se nervosa demais para efetuar a técnica, respirando profundamente olhou ao seu redor. — Ajudem ele! — Pediu vendo alguns ninjas se aproximar, a visão borrada não a ajudava a identifica-los.

Sentiu seu corpo ser emburrado com brutalidade para o lado, afastando-a de Naruto, olhando para frente, viu uma cabeleira rosa tomar sua visão.

— Não fique perto dele...! — Exigiu a kunoichi raivosa. — Já não chega o estrago que fez? O que mais você quer?

As palavras da ninja a pegaram em cheio. Levantando-se olhou ao seu redor gravando aquele local, percebendo ate então a destruição irreparável que estava, a destruição que ela ajudou a fazer, as mortes em que ela ajudou a matar, os muitos feridos que ela sabia que era sua culpa... Era aquilo que ela desejava, não era? Vingança...

Havia se vingado, mais ao realmente ouvir as palavras da kunoichi, o tom ressentido que disse, ao ver Naruto agonizando na sua frente, aquela destruição, era como se realmente caísse em si, se dando conta das atrocidades cometidas, e nada daquilo fez apagar as mágoas que ainda tinha em seu peito, a tristeza que sempre sentiu. Naquele momento, ao ver tudo aquilo diante de seus olhos se deu conta que a vingança não trouxe a satisfação que pensou que sentiria, ela não era grande como aquele sentimento ruim que se apossava de si ao ver Konoha daquele jeito. O peso na consciência a atingiu em cheio, o coração ardia como se chamas o consumisse.

Era a culpada.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaríamos de saber sua opinião :)
Então, não tenho muito a dizer ^^'' Mas tem uma coisa... Ficaria muito feliz se vocês dessem uma olhada aqui: http://kyaroruchan.deviantart.com/ Eu estou começando a postar lá e gostaria muito que vocês dessem uma olhada :>
Até o próximo capítulo!