Uma Nova Chance escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 25
Entre o ser e o não ser, seja.


Notas iniciais do capítulo

Hellooooo :D
Ai gente. Quero deixar claro que cada um de vocês estão em meu ♥ Obrigada pelos comentários!

Serei breve: A UNC fez níver dia 21/05 então bora cantar parabéns atrasado! Agradeço á todos que acompanham desde o início, aos que acabaram de chegar e aos fantasminhas também ^^ Escrever esse capítulo me sugou até o fio de cabelo, espero que gostem.



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Eu estava tremendo. Podia sentir tudo desmoronar dentro de mim, desde o mais antigo fio de cabelo até a ponta dos pés. Meu corpo entrara em combustão e uma angústia imensa me atingiu em cheio.

Podia ouvir meus soluços baixos e um chacoalhar leve, minha cabeça prestes a explodir. Em seguida um abraço e alguém sussurrando baixo em meu ouvido.

Então fui obrigada a abrir os olhos.

— Ei, está tudo bem.

Tobias colocou-me sobre seu colo e acariciou meus cabelos, procurando me acalmar. Funguei e voltei a chorar contínuas vezes até que meu estoque de lágrimas finalmente chegou ao fim. Inspirei e soltei o ar, incapaz de levantar a cabeça e me mexer.

— Pode me contar, se quiser. Eu vou estar aqui.

Prossegui quieta, calculando o que eu poderia fazer ou/e dizer.

Um sonho ruim, pensei. Porque após abrir minha boca para falar, as lembranças do pesadelo desapareceram num passe de mágica tanto quanto acontece com os sonhos bons. E eu queria muito  lembrar do que me trouxera tanto medo naquela noite, embora ainda tentasse respirar com dificuldade.

Encolhi-me no colo do meu namorado. Agora eu sentindo culpa por tê-lo acordado de madrugada - pela segunda vez naquela noite - quando ele precisava descansar para seguir bem no começo do dia para a Eaton´s.

— Apenas um sonho ruim.

Ouvi-me dizer e o abracei. O silêncio reinou por alguns minutos e ele logo suspirou.

— Não precisa se preocupar. Durma.

— Tem certeza de que está tudo bem?

— Você mesmo disse que estava, porque eu duvidaria? - minha voz saiu levemente ríspida.

Afastei-me dele, arrependida pelo meu comportamento. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo comigo e o porque de estar sendo mal educada. Somente queria distanciar-me o máximo possível dele e deixar minha mente livre de pensamentos. Levantei, peguei o robe na poltrona e mesmo descalça caminhei até a sacada, abrindo a porta dupla e me refugiando na cadeira rústica e de dois assentos dali.

Arrumei os cabelos num coque e cruzei as pernas em forma de índio para olhar o azul não tão escuro da madrugada.

O vento cortante e gélido bateu em meu corpo com mais força que o necessário e levei a mão aos cabelos quando ele seguiu a direção contrária a que estava "arrumado".

Há momentos em que você não sabe o que está acontecendo consigo mesma. Você busca entender seus sentimentos, procura a chave para abrir a caixinha de respostas quando na verdade ela sequer parece existir por quê você já ultrapassou o limite de tempo para encontrá-la.

Descruzei as pernas e as segurei junto a mim.

Lembrei da conversa de Tobias. Dos beijos deles e do quanto estávamos indo rápido demais com aquilo, conquanto eu tivesse colocado tudo a perder e nosso relacionamento só tivesse parado no estacionamento por alguns anos e voltado com tudo naquele momento. Parecia tão certo estar com Tobias que eu nem me importava tanto no início, porém, pensando agora, eu tinha sérias chances de ter meu coração partido de verdade se ele terminasse tudo, se ele não suportasse o peso de uma criança pequena, se ele não me amasse o suficiente. Da minha parte eu podia garantir que o mesmo afeto e ligação que tinha com Tobias, antes de eu ir embora, se afloravam a cada minuto que eu passava ao seu lado. O sentimento adolescente perdurava em mim como chiclete. E mesmo sabendo que ele gostava de mim o bastante para sacrificar sua vida antiga, nada além de suas palavras podiam provar á mim que ele estaria ao meu lado quando algo acontecesse.

Era uma indagação boba e tola, eu sei, aliás, sequer sabia o motivo de estar pensando naquilo. Eu tinha pedido á ele que deixasse o passado para trás mas eu mesma não podia fazê-lo.

— Eu sei.

Pulei de susto quando ouvi a voz baixa de Tobias atrás de mim e coloquei a mão no peito, me recuperando.

— Você me assustou - comecei. - O que você sabe?

— O motivo de você estar assim. Acontece comigo sempre, como quando esta noite eu disse que não era o suficiente para você.

Engoli em seco. Ele não disse mais nada e se apoiou na mureta da sacada, apenas esperando algo vindo de mim, o que não aconteceu rapidamente.

— Precisa confiar em mim. Estamos no mesmo barco, Beatrice. Todas as manhãs eu penso se estou te fazendo feliz, se estou sendo o pai ideal para nossa filha. Preciso que me ame como eu te amo.

Engoli em seco ao ouvi-lo dizer as três palavras. Era tão bom assim ouvi-las?

A melhor sensação do mundo, constatei.

