Chuva de Relva escrita por tenten25689


Capítulo 8
Mudanças.


Notas iniciais do capítulo

olá gente!
Estou de volta com mais um capítulo, o mais longo até agora da segunda temporada.
Este capítulo estava inspirada, teve até uma coisa mais (͡ ° ͜ʖ ͡ °), mas nada demais kkk nada pelo menos pra mudar pra +18, se é que me entende (͡ ° ͜ʖ ͡ °)
Bom, boa leitura o/



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Fernando passava os dias no automático. Pensava na lesão grave de Michele, na crise da empresa, em tantas demissões...

Se perguntava se realmente casar com Letícia era a única solução.

Balançou a cabeça. Claro que deveria haver outra! Ele só não conseguia pensar em qual.

Após tirar zero em um trabalho da faculdade, por não ter feito, o professor chamou-lhe a atenção:

– Escuta, você não está mais no colégio Elite, que eles faziam lá tudo o que você quisesse. Você está numa faculdade, e por mais que meu salário seja baixo, eu não vou ser seu amiguinho. Sou seu professor. Eu sei que sua empresa está em crise e você odeia Administração, mas ao menos finja que está tudo bem, e de um jeito de fazer seus trabalhos. Fui claro?

Fernando, se estivesse no Elite, e se fosse antes de conhecer Michele, teria feito de tudo para demitir aquele professor. Ora, onde já se viu? Enfrentá-lo daquele jeito? Mas o tempo era outro, e ele sabia que estava errado. Esquecera completamente a data da entrega, mas seu trabalho estava pronto.

– Você tem toda a razão professor. Mas eu esqueci meu trabalho em casa. Posso buscar?

– Ah, então você já fez? Pois bem, tem até meio dia.

– Mas sua aula vai até as 13...

– Você mora aqui do lado. É só ir lá e pegar.

Fernando afirmou com a cabeça e foi até sua casa. Ao voltar, o professor perguntou:

– Escuta, você não quer que eu consiga uma transferência pra você fazer medicina?

– Adoraria mas... Minha mãe...

– Eu acredito que, até o fim do semestre que seria o fim da sua faculdade de administração, você consiga convencer sua mãe a sua verdadeira vocação.

Fernando ficou sem palavras. Nunca poderia agradecer o professor por aquilo.

Professor Augusto era recém-formado na faculdade, tinha 29 anos. Tinha os cabelos escuros, e os olhos castanhos. Sua altura era parecida com a do Fernando, mas tinha menos corpo; era magro, e tinha a pele clara. Ainda se lembrava claramente de como era difícil ser aluno, e como também é de família rica, teve que lutar contra os pais para ser professor, que era seu sonho. Então sabia o que Fernando estava passando, pois se tornaram amigos, e o mesmo comentou sobre seu sonho de se tornar médico.

– Escuta, só falta um aluno para entregar, vou liberar a sala e vamos na secretaria pedir sua transferência, ok? Suas notas são boas, dignas de um futuro médico, não precisa passar por outra prova ou algo do gênero.

Fernando sabia que medicina era puxado, mas não sabia que era tão inteligente a ponto de conseguir entrar direto, sem fazer outra prova. Se sentou num canto da sala, e começou a ouvir música no celular, enquanto esperava o último aluno. Tocou uma música que ele tinha esquecido completamente que havia baixado, Munhoz e mariano – força estranha.

Eu estou sentindo

Uma força estranha

É mais forte do que eu...

Essa música o fazia lembrar de Michele. Aquela força estranha que ela exercia sobre ele...

***

Alguns dias se passaram, e finalmente chegou o dia de Michele começar seu cursinho. Ela estava ansiosa; era uma oportunidade de conhecer gente nova, e talvez esquecer Fernando.

Fernando... Como era possível que, como se fosse da noite pro dia, ele conseguiu fazer com que ela parasse de odiá-lo para passar a amá-lo? Nem ela mesmo sabia.

Ela estava procurando na lista em que sala ia ficar, quando o celular vibrou: era mensagem do Fernando.

