Unlucky Fate escrita por Hont91


Capítulo 3
Capítulo 3, O destino inevitavel


Notas iniciais do capítulo

Terceiro capitulo da nossa saga azarada. Divirtam-se com com o Akira xD



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Foi um dia estranho aquele, com a aluna nova. De certa forma ela me dava calafrios, quando o professor ofereceu o lugar ao meu lado para ela sentar foi que começou.
Professor: Que tal ali senhorita Ume? Akira não é um bom aluno e pode tentar te agarrar mas ele é fraco então creio que é seguro
Isso professor, acaba com todo o resquício de reputação que eu tenho...
Ume: Não, obrigada, não quero manchar minha blusa nova de tinta
Ninguém na sala entendeu, mas aluna nova bonitinha em primeiro dia tem mais autoridade que deus, então sem o protesto de ninguém ela calmamente se sentou em uma carteira, que eu calculei, era o ponto mais distante de mim em toda a sala... Acho que ela me odeia.
O professor começou a aula e pediu que EU, e apenas EU anotasse tudo que ele escrevesse no quadro já que eu não tinha feito a tarefa, apesar de ninguém ter entregado nada pra ele também.
Comecei a escrever, primeiro a tinta saiu normal, de repente parou. Observei o papel branco marcado pela pressão da caneta no papel, tentei de novo. Nada. Tentei desmontar a caneta para ver se tinha acabado a tinta e ela explodiu na minha cara e espirrou tinta em todos na sala... Correção, todos menos uma pessoa, Ume, que estava posicionada estrategicamente logo atrás de dois grandalhões que repetiram de serie sei lá quantas vezes. Ela nem mostrou surpresa pela caneta ter explodido.
Professor: Akira de novo certo? – Ele teve de tirar os óculos manchados e tenho a impressão de que não viu que eu estava ensopado de tinta. É serio, da onde veio tudo isso, impossível que coubesse dentro de uma caneta só.
Akira: Professor, a caneta, ela...
Professor: Vai ter de fazer um trabalho de 10 paginas sobre o porque não se deve espirrar tinta nas outras pessoas!
Ótimo, ele acha que fiz de propósito
Akira: Mas professor!
Professor: 20 paginas!
Típico.
Akira: Que azar...
Me joguei na carteira desanimado. Mais um dia perfeito pra mim. E que droga, a aluna nova ta rindo da minha cara...
O resto do dia não foi diferente, sempre que acontecia alguma coisa Ume estava posicionada estrategicamente para evitar ser pega no meu azar, e sempre ria da minha cara, como quando minha solução de água e açúcar misteriosamente explodiu na minha cara e o professor brigou comigo já que misteriosamente meu açúcar se transformou em uma mistura incrivelmente poderosa que explodia em contato com a água.
Ou quando em matemática eu fui fazer um exercício no quadro e ele caiu... No meu pé!!
Também tenho que falar do meu dinheiro sendo roubado, dos 3 chicletes no meu cabelo, do computador com vírus, da aluna que deixou um cristal na mesa e o sol refletiu e queimou meu livro... um dia normal, como sempre...
E agora, adivinha? Ultima aula, tortura final e tinha de ser... Educação física!
E adivinha de novo? O professor esta tendo um momento sádico e disse pra brincarmos de queimada... Sabe neh? Aquele jogo em que o professor solta varias bolas de borracha vermelha e dolorosa na quadra e tranca os alunos para que eles se matem acertando uns nos outros... A diferença? Eu era mais que um alvo ambulante, eu era um imã de bolas!
O jogo foi lindo, bolas fazendo curvas misteriosas, arremessos de ângulos incríveis, um dente quebrado, acredito ter visto uma bola de boliche rolando por ai mas por falta de azar ela não me acertou.
