Uma Nova Chance escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 24
O Suficiente


Notas iniciais do capítulo

Hello, its me.... ♥
Voltei depois de um tempo (UM TEMPO, Giovanna?!), mas em minha defesa, já avisara antes que este capítulo não tinha previsão de postagem.

Nesse meio tempo, recebi comentários fofos e leitores novos (I Love com vocês :3 E agradeço muito por não terem desistido.

Esse capítulo foi muito, muito, muito, M-U-I-T-O difícil de escrever, acho que um dos mais difíceis para mim. Ele é tudo o que eu esperava para FourTris e espero que gostem ^^
Boa Leitura



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— Live estou! Live estou! Não posso mais segura - Ana apontava para todos os lados. - Aqui estou e vo ficar - ela berrou - tempestade vem, e o flio não vai me incomoda.

Ela pulou no sofá e se cobriu com o cobertor até a pontinha no nariz quando percebeu meu olhar repreensor.

— Discupa, mamãe.

— Tudo bem, querida. Só não faça tanto barulho, o papai está dormindo, lembra?
Ela concordou e voltou sua atenção para a tevê.

Continuei organizando os dvd´s numa caixa e quando terminei o relógio apontava três da tarde. Ana já estava estirada no sofá e um par de orbes azul-escuros me fitavam na soleira da porta.

— Boa tarde, senhor dorminhoco - disse, levantando e colocando as almofadas do chão de volta no sofá.

— Boa tarde, senhora-que-não-foi-dormir-comigo - ele foi sarcástico.

— Não estava com sono.

— Humm - ergueu a sobrancelha. - Tem planos para esta noite, Prior?

Peguei Ana no colo e ele me acompanhou até o quarto.

— Não. Mas por que a pergunta?

Eu sabia muito bem, mas era muito mais interessante ouvi-lo me chamar para sair.

— Olha - começou, enquanto punha um ursinho nos braços de Ana, ajeitando-a sobre a cama. - Ouvi dizer sobre a inauguração de um certo restaurante - ele sorriu.

Dei de ombros.

— Pode ser.

Dei-lhe as costas e com ele em meu encalço, sai do quarto de Ana e rumei para a cozinha.

Tobias bufou.

— Ainda está chateada?

Não respondi.

— Ah, Tris! Você sabe como eles são - ele tentou me abraçar e revirou os olhos quando me desvencilhei dele.

—  Sim. Eu sei, Tobias. Mas isso não lhes dá o direito de me tratar como um lixo.

Flashback

Lembrei-me rapidamente dos olhos castanhos e intimidantes do casal Eaton.

— Ela, Tobias? - falou Marcus com desprezo na voz. - Achava que essa menina era passado.

— O que aconteceu com as modelos que lhe apresentei, seu imbecil - Evelyn murmurou, passando as mãos pelo rosto, atordoada. - Estou cansada de vê-lo tentar algo com interesseiras. Se já tinham terminado, por que então voltar?

— Pendências, mãe. E não ousem voltar a falar dela assim novamente.

Era falta de educação ficar ouvindo uma conversa atrás da porta, sabia disso. Mas o que fazer quando a porta do escritório estava entreaberta? Era inevitável ficar sentada no sofá de couro da sala principal quando eu podia muito bem ouvir a opinião deles sobre mim. Muito embora eu já as soubesse e elas tenderiam a doer depois.

 Eu não estava bem com meu pai e agora tinha os sogros para lidar. Ficar com Tobias depois desses anos era muito mais difícil do que eu imaginava.

— Quero essa mulher fora da minha casa. E não irei repetir. Só colocará os pés aqui dentro assim que trouxer uma garota descente, do contrário, esqueça que existimos.

Um bufar irritado se fez presente e Tobias disse:

— Vim porque tinha um pouco de consideração por vocês, então façam o favor de retribuí-la a minha namorada. Não esqueça, pai, que sou eu quem administra boa parte das suas empresas.

— Está me ameaçando? - Marcus bateu a palma da mão na mesa.

— E se for?

— Calem a boca - urrou Evelyn. - Suas ficantes não eram importantes antigamente, mas agora as coisas estão muitíssimo diferentes. Você é o representante da Eaton´s Company. Sabe o quanto batalhamos para colocá-la no topo? Não irei permitir que um homem-moleque como você suje a imagem que tanto estruturamos. Ou acabe com isso ou...

— A Tris não merece o desprezo de vocês. Ninguém merece. Não irei seguir suas ordens porque como disse, Evelyn - frisou seu nome -, sou o representante, o presidente da empresa. Quem manda sou eu e a imagem que será construída agora depende de mim e não de vocês.

Corri até o sofá sentei-me abruptamente, ainda digerindo aquela discussão. Queria ter sido rápida o bastante para não deixar que Tobias me pegasse no flagra, porém foi inevitável. Ele arqueou a sobrancelha e estendeu a mão para mim. Um sinal claro de que estávamos partindo para não voltar, pelo máximo de tempo possível, para a casa mais perturbada que colocáramos os pés.

(...)

