Uma Nova Chance escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 5
Dia confuso


Notas iniciais do capítulo

Olá, voltei!!! Quero agradecer á todos os comentários lindos!!!
Muito obrigada, você que me motivam a escrever!
Hoje vai ter o POV do Tobias e da Tris
Boa Leitura
23/06/2015



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Meu celular apitou. Era uma mensagem do Al.

Al: Está livre amanhã, na hora do almoço?

Tris: Sim, porquê?

Al: Te busco no parque ás 13:30; Boa noite :)

Coloquei o celular de volta na cabeceira e dormi, pensando no próximo dia; que seria difícil, por sinal.

(...)

P.O.V Tobias

Zeke e Uriah entram na minha sala, sorrindo.

– Então ela é a famosa Tris? – Zeke pergunta, com um sorriso malicioso.

– Sim, é ela, seu idiota – Digo passando as mãos nervosamente no cabelo, e dando voltas na sala.

Quando á vi, senti que tudo a minha volta havia parado. Ela por aqui, depois de tanto tempo? Nem sabia se sentia, ainda, algo por ela. Já que quando namorávamos não mostrava ter muito afeto; mas ela era especial para mim, e eu só tinha percebido isso quando ela não atendia minhas ligações e mais ainda quando embarquei naquele avião.

– Ainda sente algo por ela? – Zeke pergunta se sentando na poltrona á minha frente.

– Ele não vai responder, seu idiota. – Uriah se adianta, vendo que eu estava pensativo.

Parei na varanda da sala, observei a avenida e voltei para dentro.

– Você é um imbecil, Zeke! – Aponto para ele.

– O que foi que eu fiz? – Ele levanta as mãos em rendição e confuso.

– Você perguntou se já nos conhecíamos, é óbvio, que se ela juntar os fatos, ela vai saber que eu contei dela a vocês! – Eu gritei.

– Cala boca, Tobias, as garotas estão todas do lado de fora. Vão acabar ouvindo você! – Uriah alerta.

– Ok, ok. – Eu tento me acalmar.

– Ela era muito especial pra você, tenho certeza, mas por que terminaram? – Uriah, que não sabia da história toda, pergunta.

– Algumas semanas depois da formatura, tentei ligar pra ela várias vezes, mas ela não atendia. – Digo me lembrando –, e quando ela atendia, não falava nada; mandei centenas de mensagens para ela, e ela não respondeu nenhuma, mas ela tinha visualizado, todas.

– Você fez alguma coisa de errado. Ou ela quis terminar e pronto. – Zeke fala com a mão sob o queixo.

– Minha intuição, acredita que ela quis terminar e pronto. - Uriah fala.

– Pode ser. – Digo derrotado. Ela não tinha nenhum motivo para terminar ( eu acho), ficávamos muito bem juntos, exceto pelo fato de eu quase não lhe dar atenção, não ligar para os problemas dela, só me importar com os meus. Ela havia sido mais que uma namorada de ensino médio, ela era a garota que se importava comigo e ouvia atentamente meus problemas.

– Já sei o que vou fazer, e vou precisar da ajuda de vocês e do Will.

– Pode mandar, chefe! – Zeke diz debochadamente.

(...)

Will chegou horas depois de Tris ir embora. As meninas estavam bem animadas com a vinda da Tris, segundo elas, ter mais garotas no escritório era muito melhor do que tê-lo com a maioria masculina.

Nenhuma garota sabia sobre mim e Tris e se Christina - óbvio que ela deveria saber (ela sempre sabe de tudo) - sabia que Tris e eu tínhamos namorado, sabia esconder muito bem – ou não.

– Christina sabe sobre o que a Tris foi para você? – Will pergunta enquanto descíamos o elevador.

– Só se Zeke contou á ela.

– Bem, eu tenho quase certeza de que ela não sabe. Ainda. Ela vai querer saber tudo sobre essa garota, e vai encher a mim, principalmente. – Saímos do elevador. – Zeke não tem por que contar á ela. – Will diz, incomodado.

– Está com ciúmes? – Pergunto.

– Claro que não! - Ele responde na defensiva. – Zeke gosta da Shaunna.

– Todo mundo sabe que quando Zeke vê a Shaunna, começa a secá-la com os olhos. E é a mesma coisa com você e a Christina.

– Não gosto de ficar preso num relacionamento. Ser livre é muito melhor.

– Se você diz...

Saímos da empresa no meu carro e vamos a um restaurante qualquer. Precisava urgentemente de uma secretária para organizar meus horários, reuniões e fazer reservas em restaurantes para mim; Will e eu éramos péssimos nisso. E eu não era a pessoa mais organizada do mundo.