Odeio administração.

Ela suspirou, e mandou a resposta:

Sai dessa então.

Estou pensando em mudar meu curso, pra medicina. O que acha?

Uma afornta contra sua mãe? Apoio completamente!

Hahaha, muito engraçado, dona Michele. Estou indo com o professor mudar de curso. Se um dia eu precisar de ajuda pra dizer pra minha mãe que passei pra medicina, você me ajuda?

Michele suspirou, enquanto respondia:

Vou pensar no seu caso. Agora vou entrar na sala, começou meu primeiro dia no cursinho.

Foi então que Michele se lembrou: Fernando até agora não sabia sobre a lesão. Já era tarde demais.

Tinha até me esquecido; estava querendo saber. O que houve para você precisar desistir da natação?

Desculpa Fernando, isso não interessa a você.

O que ela podia falar? Que foi culpa dele? Não agora, quando estavam tentando se dar bem novamente. Mas sabia que essa grosseria atrapalharia tudo.

Dito e feito, Fernando não mandou mais nenhuma mensagem. Mas também podia ser que era porque estava resolvendo sobre sua transferência, e Michele avisara que estava no cursinho.

O dia passou rápido, e ela acabou não fazendo amizade com ninguém. No fim da aula, ela viu que Fernando mandara uma mensagem:

Me desculpe por ter perguntado. Você tem todo o direito de querer ou não falar; obrigada pelo apoio, hoje mesmo, a noite, começo a faculdade que sempre quis. Onde é o seu cursinho?

Do lado do Elite, por quê?

Minha faculdade é perto daí. Quer carona pro trabalho?

Está muito rebelde, hein senhor Fernando?

Qual é, só quero levar uma amiga pro trabalho...

Amiga. Ler aquilo doeu. Mal sabia Michele que também doera para Fernando chamá-la assim. Mas ele não podia arriscar que a mãe um dia confiscasse seu celular e lesse. A parte da faculdade seria mais fácil de explicar. Mas é claro que para ele, Michele era bem mais que uma amiga.

Fernando marcou de encontrar com ela na porta do Elite. Michele estava com o cabelo preso em um coque, e Fernando quase não a reconheceu. Levou-a ao trabalho, e ele, antes de despedir-se, deu-lhe um beijo no canto da boca.

Michele olhou pra ele, sem saber o que falar. Levantou-se do carro, agradeceu a carona, e se dirigiu a lanchonete.

Sara, que notara a melhor amiga vermelha, correu ao seu encontro, para saber o que era. Enquanto a Michele falava, ela sorria, mas ao terminar, o sorriso murchou.

– “Amiga?” – Sara ficou desapontada. – depois de tudo, te chamou de amiga? Bom, mas e aquele beijo?

– É complicado, isso significa que ele está aceitando esse casamento...

– Mas não cem por cento, ou não teria dado aquele beijo. – Sara sorriu, fazendo Michele dar um meio sorriso.

***

A crise não estava facilitando a vida de ninguém, isso era fato.

Um dia, Michele recebeu uma ligação de seu pai, falando que sua pizzaria estava a ponto de falir, pois poucos clientes ainda pediam pizza.

– Não está fácil filha! Não sei mais o que faço...

– Fé em Deus, pai! Tudo dará certo!

Mas não deu. A galeria onde Gelse trabalhava entrou em recesso, e ela teve que ser mandada embora. E a pizzaria de Roberto também fechou.

Michele e os pais, juntamente com Iago, fizeram uma reunião para decidir o que fazer.

– E então? Como vai ser? – perguntava Roberto, cabisbaixo.

– Eu tenho idade para trabalhar, posso procurar alguma coisa. – sugeriu Iago.

– Mas será o suficiente? – indagou Gelse.

Enquanto isso, Michele conversava com Sara por mensagem. Foi então que ela veio com a ideia que a amiga lhe dera:

– Os tios da Sara trabalham em um pesqueiro [1] no interior, estão precisando de mão de obra. Ela perguntou se vocês não desejam trabalhar lá.