— Ok. Meus pais passaram do normal ontem, eu sei, mas por favor, entenda. A opinião deles não vale nada. Sou eu quem escolho, e no momento, minha escolha você - pegou minha mão.

Soltei um longo suspiro.

— Não queria descontar em você - comecei -, mas é difícil. Deveríamos ter esperado mais. Muito mais, para ser sincera. Imagino que sequer irão querer ver a Ana.

— Quando eles procurarem saber sobre ela, com certeza já será tarde demais.

(...)

— Quase. Muito perto do fim - Chris continuou. - Precisei explicar tudo á ele, embora o idiota tenha quase morrido de ciúmes. Sabe, o Max não é mercadoria estragada. Ele é legal, mas já passou. Foi só uma vez que não irá se repetir jamais, nunquinha.

— Fico feliz que o Will não tenha matado ninguém - retruquei. - Para alguém que é tão orgulhoso quanto você, ele está paciente demais. Qual veneno você colocou na bebida dele?

— Ah!, cala a boca, Tris! - ela gargalhou e jogou sua cabeça para trás. - Decidimos nos controlar, ser melhor um para o outro.

Meneei a cabeça e sorvi mais um gole do meu chá.

A verdade era que Christina só sabia meter-se em confusão. Era explosiva demais e junto á Will fazia uma combinação perigosíssima. Fogo e gasolina não dão certo mas algo nessa dupla tornava tudo diferente.

— Não deveria estar se arrumando? - Christina olhou para o relógio no pulso. - Seu boy vai vir te buscar em breve. Tenho que ir, Tris. Qualquer coisa, me liga. - ela piscou e fechou a porta do apartamento ao sair.

— Verdade - levantei da cadeira e corri para o quarto. - Marlene?

— Estou aqui - gritou.

— Está tudo certo para ficar com a Ana? - indaguei ao vê-las brincando no tapete do quarto.

— Tudo ok, mamãe - Ana respondeu. - Eu vou cuidar da tia Mar.

Ri.

— Eu sei que vai, gatinha.

Fiz questão de verificar se tudo estava certo para aquela noite. Da última vez que saíra, eu fora irresponsável e negligente. Não poderia simplesmente deixar Ana, mesmo com Marlene - apesar dela ser minha amiga. Era minha obrigação cuidar da minha filha e permitir que naquela noite tudo ocorresse da melhor forma. Com Tobias e eu juntos e Ana dormindo tranquilamente em casa.

Tomei um banho rápido e troquei de roupa. Pus o vestido preto e rendado, na altura dos joelhos, que Christina trouxera para mim e procurei pelos saltos de bico fino. Passei uma leve maquiagem e arrumei minha bolsa-carteira. Quando terminava de colocar os brincos, o som da campainha soou e atravessei a sala, abrindo a porta e sorrindo para um Tobias perfeitamente arrumado com seu terno social.

— Você está linda - ele me beijou e adentrou. - Onde está a Ana?

— No quarto - disse. - Ana! - chamei.

— Papai - ela correu até Tobias e ele a suspendeu no colo. - Eu quero brincar.

— Hoje não vamos poder. - beijou sua testa. - Mas prometo vir outro dia, está bem?

— Não.

Ana balançou a cabeça e dobrou os bracinhos.

— Como assim?

— Eu quero brincar agora.

Suspirei e tentei de alguma forma contornar a situação. Subornar minha filha com bolo de chocolate estava fora de cogitação e eu não estava disposta a desmarcar o jantar com Tobias. Precisávamos de um tempo a sós, era pedir muito? Eu amava Ana de todo meu coração, ela era tudo para mim. No entanto, Tobias e eu não merecíamos um tempo também? Tínhamos um relacionamento, afinal.

Tobias olhou para mim, pedindo ajuda.

— Meu amor, lembra quando a mamãe disse que nem tudo é do jeito que queríamos?

Ela negou com a cabeça. Prossegui da mesma forma.

— Hum, então, o papai e eu precisamos conversar. Será que você podia deixar, só hoje?

— Mas eu quero o você e o papai aqui.

— E seu pai e eu precisamos de um tempo sozinhos, compreende?

Ela resmungou e se encolheu no colo de Tobias.

— Podemos ir, princesa? - Murmurou Tobias em seu ouvido. Ela não se mexeu. - Que tal você ir conosco?

Ana levantou o rosto com um sorriso grande nos lábios, batendo palmas.

— Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!!

Dei de ombros, concordando e levando Ana para trocá-la de roupa e aproveitar a deixa e pegar uma sapatilha confortável. Minutos depois, Marlene também pegava o elevador, para se encontrar mais tarde com Uriah. Desde já eu torcia para que eles ficassem juntos. Ana foi posta na cadeirinha e Tobias dirigiu calmamente pelas ruas mais ou menos livres e estacionou meia hora depois num restaurante.

Naquela noite, senti verdadeiramente, do modo mais singelo e bonito, o que era pertencer a uma família. Eu tinha meus pais e Caleb, no entanto, a sensação de ter outros com quem contar era gratificante e a sensação mais pura parecia estar ao nosso redor.

