Interrompidos escrita por MaNa


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Então, chegou!! Eu ainda vou responder a alguns comentários. Obrigada pelo apoio gente!

Me digam, o que vocês acham da mudança entre primeira e terceira pessoa? Está confuso?

Por favor, opiniões, deixem essa autora feliz! kkkkk



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Narrador: Onisciente

Jack estava pronto para partir e os guardiões se reuniram para desejar boa sorte. A Fada do Dente era a única no recinto que não parecia empolgada.

—O que foi?- Sussurrou o coelho para ela.

—Nada.

—Está com ciúmes, não é?

A guardiã o fitou intensamente.

—Ora, está tão na cara assim?

—Está na cara desde o dia em que ele passou a andar conosco. - Resmungou.

—Tolice, mesmo naquela época eu não sentia que ele gostava de mim dessa forma.

Os dois observaram Jack que ria de alguma coisa que Norte falava e Sand protestava com suas imagens feitas de pó do sono.

— Não é nada, vai passar. - Ela afirmou mais para si mesma do que para o coelho.

“Tem de passar”, pensou o guardião da páscoa.

—Jack, - ela gritou subitamente assustando o Coelhão- eu tenho uma pergunta pertinente.

— O que foi Fada? – O rapaz se aproximou junto com os outros guardiões.

—Quantos anos tem a Elsa? Quer dizer, no tempo em que você vai voltar?

—Uns 22 ou 23... por quê?

—Bem, sem querer ser chata, mas você tem a aparência de quando morreu.- Sorriu meio sem jeito- Ou seja: um menino. Com lindos dentes brancos, mais ainda um menino.

—Eu sou centenas de anos mais velho que ela. – Argumentou indignado.

—Eu sei, mas acho que isso não vai contar para a Rainha. Ela vai lhe achar um pirralho.

Jack pareceu perturbado com as palavras da amiga. De fato, ele não voltaria para uma menina... ele voltaria para uma mulher que já governava seu próprio reino.

Sandman fez diversas imagens que Norte interpretou rapidamente.

—Claro, Sand! Isso é fácil de resolver, garoto.

—Como?

—Bom, você escolhe.

Jack o fitou confuso.

—Seja mais claro, velho. Esse moleque não vai entender se você não explicar tin-tin por tin-tin.- O coelho deu um risinho sarcástico.

Jack o encarou irritado.

—Cala a boca Canguru. O que eu tenho de escolher?

—Bom, você pode mudar a sua aparência. Na verdade, quando você morreu, escolheu continuar um menino. Do mesmo jeito que a Fada assumiu a forma de... bem... Fada. E o Coelho de Coelhão... lembra quando as crianças pararam de acredita nele? A magia enfraqueceu, o que o fez virar aquele coelhinho fofinho.

—Argh, nem me lembre disso! Detestei aquela forma, ainda tenho pesadelos. 

Jack riu.

—De modo, Jack, que você pode envelhecer sua aparência. É só querer. - Continuou Norte como se não tivesse sido interrompido.

—Eu quero. Quer dizer... ter a aparência de um adolescente faz com que as crianças não se assustem comigo e... bom, eu acho que sou meio criança.

—Você é pura infantilidade e imaturidade, Frost!

—Cala a boca, Coelhão.- Estava muito tentado a acertá-lo com alguma coisa gelada, porém conteve os impulsos. Tinha assuntos mais importantes para resolver.- Bom, mas acho que posso parecer mais velho, já que serão apenas três dias.

—Então está bem. Jack, deseje, deseje do fundo do coração e a sua aparência vai mudar!

—Tão fácil assim?

—Tão fácil assim.

O garoto fechou os olhos e quando os abriu de novo percebeu toda uma mudança. Os traços do rosto estavam mais maduros. O corpo, apesar de continuar magro, tinha pontos mais definidos. Estava um pouco mais alto.

—Você está...

—Um gato!- Vibrou a Fada.

O garoto riu.

—Pronto, Frost?

— Para o quê?

Norte estendeu um globo de neve que parecia com todos os outros, mas Jack sabia que aquele era diferente. Aquele o levaria para Elsa. O levaria para a mulher que amava. Pegou o globo de neve e agradeceu a Noel com o olhar.

—Lembre-se, Jack, você precisa fazer com que ela acredite.

O guardião da diversão acenou com a cabeça e abriu o portal do tempo.

(...)

Narrador: Elsa

Eu estava ajudando Anna com os vestidos de noiva. Aquele devia ser o décimo que ela experimentava só hoje.

—Ai, não sei, Elsa! Todos são lindos, mas sinto que falta algo.

Suspirei e sorri em seguida.

—Acho que é melhor fazermos uma pausa. Leite com biscoitos?

Dispensamos a costureira e Anna saiu correndo para procurar Gerda. Queria que a senhora fizesse os biscoitos e adorava ficar de tocaia enquanto a mais velha preparava tudo.

Eu me joguei na cama. Que dor de cabeça, meu Deus.

Por alguma razão estranha comecei a pensar nele. Acho que fora a leitura de mais cedo ou talvez fosse à áurea de romance que rodava o castelo desde que Anna anunciara que planejava se casar.

Lembrei-me de sua promessa.

“Nunca vou lhe deixar sozinha.”

Eu acreditava nele. Por alguma razão estranha, sempre acreditei em Jack Frost e em todas as suas promessas. Até aquele dia horrível em que Gerda ( que não era idiota e já tinha reparado na nossa relação) veio me trazer a notícia.

Depois de sua morte gritei, congelei e quebrei as coisas dentro do quarto. Após passar o primeiro susto deitei no chão e entrei em um estado de paralisia. Gerda não sabia o que fazer na época. Após uma semana voltei a ficar “bem”. Andava e falava de novo, mas resolvi fingir que Jack nunca existiu. Ele quebrara uma promessa, a mais preciosa de todas, e isso era inadmissível para mim, mesmo sabendo que não fora culpa dele.

Deus, eu amaldiçoei quem decidia como as coisas deveriam acontecer na vida, pois esse ser provavelmente me odiava. Eu realmente devia ser um monstro. Estava convencida disso: tudo que me amava morria ou se machucava.

Após alguns anos parei para pensar que Jack podia não ter me deixado. Talvez ele estivesse comigo, me guiando de alguma forma. Por alguma razão me recusei a acreditar que ele nunca iria voltar ou que me abandonou completamente.

Fechei os olhos.

—Mesmo sabendo ser impossível... eu ainda acredito em você, Jack. - Sussurrei.

E quando os abri novamente tomei o maior susto que já tive na vida.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?

Bjs



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