– Você tem reunião amanhã, a secretária do Albert ligou antes de ontem, avisando. – Will bebe um gole da água enquanto esperamos nossos pedidos chegarem.

– Vamos precisar da empresa dele, se conseguirmos fechar contrato com ele, nossa empresa vai decolar. – Digo.

– È, se você conversar com ele. Ele parece ser gente boa.

– Todo mundo pra você é gente boa, Will.

Will era meu "agente", andava para todos os lados comigo – quase todos; Èramos meio que inseparáveis, eu precisava dele para quase tudo, ele era uma espécie de secretário/ guarda-costas ultra pessoal, ele tinha sorte, pois ele ganhava seu salário só para buscar café para mim ou para visitar empresas – mas não deixava de ser importante.

Relatei a ele o que queria que fizesse, precisava da ajuda dele e dos outros para me reaproximar de Tris.

(...)

P.O.V Tris

Estava á caminho da Eaton´s Company, minha princesa já estava na escolinha e Marlene estava se mudando para minha casa; ela ficaria no quarto de hóspedes quando necessário, mas quando quisesse, podia ir para o apê dela.

Ainda não havia caído a ficha. Não conseguia engolir que Tobias fosse ser meu chefe; e que tivesse que manter ainda mais minha princesa em sigilo. Seria chato ter que "escondê-la", e seria ainda pior trabalhar com os assuntos pessoais do Tobias. Eu havia tentado esquecê-lo, e odiá-lo; eu não tinha contado da nossa filha para o bem dele, e aprender a gostar cada vez menos dele era a melhor forma que eu havia encontrado.

Estacionei em frente á empresa, tirei a pequena caixa do banco de trás, minha bolsa, e Chris e uma garota vieram me receber.

– Oi tris! – Chris gritou. – Estávamos esperando por você. – Ela me abraçou e logo a garota que deveria ser a Shaunna – as meninas tinham falado dela para mim - acenou com a cabeça. – Cara está lá em cima, Johanna ainda não chegou e Lynn está na recepção, sempre é a primeira a chegar.

– Que tal subirmos, meninas? – Shaunna comenta sorrindo.

Assentimos e entramos no prédio. Lynn conversava no celular, com os pés sobre o balcão. Quando passamos por ela, a mesma sorri e nem se deu ao trabalho de tirar os pés.

No elevador ficamos conversando sobre banalidades.

– Tobias ainda não chegou. - Christina fala. - As vezes é o último a chegar ou o primeiro. As vezes é o último a sair daqui.

– È, ele precisava organizar um monte de coisas, quando não tinha secretária. - Shaunna bebe um copo de café que havia pêgo na mesa da Johanna antes de falar. Cara arrumava sua mesa em silêncio, mal me encarava e falava.

Olhei ao redor e vi que só tinha duas mesas. Achei estranho. E a minha mesa?

– Meninas, onde está a minha mesa? - Pergunto confusa.

– É mesmo, nem tinha percebido. - Christina fala.

– Está na sala do sr. Eaton. - Cara diz e entra apressada no elevador com uma pasta. Era impressão minha ou ela estava.. chateada?

– Oxe. - Shaunna também tinha percebido. Mas logo se volto pra mim. - Por que sua mesa está lá?

– Não tenho ideia. - Falo ainda mais confusa.

– Vai ver, ele quer ficar mais perto da secretária. - Christina se adianta, e eu á olho mortalmente. - Ok, ok. - Ela levanta os braços em rendição. - Não está mais aqui quem falou. A sala está aberta. Shaunna?

– Acho que sim. - Shaunna bebe mais um gole do seu café e vai até a porta, e a abre. Ela sorri e aponta com a cabeça para entrarmos.

A sala era espaçosa. Uma estante e uma escrivaninha atrás de uma mesa repleta de documentos. Poltronas na frente da mesa e outra, preta e maior, atrás; essa deveria ser a mesa do Tobias. A outra mesa de vidro estava á alguns metros com outra poltrona atrás. Esta era a minha mesa, com um telefone e algumas pastas em cima.

Me surpreendi ao ver que tinha uma pequena varanda.

– Aqui é bem bonito. - Christina avaliou. - Tobias podia mandar pintar essas paredes azuis, de vermelho, iria ficar show! - Shaunna e eu começamos a rir.

– Fica quieta, Chris. - Shaunna fala sorrindo. - Tris, acho melhor você já começar a organizar suas coisas e tals. Se precisar, vamos estar nas nossas salas. - Shaunna se despede e Chris vai junto.

Coloco a caixa que não era muito pesada em cima da minha mesa. Começo a tirar de lá algumas pastas, canetas, agenda, etc...