Aumentei a intensidade do aperto nas pernas e virei quando ele sentou ao meu lado na cadeira, então precisei colocar os pés no chão e ficar ereta.

— Como pode ter tanta certeza? - eu devolvi.

Tobias pegou minhas mãos, forçando-me a olhá-lo melhor.

— Quero ser o motivo dos seus sorrisos, ser áquele a quem irá recorrer quando estiver um caos, seu porto seguro quando a tempestade cair. Quero ser o único a beijá-la e á morrer perdidamente de ciúmes, ser o cara a secar suas lágrimas no momentos de dor e estar presente nos felizes. Quero acordar com você ao meu lado todas as manhãs. Então diga que isso não é amar, Beatrice. Porque se não for, eu não faço a mínima ideia do que seja.

Meus olhos arderam.

— Não somos e jamais seremos um casal perfeito, minha Tris. Tenho certeza do que sinto e esto disposto a deixá-la ir se não satisfazê-la. Vou ficar destruído, mas é isso que as pessoas apaixonadas fazem. Se sacrificam por aqueles que amam.

— Você é. Você é o bastante, Eaton.

Falei, inspirando fundo.

— E eu te amo.

Uma grande carga foi descarregada assim que as palavras saíram. Aproximei seu rosto do seu e o beijei. Com um braço Tobias apertou minha cintura e com a outra, colocou-me sobre seu colo.

Minhas mãos se enroscaram em seu cabelo enquanto segurávamos - como se não houvesse o amanhã - o beijo. Logo ele me suspendeu em seus braços ao pararmos para respirar e sem quebrar contato visual, ele nos levou para dentro do quarto.

Ele me deitou gentilmente sobre a cama e cobriu seu corpo com o meu. Pensamentos assombrosos e temíveis vieram a mente e os expulsei para cobrir meus lábios nos dele. 

Eu estava pronta de verdade como nunca estive.

(...)

A primeira impressão que tive quando abri os olhos, foi de ter a intuição de que tudo estava, finalmente, em seu devido lugar.

O braço de Tobias envolta da minha cintura era um complemento da minha felicidade. Eu poderia ficar ali por mais tempo se batidas frenéticas na porta não me fizessem levantar a cabeça e sentar na cama fofa.

— Mamãe. Papai. Vocês tão ai?

Cutuquei Tobias e ele apenas resmungou.

— Mãe, eu tô com fome.

Coloquei-me para fora da cama e abri a porta. Ana estava segurando sua boneca e adentrou no quarto, olhando para tudo antes de sentar na ponta da cama. O cabelo loiro estava bagunçado e mais parecia um ninho de passarinho, mas o meu não devia estar muito melhor.

— Você me dexô lá - ela apertou a boneca contra o corpo. - Eu quero o meu pai.

— Ele está dormindo, meu amor. Não está vendo? - apontei para o corpo dele e fechei a porta, deitando na cama e puxando minha filha para meu colo, na qual ela foi relutante.

— Mas eu quero meu papai. Ele não ia me deixar lá fora.

Beijei sua testa e procurei dar minha melhor explicação para ela.

— Eu estava dormindo, jamais te deixaria sozinha, ok? Por que não volta a ser amiga da mamãe?

— Só se você me der sorvete. E bolo de chocolate.

Ergui a sobrancelha esquerda.

— Só depois do almoço, sua chantagista.

Ana pôs o dedo indicador no queixo e franziu a testa.

— O que é chantagista, mamãe?

— È alguém que quer tirar vantagem de alguém ou situação.

— Ata. Eu quero meu pai.

Ela não esperou eu dizer nada e simplesmente atravessou como um foguete a cama e pulou ao lado do corpo de Tobias, passando a mão sobre o cabelo dele e cutucando suas costas, chamando-o. Um minuto depois, Tobias sentava na cama e a puxava para um abraço, fazendo cócegas nela.

Foi inevitável um sorriso brotar nos meus lábios.

— A gente vai brincar mais hoje?

Tobias precisou explicar várias vezes que não poderia ficar, precisou ir embora do meu - quase nosso, porque ele passava mais tempo comigo e Ana do que sem sua própria casa - apartamento para seguir até a Eaton´s. Era bom ver que o tempo estava passando e com ele, nosso relacionamento evoluindo. Não éramos apenas um casal.

Estava me tornando uma boba apaixonada e uma evidência disto era que eu já não conseguia parar de pensar nele. Há um mês eu ouvira a mais bela das frases e com isso sorrisos eram cada vez mais frequentes. Era suficientemente feliz, a mulher que nunca pensara ser, a que estava certa do que estava fazia, segura de seus sentimentos e afortunada por ter o que mais queria.


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Notas finais do capítulo

Aconteceu! U.u Enrolei vocês um pouquinho e descobri que só precisava que eles ficassem juntos no momento certo. Fiquei mega feliz em saber que alguns concordam comigo: amar vai muito além do que imaginamos.
Agora pode soltar rojão, fogos de artifício e bombinha, gente, shuahsuah :v
Espero que tenham gostado! Beijos e até o último capítulo
(Não prometo um epílogo, mas se vocês quiserem saber sobre o desfecho de algum personagem, é só dizer nos reviews)

Ps: Leitores de Para Ter Você, logo mais sai capítulo :3