Uma Nova Chance escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 2
A mudança


Notas iniciais do capítulo

Hey Cookies! Demorei mas estou aqui!
Espero que gostem do capítulo!
Boa leitura
28/05/2015



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Vários dias se passaram após o choque ao descobrir da gravidez, minha mente me atormentava a todo instante, mandando que eu jogasse o celular dentro da bolsa novamente e não dissesse nada á Tobias; mas ao contrário da mente, meu coração pedia fervorosamente para que eu largasse de ser trouxa e fosse á casa de Tobias e lhe dissesse: " Olha, sabe na noite de formatura? Então, eu estou grávida, agora o que vamos fazer...?".

Tobias era dois anos mais velho que eu (eu tinha dezoito e ele vinte), incomum? Não. Ele não havia repetido de ano o algo do tipo, mas nosso colégio proporcionava pequenos cursos á universitários e formandos, e Tobias era um deles.

Fiz o que minha mente pedia. Não podia acabar a vida de Tobias; ele já tinha a vida inteira planejada pelos pais. Após fazer outro curso, ele se tornaria dono da grande empresa dos pais, grandes empresários, depois enriqueceria e se casaria com uma filha de modelo, ou uma própria e viveria assim. Ele era rico, não tinha nada que se meter comigo.

Não sabia exatamente o que sentia por ele, mas não era algo comum, já que o mesmo parecia nem prestar atenção em mim, usando-me como divertimento barato.

Mas em nossas longas conversas em seu quarto, percebi o verdadeiro Tobias. Ele ficava diferente, não era o popular idiota metido a besta, mas sim um garoto que tinha dificuldades na família; um garoto que precisava da verdadeira atenção de alguém. E foi o que eu fiz, durante o tempo em que ficamos juntos, eu tentei ao máximo fazê-lo feliz, esquecer dos problemas á sua volta. Sem sucesso, já que o mesmo tentava fazer o mesmo comigo, deixando-me desolada. Ele erguia muros gigantescos contra qualquer um que tentasse se aproximar dele intimamente, mas do que o limite dele. Ele era o protetor metido e popular, que nem ligava para o que eu fazia o deixava de fazer ou não fazer, mas que ao mesmo tempo, se importava com os garotos de mais velhos que se aproximavam de mim. Ou seja, ele era: bipolar, uma hora estava feliz, outra, nervoso e estressado e logo voltava a ser o mesmo de antes: o idiota. Mas ele era assim devido aos seus problemas, e só eu enxergava isso.

Enfim, eu não contei a ele. Ele não precisava saber, ninguém precisava saber.

Cortei contato com ele após uma semana de saber sobre a gravidez. Através de Susan fiquei sabendo que ele havia ído morar em outro lugar – óbvio, ele era rico – estudar mais um pouco; Nunca mais tive notícias dele. E nem queria ter.

As únicas pessoas que ficaram sabendo foram: Susan, Caleb, meus pais e alguns dos meus familiares. Mas os únicos que sabiam que Tobias era o pai do meu filho, eram Susan, minha mãe que nem o conhecia e Caleb. Minha mãe aceitou a idéia de imediato, jurando que me ajudaria em tudo. Fiquei extremamente feliz! Não saberia cuidar de um bebê, sozinha, e com 18 anos!

As pessoas estranhavam um pouco, quando eu saía com meu pequeno tesouro, mentia, falando que havia sido um descuido. E ninguém nem assemelhava os fatos.

Desde o início da minha gestação, fiquei morando no pequeno sítio dos meus pais. Vi minha pequenina Ana crescer, meu tesouro e minha única razão para continuar saindo ás ruas, procurando emprego; e mesmo quando eu acordava a noite, para amamentá-la sentia que aquele pequenino erro de cálculo, havia valido a pena. Suas perguntas, eram poucas, mas nada relacionadas ao pai – o que de certa me deixava aliviada.

– Mamãe, eu quero aquela boneca pra mim! – Ana disse, manhosa, quando passamos na frente de uma vitrine. Apesar de não poder ficar gastando dinheiro, não resisti e lhe comprei a boneca de pano, simples.

