Chuva de Relva escrita por tenten25689


Capítulo 7
Não está fácil pra ninguém...


Notas iniciais do capítulo

olá gente o/
consegui escrever este capítulo em um dia só
me impressionei, fazia tempo que não escrevia tanto, em tão poucas horas :O
Espero que gostem ^^



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Agora que Michele não ia mais treinar de manhã, ela teria esse tempo de folga, para estudar enquanto as aulas do cursinho não se iniciavam. Porém, Michele nunca foi alguém que precisava estudar, então passava aquelas manhãs lendo um livro qualquer ou vendo tv, sem esquecer de arrumar a casa.

Um dia desses, enquanto assistia TV na hora do almoço antes de ir trabalhar, ela viu uma reportagem que já era de praxe: a grande crise no mercado brasileiro.

– É gente, não está fácil para ninguém... Empresas associadas ao Grupo Ribeiro estão indo a falência, ou fazendo demissão em massa. Nossa reporter entrevistou dona Valkiria Ribeiro, presidente do grupo, e seu filho, Fernando Ribeiro, que logo mais irá assumir a presidência.

Michele se ajeitou no sofá e começou a prestar atenção na matéria. Enquanto se ajeitava, a TV mostrava a repórter e duas pessoas bem conhecidas dela: Valkiria e Fernando.

–Estamos aqui, ao lado de Valkiria Ribeiro – começou a repórter – e seu filho, Fernando. Valkiria, o que tem a dizer sobre essa crise?

Michele olhava para Valkiria, e para Fernando, que parecia bastante desconfortável.

– Bom – Valkiria começou – nós primeiramente gostaríamos de dizer que sentimos muito por todas as famílias que estão sofrendo com essas demissões em massa, ou falências. Porém, também queremos anunciar que fechamos uma parceria com um grande grupo, e que por feliz coincidência, meu filho irá se casar com a futura presidente!

Michele olhou para Fernando. Ele sorria para a câmera, mas ela percebia que era um sorriso falso.

Não. Ela sabia que era um sorriso falso.

Ele ainda a amava.

Ou não, apenas era contra aquele casamento.

Nossa, que notícia maravilhosa, Fernando! E quando vai ser? – a repórter continuou.

– Bom, ambos ainda estão na faculdade, então pretendemos que seja depois da formatura deles. – Valkiria respondeu para ela.

Michele se preparava para sair, e ouviu essa parte.

– Então eu tenho até a formatura do Fernando para impedir isso...

***

Após a entrevista, Fernando se sentia exposto. Não gostava da mídia, ainda mais de falar de sua vida pessoal.

– Precisava falar para a repórter que vou me casar? Isso não tinha nada a ver com a pergunta.

– Eu sei que não. Mas sei também que você é altamente cobiçado. Então o mundo precisava saber que você está fora do mercado.

– Mercado!? – repetiu, incrédulo, as palavras da mãe. – Sou mercadoria agora, é?

– É só um jeito de falar. Anime-se. Você está assim porque ainda pensa naquela garota. Pense bem. Letícia é bonita, inteligente, e rica, e Michele? Não tem nada disso.

Fenando se lembrou da conversa que tivera com Michele, antes de partir para Amsterdã. Sim, ele não achava Michele bonita. Mas sabia muito bem que Michele era extremamente inteligente, e dinheiro? Sua família podia estar em crise, mas ao lado dela, ele percebeu que dinheiro não importava. Ela era a única coisa que importava.

– Sim. Michele não é bonita. Mas é que nem aquele dito japonês, Fana Yori Dango...

– Hã? – Valkiria olhou para o filho, sem entender. – Ah sim... Hana Yori Dango[1]...

– Que seja – Fernando deu de ombros. – só sei que não ligo para o fato que Michele não seja bonita. Michele é inteligente, e dinheiro? Pra que dinheiro? Nós temos!

– Nós perdemos muito dinheiro com a crise brasileira. – Valkiria respirava, tentando se acalmar. Ela achava um absurdo; como ele não conseguia entender? Para ela era tão óbvio.