Arrumei a mesa e comecei a folhear a agenda de contatos. Vários números de restaurantes estavam separados dos de pessoas importantes, mas ainda sim, um pouco bagunçados. Olhei outra agenda, hoje Tobias teria uma reunião com sr. Helsten, ás 10:00 hs. Não havia mais nenhuma além dessa.

Comecei a separar os contatos e reuniões em agendas diferentes. Fiquei meia-hora fazendo isso, até que sou interrompida com a porta sendo aberta. Era Tobias. Ele usava uma camisa social branca e um terno preto, sem gravata.

O encarei rapidamente, e ele fez o mesmo por alguns segundos. Não deveria chamá-lo de Tobias, ali ele era meu superior.

– Bom dia, Tris.

– Bom dia, sr. Eaton. - Digo secamente, com os olhos fixos na agenda, enquanto fingia escrever algo.

– Pode me chamar de Tobias, se quiser. - Ele disse se sentando em sua poltrona. Não respondi, não queria conversar com ele, era melhor assim. - Não seria melhor colocar a caneta no papel, em vez de fingir? - Ele diz com um sorriso de canto. Sinto minhas bochechas esquentarem mas novamente não disse nada.

Passei o tempo anotando na agenda; vezes ou outra olhava para Tobias, e nesse mesmo instante ele olhava para mim, imediatamente baixava o olhar. Outras, ele ficava me encarando, e eu fingia que não percebia. Aquilo estava me incomodando.

Já eram 9:45 e eu não havia recebido nenhuma ligação, até que o telefone tocou.

– Bom dia, sou Beatrice, secretária da presidência, com quem deseja falar? - Havia aprendido que falar "alô" ou "quem é", ao telefone de uma empresa, era falta de educação.

– Bom dia, sou Nita a secretária do sr. Helsten. Ele pediu que desmarcasse a reunião por motivos pessoais. - Ela fez uma pausa. - Poderia remarcar para amanhã?

– Um momento, por gentileza. - Digo, coloco o telefone em espera e olho na direção de Tobias, que me observava de soslaio. - O sr. Helsten pediu para remarcar a reunião para amanhã. - Ele olha para mim, e parecia um pouco irritado com a notícia.

– Quais são os motivos? - Ele estava meio jogado na cadeira, e passava as mãos nos cabelos.

– São pessoais. - Respondo.

– Tudo bem, então. - Ele diz. Volto ao telefone, Nita, a secretária remarca a reunião e eu faço o mesmo. Ela agradece e assim desligo o telefone.

– Era muito importante? - Digo sem pensar.

– Sim. Se tudo der certo, vamos fechar contrato com ele. Dependemos disso. - Ele bufa, se levanta e vai até a cafeteria ao lado da varanda, sob uma mesa.

Ele tenta algumas vezes tirar o café mas não consegue e começa a praguejar contra a máquina. Me irrito e vou até ele.

– Com licença. - Digo ao lado dele. Bato delicadamente em cima da cafeteria, arrumo o gancho e o aperto. O café cai dentro da xícara, quente. Depois do café quase chegar a borda, entrego a xícara a Tobias, que me encarava, sorrindo.

– Obrigado. - Ele diz e volta a sua mesa.

Ele ainda continuava me encarando enquanto eu arrumava as pastas em cima da mesa, olhei para ele, incomodada.

– O que foi? - Pergunto.

– È que você não mudou nada, esses anos. - Ele diz e bebe um gole do café.

– Você também não. - Digo, mas logo me arrependo. Ele estava sorrindo. Ele tinha entendido errado. Deveria estar achando que eu, ainda o achava bonito. Mas a questão, era que os anos só tinham feito bem a ele por mais que não quisesse admitir, era verdade.

Senti meu celular vibrando, tire-o do bolso e a vi que era uma mensagem.

Al: Nosso almoço ainda está de pé?

Tris: Sim.

Al: Ok. Beijos linda :)

Guardo o celular rapidamente na gaveta. Sabia que Tobias estava me observando, mas ele, nem eu, disse algo. Então voltamos ao trabalho.

(...)

Não havia feito uma reserva em um restaurante para Tobias, como ele tinha pedido. Já era 13:00 e já estava com muita fome. Só havia tomado um copo de vitamina - Marlene que fez - e logo sai de casa. Como já estava no horário do meu almoço, resolvi organizar algumas últimas coisas antes de sair. Alguém bate na porta e Chris, Zeke, Uriah, Shaunna e um outro rapaz entram na sala.

– Iaê! - Chris grita. - Que tal irmos almoçar? - Ela fala e se senta na poltrona na frente do Tobias.