Jogo normal, exceto por uma coisa, a única pessoa em toda a sala que não levou uma única bolada e que não jogou nem uma era Ume, e ela ficou o tempo todo andando calmamente no meio da quadra, desviando por um fio das bolas, que obviamente quando não acertavam nada voltavam na minha direção.
Fim da aula, o professor me avisou que a enfermaria do colégio estava fechada e que o hospital se recusava a me aceitar novamente, então eu tinha de voltar andando para casa e fazer curativos eu mesmo... M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! Simplesmente maravilhoso.
Sai junto com o Wataru, ele falava alguma coisa sobre como a aluna nova era bonitinha, e em como ele se esforçou para protegê-la durante o jogo, é claro que eu não ouvia, estava ocupado demais usando todas as minhas forças para andar sem gemer de dor, foi ai que ouvi aquela voz.
Ume: Akira-kun? Posso falar com você? A sós?
O mundo parou, eu olhei para os lados, todo mundo me encarava, vi os times de beisebol, futebol e hugby planejando a minha execução, o Wataru com uma expressão indecifrável e algumas garotas de queixo caído, afinal, eu SOU uma doença ambulante. Então finalmente olhei para frente, e lá estava ela, me olhando com um sorriso, a expressão angelical, perfeita.
Não consegui falar nada, apenas apontei para mim mesmo e olhei para ela, a duvida muda no ar, ela continuou sorrindo e balançou a cabeça confirmando.
*
Sabe, quando você é um azarado você se acostuma a pensar que esse tipo de coisa não acontece com você, afinal, quando uma garota vai querer falar com alguém como eu sozinha? E bem, se você é azarado você deve pensar de primeira que isso é uma tentativa de piada maligna feita para humilhar publicamente alguém de mal com a vida...
E ainda assim... O que diabos eu estava fazendo no terraço do colégio, logo depois da aula, com uma aluna nova tão bonitinha na minha frente? Sozinhos?! Eu devia querer mesmo uma humilhação publica...
Akira: Então?
Obviamente minha voz me traia, eu estava nervoso. Ela me olhou nos olhos outra vez, do mesmo jeito que na primeira vez que nos vimos, como se pudesse ver tudo sobre mim, dessa vez eu estava mais preparado, então mantive o olhar.
Não demorou muito ela finalmente desviou os olhos para o céu.
Ume: Você tem muito azar mesmo... – O tom de voz era casual.
Akira: A historia da minha vida. – Não foi uma piada, mas ela riu.
Ume: Sempre foi assim? Desastres por toda à parte? – Pera ai, ela esta interessada numa conversa comigo?
Akira: Ultimamente sim, desde que eu aprendi a controlar o meu... – parei imediatamente, o que eu estava pensando ao falar que tenho um poder pra ela?
Ume: Controlar?
Akira: Nada não...
Ume: Sabe... Eu acho você divertido – Ela estava sorrindo.
Akira: É a única pessoa, todos os outros acham que sou um desastre ambulante – Até eu mesmo acho isso, mas não posso falar isso neh.
Ume: É por achar você divertido que vou te dizer isso – Ela ficou seria. – Você vai morrer em meia hora.
Para tudo! Como é que é? Eu vou morrer? Impossível, eu não posso morrer, meu azar não permite nem ao menos esse descanso.
Akira: Por que... Diz isso? – Minha voz me traia, eu estava mais nervoso agora.
Ela deu de ombros e pensou um pouco, por fim decidiu me contar.
Ume: Já que você só tem meia hora, não conte isso a ninguém, mas eu posso ver isso acontecendo com você.
Akira: Como?
Ume: Eu tenho um poder... Algo ahm... Como vou dizer? Eu vejo os destinos das pessoas.
Akira: Como uma vidente?
Ume: Não, uma vidente vê quando quer, o que quer e apenas fragmentos, eu vejo tudo, ao mesmo tempo, todo o tempo, não tenho controle, é... irritante...
Akira: Alguma vez já errou? – Ela me olhou surpresa por eu acreditar.
Ume: Nunca... E por falar nisso, eu daria um passo para trás se fosse você. – Ela riu.