Eu não tinha nenhum porque para hesitar em querer ser feliz. Apesar do pouco tempo, Tobias era o que eu queria e precisava e nada nem ninguém poderia impedir. Eu o tinha e ele me tinha também. Enquanto caminhávamos de volta para o carro, Tobias segurando nossa filha adormecida no colo, percebi que já encontrara minha felicidade há muito e muito tempo, eles estavam ali. Ela, sentada no banco traseiro  e ele ao meu lado, com as mãos no volante com um sorriso acolhedor.

(...)

Já passaram por aquela sensação de estar no desconhecido? Você sabe que nada irá lhe fazer mal, mas mesmo assim é como se o mundo estivesse compactuando para que seu sono não viesse. Meus olhos sempre estavam perto de fechar, como se uma bigorna estivesse sobre as pálpebras e sequer isso me fazia definitivamente dormir.

Com raiva, sentei atordoada na cama e dobrei os braços, fitando o relógio.

Não se passava das uma da manhã.

Procurei não me mexer muito e observei cada pedaço do quarto escuro, lembrando-me de quando eu entrara ali. Uma escrivaninha se encontrava perto da cabeceira da cama, duas poltronas escuras se situavam num canto rodeadas pelo tapete e as cortinas cobriam as janelas da sacada. Ao lado do banheiro, uma entrada para o closet.

— Não está conseguindo dormir? - Disse Tobias, sentando-se após bocejar e acendendo o abajur ao seu lado.

Afirmei com a cabeça sem olhá-lo.

— Está tudo bem?

— Sim.

Ele riu baixo.

— Se está monossílaba é porque há algo de errado. Diga-me.

— Está tudo bem - disse. - Não precisa se preocupar.

Tobias apagou novamente a luz e deitou-se, me puxando para seu peito e rodeando minha cintura com seu braço, fazendo com que eu me aninhasse mais a ele. Logo sua mão acariciava minha cabeça e brincava com meu cabelo em silêncio até quebrá-lo:

— As vezes, penso que você não me ama.

Tentei interrompê-lo, mas ele deve ter percebido pois logo continuou.

— Vejo você sempre forte, superando a maior parte de tudo e eu, jamais fiz algo grandioso por você. Não lutei por nada pois sempre tive tudo de mão beijada.

Encolhi-me mais, prestando mais atenção no que ele tinha para dizer, mas ele não continuou, apenas soltou um suspiro fraco e beijou o topo da minha cabeça.

— Você me perdoou. Me conquistou e é o homem da minha vida, isso não basta para você? - mordi meus lábios com força e senti meus olhos arderem. Possivelmente eu sabia aonde ele queria chegar.

— Não foi isso o que eu quis dizer, Tris. Na verdade - voltou atrás - foi isso sim. Não sou o bastante para você.

— È claro que é. A errada era eu, você inverteu os papeis.

— Você foi embora porque precisava, eu porque fui fraco e precisei sair do pais para processar que tinha uma filha. Um imbecil.

Ergui minha cabeça e procure encontrar seu rosto, tocando e passado minha mão por sua bochecha.

— Podemos deixar tudo isso para trás. Você está disposto a esquecer nosso passado e nossos erros?

Não esperei pela resposta e juntei nossos lábios. Tobias correspondeu e em questão de segundos meu corpo estava sob o seu. Nossa proximidade era uma resposta para quaisquer indagações.

Aproveitando a pausa para respirarmos, murmurei:

 -  Eu sou sua e de mais ninguém, você é tudo o que eu preciso, Tobias.

Segurei sua nuca, beijando-o novamente e permiti que ele me amasse.

(...)

Spoiler De Para Ter Você

Recuperei a sanidade e tampei a boca, constrangida.

— Vou pedir para alguém vir limpar isso aqui.

Tobias pegou guardanapos e os entendeu para que eu limpasse minhas mãos e a boca.

— Definitivamente, nunca! - levantei, jogando as folhas no lixo depois de limpar os cantos dos lábios, pegando minha coisas.

— Por que?

— Porque não e ponto - sacudi a cabeça. - Não posso fazer isso por você, sinto muito.

Segurei a maçaneta da porta e ele segurou me braço.

— Se concordar com os termos, será lucrativo para você. Para nós dois....


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Notas finais do capítulo

FourTris ♥

Alguns irão achar rápido mas isso depende do ponto de vista de cada um. Amar não é exclusivamente fazer sexo. Pode ser também demonstrar seus sentimentos pela pessoa de forma singular. E no caso da fanfic, isso também está incluso, para mim, não aconteceu nada porque ainda temos um chãozinho para o casal trilhar. Julguem como quiser ;)

Estamos na reta final de UNC - dúvidas serão esclarecidas e quem sabe alguma treta? :D

Espero que tenham gostado ^^

Ps: Essa semana também sai PTV ♥ Então se você ainda não foi conferir, corre lá, o segundo capítulo sai em breve ;)

Beijos de caramelo e até o próximo