Roberto coçou o queixo.

– Não é uma má ideia...

Dito e feito. Alguns dias depois, Roberto e Gelse estavam de malas prontas. Porém, dias após a partida, Michele e Iago tiveram que se desfazer do apartamento onde moravam.

Para a sorte deles, Michele logo encontrou um pequeno apartamento, não muito longe de onde moravam. O aluguel era baixo, acessível para os dois, já que Iago arranjou um estágio na empresa de um colega de turma.

P os ajudou com a mudança, e preparou-lhes um chá de panela, com os amigos de Michele: Sara, Miguel, Suelen, Lion (os dois recém-chegados da Europa), Alex, Renato e (para a surpresa de todos) Fernando.

– Conseguiu fugir da sua mãe? – caçoou Alex, quando Fernando chegou na casa.

– Sim, mãe foi pros Estados Unidos resolver umas coisas.

Ninguém mais quis perguntar nada, então seguiram a noite, com jogos, comida, filmes, e cada um trouxe algo para ajudar na casa: Sara doou uma cama de casal velha que tinha na casa dela, Alex uma TV, Miguel uma mesa de jantar baixa, no estilo oriental, mas que quebrava um galho para eles, Fernando doou uma geladeira, Renato um micro ondas, Lion um aparelho de jantar simples, para os dois e alguns convidados. P doara sua força, de acordo com ele, e um colchão.

No final da noite, todos acabaram dormindo lá, de tão cansados. Cada um se virou na sala, e Iago no meio, mas Fernando e Michele acabaram dormindo na cama, recém-montada pelos rapazes.

Quando Michele se deitou, olhou para Fernando, apreensiva.

– Não se preocupe, não farei nada demais. Só queria um tempo com você. Só com você.

Michele se recordava do beijo no canto da boca. Ele retirou a blusa e se deitou ao seu lado.

– Sinto muito pela sua família. – ele disse, ao se ajeitar na cama.

– Falando assim, parece até que eles morreram.

Fernando deu um meio sorriso.

– Desculpa, não era essa a minha intenção.

Michele recebera uma mensagem dos pais alguns dias antes.

Está tudo bem aqui, o lugar é maravilhoso! Vivemos na casa que existe no terreno, é simples, mas boa de viver. Está tudo bem? Precisam de algo? Qualquer coisa voltamos para São Paulo. Beijos, amamos vocês.

Ela mostrou a mensagem para Fernando, que lera atentamente.

– Eles não sabem que perdemos o apartamento. Se souberem, voltam para cá no mesmo instante. Não quero isso!

Fernando suspirou, e passou o braço pelo ombro de Michele.

– Você tem razão. Não fique assim, ok? Vai dar tudo certo!

Michele afirmou com a cabeça. Estava vermelha, pegando fogo. Ela deitou a cabeça no ombro nu dele, estava exausta.

Fernando suspirou, e cuidadosamente abaixou-lhe a cabeça, para que ela encostasse na cama. Ele estava prestes a beijá-la, mas Michele foi mais rápida e acabou beijando-o. Os dois acabaram se empolgando, e Fernando acabou por cima dela, até que eles voltaram a realidade bruscamente, com uma nova mensagem, mas no celular do Fernando, de Leticia:

Começamos com o pé esquerdo, vamos nos encontrar e nos conhecer melhor? O que acha? Saímos para tomar um café, ou algo assim...

Fernando suspirou. O seu celular estava desligado, mas em seu bolso da calça. Durante o beijo, ele pode ter sido ligado sem querer.

Michele observava-o, ansiosa. Ele iria ou não?

– Eu sei o que está pensando. – Fernando respondeu, coçando a nuca.

– Se sabe, me diga se vai ou não. – ela retrucou, com um tom de ironia na voz.


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Notas finais do capítulo

Tchan tchan tchan tchan...
ele vai ou não?
Não percam!
[1] o pesqueiro é baseado no dos pais da Luciana, minha amiga que me baseei pra fazer a Sara.



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