Akira: O que? – Antes de eu reagir, uma pomba libera a ‘carga’ no meu ombro. – Ótimo, sabia que tava faltando alguma coisa hoje, agora só falta a Yakuza vir atrás de mim, de novo...
Ume: Você não parece preocupado em morrer, normalmente quando conto as pessoas ficam nervosas, e quando sabem que é verdade enlouquecem... Por isso parei de contar...
Akira: Se parou o que estamos fazendo aqui?
Ume: Eu disse, te acho divertido, achei que a sua reação fosse ser diferente ^^
Akira: Como assim achou? Você não sabia como eu ia reagir?
Ume: Escuta direito, eu disse destino! Não escolhas! É difícil de explicar ta bom.
Akira: Que seja... Hum... Me diz, que horas eu vou morrer?
Ume: Na minha visão você morria às sete horas e três minutos, segundo o seu relógio de pulso, com um tiro no peito, no topo de um prédio.
Akira: Peito? Porque eles nunca miram na cabeça? Eu não preciso de 10 a 15 segundos de agonia enquanto espero morrer... Pera ai, você disse o meu relógio de pulso? E topo de prédio?
Ume: Sim, porque?
Akira: Nós temos um problema.... – Eu disse mostrando meu relógio, que travou nesse horário meio ano atrás, e não se mexe nem com macumba (obviamente quando dei ele pro meu irmão testar, funcionou perfeitamente).
Como que esperando a deixa para aparecerem, três armários ambulantes vestidos em ternos pretos feitos sob medida para alguma coisa que parecia mais um orc do que um humano chutaram a porta quebrando ela em 4 partes diferentes, obviamente essas partes voaram na minha direção, eu nem tentei desviar, seria uma perda de tempo mesmo.
Akira: Ai! Isso dói caramba! – Gritei com raiva.
Devia ser uma cena cômica, eu, no meu estado deplorável, mal me agüentando de pé gritando com raiva para 3 assassinos da Yakuza que – pela minha experiência com esse tipo eu podia dizer – eram profissionais capazes de assassinar o primeiro ministro inglês e ainda por a culpa em uma criança de 10 anos.
Assassino 1: É ela! Finalmente!
Hein? Para tudo! Eles estão atrás dela? Me virei pra ela como um jato.
Ume: Eu estava distraída! Não pensei que iam me achar tão rápido então relaxei na segurança!
Eu parei no ar, a pergunta que eu não fiz já respondida, recuperei a compostura rápido.
Akira: Porque...
Ume: Meu poder vale muito para certas pessoas. – De novo ela não me deixou terminar.
Eu suspirei desanimado, ela não era tão diferente de mim assim.
Assassino 1: Hei! Não se esqueçam de nós!
Assassino 2: Como podem ficar tão calmos quando nós estamos aqui?!?
Assassino 3: Isso mesmo! Isso mesmo!
Eu e Ume rimos juntos, aparentemente nós dois estávamos tão acostumados a essa situação que nem mesmo nos preocupávamos em nos preocupar.
Akira: Não me levem a mal, mas vocês não assustam nada.
Mentira, eu estava com medo, se a previsão dela estivesse correta eu iria morrer ali. Bem, pelo menos meu azar terá um fim. Mas eles ficaram assustados com a minha indiferença, eu sorri um sorriso culpado.
Akira: Vamos acabar logo com isso? Odeio ficar encarando armários.
Ume: Como você fez isso?
Hein? Olhei pra ela confuso.
Ume: Mudar!
Ainda não entendi.
Ume: A um segundo atrás eu tinha uma imagem nítida de você morrendo com um tiro no peito, de uma pistola glock – Como ela sabia isso? – E agora, eu vejo você sendo alvejado até que eles descarreguem toda a munição deles em você!
Akira: algum desses tiros acerta na cabeça?
Ela fez uma pausa, franzindo a testa, concentrada, nossa, deviam ser muitos tiros mesmo.
Ume: Não, mas um deles vai acertar na jugular.
Akira: Que lindo, mais agonia, acho que isso reduz meu tempo de vida em alguns segundos pelo menos...