Somos extremamente iguais nos quesitos físicos. Seu cabelo dourado caía um pouco abaixo dos ombros. Ela tinha o mesmo formato de nariz e rosto como o meu. Os lábios eram iguais aos de Tobias. Ela aprontava e fazia bagunça, e eu nunca havia sido assim. Tobias era assim. Repentinamente ela ficava séria e depois voltava ao seu estado normal, comia sorvete de baunilha – que ela alegava ser o melhor -, como Tobias. Ela podia ser extremamente parecida comigo, mas sua personalidade á tornava uma versão feminina do pai.

5 anos depois

Cá estou eu, colocando as últimas malas dentro do carro – que com muito esforço, comprei. Eu havia planejado meses atrás viajar para Nova Yorque, onde teria mais oportunidades de emprego e melhor educação para Ana, e só havia demorado para que minha pequena completasse 4 anos e meio de idade por que esperava que ela já fosse grandinha o suficiente para suportar a viagem.

– Mamãe! – Ana correu até mim segurando sua boneca – A gente não pode esquecer dela! – O cabelo de Ana estava solto e batia em suas costas cada vez que dava um passo. – Posso levar? – Ela perguntou. Com uma carinha de deixar qualquer um.... que nem uma manteiga.

– Claro. Mas não cabe mais nada dentro da sua mala, você pode levar na mão? – Tento ficar na sua altura.

– Pode ser! – Ela grita de euforia. E sai saltitando para dentro da casa. No mesmo instante meu pai sai e vem até mim.

– Não queria que fosse embora. – Ele pega a última mala e coloca dentro do carro – Do que vai sobreviver? - Ele indaga.

No início meu pai não havia aceitado a gravidez, queria saber quem era o "desgraçado" (como ele chamava o Tobias) a qualquer custo. Só quando Ana nasceu, ele se acalmou. Agora, a neta era o único motivo para ele viver.

– Eu e a Ana viremos visitá-los, só precisamos nos estabilizar lá em Nova Yorque.

– Òtimo – ele sorri e Ana volta segurando a boneca e uma malinha cor-de-rosa.

– Vovô! – Ela grita, meu pai á pega no colo e á gira.

– Querido, tem que parar de fazer isso, e sua coluna? – Minha mãe nos surpreende saindo da casa.

– Não importa, vou aproveitar enquanto minha neta ainda está aqui.

– E sua única filha também. – Minha mãe o lembra.

– Sim, sim. – Ele coloca Ana no chão.

Caleb e Susan chegam na mesma hora. Susan salta do carro e me dá um forte abraço.

– Amiga, sentirei muitas saudades! – Ela fala ao sair do abraço. Seus olhos já marejavam, como os meus. – Vou sentir muita saudade de você também, Aninha! – Susan aperta as bochechas de Ana que se contorce no colo do meu pai.

– Esperamos que tudo dê certo, cuide da minha mini Tris – Caleb se pronuncia. Ele estende o braço como se estivesse num acordo.

– Pode deixar. – Digo. Aperto sua mão. Caleb e Susan foram meus únicos amigos, os que sabiam a verdade e que estiveram sempre comigo para me ajudar.

– Vocês têm que ir, agora. – minha melhor amiga diz. – Quanto antes chegarem lá, mais tempo vão ter para se organizar. – Olhei para o relógio em meu pulso, era pouco mais que 11:00.

– È, querida. È melhor ir logo – minha mãe se aproxima e me dá um beijo na testa -, sentiremos saudade.

– Nós também – digo.

Ana dá beijinhos na bochecha do meu pai e minha mãe e pede – estendendo os braços – para que eu a pegue no colo. Coloco ela em meus braços e abro a porta do carro, coloco ela na cadeirinha e fecho o cinto.

Sento no banco da frente do carro e abro a janela.

– Te amamos muito. – Minha mãe diz. Sorrio e dou partida no carro. Deixando as pessoas que mais se importavam comigo, para trás.

Após meia-hora, chegamos ao aeroporto, o carro seria deixado no aeroporto de Nova Yorque.

Entramos no avião. Ana dormiu a viagem inteira, que levou menos de três horas. Sai do avião carregando-a nos braços. Fomos de carro até o apartamento, sabia o caminho pelo GPS.

O apartamento em que eu iria morar, era mobiliado. Não precisei me preocupar, quando eu chegasse tudo estaria pronto e a chave seria entregue á mim quando chegasse.