– Qual é a sua sugestão, Chris? - Shaunna pergunta.

– Pode ser italiano? - Chris sugere.

– Odeio comida italiana. - Zeke fala.

– Cala a boca Zeke. - Ela olha para ele e depois para mim. - E então Tris, vai almoçar com a gente? - Nessa hora, a atenção de todos se concentra em mim, inclusive Tobias, que mexia no celular para e olha.

– Descupa, tenho compromisso. - Respondo. Vejo Tobias fechar a cara e Zeke trocar alguns olhares com o rapaz ao lado.

– Hum, tudo bem, então. - Chris diz, um pouco desapontada. - Mas que tal ir com a gente na festa, amanhã a noite? - Ela pergunta e vejo seus olhos brilharem.

– Vou pensar. - Respondo enfim. Pego minha bolsa e pego o elevador com as meninas, enquanto os rapazes tinham ficado conversando na sala.

– Quem era? - Pergunto á Chris, sobre o outro homem que estava na sala conosco.

– È o Will, guarda-costas e "secretário" pessoal do Tobias. - Chris responde, um pouco incomodada.

No resto do caminho vamos em silêncio, nos despedimos em frente á empresa e volto para casa. Quando chegasse só teria tempo de falar com Marlene, dar um abraço em Ana e deixar o carro no estacionamento. E foi isso que fiz, além de rapidamente arrumar o cabelo e camiseta social branca sob a saia lápis.Também troquei o salto-alto preto por uma sapatilha e desci para o parque.

Esperei Al sentada no banco em que sempre sentávamos, por alguns minutos. Só havia trazido uma bolsa simples para colocar meu celular. Já eram 13:34.

Não estava esperando nada daquele encontro, Al e eu éramos somente amigos, nada mais.

Senti alguém dar um beijo estalado em minha bochecha, me virei e vi Al me observando com seus grandes olhos escuros e um grande sorriso.

– Vamos? - Ele perguntou, ainda sorrindo.

– Claro. - Respondo me levantando.

Entro no carro prateado, um estilo clássico, bem a cara dele. No caminho ele me pergunta sobre meu dia, sobre Ana e aproveito e pergunto mais sobre ele também.

Al era filho de empresários, rico, quase havia se casado, se não fosse pela noiva que desistiu do casamento, á menos de 2 anos. Tinha uma irmã mais nova e os pais moravam em outra cidade junto com ele.

Almoçamos num restaurante tradicional, a comida era ótima. Quanto mais conversava com Al, mais percebia o quanto ele era bom, gentil e simpático.

– Acho que está na hora de irmos. - Digo vendo as horas no celular. 13:58

– Hum, que pena. Mas marcamos outro dia. - Ele diz, visivelmente chateado. Pede a conta e vamos embora. Guiando-o pelo caminho chegamos ao meu apartamento. Al se despede com um beijo no canto da minha boca e pego meu carro para voltar para a empresa. Chego na mesma hora em que dois carros pretos, estacionam. Zeke, Shaunna e saem de um, enquanto Chris, Uriah, Will e Tobias desciam de outro.

– Então, não vai nos contar com quem foi almoçar? - Chris pergunta com os braços cruzados e Shaunna e Zeke atrás. Logo os outros estavam ao redor, conversando. Todos menos Tobias, que fingia conversar com Will, encostados no carro.

– Não se faz esse tipo de pergunta, Chris. - Shaunna olha para os garotos, sorrindo. - Pelo menos não agora.

– Tá. - Chris entra irritada no prédio e todos os outros á seguem. - Mas depois, vou fazer você contar tudinho. - Ela sussura no meu ouvido quando passo ao lado da mesma.

A tarde se passa sem novidades. Tobias não puxou assunto e eu fiz o mesmo. Me senti estranha com isso; senti com menos frequência seus olhos sobre mim e as vezes levantava os olhos para conferir se ele continuava olhando. E estava.

Depois voltei para casa.

Apesar do dia não ter sido confuso, também não tinha sido tão esclarecedor.

Primeiro no escritório com Tobias, sua simpatia, e o que eu havia sentido quando olhava para ele. Era estranho.

Depois o almoço com Al. Seu carisma e a forma de me tratar. Por mais que o tratasse como um amigo, ele parecia querer mais que amizade. Era um bom rapaz - como meu pai diria.

Meu coração estava um turbilhão, sentia que poderia explodir a qualquer momento. E isso não podia acontecer, precisava me manter estável, não deixar á mostra minhas emoções, com Tobias tão perto.


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Notas finais do capítulo

:D Gostaram? Espero que sim!
Ps: Comentar ajuda a saber o que você está achando da história