Quando chegaram ao cemitério, o lugar estava vazia mas o caixão estava ali, prestes a ser posto abaixo.

–Vamos abrir o caixão? Ficaram loucas?-perguntou Aria.

–E você tem outra ideia?

Aria fez biquinho. Spencer se dirigiu ao caixão para abri-lo e pegar o brinco.

Clic-clic foi o barulho que ouviram ali perto.

Clic-clic, clic-clic, clic-clic.

–Deve ser só um bicho na floresta.-disse Spencer enquanto revirava o caixão. Olhou até embaixo do corpo.- Não tá aqui.

–Como ass...-começou Hanna, mas quando estava prestes a terminar, Mona Vanderwaal apareceu ali.

–Oi Hanna e...garotas.

–Oi Mona-disseram todas juntas.

–Você ainda vai ao shopping comigo hoje, Hanna? –perguntou Mona.

–Ah, eu ia adorar, mas dessa vez vou cancelar. Vamos fazer trabalho em grupo na casa da Spencer.

–Tudo bem. – Mona olhou para o caixão aberto.- Cuidado. Caixões fechados escondem segredos, mas o dela está aberto e pode expor o de vocês.

As garotas fizeram uma cara de medo, nervosismo e susto.

–Calma, gente. Foi brincadeira. Até mais!

E foi embora.

–O. Que. Foi. Isso? –perguntou-se Spencer, e fechou o caixão.

–Spencer, você acabou de revirar um caixão com um corpo. A Mona aparecer aqui não foi mais estranho que isso.-disse Aria.

–De qualquer forma, não achamos nada aqui dentro. O brinco sumiu.-disse Spencer.

–Bom, eu vou pra casa. Até mais, garotas.-Emily entrou no carro e saiu.

Logo depois, Aria, Hanna e Spencer também se foram. E o caixão ficou ali esperando os entes queridos para darem uma última olhada em Bethany Young.

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Quando Spencer chegou na frente de casa, não conseguiu ver nenhuma luz acesa. Haviam alguns repórteres fotografando o local onde o corpo de Bethany havia sido encontrado 2 dias antes.

Entrou na casa, subiu as escadas e foi direto para o seu quarto. E aí, um barulho partiu o silêncio ensurdecedor.

Clic-Clic.

Rapidamente, Spencer se levantou da cama e pegou a faca de açougueiro que guardava na gaveta de roupa íntima. Se dirigiu para o andar de baixo e o barulho veio de novo.

Clic-Clic.

A luz do banheiro estava acesa e o chuveiro havia sido ligado. Melissa estava na casa de uma amiga com a mãe, e o pai de Spencer estava no trabalho.

Abrindo a porta devagarinho e bem sutilmente, ela afastou as cortinas e forçou a faca contra o que tinha lá dentro.

–Mas que droga é essa? Enlouqueceu foi?-gritou Toby Cavanaugh, namorado de Spencer.

–Toby, o que você está fazendo aqui? São 18:00.

–Minha casa está com problemas no encanamento, lembra? Eu te disse que ia tomar banho aqui nem que fosse uma vez por dia. Mas se quiser eu posso ir embora agora.

Spencer olhou para o corpo de Toby. Era musculoso demais para a idade. No começo, ela achou isso estranho mas depois...

–Não. Por favor, fica mais um pouco.- E lhe deu um beijo no canto da boca.

–Spencer, que constrangedor, estou nu.

Ela levantou os braços em forma de rendição e parou por um instante. Depois começou a tirar toda a roupa.

–O que está fazendo? Seus pais podem chegar a qualquer instante.

–Bom, se é pra ser constrangedor...Vamos ficar envergonhados juntos.

Entrou no chuveiro e tomou um longo banho com Toby. Ela sabia que ele era confiável e que nunca faria algo para decepcioná-la.

Mas seu celular começou a apitar e o banho teve de ser interrompido.

–Eu já volto. Aposto que é apenas uma mensagem da operadora!-disse ela enquanto pegava o celular na mesa do banheiro.

Número bloqueado.

“Um banho? Sério? Deveria estar investigando as pistas que eu lhe dei, pois acredite, elas fazem todo o sentido. –A”

A mensagem ainda tinha o anexo de uma foto. Spencer com Toby no chuveiro. Quando Spencer entrou no Box para continuar o banho, olhou para os buracos de ventilação do banheiro e viu uma figura de capuz preto. Um segundo depois, não tinha nada.