– Para o raio que o parta essa crise! Não irei me casar com Letícia!

Fernando saiu de casa, querendo relaxar um pouco. Foi para a faculdade, onde pedira transferência, passar o resto da tarde lá.

Mas seu momento de paz acabou, assim que entrou na faculdade: deu de cara com Letícia, que provavelmente estava indo fazer transferência.

– Você por aqui? – perguntou Fernando a ela.

– Pois é, vim trazer os documentos para a transferência. Que coisa, não? Vamos estudar na mesma faculdade.

Fernando suspirou.

– Faz curso de quê?

– Psicologia. Meus pais me deixaram ter uma segunda opção de carreira. E você? – Letícia ficou curiosa.

– Medicina. – era mentira, mas era o que Fernando queria fazer. Ele teve que entrar na faculdade de administração, a pedido da mãe. Ela não queria saber o que o filho desejava, só o desejo dela. Ele coçava a cabeça. – Vim só ver umas coisas, vou matar a saudade do meu velho colégio, que fica aqui do lado. Até mais, “noiva” – ele fez as aspas com os dedos, para indicar que estava brincando.

– Até, “noivo”. – Letícia achou engraçado, e fez também.

Fernando se dirigiu para o Elite, onde perguntou para a recepcionista:

– Boa tarde, gostaria de saber se Michele Montanhesi ainda está treinando, ou se ela já foi para o trabalho, pode me responder?

– Ah, olá Fernando. – ela o cumprimentou. Fernando percebeu que ainda era a mesma, de quando ele estudava. – Sinto muito, mas Michele não treina mais. Ela se feriu seriamente, e teve que abandonar a natação.

– Como assim se feriu? – Fernando se assustou. Por que ninguém havia contado para ele?

– Desculpa, não tenho muitos detalhes. Só que ela vai começar futuramente a fazer cursinho, já que ela ainda não decidiu que faculdade cursar.

– Ok, muito obrigada Clarissa. Me desculpe por não ter te reconhecido...

– Imagina, senhor Fernando. É um prazer revê-lo. Sempre foi simpático comigo...

Fernando se despediu e foi embora. Queria respostas.

Ligou para Alex, e se lembrou que a essa hora, o amigo deveria estar dando aula. Lion estava viajando a negócios[2], e Renato não atendia. Aflito, foi até a faculdade, tentar se acalmar.

– Por que será que ninguém me contou o que houve com Michele?

Ele tentava relaxar, lendo um livro na biblioteca. Era sobre astronomia, uma de suas matérias favoritas. Mas nada o fazia esquecer o ocorrido com Michele. Mas se assustou, ao ouvir uma voz:

– Eu sei o que houve.

Fernando se assustou. Olhando para trás, era P.

– E eu te conheço, por acaso? – indagou.

– Sim. Sou P, amigo do Alex.

– Olá P... Você está diferente. – ele se levantou para estender-lhe a mão, em um cumprimento. – Tudo bem com você?

– Está tudo ótimo. – ele sorriu. Mas o assunto era mais sério. Se sentou ao lado dele, e começou a explicar o que havia ocorrido: o sequestro, como ele chegou lá, como Michele havia sido acertada, quando, algumas semanas mais tarde, a mesma recebeu a triste notícia.

Fernando não podia acreditar. Tudo aquilo ocorreu com Michele, em um espaço de um mês. E ele havia sido rude com ela em seu penúltimo encontro, depois de dois anos e meio separados... Ele se sentia triste, por pensar que a amada sofria por causa dele.


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Notas finais do capítulo

[1] Hana Yori Dango, dito japonês cuja tradução literal seria prefira doces a flores. O dito diz para as pessoas se importarem com os sentimentos, não com aparências, e é o nome do mangá que deu origem a esta fanfic.
[2] Eu reparei que no capítulo passado esqueci de citar Lion na festa, então inventei essa "viagem" para explicar a ausência dele XD
O que acham de P?
Ele será muito importante para a história, aguardem!



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