A fachada do condomínio era acolhedor. Por dentro, era o mesmo. Não era de luxo, era simples, com vasos de flores nos cantos e um balcão afastado do centro.

Com ajuda do porteiro do prédio – um senhor agradável -, todas as malas, que não eram muitas subiram para o apartamento. Havia deixado Ana no sofá, quando subi ao apartamento, ela estava deitada no sofá.

Quando enfim coloquei a última mala dentro de casa e fechei a porta atrás de mim, bufei muito. Olhei ao redor e vi as malas postas num canto da sala de estar, e uma quantidade "mórbida" de brinquedos espalhados pelo chão de toda a sala - decorada com as paredes num azul-claro e quadros de flores, tinha dois sofás, uma mesinha no centro e uma TV sob uma estante, com alguns livros que eu havia enviado de casa. Havia também um grande tapete creme.

Ana dormia tranquilamente no sofá. O que estranhei, foi que os brinquedos espalhados? Ana, Dormia, mas no instante em que cheguei perto dela ela acordou num pulo e começou a correr pela casa, desviando das malas

– Você não me pega, você não me pega! – Ela repetia. Comecei a correr atrás dela, e quando á alcancei a girei várias vezes no ar, enquanto ela gargalhava sem parar, fiz cócegas nela. Ana era a pessoa mais importante pra mim, não importava a situação. Após brincar mais um pouco com minha filha, resolvi fazer um lanche. Eram 14:00 horas, e só havíamos comido o café da manhã.

Deixei minha filha comendo um pacote de bolacha, já que não havia feito compras; o lugar mais organizado era a cozinha, então foi fácil de terminar de colocar as poucas panelas que havia trazido no armário e correr para tirar as últimas coisas das malas, além de deixar o que queria da casa, do meu jeito.

Após arrumar a parte mais importante, deixando de fora algumas roupas, olhei para o relógio e vi que eram mais de 17:00 horas. Ana brincava no tapete da sala, enquanto assistia TV.

– Querida, a mamãe vai tomar um banho e já volta. – Beijo o topo de sua cabeça e vou para o banheiro.

No banho, começo a pensar na minha entrevista de emprego, que faria no dia seguinte.

Quando descobri estar grávida de Ana, não larguei os estudos. Fiquei até os 4 meses de gestação indo aos pequenos cursinhos extras das férias. Depois, continuei fazendo pela internet.

Me tornei secretária e meu primeiro emprego nesta função foi numa clínica de estética. Mas eu queria algo mais. Nova Yorque seria o lugar perfeito!

Queria poder aproveitar meus últimos momentos em casa, caso conseguisse o emprego.

Desliguei o chuveiro, me enrolei numa toalha e saí do banheiro do meu quarto. A casa tinha 1 suíte, um quarto normal e outro de hóspedes, uma sala, uma cozinha, uma pequena varanda, e um banheiro.

Me vesti com um vestido larguinho e uma rasteirinha, deixei meu longo cabelo solto e fui para a sala. Ana guardava os brinquedos dentro de uma caixa no canto.

– O que está fazendo, filha? – Pergunto ajudando ela a guardar os brinquedos.

– Quero sair daqui, mamãe. – Ela fala.

– E para onde que ir, meu amor? – Já tínhamos guardado todos os brinquedos quando perguntei. Me lembrei do parque próximo ao nosso apartamento, tinha muitas crianças por lá, e era pertinho de casa – Filha, quer ir brincar com um monte de crianças?

– Quero, quero, quero! – Ela se empolga. Começa a bater as mãos.

– Então vamos te arrumar. – Dou as mãos á ela e vamos para o seu quarto, uma combinação de branco e algumas tirinhas de rosa na parede. Ela veste um macacãozinho verde-escuro e tênis.

Pego minha bolsa tiracolo e desço o elevador com Ana. Ela olhava para todos os lados, captando todas as pessoas e objetos. Ela era curiosa – como eu.

Chegando na portaria, dou um leve aceno com a cabeça ao porteiro, que sorri, saímos do prédio e vamos andando ao parquinho á alguns metros do condomínio.

Mesmo de longe, vimos muitas crianças. Ana olhou para mim, apertou ainda mais suas mãos nas minhas. Ela estava com medo.