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No dia seguinte, Aria tentou esquecer seus novos problemas tendo uma longa conversa com Noel Kahn, seu namorado. Infelizmente, não deu certo. Noel soube que havia algo de errado mas Aria não sabia como contar qualquer coisa a ele. O ultimato foi quando ele perguntou “É a Bethany?” e ela apenas balançou a cabeça concordando. Se contasse sobre A, ele poderia querer investigar.

Depois disso, foi ao shopping fazer algumas compras com Mona e Hanna.

–Ai, isso é ótimo. Eu e Aria realmente precisávamos disso depois de aturar aquele funeral chato.-disse Hanna.

–Mona, o que você estava fazendo no cemitério ontem?-perguntou Aria, se aproveitando da situação.

–Eu tinha curso de inglês. O cemitério é como um atalho para chegar lá, só atravessando.-disse Mona, dando o risinho irritante que Aria odiara por anos.

Hanna e Aria se entreolharam rapidamente.

–Então, ontem eu tirei umas fotos que ficaram Ó-TI-MAS. Olhem só!-disse Mona, mostrando uma sequência de fotos no celular.

–O que é aquilo?-perguntou Hanna, se referindo a sombra que estava atrás de um arbusto ali perto.

–Deve ser alguma loucura do efeito que coloquei. Olhem vocês ali atrás!

–Você tirou fotos no cemitério?-perguntou Aria.

Mona apenas assentiu dizendo que o local era lindo.

Hanna não tirou os olhos da foto nem por um instante. Analisou cada detalhe até que...

–ARIA! BANHEIRO! AGORA! MONA, NOS ESPERE NA LOJA DA CHANEL.-gritou.

–Mas eu não estou com vont...Ai, não puxa meu cabelo!

Chegando no banheiro, Hanna começou a falar.

–A foto que a Mona tirou no cemitério. Havia uma pá no canto, e ao lado do arbusto, a figura preta. Se você olhar bem, pode ver um rosto. Eu acho que era a Alison.

–Hanna, isso é loucura. Alison se mudou, foi embora de Rosewood. Se liga, amiga.

–Pede pra ver a foto. VAI, VAI, VAI!

Se dirigindo até a loja da Chanel, Mona ainda estava tirando fotos.

–Com licença Mona...me mostra a foto que você tirou no cemitério de novo? Eu quero dar uma olhada em uma coisa.

–Ah, claro.-Mona tirou o celular a bolsa e ele começou a apitar.-Espera aí, uma mensagem. Esse mesmo número bloqueado tem me mandado várias mensagens em um único dia. Fica me fazendo ameaças e falando que vai me separar de você, Han.

Aria e Hanna se espantaram.

–Espera aí, essa pessoa se autodenomina como “A”?-perguntou Hanna.

–Você também recebe?-perguntou Mona.

–Sim, e Aria também. E Spencer...e Emily!

–Que estranho, o que essa pessoa quer?

As duas deram de ombros.

Um segurança do shopping apareceu do nada com um megafone avisando que estavam prestes a entrar em horário de almoço, e que iam fechar.

As meninas foram embora para suas casas e nem mais uma palavra sobre A foi dita.

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Emily estava quieta no seu quarto ouvindo um CD que seu namorado Ben havia colocado algumas músicas para ela ouvir. A primeira da playlist se chamava “I Know You” e era de uma cantora chamada Skylar Grey. A música era meio triste e só tinha algumas partes “chocantes”. Emily não gostava desse tipo de música.

–Melancólica demais.-disse ela.

Passou mais 4 faixas até achar uma chamada “Secret” e era de uma banda chamada The Pierces. Ela havia se lembrado de ouvir essa música na TV algumas vezes. Tinha um ar de suspense e amedrontava até ela mesma. Bom, pelo menos era isso que ela sentia.

A campainha tocou. Emily desligou o som e gritou “JÁ VOU” para quem quer que fosse. Esperava que fosse sua mãe voltando do mercado ou alguma de suas amigas. A campainha tocou mais duas vezes. Ela gritou de novo, dessa vez mais alto.

Emily abriu a porta.

–E aí, Em. Sentiu minha falta?

Alison DiLaurentis estava parada na porta.