Os quatro ficaram me encarando incrédulos, nenhum deles conseguia entender como eu podia falar tão casualmente sobre a minha própria morte, e eu não estava com vontade de explicar isso.
Ume: Ah!
Estranho, agora ela ficou branca, eu ia perguntar mas os homens cansaram de tentar me entender.
Assassino 1: Esquece esse cara, ele é louco, vamos terminar o serviço de uma vez! – Ele sacou uma glock, acho que era ele que ia me matar antes.
Assassino 2: Uma pena, ela é bonita – O outro estava segurando duas pistolas.
Assassino 3: Ordens são ordens, os chefes não querem que ninguém use os poderes dela contra eles.
Então era isso, eles foram enviados para matá-la... Típico. Bem, agora faz sentido ela parecer assustada.
Akira: Pensei que videntes não podiam ver a própria morte.
Ume: Já disse que não sou uma vidente – Ela ainda estava com a voz fraca.
Eles começaram a andar, acho que não queria errar. Eu tive uma idéia, e já que tecnicamente eu estava condenado, talvez não fosse tão ruim, puxei Ume pela mão e a abracei.
Ume: O-O que você esta fazendo? – Pude sentir ela corando um pouco, eu riria em outra situação, mas dessa vez não, depois talvez, quando eu estivesse vendo isso no meu filme particular de 10 segundos antes do esquecimento total conhecido como morte.
Akira: Confie em mim – Sussurrei no ouvido dela.
Bem, normalmente eu não preciso nem ao menos estar tocando em uma pessoa para usar meus poderes, mas por experiência, quando mais próximo eu estou de alguém, mais sorte eu dou para essa pessoa, e ainda mais rápido que o normal.
Bem... Eu nunca pensei em usar o meu poder para ajudar alguém, sabe, sou egoísta demais pra isso, culpa da criação que eu recebi dos meus pais, mas dessa vez e só dessa vez, eu pensei que poderia ajudar essa garota, afinal, tecnicamente, o fato de ela ter sido encurralada no terraço é culpa minha, e ela tentou me ajudar, então eu resolvi usar o resto do meu poder para salvá-la, ou pelo menos fazer uma boa ação e tentar ir para o céu... Esperança vã... De qualquer jeito, usei todo o meu poder nela, passando muito mais sorte pra ela do que já passei para qualquer pessoa na vida.
Assassino 3: Mas hein?!
Meu corpo começou a brilhar em azul, um azul muito forte, a aura azul se condensou e então passou para ela, diminuindo e se mesclando ao corpo dela, continuamente, rapidamente, cada vez mais e mais.
Ume: O que é isso?!?!
Antes que eu pudesse responder os assassinos se recuperaram do susto e começaram a correr na nossa direção, eu então empurrei ela, a grade baixa foi pouca resistência para que a garota, ainda assustada começasse a cair do alto do prédio.
Akira: Boa sorte – Eu sorri pra ela e não me virei para os homens, já estava ouvindo o som das armas sendo descarregadas na minha direção...
Senti as dores, direto nas minhas costas, e acho que fiquei no ar por alguns segundos, e como eu estava perto da borda de onde joguei a Ume, é obvio que assim que os sons das armas descarregadas atingiram meus ouvidos eu despenquei em direção ao chão, de cima do terraço do colégio que por coincidência tinha 6 andares... Não passou nenhum filme da minha vida nesse meio tempo, eu já estava inconsciente.

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Notas finais do capítulo

Será o fim de Akira? E Ume? Conseguiu sobreviver?
No proximo capitulo: "Akira morre e vai parar na soul society onde se torna um shinigami, mas azarado como é perde seu death note e tem de viajar por todos os universos com a ajuda de mokona procurando as paginas perdidas antes que o caderno caia na mãos de chuck norris e... *leva pancada*
Akira: ISSO TUDO É UMA MENTIRA!
Não percam o verdadeiro proximo capitulo, daki a 2 dias xD

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