– O que foi, princesa? – Me agacho na sua frente e passo a mão sobre sua cabeça.

– Eu estou com medo, mamãe. – Seus olhos já estavam marejados.

– Por que, filha? – Uma lágrima escorre e eu limpo com a mão. Ela aponta para as crianças.

– Elas, são elas... – Ana não ficava muito na presença de crianças, era isso que á estava assustando.

– Calma filha. Olha, não vai acontecer nada, está vendo como elas estão brincando? – Ela faz que sim com a cabeça. – Pode ir lá brincar. – Dou um beijo em sua testa. Ela hesita mas depois corre para os brinquedos.

Sento num banco próximo observando Ana não muito de longe. Ela, apesar de ás vezes ser tímida, conseguia se socializar muito rápido.

Sou tirada dos meus desvaneios quando sinto alguém se sentar ao meu lado, não olho para ver quem é, continuo vendo minha filha, que agora brincava na gangorra com um garotinho da mesma idade que ela.

– Ela é igual á você – o homem que estava sentado ao meu lado diz. Olho para ele. Era alto, cabelo preto e olhos da mesma cor. Usava roupa social, uma camisa com as mangas nos cotovelos e segurava um pequena mochila infantil para meninos e paletó nos braços. Era bonito.

– Como? – Pergunto.

– A garotinha, é sua filha, não? – Ele indaga.

– Sim, é sim. – Sorrio e volto á olhar para minha filha. Ei! Peraí, cadê a minha filha? Me levanto bruscamente olhando para todos os lados. – Ana! – Grito. Ana! – Então ela corre até mim e em seu encalço um garotinho de cabelo preto e olhos profundamente verdes.

– Oi mamãe. O que foi? – Ela pergunta com a cara mais angelical e inocente do mundo.

– Onde estava? – Pergunto um pouco mais calma.

– Brincando no balanço com o meu amigo. – Ela diz toda sorridente.

– È? E qual é o seu nome? – Pergunto e olho para o garotinho.

– Oi, meu nome é Hector. – Ele diz tímido.

– Olá Hector – digo ao menininho – tente não sair de vista, ok? – Digo olhando para Ana.

– Sim, mamãe.

– Hector. – O homem ao meu lado chama. O menino vai até o rapaz que lhe entrega uma garrafa d´água. – Se quiser mais, venha aqui, está bem? – Hector acena e corre junto com Ana novamente para os brinquedos.

Sento novamente no banco.

– Então, qual é o seu nome? – O rapaz pergunta.

– Beatrice. E o seu?

– Me chama de Al. Você é daqui de Nova Yoque, mesmo?

– Vim de Chicago. – Respondo. Observo as crianças brincando antes dele fazer outra pergunta.

– Você trabalha em quê?

– Vou fazer uma entrevista amanhã. Espero que consiga o emprego. – Pego meu celular na bolsa. Eram quase 18:00 e eu precisava comprar algo para comer, além de acertar os últimos documentos da minha filha para sua entrada na escolinha. – Então, Al, eu preciso ir. – Dou um sorriso de canto.

– Claro, nos vemos um dia desses. – Ele sorri. Ele era simpático. Vou até Ana que voltara a brincar na gangorra com Hector.

– Querida, vamos? – Ela para de sorrir e olha para Hector.

– Porque, mamãe? Eu quero brincar! – Ela fica emburrada.

– Que tal se voltarmos outro dia? – Ela não se convence – E se voltarmos amanhã? – Ela me olha e depois sorri.

– Tudo bem. Tchau Hector. – Ela beija a bochecha do novo amigo, que fica vermelho.

– Tchau Hector. – Aceno com a cabeça e vou caminhando com Ana até o mercado.

Ficamos alguns minutos comprando só o necessário para dois dias – resumindo: bolachas, doces.... - e voltamos para casa.

Quando chegamos, pedi uma pizza. Tomamos outro banho. Assistimos um filme da escolha dela – quer dizer, ela assistiu enquanto eu conversava com a dona da escolinha, que não era muito longe - um filme bem triste. Ela dormiu no meio do filme. A levei para a minha cama e fiquei junto com ela, preparada para mais um novo dia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Espero que tenham gostado!!
Beijos